Meu Mundo, Meu Universo II

Um conto erótico de LuHoff
Categoria: Homossexual
Contém 4320 palavras
Data: 28/08/2014 20:22:58
Última revisão: 22/10/2014 17:07:36

Uma Estrela de Brilho Decadente - Ato II

Dormi pensando em Matheus, enquanto pegava no sono flashes com imagens dele vinham a minha cabeça, seus olhos, boca, sua cama, seu quarto, seu rosto sorrindo... ele chorando correndo atrás de mim. Acordei!

Não entendi nada e por segundos parei para recordar o que havia acontecido ontem, era sonho ou tinha mesmo acontecido? Eu não sabia ao certo mas preferi acreditar que tinha acontecido mesmo. Levantei, tomei banho, café da manha e fui para o colégio. Nesse ínterim me perguntava se era real, a única coisa que sabia que era real é que o Matheus existia, nessa altura isso foi o suficiente para me confortar.

Depois do colégio chegando em casa almocei com pressa, enquanto era indagado por meus pais o por que daquilo, disse que era tinha muito dever de casa. Tomei banho, fui para meu quarto e senti medo do que poderia acontecer quando eu encontrasse o Matheus, se havia sido real, se ele lembrava, se ele tocaria no assunto. Nunca trocar de roupa demorou tanto, sai do meu quarto direto para a calçada esperar por ele.

Chegando lá para minha surpresa ele sorrindo e conversando enfrente a sua casa com duas meninas também vizinhas, não sabia sobre o que falavam mas riam muito. Por algum motivo que eu não entendia senti raiva, sentei na minha calçada e fiquei lá e não olhava para eles, segundos intermináveis ate que uma das meninas me chamou para ir ate lá.

- Ei Lucas, vem aqui, estamos falando de você – Isso me fez entrar em pânico, teria eu descoberto que tudo da noite passada tinha sido real pela pior forma, por outros rindo de mim?

Eu estava certo de que aquilo não era correto, poxa por que ele fez isso? Eu senti uma dor e raiva dentro de mim que conseguiria explodir um planeta. Em minha cabeça já imaginava como iria me vingar dele.

Quando já com os olhos cheios de lagrimas me levantei para voltar para casa, senti alguém segurar meu braço e me fazer virar involuntariamente, era ele, Matheus, que provavelmente viria para humilhar de perto. Ele olhou para meus olhos e viu que estavam marejados, prontos para chorar, me senti pior ainda e abaixei a cabeça e fiz força para me soltar e entrar, ele não deixou. Me puxou me abraçou com muita força.

-Lucas, você ta bem? – percebi no momento pelo tom preocupado dele, que ele estava preocupado.

Nessa hora, abraçado por ele e ainda de cabeça baixa perguntei:

- Ela disse que vocês tavam falando de mim, por que você contou para elas?

- Eu não falei de ontem para elas, elas estavam rindo por que você ta com camisa de pijama e ela é rosa. – nossa nessa hora eu tive que olhar para minha camisa, e era verdade, eu nem tinha prestado atenção nisso enquanto me vestia, mas tinha um detalhe:

- Ela não é rosa, é vermelha é do Flash! – falei com raiva de proposito querendo esquecer o fato de ser pijama.

Com isso Matheus riu e me soltou do abraço, falando:

- O Flash é legal, mas eu queria ser o super-homem. – de uma forma meio que me desafiando.

Nesse momento me encontrava perdido. Ele falava de mim com os outros, ria de mim, me abraçou e me confortou e me mostrou que eu estava enganado e ainda que estava de pijama. Era muito para digerir. Agora sabia que a noite passava tinha sido real, mas tinha medo de alguém além de Matheus saber daquilo, preferi só ficar calado enquanto os 3 conversavam sobre outras coisas, ate que as duas meninas também vizinhas foram para suas casas.

Logo que elas saíram Matheus se sentou na calçada de sua casa, e eu fiz o mesmo. Ele me fitou com aqueles lindos olhos castanhos e me puxou com as duas mãos pela cintura ate meu lado direito encostar ao lado esquerdo do corpo dele.

