- Sim, vamos conversar, mas precisa quebrar tudo dentro de casa? - perguntei estressado.
- Meu pai cada dia me cobra mais, fica sempre passando na minha cara que eu não faço nada, não aguento mais isso, não vejo a hora de sair de casa - ele disse.
- A primeira coisa que você tem que fazer é conseguir um emprego, eu posso conseguir lá no Joquei se tu quiser.
- Tá, mas com o dinheiro que eu receberia, mal daria pra pagar a faculdade, quem dirá pra eu me manter.
- Tu pode vir morar aqui se tu quiser, tipo, o ap não é grande mas cabe perfeitamente nós dois aqui, tu pode ajeitar tua vida e ficar me dando a quantia que tu achar que pode me dar, não tenho muitas despesas aqui mesmo, nós dois passamos o dia fora...
- Tu faria isso por mim mesmo?
- Claro, tu é meu namorado.
Enquanto ele falava, recebi uma mensagem do meu chefe dizendo que eu teria de ir até o Joquei resolver uns problemas com ele, já que nós estávamos abrindo uma espécie de "filial" do em outra cidade. Ele pegou meu celular e tacou no chão, que se espedaçou em vários pedaços sem nem deixar eu responder meu chefe.
- Tu tá ficando doido, seu filho da puta? - levantei irritado do sofá.
- Me dá atenção, caralho
- Tu tem que entender que tu não é o centro do mundo e não é o meu centro, eu escuto com os ouvidos, não com os olhos e muito menos com os ouvidos, seu leproso! Sai daqui agora
- Mas...
- Mas é o caralho, eu to muito puto contigo. Sai daqui antes que eu quebre tua cara.
Ele saiu e eu tentei recuperar meu celular, o que não deu muito certo. O meu celular era um iPhone 4 e ele era praticamente todo de vidro, ou seja, tinha ido pras cucuias. Peguei a chave do meu carro e fui até o Joquei, onde ouvi reclamação do meu chefe dizendo que estava cada dia mais difícil conseguir alguém capacitado pra ficar na direção da filial. Concordamos em fazer uma espécie de "seleção" na semana que viria e então fui dispensado. Na volta pra casa, passei em uma loja de celulares pra ver se conseguia comprar pelo menos outro iPhone 4, já que naquela época tinha acabado de sair o iPhone 5S ele tava o olho da cara.
Voltei pra casa, comi alguma coisa e passei o dia sem falar com o Maurício. Ele não tinha ido pra faculdade e eu estranhei, mas ninguém sabia dizer o motivo de sua falta. Voltei pra casa e dormi cedo, já que não tinha como ficar conversando.
No dia seguinte, decidi que ia comprar um celular novo. Peguei a chave do meu carro e quando estou passando pela recepção do condomínio o porteiro me para.
- Senhor, bom dia... deixaram essa caixa pro senhor!
- Uai, quem?
- Um senhor que não quis se identificar. Quer que eu abra?
- Não precisa, vou abrir aqui mesmo.
Era uma caixa enrolada em um papel de presente e um laço. Dentro do papel havia uma carta e um iPhone 5S dentro da caixa. Quase surtei quando vi aquilo.
- Isso é pra mim? Tem certeza? - perguntei de olhos arregalados.
- Sim
- Quem foi?
- O senhor poderia ler o cartão pra saber..
O cartão dizia algo mais ou menos assim.
"Desculpe estou um pouco atrasado mas espero que ainda dê tempo de dizer que andei errado e eu entendo as suas queixas tão justificáveis e a falta que eu fiz nessa semana... coisas que pareceriam óbvias até pra uma criança. Por onde andei enquanto você me procurava? Será que eu sei que você é tudo aquilo que me faltava? Tô deixando esse presentinho como pedido de desculpas pelo seu celular que eu quebrei ontem. Me liga!"
Eu ri muito daquilo, quase não acreditava. Gente, era lançamento do iPhone, acho que fui uma das primeiras pessoas a ter um aqui da cidade. Eu fiquei muito feliz porque eu não tinha nem em mente comprar um celular desse preço, apesar de eu ser super fã da Apple.
Liguei o celular e logo a primeira coisa que fiz foi ligar pra ele. Claro que antes tiveram uns processos chatos de corte de chip, colocar película, instalar os apps e etc.
- Ei...
- Oi? - ele respondeu.
- Eu te amo
- Eu te amo mais. Gostou do presente?
- Um pouco...
- Porra, esse celular é o lançamento, o top dos tops e você não gostou? Assim meu bolso não aguenta.
- Deixa de ser trouxa, eu gostei... só achei desnecessário. Você tem que economizar dinheiro.
- Relaxa, usei uns pontos que eu tinha, dei uma entrada e parcelei o resto no cartão de 24 parcelas sem juros - nós dois rimos. Então, aquela sua proposta, ainda tá de pé? - ele perguntou.
- Tá sim, só tenho que falar com meus pais antes, sabe como é, né.
- Beleza. Já disse que ia morar com você aqui em casa.
Depois disso, nos falamos um pouco mais e eu fui dormir. Mal sabia eu que no dia seguinte eu receberia uma notícia que mudaria minha vida.
-
Gente, sumi, né? Pois é, eu sei, devo um pedido de desculpas a todos vocês. Como expliquei no conto passado, eu estou com LER (Lesão por Esforço Repetitivo) de tanto escrever no computador. Meu médico pediu pra que eu desse uma maneirada no uso do computador e eu até tentei continuar escrevendo, mas a dor é demais, só quem tem sabe do que eu estou falando. Agora eu já estou podendo escrever, desde que seja lentamente, por isso acho que o conto deve ter ficando menor que o normal.
Enfim, obrigado a todos os comentários me desejando melhoras e elogiando o conto, cada dia fico mais feliz com o número de comentários aqui, vocês são demais. Prometo não demorar mais tanto a postar, sério!