The Scientist - 5

Um conto erótico de Pierrot The Clown
Categoria: Homossexual
Contém 1360 palavras
Data: 02/08/2014 20:10:08
Última revisão: 02/08/2014 20:13:18

*Rafaela*

Domingo, existe dia mais preguiçoso que esse? Também é o famoso dia dos encontros em família, que na minha opinião, são só uma forma de tortura disfarçada. Meu pai havia prometido ficar sóbrio para ocasião e para meu orgulho estava cumprindo a promessa, pelo menos até agora. Estava deitada em minha cama pensando no dia que iria ter pela frente, segundo meu pai Lucas viria junto com seu pai. Bom, Lucas é filho de um grande amigo de infância de papai, sempre foi apaixonado por mim. Namoramos por um tempo até a personalidade controladora dele vir a tona, tinha ciúme de tudo e todos. Desde o término não larga do meu pé, a situação piorou 200% quando ele finalmente descobriu minha preferência por garotas, pra minha sorte, mudei sem dar notícias mas agora lá esta ele prontinho pra fazer da minha vida um verdadeiro inferno de novo.

-URRRR, POR QUE TUDO TEM QUE SER TÃO DIFÍCIL?

Gritei abafando com o travesseiro, segundos depois ouvi batidas na porta

-Entre

-Filha?

-Pai!!! Caiu da cama?

-Vim trazer isso pra você. Hoje eu quem cuido de você.

-Pão de queijo, suco, tortinhas de morango... Assim eu fico mal acostumada, seu Marcos! -disse o abraçando forte-

-Eu sei que tem sido uma fase difícil para nós dois, filha. E também percebi que não era certo, não é certo você carregar todo esse peso sozinha enquanto eu só pioro a situação, queria te pedir desculpas e te dizer que vamos sair dessa juntos, como o time que sempre fomos, meu amor. Muito obrigado por tomar conta de mim durante o período em que estive perdido, agora quero que me ajude a me encontrar, você pode me ajudar com isso?

-E você ainda pergunta, seu Marcos?

Ambos já estavamos com lágrimas nos olhos e em meio a um abraço acolhedor, cheio de carinho.

-Agora come, Rafa. Tenho uma surpresa pra você daqui a pouco.

-Ah não pai, conta logo vai!!!!

-Calma, mocinha. Na hora certa. Depois que acabar o café, vista-se, as visitas estão quase chegando.

Seu Marcos beijou minha testa e saiu do quarto. Era muito bom ver meu pai assim, nunca deixei de acreditar verdadeiramente nele, às vezes as pessoas estão tão confortáveis em sua escuridão que tem medo da luz. Acabei meu café, fui pro banho e desci. Cheguei à sala e lá estavam todos eles, Lucas me olhava de forma estranha e foi o último a me cumprimentar. Papai finalmente decidiu anunciar a tal surpresa.

-Gente, me desculpem por fazê-los vir de outro estado até aqui, mas hoje é um dia especial, um dia a ser comemorado. Eu e meu irmão de coração aqui queriamos dizer que iremos abrir nosso próprio negócio aqui, engenheiros Marcos e Pedro de novo na jogada!

Foi uma algazarra só, todo mundo dando os parabéns. Eu estava radiante pelo meu pai, enfim ele poderia recomeçar.

-Rafaela por que você não leva o Lucas pra conhecer a cidade? Tem que se acostumar né, filho? -Seu Pedro piscou para o filho e depois saiu-

-Tudo bem.

Adaptar à cidade... Então Lucas também mudou pra cá junto do pai. Droga! Não adianta fugir dos problemas, você os resolve de vez ou eles sempre irão voltar pra te atormentar.

Levei Lucas até a pracinha bem perto de casa, o céu estava negro, sinal de chuva, chuva não... Parecia mais com o dilúvio do século XXI. Eu estava caminhando bem a frente de Lucas quando senti sua mão segurando meu braço com força me fazendo parar e virar bruscamente contra ele. Senti seus lábios nos meus e a unica coisa que consegui pensar era no quanto aquilo me deixava enjoada. Me afastei dando um tapa no rosto dele

-TÁ LOUCA GAROTA??!!?!

-EU QUEM DEVERIA PERGUNTAR ISSO, NUNCA MAIS NA SUA VIDA ENCOSTE UM DEDO SEQUER EM MIM

A chuva nessa hora desabou, nos encharcando rapidamente. Lucas me olhava com ódio e uma risada nada normal, digamos. -Antes dessa sua palhaçada toda de ser uma sapatão idiota bem que você gostava dos meus beijos, dos meus toques -Lucas dizia enquanto se aproximava-

-CALA A BOCA LUCAS, A UNICA COISA QUE EU SINTO POR VOCÊ É NOJO

-Nojo? Deixa eu te falar, Rafinha. -disse chegando bem próximo ao meu ouvido. Eu já chorava- Nojo... É o que sua mãe sentiria de você se estivesse viva pra descobrir que a filha virou uma sapatão nojenta.