- Sabia que você tem cheiro de sabonete? – falou rindo e cheirando minha orelha.

- Mas eu gosto desse sabonete – falei sem saber o que responder, inseguro.

- É bom, eu gosto. – disse isso e continuou me cheirando, me fazendo cocegas. Eu ri bastante enquanto ele me segurava pelos braços de costas para a calçada passando o nariz pelo meu pescoço, costelas, barriga, peito e braços. Eu ria alto de forma descontrolada deitado olhando para o céu, ate que finalmente ele parou. Eu estava muito feliz, aquilo era melhor do que qualquer outra coisa no mundo.

Logo depois do meu ataque de riso ele me perguntou:

- Você gostou de ontem?

Nesse momento eu só balancei afirmativamente a cabeça e não sei por que motivo lambi o rosto dele, a bochecha(não sei mesmo pq fiz isso naquele momento, mas fiz). Ele riu muito e fez o mesmo comigo.

Passamos meses fazendo tudo junto, ate mesmo tomar banho, éramos como almas gêmeas um completava o outro, ele foi fiel e não falava sobre nosso beijos que acontecia cada vez com mais frequência e menos escondidos, já estava se tornando completamente normal. Até um dia que estamos no seu quarto, como da primeira vez, só que dessa vez eu estava deitado na cama com a barriga para cima e ele sentado encima de mim segurando meus braços e me fazendo cocegas, estávamos rindo muito, o que chamou atenção do seu pai que ao abrir a porta sem bater viu Matheus lambendo minha boca, dessa vez nem sequer havíamos apagado a luz.

- Matheus, levanta que quero falar com você, e Lucas vai para sua casa! – ele falou muito bravo comigo, isso nunca tinha acontecido.

Eu correndo me levantei, em direção a porta enquanto via o Matheus sentado no canto da cama coçando a cabeça, sem sequer olhar para mim. Fui para casa, meu pais acharam estranho, era um fim de semana e eu iria dormir na casa do Matheus, tinha ate levado DVD’s que não trouxe de volta. Eles perguntaram o que tinha acontecido e eu só disse que o pai do Matheus estava com raiva, eles entenderam e voltaram a ver TV. Porem escutei o pai do Matheus gritando, e ele chorando e pedindo para seu pai parar.

Entrei em pânico, comecei a chorar também e pedia para meus pais não deixarem aquilo acontecer, ele estava sofrendo e eu não estava lá, eu queria que aquilo parasse eu soluçava de tanto chorar e meus pais não entendia o porquê eu gritava junto ao ouvir os gritos do Matheus do outro lado da rua, ficaram muito assustados e foram ate a casa deles para saber o que acontecia.

- Esta tudo bem ai Carlos? O Matheus esta chorando muito. – disse meu pai preocupado com o que acontecia.

- Está sim, quando eu terminar aqui tenho que falar com você Miguel. – isso me fez morrer centímetro a centímetro por dentro.

O pai dele não se contentava em espancar o filho e ainda iria contar tudo que tinha visto para o meu. De certa forma isso me confortou, se ele iria ser castigado eu queria ser também, não me importava a dor que eu sentiria.

Carlos foi ate minha casa, chamou meu pai no portão e conversaram. Nesse dia meus pais mudaram comigo, eram cautelosos e prestavam atenção em tudo que eu fizesse como se me vigiando, isso durou alguns longos meses enquanto eu era proibido expressamente de falar com o Matheus.

(não contarei aqui td que aconteceu nesse período, foi muito triste eu já praticamente não sentia amor pela minha vida. É um pouco sombrio de mais e eu não gosto de lembrar disso)

Com o tempo meus pais perceberam que algo estava errado comigo e foram conversar com os pais do Matheus, escutei eles falando na sala da minha casa em voz baixa. Eu não entendia absolutamente nada do que era dito, somente conseguia entender do meu quarto quando falavam Matheus ou Lucas. Percebi que havia acabado o que acontecia na sala, era noite mais ainda cedo ainda passava jornal na TV.

