A noite parecia não ter fim, os segundos viraram minutos, os minutos viraram horas e as horas pareciam anos. Eu não dormi nada, eu estava com nojo de mim mesmo. Ao longo da noite, fui várias vezes ao banheiro tomar banho pra tentar tirar a sujeira de mim, mas aquela sujeira era interior, e não iria sair tão cedo. Só vim conseguir dormir quando já estava amanhecendo.
Acordei morto, eu me sentia um lixo e pelo visto João não tinha dormido muito bem também.
- E aí, você quer conversar? - ele perguntou.
- Ainda não. - respondi, me levantando da cama.
- O Maurício veio aqui várias vezes atrás de você - quando ouvi aquilo, meu coração quase saiu pela boca.
- E o que você respondeu? - arregalei os olhos.
- Que você estava cansado. Meu Deus, me diz que não aconteceu o que eu acho que aconteceu - JF ficou incrédulo.
- Nós transamos. No meio do sexo, recebi uma mensagem da Juliana dizendo que estava apaixonada. Isso explica tudo. - me virei e fui em direção ao banheiro, enquanto JF se sentava na cama.
Como já havia tomado vários banhos, esse não foi tão demorado e quando saí da suite do quarto, João ainda continuava paralisado.
- Você está bem? - perguntei.
- Tô, só tô tentando entender você. Primeiro você me confessa que está apaixonado pelo Maurício, em seguida ele quer transar com você e você foge? Como assim?
- Eu queria que ele viesse porque ele quis, não por pura curiosidade. Além do mais, ele gosta da Juliana, e o sentimento parece ser recíproco. Eu perdi. - falei.
- Você nem tentou ainda.
- Eu não preciso tentar pra saber que perdi - sai de seu quarto indo em direção ao lobby do hotel. Eu estava faminto.
Quando sai do elevador, vi Maurício sentado em uma das poltronas próximas a recepção. Ele estava dormindo, ainda com a mesma roupa de ontem. Rapidamente apertei o botão do andar que eu estava hospedado e como um flash entrei no quarto, peguei minha mala e coloquei minhas roupas dentro, mesmo tudo bagunçado. Nem peguei carregador, barbeador, só as coisas mais importantes mesmo. Novamente entrei no elevador e fui até o quarto do JF, onde me despedi e disse que voltaria mais cedo pra casa. Não queria correr o risco de estar perto dele dentro do avião.
Saí do hotel e ele ainda permanecia dormindo. Sem fazer muito barulho, fiz o check-out no hotel e peguei um taxi na porta do hotel, que me levou direto até o aeroporto. Chegando lá, comprei minha passagem e em menos de uma hora já estava embarcando de volta pra casa.
Eu queria muito dizer que ele foi até o aeroporto e me impediu de viajar, me deu um beijo, pediu desculpas, mas isso não aconteceu. Ninguém nem mandou uma simples mensagem perguntando o motivo de eu ter saído mais cedo ou algo do tipo.
Quando desembarquei no aeroporto da minha cidade, logo tratei de pegar um taxi que me levou até em casa. Ninguém esperava me ver tão cedo, tanto que a reação da minha mãe foi de espanto.
- Filho, por que não ligou, nós teríamos ido lhe buscar - disse ela, me dando um abraço.
- Por que veio mais cedo? - perguntou meu pai, meio desconfiado.
- Não me senti bem e resolvi voltar - respondi seco.
Após mais uma série de perguntas, fui até meu quarto e dormi. Acordei por volta das 8 da noite com várias ligações do Maurício e do JF. Claro que não retornei o Maurício e liguei pro JF, que me perguntou como tinha sido a viagem e me contou que o Maurício ficou cabisbaixo o tempo todo. Segundo ele, eu havia mexido com o coração hétero dele, o que me fez rir.
Na janta, eis que uma maravilhosa notícia és me dita: meu irmão mais novo não viria passar as férias conosco. Pra quem não sabe, meu irmão mora em Brasília com uma tia. Devido a recuperação (e a namoradinha dele), ele resolveu não vir nas férias de junho daquele ano, então eu poderia ir até lá. Meus pais prontamente aceitaram que eu fosse e no dia seguinte eu já poderia embarcar pra Brasília.
Não avisei muita gente que iria viajar, apenas o jf, Letícia e alguns outros amigos. Pedi sigilo total à todos, já que não queria que Maurício soubesse onde eu estava, que concordaram em ficar em silêncio se essa fosse a minha vontade. Na segunda, depois do almoço, eu estava embarcando pra Brasília em uma curta viagem de apenas duas horas.
Cheguei no centro do Brasil por volta das 16 da tarde e meus conterrâneos já me esperavam, incluindo meu irmão. Nos abraçamos e em seguida fui até a casa de nossa tia Bia, que foi muitíssima atenciosa nos meus dias de estadia.
Novamente queria poder dizer que eu curti muito lá em BSB, mas infelizmente isso não aconteceu. Sempre que saia, era na companhia da minha família. Meu irmão que é apenas dois anos mais novo que eu - no caso ele tinha 16 na época - até que me chamava pra ir nos rolés com ele, mas eu não tinha ânimo nem vontade de me juntar novamente com pessoas do Ensino Médio, haahha.
12 dias depois lá estava eu voltando pra minha cidadezinha que tanto sentia falta. Quando cheguei, logo liguei pro JF e pra Letícia, que disseram que haveria um pocket-show do Chimarruts numa espécie de pub bem bacana da cidade. Fiquei animado e claro, marquei presença.
Aquele dia passou rápido, mostrei fotos de nossa família distante aos meus pais, fotos de monumentos, dei os presentes e toda essa clichê que é volta de viagem. Fui dormir e por volta das 22 já estava a caminho da casa de show. Antes, passei no João para pegá-lo, já que ele queria beber e então não poderia dirigir, principalmente sua moto gigante.
Como nossa cidade é pequena, quando há uma opção de diversão, a cidade toda decide ir pro local. A fila da pub estava enorme, mas felizmente a Let já havia comprado os nossos ingressos. Quando entramos, logo nos dirigimos para a área vip, onde havia mesas, cadeiras e open bar. Eu estava tão bem comigo mesmo que eu havia me esquecido completamente quem era o dono daquela pub: o pai do Maurício. Eu só vim me dar conta disso quando o vi subindo as escadas da área vip de mãos dadas com a Juliana, e puta que pariu, como ele tava lindo.
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Gente, me desculpem se esse capítulo ficou menor que o outro, é que as aulas na faculdade começaram e o tempo ficou corrido. Me desculpem também se o conto passado ficou confuso. Eu particularmente não achei que ficou confuso, mas um leitor disse que eu pulei alguma parte e isso não aconteceu, por isso o mesmo deu nota 7 ao conto. Gente, não é que eu não aceite notas baixas, mas se for dar uma baixa, que seja pelo menos por um motivo plausível. Dar nota 7 porque você não soube identificar e se adaptar a ordem cronológica da estória chateia e desmotiva os leitores a escrever.
Fora isso, quero agradecer de coração a todos os leitores: desde os que estão sempre comentando e dando opiniões; os que são novos e aparecem pela primeira vez a cada novo capítulo; e até mesmo aos "invisíveis", que leem mas mesmo assim merecem o meu mais sincero obrigado!
Continuem comentando, dando notas e dando suas opiniões, por favor! <3
