Após ter dado uma bela surra na Vanessa, o Douglas chegou em casa já de madrugada e se afogou numa garrafa de uísque. Seu coração estava perdido... O Christian fazia muita falta naquela casa; ele já estava acostumado com a presença do amado todas as noites e manhãs... Não havia porra de bissexualismo!Ele amava o Chris. – pensou ele, ao arremessar um copo contra a parede e chorar logo em seguida, demonstrando total fragilidade, num homem que teve de se manter sempre forte e sério. Seu maior erro foi ter deixado às brigas tomarem conta do seu relacionamento... Se talvez tivesse dado mais atenção ao marido, ou ate mesmo, ter sido mais carinhoso nas noites em que o Chris ia sempre dormir, necessitando de um afago dele, e no final, era consolado pelo próprio travesseiro. Mas isso não significava que o Douglas não o amasse; ele apenas perdeu o controle do seu relacionamento, devido a tantas pressões de seu trabalho e perturbações da Vanessa.
Ele se embriagou e acabou apagando no sofá, perdendo a hora do trabalho.
- Hã? Ai meu Deus! – ele se despertou, correndo para o chuveiro e se apressando para não se atrasar mais do que já estava. Mal comia direito, e sua mãe estava preocupada. Era o Chris quem preparava as refeições de ambos, e ele teve de se acostumar à comida enlatada e sanduíches.
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Naquele dia, o Chris acordava para mais um dia de faculdade. Na verdade, ele foi acordado pelo Anderson, seu então agora, amigo colorido. Eles transavam, se beijavam, mais ainda não rotulavam a relação como “namoro”.
- Seu sorriso encanta todas as minhas manhãs, sabia? A cada dia que passa, eu fico mais apaixonado por você. – disse o Anderson, dando um beijo gostoso nele.
- Na época da nossa amizade você não era tão bobo assim. – O Chris caiu na gargalhada.
- Época da nossa amizade?... Então quer dizer que não somos mais amigos, e sim...?
- Sim. Eu aceito namorar você. Mas com uma condição! Que você pare de pensar só em sexo, e tratar de conversar com esse seu pau, para que ele fique quieto, toda vez que você encosta-se a mim.
- O que eu posso fazer se você me deixa louco? E enquanto, o pensar só em sexo, prometo que irei me esforçar. – Chris deu um leve tapa no ombro dele.
- Pensar nada! É para cumprir. Nunca vi um cara tão tarado quando você!
Eles se encararam por uns segundos, e o Chris percebia através do seu olhar, que a sua cabeça estava ficando confusa. Ele não podia negar que ainda amava o Douglas loucamente, mas o Anderson estava mexendo com ele também. A boca, o sorriso, o carinho, o jeito meigo de ser do Anderson, estava conquistando o seu coração. Definitivamente, ele estava amando os dois.
- Eu te amo Christian. Quero que nunca se esqueça disso. Pode tudo acontecer, mas eu jamais vou deixar de te amar. – Anderson disse as lindas palavras dentro dos olhos dele.
- Eu sei disso. Você é incrível! Eu também amo você Anderson. E aos poucos, você me conquista cada vez mais. Bom, agora eu preciso ir. Estou atrasado para a primeira aula.
- Quer que eu te leve?
- Não. Não quero que você chegue atrasado em seu trabalho. Pode deixar que eu me viro. Beijos. – ele o beijou e partiu correndo para não perder o ônibus.
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Somente no outro dia, uma vizinha, amiga da Vanessa, percebeu o estado dela, e a levou para o pronto socorro. Lá, ela foi medicada, e tratada dos ferimentos que o Douglas havia deixado em seu corpo. No percurso, ela mentiu para a amiga, e se recusou a pronunciar o nome do Douglas. Mentiu, dizendo que foi um assalto, pois queria preservar a identidade do ex. Sua vingança estava a caminho, e desta vez teria consequências gravíssimas. Por tudo que passou nas mãos do ex, seu ódio só despertou, e como não tinha nada a perder, ela ia ser cruel na hora certa.
- Você tem que ir a delegacia dar uma queixa.
- Eu já falei Roberta, que eu não quero policia envolvida nisso. Eu vi a cara do filho da puta que me deixou desse jeito, e pode apostar... Eu ainda vou vê-lo chorando lágrimas de dor. Isso aqui não vai ficar barato. Ah, mais não vai mesmo!
Ela ficou pensativa, com os olhos ardendo em vingança.
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Depois da faculdade, Chris resolveu dar uma passada na casa dos pais. Depois de tanto tempo, ele sentiu que deveria ir lá.
- Oi mãe! Tem alguém em casa?
- Filho! Que surpresa! Nossa meu amor, quanto tempo você não vem nos visitar.
- Pois é mãe. Eu prefiro... Bom, a senhora sabe!
- Você estava adivinhando, por que eu fiz bolo de chocolate com muita calda. Do jeito que você sempre gostou.
- Jura mãe? Ai que pecado. Por isso que eu te amo muito. – ele deu um beijo no rosto dela, e ao se virar, deparou-se com o pai.
- Oi Pai. Como vai?
- Oi Christian. Quem é vivo sempre aparece!
- Não é uma surpresa boa Carlos? Nosso filho aqui com a gente?
- Milagres acontecem não é mesmo?
- Se o senhor vai começar, eu vou embora. – ele ameaçou partir, mas foi segurado pelo pai.
- Fica meu filho. Eu estou feliz que você está aqui conosco. Você pode me odiar, mais tudo que eu faço é para o seu bem. Eu te amo Christian. Me daqui aqui um abraço.
Chris ficou emocionado com as palavras do pai. Sempre brigavam quando se viam, mais daquela vez foi diferente; e de uma coisa ele tinha certeza: também amava muito o pai.
- Eu estava morrendo de saudades pai. Também te amo. Eu sinto falta de vocês. – Chris o abraçava forte, chorando.
- Você é o meu filho querido. Por mais que a gente discuta, eu nunca vou deixar de amar você. Vem, vamos comer o bolo que a sua mãe fez, como nos velhos tempos.
Aquela aproximação transformaria a vida do Chris. Seria um passo importante para os dias que viriam. Eles conversaram bastante e o Chris acabou sendo convencido a dormir por lá mesmo. Desde que se casou com o Douglas, que ele não dormia na casa dos pais... Vestiu uma roupa do pai, e aquele seria um dia épico. Conversaram sobre muitos assuntos, do passado ao presente, com direito a muitas risadas. Ele teve cafuné da mãe e conselhos do pai, sobre carreira. Em nenhum momento, a vida intima dele foi comentada, deixando o clima inda mais agradável.
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- Foi tão bom aquele dia que passai na casa dos meus pais. Eu to muito feliz!
- Estou vendo! – Anderson o abraçou.
- Vamos pedir uma bebida? Que tal um drink?
- Peça o que você quiser meu amor. – eles estavam num barzinho gay, somente os dois, num clima de maior romance e descontração. Anderson fazia carinho a todo o momento no Chris, que por sua vez, retribuía. Até que eles deram um beijo molhado e intenso.
Quisesse o destino, que naquele momento, o Douglas passasse pelo local e visse toda a cena.
CONTINUA...
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Queridos, peço mais uma vez, desculpas pela demora em postar. Se soubesse o quanto minha vida está agitada. Estou me esforçando para conseguir escrever e não deixá-los na mão. Mas não sou de abandonar o conto pela metade. Irei até o fim. E desta vez, não demorarei uma semana para postar. Um beijo enorme no coração de cada um.