Escutei baterem na minha porta, e eu não queria escutar meus pais me reprimindo novamente, passei 2 meses sem olhar para eles, não seria agora que os deixariam entrar. A porta não era trancada, ela abriu sem minha permissão e eu escutei o melhor som que existia no mundo.

- Eu to aqui, ta tudo bem! – Matheus disse, a voz dele era minha voz, o som dele era o meu.

Nesse momento fiquei tão perplexo que não consegui me mexer mais do que me sentar na minha cama. Saiam lagrimas dos meus olhos mas eu tinha uma expressão vazia, era como se minha alma não aguentasse meu corpo, e as duas brigassem e como refém estavam meus sentimentos. Matheus também tinha lagrimas nos olhos, mas de felicidade, as minhas eram de realização e raiva.

Vi seus pais na porta do meu quarto, e sentia asco do seu pai por tudo que havia feito ao Matheus, eu era muito pequeno para entender o que era ódio, mas desejava que ele pagasse de alguma forma tudo que nos fez. Eles viraram saíram da porta do meu quarto e pararam de nos observar. Após algum tempo que eu e Matheus estávamos no quarto vendo filme senti curiosidade de escutar o que falavam na sala, e o motivo dessa mudança repentina, disse ao Matheus que iria pegar refrigerante.

Fui bem devagar pelo corredor, me esquivando dos móveis que tinham nele perto da porta dos quartos sem fazer barulho, queria ouvir e descobrir quando eu e Matheus seriamos punidos outras vez. Ouvi frases desconexas como:

- O que faremos com isso?

- Isso não é normal.

- Juntos acontece isso que deve está acontecendo no quarto, separados eles definham(nem sabia o significado dessa palavra na época).

- devemos falar que isso é proibido, mas não tem como deixar um longe do outro.

Foi exatamente o que queria ouvir, eles não vão nos separar outra vez.

Voltei ao quarto, sorrindo e muito feliz. Matheus perguntou pelo refrigerante e eu nem dei atenção fui direto o abraçar sob a cama. Ele se afastou e disse que não podia, que isso era errado, que iriamos apanhar, e eu contei o que tinha escutado. Ele ficou confuso, e decidimos então que deveríamos ter mais cuidadosos dessa vez.

Nos abraçamos, mais uma vez eu lambi seu rosto e ele começou a me fazer cocegas exatamente como no dia que fomos pegos pelo pai dele, como que pelo sub consciente algo deveria continuar de onde parou. Eu desliguei a TV, abri mais ainda a porta para escutar o que acontecia nos resto da casa.

Outro beijo, ainda melhor que o ultimo, senti algo salgado enquanto o beijava e já não me importava se eram suas lagrimas ou as minhas. Dessa vez com muita língua, muito mais carinho e com um sentimento incontrolável, com vontade de fazer tudo que não pudemos fazer antes. Eu botei minha mão no pênis dele sentindo que estava muito duro exatamente como o meu, ele fez o mesmo estávamos usando muito mais língua durante o beijo do que antes, aquilo era maravilhoso queríamos mais e mais. Ouvimos passos no corredor. E fomos interrompidos e paramos, mas dessa vez corri e sentei na beira da cama para não causar suspeita alguma.

Pareceu que eles gostaram do que viram, seus dois filhos estranhos não estavam fazendo coisas estranhas. Foi o suficiente para que eles mantivessem uma perspectiva boa e controlada dos seus filhos. Algo estava mudando em mim, por dentro eu sabia que a única forma de ter o Matheus era me defendendo.

Já haviam se passado alguns meses, Matheus já tinha 12 anos. Não pude estar com ele em seu aniversário, caia em época de férias e ele tinha viajado para o Rio de Janeiro com sua família. Mas o meu era no final de julho e claro que ele foi convidado, a essa altura nosso pais até nos corrigiam quando estávamos de mãos dadas, mas sem brigar. Posso dizer que eles se acostumaram, porem ainda queria que tudo fosse normal.