Eu desabei sobre ele com tapas enquanto ele apenas ria tentando se defender. Desabei com toda a raiva e dor dentro de mim, desabei como a força daquela tempestade que caía. Senti dois braços entrelaçando minha cintura por trás e me puxando. Eu poderia estar alucinando mas poderia jurar que era... Ela. Mesmo com a forte chuva eu ainda podia sentir seu perfume misturado ao cheiro de pele molhada. Quão grande foi a minha surpresa quando me virei e encontrei o mar que eram aqueles olhos. Minha primeira reação foi abraçá-la, esconder meu rosto em seu pescoço e chorar. Meio menininha, eu sei, mas foi a única coisa que consegui fazer. Ela ficou mais sem graça do que não sei o quê e eu senti seu corpo todo tenso, mas que se dane, eu havia achado o lugar mais seguro do mundo ali e não ia sair tão cedo.

Lucas nos olhava curioso

-Quem é você? Deixa eu adivinhar, mais uma sapatao ridicula do circulo de amigos arco-irís da Rafaela? -Ele perguntou à Alice-

Eu queria socá-lo mas só conseguia chorar.

-Olha, com a parte do sapatão eu até concordo mas prefiro o termo apreciadora de seres humanos do sexo feminino, de sapatão você chama a sua vó e, ahn, sobre a parte do ridicula... Não sou eu que estou fazendo uma guria chorar no meio de uma tempestade. Qual é, cara? Tu é tão ruim de papo assim?

Lucas ficou vermelho de raiva.

-A única coisa que vocês duas precisam é de um pau bem grande pra deixarem essa coisa abominável de lado.

-Ah não, eu tô muito bem com minhas escolhas mas recomendaria o mesmo pra você.

Alice riu e a essa altura eu já a havia largado e apenas prestava atenção na conversa, estática.

Lucas também riu

-Rafaela, quando desistir dessa merda toda e da sua namoradinha sapatão aí e precisar de um homem de verdade eu tô aqui. Eu sei que você não é... Isso.

Lucas virou as costas pra ir embora quando Alice falou

-Olha cara, a julgar pelo modo como ela te batia e chorava eu arriscaria dizer que... Meu pau imaginário é maior que o seu e eu se você foi trocado por uma "sapatao imunda blablabla", quer dizer que eu faço bem melhor que você. 1x0, VIVA AS SAPATÕES.

Lucas veio pra cima dela e eu gritei por socorro, ele era uma montanha, alto, musculoso e ela era baixinha e fofa e... Foco, Rafaela. Pra minha total surpresa, Alice era bem mais ágil do que pensei e conseguiu acertar um soco no rosto de Lucas e nessa hora me perguntei onde estaria meu passaporte para o inferno porque, a unica coisa em que eu conseguia pensar era em como ela ficava linda fazendo aquilo, em como ela ficava sexy com o cabelo na cara e rostinho bravo. Mateus que via tudo da lanchonete do outro lado da rua veio separar a briga. Mateus também era forte e alto, então não precisou de muito esforço. Lucas saiu dali bufando de ódio e desferindo mil xingamentos enquanto Alice apenas ria gostosamente. Meu deus, que mulher é essa?

Agora eu só enxergava o azul intenso brilhando na minha frente com um sorriso lindo no rosto. Apenas nós duas e os pingos de chuva sob nossas faces. Nós duas e a tempestade de que caia forte dentro de mim, tempestade de sentimentos novos e incompreensíveis pela minha quase-colega-conhecida que fazia o seu melhor para permanecer sempre como a estranha impossível de ser desvendada.

***************************

Gente, pra todo mundo que comenta, as meninas, os meninos aqui vai o meu MUITO OBRIGADA. É muito bom saber que vocês estão gostando. Leio os comentários de cada um de vocês com um sorriso no rosto. É isso. Até a próxima.

Siga a Casa dos Contos no Instagram!

Este conto recebeu 3 estrelas.
Incentive Vivi. a escrever mais dando estrelas.
Cadastre-se gratuitamente ou faça login para prestigiar e incentivar o autor dando estrelas.

Comentários

Este comentário não está disponível
Foto de perfil genérica

Mto bom cda capítulo acontece uma coisa diferente!;)Continua!

0 0
Foto de perfil genérica

To viciada no conto... Continua por favor

0 0
Foto de perfil genérica

muito bom, ainda mais teus pensamentos em horas... incovenientes kkk cont.

0 0
Foto de perfil genérica

Nossa, cara! Perfeito! A sua escrita é demais! Poste outro capítulo logo, hein :D

0 0
Foto de perfil genérica

Gostei bastante, foi bem merecido os tapas no lucas, continuaa

0 0
Foto de perfil genérica

Perfeito arrazou linda mto ansiosa pelo proximo nao demora bjoss

0 0