Do mais puro azul, parte 2

Um conto erótico de d'Orléans
Categoria: Homossexual
Contém 1590 palavras
Data: 15/07/2014 18:26:19
Assuntos: Homossexual, Gay, Romance

-Com licença, professor - bati na porta e um senhor de certa idade se voltou para mim - Desculpe-me o atraso!

-Pois não, entre e sente-se, mas que tal atraso não torne a se repetir! - quando ele disse isso, senti meu rosto corar, segui em silêncio até um lugar vago que encontrei no meio da sala, a qual feita com degraus onde se encontravam as cadeiras, todas voltadas para a parte de frente da sala, que era mais baixa, onde se encontrava a mesa do professor e atrás dele a porta pela qual acabei de entrar.

A aula segui normalmente, vi os rostos a minha volta, alguns se perguntando quem eu era, outros sem dar a minima atenção a mim e minha entrada naquele recinto. Na aula seguinte me dirigi a próxima sala e lá avistei Clara, sentamo-nos juntos e ao toque do sinal fomos para a praça de alimentação.

-Como está sendo tudo minha querida?

-Tudo normal na medida do possível, bons professores, a matéria é a mesma que eu estava vendo no Brasil. Tem também alguns meninos bem bonitos na minha sala, mas é claro, estamos na França novamente, o que poderíamos esperar - ambos rimos - E você, achou alguém atraente?

-Não maninha, muito belos, tanto os rapazes quanto as garotas, porém, ninguém que despertasse meu interesse.

-Você tem que se envolver com alguém logo, já faz o que, uns oito meses desde que você terminou com o Pedro e antes dele você tinha ficado mais de um ano sozinho.

-O Pedro foi somente algo passageiro, qualquer chance que poderíamos ter foi descartado por ela ao vê-lo beijando aquela menina na sua festa de aniversário, e tudo não durou nem três meses.

-Por isso mesmo, você tem que encontrar alguém, de preferência, alguém melhor que aquele traste.

-Depois falamos mais sobre isso, por enquanto me diga, o que você fará depois de sairmos daqui?

-Não sei, não estou com cabeça para ir para a empresa hoje, você pode me deixar no shopping que de lá volto pra casa?

-Você deveria ter vindo o seu carro se você sabia que íamos nos separar, mas tudo bem, te deixo lá sim e vou para o escritório.

-Você é o melhor! - disse ela me abraçando.

-Sou mesmo!

-Agora vou indo pra sala, até mais tarde - disse ela indo para a direção aposta a qual eu ia.

Cheguei até a sala da minha próxima aula e o sinal não havia batido ainda, cheguei e me sentei quase no fundo, a sala não estava muito cheia ainda, me distrai com meu celular, quando olho novamente a sala, ela se encontra cheia e o sinal toca, o professor entra juntamente com ele.

Dou uma avistada nas pessoas a minha volta, até que paro meus olhos num rapaz sentado duas fileiras abaixo de mim, olho melhor ele, não podia ser, era muito parecido com o homem dos meus sonhos, mas não devia ser ele. Continuo encarando-o e quando menos espero ele se vira e começa a falar com uma garota sentada atrás dele, quando ia voltar-se para frente, seus olhos se encontram com os meus, era realmente ele, aquele azul inconfundível de seus olhos, ele estava ali, bem na minha frente. Mantemos esse olhar por alguns instantes até o professor começar a explicação e ele se vira para frente.

Não consegui prestar atenção a aula inteira, só ficava tentando saber se conhecia aquele garoto de algum lugar, estava criando coragem para chegar até ele e conversar, tentar entender por que ele estava no meu inconteste.

Ele estava tão lindo quanto no sonho, seus cabelos escuros arrumados em um topete, ele vestia uma camiseta branca e uma jaqueta de couro por cima, estava com uma calça jeans preta. Em meio aos meus devaneios a aula acaba e quando vou me levantar para ir até ele, derrubo meu caderno que se abre e todas as minhas folhas de desenho se espalham pelo chão, me abaixo para junta-los e um menino loiro, com uma pele levemente dourada e lindos olhos verdes, da minha altura e com o corpo todo definido, com os músculos bem delineados por baixo da sua camisa, se abaixa e me ajuda a juntar os papeis.

-Aqui estão - diz ele me entregado os papeis que estava em sua mão - Acho que você é novo por aqui, me chamo Pierre.

-Muito obrigado, sou mesmo um desastrado - digo levantando e pegando os papeis - Prazer, me chamo Edouard - estendo minha mão para ele como forma de cumprimento o qual ele responde imediatamente.

Nesse instante percebo que me distrai e o rapaz dos meus sonhos não está mais ali, ele saiu e eu nem percebi, e agora, como botaria meus pensamentos em ordem, como uma pessoa que eu nem conheço pode passear tanto por minha mente.

-Você é novo aqui, não? - disse ele me chamando novamente para a realidade

-Sou sim, cheguei a poucos dias do Brasil, na verdade retornei, sou francês, mas me mudei quando ainda pequeno.