Meu aniversário tinha sido todo feito como eu queria, falei o tema e como eu queria tudo, meus pais concordaram e gostaram até. Vários vizinhos e outras pessoas e crianças entravam e aproveitavam a festa enquanto eu esperara o Matheus. E mais uma vez aconteceu, em câmera lenta o vi chegando com seus pais. Ele estava muito bem vestido, ate de mais para uma festa comum(camisa social branca e calça jeans preta, com sapatos e não tênis), seu cabelo penteado com bastante cuidado ficou muito certinho, como se deixasse bem claro que queria passar boa impressão.

Seus pais me deram parabéns, e ele me entregou o presente(eram vários bonecos do Flash em uma caixa grande, claro que foi ele que escolheu, ele sabia que eu gostava do Flash). O vi todo arrumado e senti vergonha, eu vestia uma camisa VERMELHA(não rosa) com um símbolo bem grande do Flash. Mas toda minha festa era com decoração do Super-Homem, propositalmente, queria que Matheus soubesse o quanto era o importante para mim, a festa era para ele.

Deu certo, ate de mais. Durante todas festa ele ficava do meu lado, perguntava o que eu queria comer e quase não ficávamos com os outros convidados, ele queria segurar a minha mão ou ficar abraçado durante toda a festa. Logo imaginei que deixar bem claro que ele era o Super-Homem tinha dado realmente certo, fiquei feliz por isso.

Ele pediu para dormir na minha casa, nossos pais deixaram. Eles sabiam que tudo iria dar errado(ao olhos deles) e permitiram como se fosse uma armadilha. Eles queriam ter certeza que continuávamos tendo uma vida de “namorados”.

Depois do final da festa, já todos em suas casas meus pais falaram que era muito tarde, que deveríamos dormir, que devíamos direto deitar cada um em sua cama e dormir. (Como isso seria possível?).

Tomamos banho, cada um sozinho e sem despertar suspeitas. Emprestei um pijama para Matheus e vesti minha camisa de pijama do Flash(vermelha e não rosa). Ele passou vários minutos sentado na cama de baixo da minha, balançando muito as pernas esperando o silencio na minha casa para subir, assim que ele percebeu que todos na casa dormiam ele subiu.

Já não nos beijávamos como antes, havia mudado, parecia que sentíamos sede um do outro, abríamos a boca mais que antes, usávamos a língua muito mais que antes, isso acontecia enquanto ele ficava de joelhos na cama mais baixa que a minha, com a minha cama ficando na altura da sua barriga. Em pouco tempo ele subiu, varias vezes falou que eu cheirava a sabonete. E cheirou todas as partes do meu corpo, isso já era o suficiente para me deixar excitado. O sentimento era tão forte um pelo outro que sentia que a luz a nossa volta podia queimar qualquer outra coisa que não fosse eu e ele. Algo com o calor de um sol inteiro comprimido dentro de um quarto.

- Meu pai me mostrou uns filmes, ele disse que tinha que fazer com minha namorada. Vou fazer com você, ta? – ele disse isso tirando meu pijama, eu era dele, ele poderia fazer tudo que tivesse vontade.

- Vou colocar alguma coisa na frente da porta, eles podem abrir(não tinha tranca na porta do meu quarto, por motivos que já disse antes que não gosto de lembrar).

- Não precisa, eu vou escutar se alguém vier, sou o Super-homem. – disse Matheus sorrindo, e eu confiei que também escutaria caso alguém acordasse. Então continuamos.

Matheus continuou tirando minhas roupas, e aos poucos foi beijando todo meu corpo. Começou pelo pescoço, baixando pelo peito e barriga. Nesse momento havia pouca luz entrando pela janela, ela refletia na minha pele enquanto podia ver Matheus tirando bem devagar a parte de baixo do meu pijama, junto com minha cueca. Ele segurou meu pênis, que estava muito duro, beijou a cabeça, passou a língua, colocou todo na boca, durante algum tempo. De verdade aquilo era bom de mais, mas queria sentir o beijo dele, ainda não entendia muito bem a parte do sexo.

