A ira de meu estado, um beijo no anonimato e uma escuridão sem fim. A donzela dos lábios incógnitos e doce ainda permanecia por perto, como que se observasse-me. Observei uma luz rápida aparecer e dissipar. Ela tomou-me pela mão e colocou em sua cintura, suas mãos em meus ombros e uma valsa. Senti o calor de seu lábios próximo ao meu ouvido e com um sussurro indefinido disse:
- Baile comigo nesta cordilheira sem fim, baile nesta escuridão, baile por onde desejar de mim.
Apertei aquela esmigua cintura contra a minha e assim bailamos, até que tatiei-lhe o rosto e a beijei, entra como o abrir de duas flores que despejavam sua essência e dançavam. Já não dançávamos com os pés e sim com as nossas línguas, audaciosas, quentes, penetrantes... E o toque do lábio assemelhava à nobre seda, cobria, tocava, sentia. Apenas sabia que ansiava por mais daquele beijo. Não podíamos parar. O elevador estalou e a eletricidade voltou. Não paramos. Era sedento, devorador, alastrador, mas meigo e macio ( como era macio!). Então ouvimos algumas pessoas nos chamar, a porta aberta e meus olhos incrédulos. A luz já não iluminava, cegava. Francine afastou-se com a cabeça baixa. Então olhei para Juliana que tinha a aparência da cólera em sua perfeita amplitude.
Francine era dona dos lábios, da dança, da valsa de prazeres...
Estava atônita. Observei Juliana e sua amiga saírem e nem ao menos fui capaz de dizer algo. Ouvi Francine chamar-me então ela disse ainda cabisbaixa:
- Acho melhor irmos de escada...
Simplesmente a seguir, sem nada argumentar, proferir... Chegamos em seu apartamento. Apenas sentei no primeiro sofá e suspirei. Ela trouxe o kit de primeiro socorros e o álcool, então começou a limpar-me a ferida que já nem lembrava. Ela cuidava, tinha as mãos delicadas, leves. E eu fitava o carpete sobreposto no chão. Então ela concluiu seus cuidados com um curativo e virou-se. Puxei-a pela mão e a encarei. Agora podia vê-la. Agora podia saber.
Ela abaixou a cabeça e disse:
- Não queria lhe causar problemas.
Eu me levantei, acariciei seu rosto e a puxei de leve pelo queixo.
- Baile comigo?
Ela animou-se, um sorriso tão belo que destacava ainda mais seus belos lábios. Dançamos, há quem diga que foi sem música, porém ouvíamos muito bem o compasso dos nossos corações, as respirações alteradas, o canto dos pássaros...
Dançávamos ao desvencilhar, beijávamos... Mordi-lhe o pescoço e abaixando a alça de seu vestido beijava aquilo que era recém-descoberto. Amávamos, estávamos sedentas pelo prazer, porém íamos com calma, sentindo cada momento e sua intensidade.
Ela colocou suas mãos por dentro da minha blusa e acariciava-me intercalando com leves arranhões e eu mordiscava-lhe o lábio nos intervalos dos beijos. Tocava aquele corpo por cima do vestido, diminuindo-o cada vez mais sobre ela, então sinto suas mãos tirarem meu sutiã ainda com a blusa. Ela coloca-me pela parede, toca meus seios por sob a blusa e golpeia tirando minha blusa e sugando-me com intensidade e desejo... Aquilo era o ápice... Ela parou e beijou-me, era a minha vez agora. Coloquei a sobre a cama e fui beijando-a, primeiro os pés, as pernas e entrando por baixo de seu vestido. Lambia suas coxas e podia observar a umidade clara que se formara ali. Saí de seu vestido e tocava-lhe o seio ainda com o vestido... Beijava-a e apertava seus seios fazendo a gemer dentre os beijos, retirei seu vestido e quando fui, ela me virou e tomou-me dizendo:
- Deixe-me provar-te do teu sabor.
Ela retirou minha calça e brincava em minhas coxas, via que eu não suportava mais e deixou-me completamente nua, então chupou-me, com desejo, prazer... Sua língua trilhava um caminho pelo qual estávamos percorrendo, o caminho do prazer. Como uma explosão, senti meu corpo em espasmos e gozo. Ela beijou meu corpo e beijou-me deixando que eu provasse do meu gosto. Deitei-a e beijava-lhe cada parte. Mordi a ponta de seus seios e a ouvi soltar um gemido. Aquilo deixou-me em êxtase, toquei-lhe, desejei-a. Então tirei sua calcinha em completa umidade e a provei. Aquele sabor era como o mel. Fazia eu agora o caminho levando-a para o prazer e então um grito seguido de vários gemidos... Chupei-a, beijei seu corpo e a beijei. Deitei e ela se jogou por cima do meu peito segurando minha mão. Brincávamos segurando nossas mãos, enquanto eu acariciava seu cabelo.
Era como o sonho perfeito, porém eu precisava viver. Não tinha esquecido a July. Eu já nem sabia o que pensar. Sentia-me anestesiada. Então recebi uma mensagem da Juliana:
" Senhorita Adriane, peço veementemente que compareça em seu local de trabalho. Onde deveria estar há muito tempo e creio eu, que não está incapacitada de suas tarefas profissionais.
Atenciosamente, Empresas Gastrômitch. "
Aquilo e caí em mim. A doçura da Juliana eu havia perdido, não podia perder meu emprego também. Levantei-me, vesti-me e fui.
*Os nomes utilizados nesta trama são meramente ilustrativos.
*Finalidade do texto é totalmente a descontração dos leitores.
Obrigada pelas inúmeras palavras de carinho e apoio ao meu "estilo literário". Camila', #Mari e todos os outros sinto-me lisonjeada com vossas palavras.