A Volta por Cima Cap.8

Um conto erótico de avoltaporcima
Categoria: Homossexual
Contém 1351 palavras
Data: 29/08/2014 00:20:25

Cap.8

Logo saímos andando. As ruas da minha cidade não haviam mudado muito nesses 10 meses. Logo cheguei na minha casa. Estava de volta ao lugar que eu mais gostava. Corri, Lucinda já me esperava de braços abertos.

- Filho, você voltou !- falou, me dando um abraço apertado- enfim isso tudo terminou, graças !- logo Roberta apareceu.

- Guilherme !- falou, gritando e correndo pra me abraçar.

- Ai, como é bom te abraçar irmã fake- era assim que a gente se chamava, e depois, o outro dizia a seguinte frase

- Mas irmãos de coração !- falou, limpando os olhos. Logo me levaram pra dentro- e então, como foi esse tempo lá dentro.

- Não posso dizer que foi bom. Chorei muitas vezes, não esperava uma reviravolta dessas. Já tinha botado na cabeça que iria passar 5 anos lá. Morri de saudades de vocês, mas também tive motivos pra sorrir.

- Você conheceu alguém né ?- balancei a cabeça, concordando.

- Eu já falei que quero conhecer esse homem, se for um malandro eu não vou dar minha bênção- Lucinda falava, rindo.

- Pode ficar tranquila Lucinda, ele não é malandro. Pode ir comigo lá na semana que vem, conhecer ele.

- Você vai voltar lá ?- ela perguntava

- Claro, prometi pra ele que o visitaria sempre que desse, falta apenas 2 meses pra ele sair. Vou contar os minutos até esse dia chegar.

- Mas pra ele estar lá dentro, ele deve ter feito algo.

- É. Mas pode-se dizer que ele não estava em seu juízo perfeito, e ele já se arrependeu. Quase se mata no começo da pena, de tanto arrependimento. Acho que ele já pagou parte da sua pena, passando 10 anos lá dentro.

- O que ele fez ?

- Ele matou uma pessoa, no transito- ela se assustou ao ouvir morte, assim como eu- mas tem porque ter medo. Ele não é um assassino sanguinário, ele apenas cometeu o erro de beber e dirigir, e está terminando de pagar por o ter feito. Você vai ver, ele não é uma pessoa ruim, a gente sente isso.

- Vou acreditar em você- ela dizia, vindo pra mais perto- sabe, você não sabe o quanto eu fiquei preocupada aqui esses meses- ela dizia, com os olhos marejados.

- É verdade, ela teve que tomar até remédio pra dormir, porque ela não tava dormindo direito- Roberta dizia

- Ah não, nunca mais faça isso Dona Lucinda, eu não conseguiria viver sem você- falei, a abraçando

- Eu não consigo me controlar. Você já assumiu o papel de filho homem que eu nunca tive em meu coração, me preocupo com você igual como me preocupo com Roberta.

- E pra mim, você é o irmão homem que nunca tive- falou, me abraçando por trás.

- Claro maninha- ali percebi que tinha uma família de verdade, melhor do que a minha família de sangue, que no meu coração, quase nem existia.

- Sabe quem esteve aqui ? - Lucinda falava

- Quem ?

- Seu pai- me surpreendi.

- O que ? Como ele descobriu onde moro ? O que ele veio fazer aqui ?

- Disse que viu no jornal, e veio aqui por que queria saber onde você estava.

- Quanto tempo faz ?

- 2 dias atrás. Pediu pra que você o procurasse.

O dia caiu e a noite chegou. Será se eu iria procura-lo ? Ele só me trouxe sofrimento nos últimos tempos, o que iria querer comigo. É melhor não procura-lo. Ou...

Quando vi, já estava na frente da minha antiga casa. Ao vê-la, fechei os olhos. Muitas lembranças vieram a minha cabeça. Lembranças boas e ruins. Chegadas de viagens, noites de luar na frente de casa, aprendendo a andar de bicicleta. Via minha mãe. Parecia que eu podia ver tudo aquilo acontecer ali na minha frente. Tive até que friccionar os olhos, pra ver se era verdade. Infelizmente, não. Cheguei mais perto da porta. Estendi o braço. Será se eu batia ? Será se não ? De repente, um toc. Havia batido. Agora não tinha mais volta. Não demorou muito e a porta abriu. Era ele, meu pai. Barbudo, com o cabelo maior, descuidado, com olheiras. Estava acabado.

- Filho ?- falou, me olhando de cima a baixo.