Ele parou o que fazia, tirou toda a roupa dele e se deitou ao meu lado. Virados de frente um para o outro pelados, exploramos todo o corpo um do outro. Algo ainda maior que luz emanava de nós. Éramos duas estrelas em fusão, uma supernova acontecia dentro de um quanto entre dois adolescentes, cheguei a escutar coisas se movendo mas fiquei de olhos fechados. Pernas entre pernas, mãos segurando membros, beijos intermináveis. Matheus me chamou de amor, e eu falei que o amava mais, êxtase. Neste momento o tudo tinha sentido, éramos fogo, éramos paz, controlávamos o mundo, ele era nosso, era como se o planeta todo estivesse parado e somente nos dois continuávamos nos movendo. Sentia como se o atrito entre nossa pele gerasse luz e queimasse, era como se nos dois brilhássemos tanto que conseguiríamos deixar o Sol tímido. Naquele momento éramos o sentido da vida éramos justos apenas um, a personificação do amor. Assim acabamos dormindo.

Como em sonho, já era dia, acordei completamente sem roupa abraçado com Matheus que também estava pelado. Estávamos coberto pelo meu cobertor, estava frio no meu quarto, pelo o ar-condicionado. Rápido me vesti, fui a cozinha e levei “café da manhã” para o Matheus, na verdade eram doces, pães de queijo e picolés que sobraram da festa, sabia tudo que ele gostava e levei.

Eu o acordei, ele abriu os olhos com calma, olhando para a cama como se estivesse me procurando, até me achar ajoelhado na cama de baixo apoiado pelos cotovelos sobre o colchão apoiando meu rosto e olhando para ele. Enquanto ele tirava a coberta via seu corpo nú, era lindo, moreno, magro, com poucos músculos, admirei a marca de sunga na sua pele que nessa parte era bem mais branca(a mãe dele estava certa, ele não era moreno, e sim bronzeado pelo sol, rsrsrs). Matheus vestiu sua cueca e bermuda e começou a comer. Olhando para ele percebi que poderíamos ser normais, que meus pais tinham se acostumado e tudo ficaria bem dali em diante. Passamos o dia todo junto, tínhamos ate liberdade para repetir o que aconteceu durante a noite sem ninguém nos incomodar.

Durante alguns dias vivemos um sonho, o universos era nosso, nos acreditávamos na nossa luz, aquilo era perfeito não poderiam nos separar.

Um dia acordei animado para ir ao colégio me arrumei, pronto fui ate a sala da minha casa. Tinham muitas malas que não estavam ali um dia antes. Meus pais falaram que iriamos nos mudar. Que iriamos para uma casa maior e mais espaçosa e isso era bom. Obvio que não concordei, queria estar perto do Matheus, mas de nada adiantou já estava decidido. (algum tempo depois descobri que essa mudança era proposital. Eles haviam visto eu e Matheus dormindo pelados e abraçados. Eles já não sabiam como me mudar, tudo que faziam para me afastar do Matheus era perigoso de mais para mim).

Eu passei muito tempo sozinho e chorando na nova casa, não pude ao menos me despedir do Matheus. Queria ligar para ele, mas meus pais haviam tomado meu celular. Tentei pelo telefone comum, era como se o telefone da casa dele não existisse. Muito mais rápido e pior do que antes eu vivia nas sombras dentro da nova casa. Era como um demônio escondido. Até um dia em que falei que me afastar do Matheus seria mais doloso para eles que para mim.

Tudo se tornou um inferno, minha nossa casa era um quadro surrealista de gritos, choros e arrependimentos, ao som de opera que meus pais colocavam para os novos vizinhos não perceberem.

Dois anos depois meus pais se descuidaram e me levaram a antiga rua, para visitar um casal de amigos, fiquei dentro do carro. De longe o Matheus viu que eram meus pais e foi em nossa direção. Abri a porta e desci com pressa, era ele, era ele.

