Eu, louca pra chegar em casa e me acertar com a Camila e quando entro dou logo de cara com aquela cena. Era o senhor Roberto... ali sentado na minha sala, me encarando uma hora daquela.
-que é que você ta fazendo aqui?
- assim que recebe seu pai depois de tantos anos Alexia?
-não, modo correto seria pondo você daqui pra fora, porem não o faço por respeito
Roberto – não perde a arrogância hein menina
-vai ver foi a única coisa que puxei a você
Roberto – e o gosto por mulheres, infelizmente meu maior desgosto – fiquei calada
Ele sabia exatamente como me revoltar, me estressar, me tirar do serio [uiiii, q raiva]. Eu ainda não tava acreditando. E afinal quem o deixou entrar e há quantos dias ele tava ali, por que pelo jeito não era visita.
Camila- Alexia vocês precisam conversar- até então ela não estava ali na sala, e pra falar a verdade nem notei quando ela apareceu.
- eu não tenho nada pra falar com ele
Roberto – cadê a educação que te dei sua muleca?
-até onde eu sei você não me deu nada, nem se importar se importou quando devia, um bêbado, inconveniente e grosso... que só abraça o que lhe convém – já super irritada
Camila- chega vocês dois!!! Cala a boca você e o senhor também... o seu PAI tem um bom motivo pra tá aqui- eu apenas prestava atenção- ele perdeu tudo e não tem pra onde ir
- ah bom e agora eu sou casa de caridade?!
Camila – e ele foi diagnosticado com câncer – se fez um silencio tão pesado no ambiente.
Por mais que eu não tivesse a melhor relação do mundo com o meu pai, nunca desejaria isso a ele.
Roberto- não pense que vou me humilhar a você, só por está doente, se for preciso vou embora, nuca foi minha intenção está aqui – continuei calada
Camila- seu Roberto por favor...
Roberto- me desculpe minha filha- se referindo a Camila
Camila- ele estava internado há alguns meses, e tentaram contato com você...
Roberto- que em momento nenhum se prontificou a retornar nenhuma das ligações – Camila o olhou – mais uma vez me desculpe
Camila – e como o seu pai já disse, você não retornou... ele precisa de cuidados Alê, e não tem mais ninguém a não ser você
Era coisa demais em minha cabeça, o cara me sacaneou o quanto pôde no passado e agora tava ali, com toda sua pompa e arrogância, a ainda tinha a minha conversa com a Mila, que eu precisar por aquilo pra fora. Fui pro escritório e me tranquei lá. Levei duas horas ou mais lá dentro. E assim que saio me bato com ele no corredor, apenas ignorei e fui pro quarto. Já tinha tomado banho e desarrumado a mala, quando a Mila entrou no quarto eu tava sentada na cama de cabeça baixa.
Camila- vamos comer algo
-to sem fome
Camila- pode se dizer que você chegou de madrugada, e te conhecendo como conheço, sei que você não se alimenta bem, agora levanta e vem comigo – e eu fui né
Fatima – minha criança, já tava com saudades – apenas dei um beijo em seu rosto, um sorrisinho meia boca e me sentei próxima ao balcão, a Mila colocou as coisas pra eu comer e mal toquei no café.
Camila- larga de criancice Alê, come! E não me olha com essa cara, eu não to pedindo, to mandando.
Como dizer que não? Enquanto comia ela ficou ali na minha frente me olhando.
- onde ele tava fazendo acompanhamento?
Camila- hospital publico... e não foi bem um acompanhamento, ele chegou mal eles diagnosticaram, e como não tinha um ‘responsável’ pra busca-lo ele ficou lá esse tempo.
- já imaginava, eu liguei pra uns amigos e... eles vão fazer acompanhamento com ele, pediram pra amanhã de manhã leva-lo no consultório.
Camila- eu vou com ele
-brigado! - foi o mínimo que pude dizer
Eu não tava preparada pra recomeçar a conviver com o meu pai, de jeito nenhum. Mas também não podia deixar ele sozinho. A coisa passou a funcionar da seguinte forma, ele lá e eu cá, a Fatima tinha organizado um quarto pra ele no primeiro andar pra ele ter maior mobilidade, e a Camila e eu no nosso quarto no segundo, ele fazia questão de quando eu estava em casa bradar aos quatro cantos o seu desgosto pro ter uma filha lésbica, e sempre colocar a Camila como exemplo de filha que se podia ter. A coisa já tava pesada pra mim, então fazíamos de tudo pra evitar trocas de carinho na presença dele, pra falar a verdade a minha relação com ela tava uma monotonia, fria demais, eu fazia tudo isso por que além dele despejar o preconceito dele sobre mim iria sobra pra Camila, e isso eu não iria aguentar.
Vocês devem tá se perguntando “mas cadê a historia com a Manuela que você ia contar a verdade?”. Nesse auê todo não deu pra gente falar. E a coisa toda acabou rolando.
Cara, amei atiçar a curiosidade de vocês desse jeito haha enfim... nunca ri tanto dos comentário como os desse ultimo conto, e ninguém acertou poxa... Daniê não me bate por favor, Carol CE sossega que ainda tem mais e Camila’ eu não sou mal não... rum! (brincadeira) Hahah Amores me permitam corrigir uma coisa, a idade, não é 21 mas sim 23.