- Oi pai- de repente, sinto ele me abraçar. Foi abraço repentino e forte.

- Esta tudo bem com você ? Ein ?- falava, ainda abraçado a mim.

- Sim pai, está tudo bem- falava, começando a corresponder o abraço. Logo ele me soltou

- Filho, me perdoa por tudo, o que eu fiz foi errado, eu estava de cabeça quente, entra, vamos conversar- falou, abrindo mais a porta e limpando os olhos. Entrei. Aquela casa estava do jeito que eu tinha deixado. Mas parecia mais triste. Havia fotos minhas por todo lado, aquela casa estava infeliz- filho, você não consegue imaginar o que eu passei aqui dentro, durante esse tempo que você está fora. Eu percebo agora, a besteira que fiz. Você não merecia isso, e eu continuo pagando por esse erro. Emagreci. Estou tendo que usar anti depressivos. Durmo mal. Minha preocupação aumentou quando descobri que estava preso. Depois descobri que era inocente e que logo iria sair. Fiquei muito feliz. Enfim. O que eu peço, é o seu perdão. Eu sei que te fiz sofrer muito, e que você poderia estar morto hoje, se não fosse aquela mulher que te acolheu. Eu não tenho certeza que vá me perdoar, mas tenho que tentar. Eu amo você demais e cai na real agora, do quanto você é importante pra mim, a coisa mais importante pra mim- falava, chorando. Nossa, ouvir aquilo tudo me deu uma dor no coração tão grande, que comecei a chorar também.

- Sabe pai, eu tenho todos os motivos do mundo pra dizer que você é um péssimo pai e que me causou mais tristezas do que alegria- ele baixou a cabeça- mas não o farei.

- Não ?

- Não. Eu, eu perdoo você papai, se me aceitar homossexual.

- Tudo bem filho

- E se aceitar que não voltarei mais pra cá.

- Humrum, já esperava. Mas o que importa é que agora tenho seu perdão, e voltarei a ser feliz, mesmo não merecendo. Posso te pedir mais uma coisa.

- O que ?

- Me dá um abraço bem apertado ?- falou sorrindo.

- Claro pai- falei, chorando. Logo o abracei, de um modo bem apertado. Estava feita as pazes entre nós.

DIAS DEPOIS

Era dia do meu aniversário, e dia de visitar Mariano.

- Parabéns pra você, nessa data querida, muitas felicidades, muitos anos de vida !- Roberta, Lucinda, e meu pai me acordavam com um bolo e duas velas, uma de 2, e outra de 5, apresentando a idade que eu faria.

- Faz um desejo- Roberta falou. Pensei comigo "Que todos nós, incluindo Mariano, sejamos felizes juntos daqui pra frente". Todos bateram palmas depois de eu apagar as velas.

- Eeeeee- Lucinda falava.

- Ah gente, não precisava de bolo- falava, ainda limpando os olhos.

- Precisava sim, magina se eu ia deixar essa data em branco, pra quem vai o primeiro pedaço ?- falou, cortando o pedaço.

- Pra você né. Desculpa pai, mas ela foi quem me acolhei no momento que eu mais precisava, me deu carinho e amor, devo muito pra ela, que fez isso tudo sem nem ter obrigação. Por isso vai pra você.

- Obrigado pelos elogios- ela falou rindo- hoje é dia de visita do Mariano né ?

- É. Temos que ir logo, você precisa conhecer ele.

- Humrum, então se arruma logo.

- Filho, só vim aqui pra te dar parabéns e dizer que te amo muito, preciso ir embora, tenho muitas coisas pra fazer.

- Tudo bem pai- falei o abraçando.

- Tchau- ele falou, saindo. Olhei pra Lucinda e falei.

- Tem que ter um pouco de paciência com ele.

- Humrum.

Logo me arrumei, me perfumei, estava bem bonito. Corri pro presídio. Estava morrendo de saudades dele. Havia levado um cup cake, já que não se pode levar bolos inteiros. Logo fui chegando mais perto da sala. Sorri, ao ve-lo ajeitando a roupa. Logo entrei.

- Parabéns para mim, nesta data querida, muitas felicidades, muitos anos de vida- falei sorrindo, ele também sorriu ao me ver. Apaguei a vela, e deixei o bolo na mesa- eu falei que vinha, estava morrendo de saudades suas- falei, o abraçando fortemente.

Continua

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Comentários

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Nossa sem nem perceber um ninja cortador de cebola apareceu aqui, muito perfeito esse conto

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