Depois de 2 anos o vi de longe, Matheus tinha crescido. Ele estava mais lindo que nunca, estava maior e mais forte, seus ombros estava mais largos e definidos, seu cabelos loiros tinham um novo corte, era curto e arrepiado. Já eu, era um adolescente magrelo, que era possível contar minhas costelas quando eu estava com camisa. Magro frágil e mais pálido que nunca, minha franja cobria meus olhos propositalmente, odiava ser olhado, me tornará um ser amargo, perdi toda minha luz nos dois últimos anos, me sentia como um Dementador do Harry Potter, era mais confortável para mim assim.

Matheus desviou do meu pai que tentou o segurar, de repente senti algo acendendo, uma luz queimava forte novamente. Seu sorriso era melhor que antes, nos abraçamos, ele me mandou correr.

- corre Lucas, corre, corre, corre! – gritava Matheus pedindo que eu saísse de perto dos meus pais.

Não consegui, meu pais já me seguravam e me empurrava de volta ao carro. Eu estava fraco. Gritei, chorei, quase quebrei o vidro do carro. E mais uma vez fui impotente e deixei mandarem em mim.

Durante isso, escutei meus pais falando que ele estava seguindo o carro. Na mesmo instante olhei pelo vidro de traz. Matheus estava nos seguindo de bicicleta, meu pai acelerou, virou em varias ruas para despistar. Mas só assim percebi que ainda morávamos perto. Meu pai não o enganou. Ainda querendo se esconder meu pai colocou o carro na garagem com pressa.

Alguns minutos depois escutei a campainha, tocando varias vezes de forma apressada. Eu já havia desacreditado do mundo. Mas olhei pela janela por curiosidade. Era ele em sua bicicleta, eu corri, eu corri muito, eu não iria parar. Ele tinha achado minha casa, mesmo depois de tudo ficamos abraçados e conversando por muito tempo, meus pais tentava nos soltar mas não conseguiam. Com isso acabaram meus pais acabaram se rendendo a aquela situação, era mais forte que eles.

-É, não tem jeito mesmo de separar vocês dois. – disse minha mãe compreensiva. - Lucas sobe logo e prepara a cama do Matheus, vamos falar com os pais dele.

Me senti feliz, novamente ficaria com ele. No meu novo quarto arrumando a cama do Matheus, achei ele estavam demorando de mais a aparecer no quarto. Olhei pela janela e o vi de cabeça baixa, meus pais apontavam o dedo para ele o que fazia abaixar ainda mais a cabeça. Isso não estava certo, corri para a abir a porta da sala, ela não abriu. Parecia trancada, ele ainda estavam lá fora e eu não conseguia fazer nada. Chutei todas as portas, gritei o mais alto que podia. Gritei para o Matheus falando que eu seria mais rápido dessa vez. Disse que e o amava. Quebrei todas as janelas de vidro que podiam servir de passagem, não serviam eram muito pequenas.

Após aquele dia não vi mais o Matheus. A ultima noticia que tive dele foi que sua família se mudou do bairro. Levando com ele toda a luz e o brilho que um dia tive. Minha vida agora era gelada, sombria e quebrada, só o tempo mudaria o obscuro ser que havia me tornado. Meus pais queriam me mudar por dentro, queria que eu fosse como eles e eu concordei, aceitei de cabeça baixa sem reclamar.

Dentro de mim sentia como se meu coração houvesse congelado de vez, liberando nitrogênio nas minhas veias, senti meu corpo inteiro frio envolto por uma capa de gelo azulada da mesma cor dos meus olhos. Dentro de mim só restará ódio, sentia como se eu pudesse fazer nevar a minha volta em pleno verão, a crueldade me abraçava me confortando. Vingança era uma palavra que havia sido tatuada dentro do meu coração. A partir dali todos os dias seriam inverno naquela casa.

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Nossa o que falar para vocês??? Agradecer é pouco, acreditem em mim quando eu digo que não esperava atenção, pensei que seria como uma terapia para mim. Mas ao ver os comentários fiquei muito motivado de verdade a continuar. Vocês todos me deixaram de olhos marejados sempre que lia um novo comentário. O que escrevo nos contos é verdade e principalmente neste quando disse que me tornei gelado para suportar o que aconteceu. Não sou de me emocionar facilmente, mas escrevendo aqui foi impossível não derramar muitas lagrimas pela dor que se guardada pelas lembranças.