-E o que te fez voltar para cá?

Detestaria ser grosseiro com ele, que se mostrou tão educado comigo, porém tinha que tentar encontrar aquele homem (seu rosto, de um menino-homem, contrastando um jeito inocente com as feições de um homem, ele aparentava ter minha idade), pelos corredores e ainda chegar na empresa da minha família, que agora estava nas mãos de minhas e de minha irmã, tive então a ideia de dizer:

-Então Pierre, eu estou com um pouco de pressa agora, mas se você quiser, me passa o seu número e combinamos de sair, gostei de te conhecer.

-Claro, não vou mais tomar seu tempo, meu número é ..., se estiver tudo bem para você, podemos sair ainda essa noite, conheço um lugar ótimo, tenho certeza que você irá gosta!

-Fica cominado assim então - digo terminando de anotar seu número- Até mais tarde Pierre.

-Até Edou, prazer conhecê-lo - assim que ele termina de dizer, saio da sala e fico a procura do rapaz misterioso, mas nem sinal dele, de repente sinto alguém me abraçando por trás, sei que só pode ser minha menina.

-Que demora meu lindo- diz ela com uma falsa cara de impaciente, a qual só me faz rir.

-Desculpa minha pequena, acabei começando a conversar com um rapaz da minha sala, vamos então.

-Vamos,mas chegando no carro você me conta quem é esse rapaz!

E assim seguimos até o estacionamento, mal entrei no carro e ela começou as perguntas:

-Qual o nome dele? É bonito? Quantos anos tem? É bonito? Quando vocês vão sair? - quando essa menina fica curiosa, não para nem pra respirar, rs.

-Com mais calma por favor - disse rindo e começando a dirigir - O nome dele é Pierre, nem reparei muito - na verdade não tinha como não reparar, ele era um rochedo, uma montanha de pura gostosura, mas eu não ia falar isso tão facilmente pra ela - ele é bem bonito sim, não tive tempo de perguntar e sairemos hoje, porém, somente como AMIGOS - disse dando ênfase nessa última palavras.

-Como assim só como amigos, Edouard!? Ele deve ter dado em cima de você e como bem te conheço, você nem deve ter percebido.

-Não viaja Moni, volta pra realidade. E agora, au revoir, chagamos ao seu destino - amo a minha irmã, mas quando ela cisma com algo, não há o que mude a ideia dela.

-Depois conversamos mais sobre isso. Au revoir.

Segui rumo a empresa, ela foi fundada pelo meu avô, aqui mesmo em Paris, depois ela se expandiu para outros países, inclusive o Brasil, onde meu pai foi escolhido para tomar conta. A "De Orléans Architecture et Construction" é hoje em dia uma empresa gigantescas e que cresce cada dia mais por seu prestigio e competência, porém é de grande responsabilidade para alguém tomar conta, para qual havia um conselho e eu era agora o presidente.

Cheguei a empresa e subi diretamente ao 20º andar, onde ficava minha sala, passei pela secretaria, a qual não recordava o nome direito, em minha defesa, essa era a segunda vez que eu vinha nessa empresa depois de muito tempo, a ultima, foi no dia em que assumi oficialmente a presidência, dois dias depois da morte da minha mãe, perguntei a ela:

-Boa tarde - ela era uma mulher muito bela, devia ter uns 25 anos - a senhorita sabe me dizer se minha nova assistente pessoal já chegou? - a antiga assistente da presidência (de minha mãe), havia entrado de licença maternidade.

-Pode me chamar de Cammile Sr. d'Orléans. Na verdade, é um assistente, espero que o senhor não se importe, caso contrário, buscarei imediatamente outra pessoa, e sim, ele já chegou e está na sua sala lhe esperando - ela disse tudo de uma só vez, sem pausa para respirar, assim como minha irmã, tive que me esforçar para conter o riso.

-Não se preocupe Cammile, não há nenhum problema quando a isso, o que me importa é somente a competência dele - agora lembrei o nome dele, é claro que ela o dizer ajudou um pouco, rs - Muito obrigado por resolver a escolha dele por mim, irei para minha sala agora.

Ainda não conseguia acredita que aquela sala era minha, tanto por eu ser um jovem de 23 anos que agora presidia umas das maiores empresas internacionais da área de arquitetura e engenharia civil, mas também pelos ultimo acontecimentos que me colocaram naquela posição.

Ao abrir a porta, me deparei com uma figura de costas para a porta, olhando pra a janela, quando ele se virou para me ver, não podia acreditar no que eu estava vendo...

[Continua]

Siga a Casa dos Contos no Instagram!

Este conto recebeu 0 estrelas.
Incentive d'Orléans a escrever mais dando estrelas.
Cadastre-se gratuitamente ou faça login para prestigiar e incentivar o autor dando estrelas.

Comentários

Este comentário não está disponível