Vocês são fo*da. :D. Como de um dia para o outro pessoas que não conheço, nunca as vi e nem sei o nome se tornaram tão importantes???? Muito, muito, muito obrigado pelos elogios.

luquinhasDrago.-.

Monster

Ru/Ruanito

vini...

Rafaah

Muito obrigado de verdade, prometo melhorar a minha forma de escrever, fico feliz que não tenham achado a historia muito grande. Dependo de vcs para melhorar, me critiquem me ajudando a diminuir meus erros. :********

Petricky – Obrigado, realmente falar disso também me faz voltar no tempo, quando meu mundo era puro e inocente. Por favor continua lendo!!!! Rsrsrsrs :****

The hearthbreaker – Você foi especial, vc realmente me encorajou a escrever mais e mais. Quando li seu comentário foi como receber um abraço carinhoso e estimulante. Me pego pensando em como agradecer a isso. :*****

May Lee – Sua linda!!!! Obrigado, vc de verdade fez eu me sentir aceito aqui!!!, isso é muito importante para mim, te daria um beijão no rosto se vc estivesse aqui do meu lado. Rsrsrsrs. Na minha historia tem mesmo muita nostalgia, sinto muita saudade daquela época, mas voltar no tempo não é uma opção, infelizmente, pois dessa vez teria forças para fazer dar certo. Obrigado, obrigado, obrigado :********

Irish – Nossa, muito obrigado, sendo honesto vc me fez derramar lagrimas enquanto lia seu comentário, descreveu perfeitamente o fato de quando eu e Matheus éramos crianças não vestíamos mascaras. Bem prometo não abandonar a historia da minha vida, rsrsrsrsrs, mas fico triste com o caminho que ela vai tomar e talvez entristeçam vcs também, mas me sinto obrigado a não criar ou inventar encima dela, e só expor o que aconteceu pela minha perspectiva. Obrigado!!! :******

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Comentários

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Que triste! Sofri lendo esse capítulo!

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Primeira vez choro lendo um conto, muito emocionante

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Não tenho palavras suficientes pra descrever o quanto seu conto me tocou,ainda mais pq li este capitulo escutando Kiss me do Ed Sheeran.Não sei se vc Lucas lera meu comentario,mas eh que me sinto na obrigacao de faze-lo.Parabens,vc fez-me emocionar muito.Muito obrigado por dividir sua magnifica historia.Parabens.

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Sua historia é fantastica e triste ao mesmo tempo,é como mel misturado ao fel,e claro super bem detalhada o que o torna ainda melhor.Ancioso pro próximo.

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Lucas querido, eu vou te chamar pelo seu nome, pois eu quero me sintir próxima a ti, tudo bem? Lucas, meu querido Flash brasileiro, eu estou muito emocionada. Li o capítulo de hoje chorando. Eu estou tão triste que os seus pais tenham tomado essa decisão. Isso é horrível!! Eu não sei você, mas eu não conseguiria perdoar esse fato. Infelizmente, as pessoas que a gente mais confia, são as que mais nos decepcionam. Eles não têm noção das consequências futuras. A vida é tão injusta, as vezes. Lucas, eu li em um comentário seu nesse capítulo que você ainda não conseguiu reencontrar o Matheus e que sem ele é como se uma parte sua faltasse. Lucas, meu Flash, não desista. Não deixe os seus pais vencerem a batalha. Vá atrás! Busque o seu amor de volta. Vocês se pertencem. Um amor tão puro como o de vocês é pra ser vivido. Não desista! Não perca as esperanças! Talvez o Matheus esteja por aí na mesma situação. Bom, eu não sei o que vem a seguir na sua história, mas eu sinto que você ainda não nos relatou o pior. Lucas, eu quero que você saiba que não está só. A cdc é como se fosse um refúrgio dos amantes da vida. Aqui é como se a gente fosse família. Aqui a gente pode ser nós mesmos. Aqui encontramos companheiros de estrada e amigos de fé. Se na sua vida você nao teve uma âncora de apoio, aqui você tem gente que te compreende e aceita independente do quê. E mais uma vez ressaltando, VOCÊ NÃO ESTÁ MAIS SOZINHO. Sabe aquele ditado que diz que família a gente não escolhe, mas amigos sim?! Pois é, sinta-se à vontade, Lucas. Eu adoraria ser sua amiga, meu querido Flash. Bom, agora eu só queria te abraçar e agradecer por você compartilhar sua história. Eu admiro muito e respeito quem o faz. Obrigada, querido! Fica bem, ok? Beijos!♥

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M(a)rcelo – seu comentário me fez perceber que de certa forma todos nos estamos juntos, pq as coisas tem q ser assim né? Me sinto indignado com a falta de humanidade das pessoas. Obrigado por ler, imagino que deva ter sido um sacrifício, pelo tamanho, rsrsrs prometo diminuir. :**********

Estou tendo um pouco de dificuldade com as próximas partes, as coisas começam a ficar mais específicas e to tentando criar uma forma para que as pessoas não possam um dia ser reconhecidas, vai saber né.... tive que aprender a ser cuidadoso nesse mundo... :(((((

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Poxa, ou não canso de agradecer vcs, e nunca vou cansar. Fico muito feliz que tenham gostado da forma fantasiosa que descrevo as coisas. Eu meio que tento ver o mundo de forma mais metafórica e magica, talvez seja alto-defesa. Isso também me ajuda a tentar passar “visualmente” meus sentimentos da época. Muito obrigado mesmo Rafaah, Ru/Ruanito, Dj' :****.

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Ah,seu conto me lembrou uma música.Legendary Lovers.

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Conto puro e bem sincero.O jeito que ad emoções e sentimentos são passados é mágico e natural,aos meus olhos é encantante e egoísta ao mesmo tempo...Por favor continue!E não demore!From Dj'-Friday-12am

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Nossa! Não tem o que dizer... a emoção que você passou quase me fez chorar, o que só não aconteceu porque estou na aula kkkk confesso que viajei lendo sua historia. Vi que você citou a opera e, na minha mente, aquelas peças super intensas iam passando enquanto, lendo, eu senti a dor que você passou! Comigo não foi diferente em relação à aceitação. Não tive um amor mas eu não era normal, não jogava bola e nem soltava pipa. Meus pais queriam me mudar e passaram a me controlar, tornando qualquer movimento meu um pecado mortal... vivi à sombra da vontade deles, sempre cedendo e abrindo mão de mim, do que eu acreditava. Hoje, diria que estou tentando aos poucos tomar as redeas da minha vida, mas aquela época deixou marcas que talvez nem o tempo apague. Belissimo seu texto e a forma como nos toca. Parabéns!

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Iiiissooooo acaba com a vida de Mandadores dos seus pais. Faça da vida dessas pragas um inferno esses malditos

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Sua escrita me deixa tão encantado , seu texto me passa sentimentos bons , é tudo tão mágico , espero q VC continue logo , n consigo mas ficar sem ler o seu conto , abraços. <3

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Drago.-. claro q foi citado, seu comentário me ajudou a ter vontade de continuar. Essa parte ficou muito grande e revisei com pressa, ficou com vários erros, eu sei, mas meio que queria falar tudo sobre o Matheus de uma só vez. já quanto ao que nossos pais fizeram, já vejo isso como normal sabia? tive que lutar contra minha casa para tentar ser feliz, ainda não somos aceitos como normais... e como posso dizer.... as coisa melhorara sim!!! Rsrsrsrs

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Oh My God criei conta ontem e ja sou citado, que emoção *-*, mais isso que fizeram com vocês foi muito ruim, não ligaram para o que VOCÊS sentiam, que queriam. Tomara que algo bom aconteca(certeza que vai acontecer) nos próximos contos. OBS : A esperança é a ultima que morre meu caro.

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