A pior coisa que uma criança pode sofrer na escola é bullying, essa coisa destrói a motivação dos pequenos seres em ir à escola fora os estragos que causa a mente das pobres coitadas, e digo isso por experiência própria.
Meu nome é Samuel e sofri bullying a minha vida toda, poderia simplesmente ir direto para o que interessa, mas para que vocês entendam os acontecimentos que irei narrar futuramente, preciso narrar-lhes a época de meus 10 anos.
- Samuel, Samuel, acorde, vai se atrasar para a escola
Como se eu não soubesse disso, era por isso que fingia dormir frente às tentativas da minha mãe de me acordar, abri os olhos devagar e a encontrei me encarando com um olhar irritado
- Tenho mesmo que ir? Perguntei já sabendo a resposta
- Tem sim, tem que ir estudar, ficar muito rico e me sustentar, pois já estou cansada de trabalhar!
Dei um sorriso e levantei, minha mãe era a única pessoa que tinha essa capacidade de me tirar da cama para ir pra escola, não que eu não gostasse da escola, de estudar eu gostava, só não gostava de algumas pessoas de lá, pessoas essas que faziam da minha vida um inferno, nomeadamente Leonardo e sua turma. O pior de tudo era que eu não sabia o motivo das gozações comigo, a única coisa que imaginava que fazia eles serem assim comigo era meu óculos fundo de garrafa, mas eles nunca haviam me chamado de quatro olhos ou coisa do tipo.
Demorei uma eternidade para me arrumar para ver se meus pais se irritavam e me deixavam faltar, mas eu fazia tanto essa técnica que eles já haviam de acostumado. Depois de me arrumar saí com minha mãe a pé, nós éramos uma família pobre, não tínhamos dinheiro para comprar um carro ou pagar uma van para me levar, minha mãe era faxineira e meu pai servente de pedreiro, não tínhamos muito dinheiro
- Pronto filho, boa aula – disse minha mãe me deixando na porta do colégio
- Acho difícil - respondi ironicamente
Ela sorriu cansada e foi para o serviço enquanto eu adentrava os recintos da escola, me dirigi a sala e sentei aguardando a professora, e depois de alguns segundos, Leonardo e sua gangue chegam e já vem e minha direção
- Eai Samuel, como ta? Leonardo pergunta com aquele tom de voz que me deixava muito irritado
Não respondi
- O que foi Samuel, ta com vergonha da sua pobreza? Ele tornou a falar comigo
Fiquei calado e tive que agüentar mais um monte de ofensas como essa e outras piores, até que eles pegaram minha mochila e jogaram as coisas pela janela, e também pegaram meu lanche, que era uma simples maçã, e atiraram longe, comecei a chorar
- Tá chorando é? Leonardo indaga. Você é que tem que ser jogado
Então ele e sua turma me pegaram e me jogaram pela janela, nem fiz esforço para me livrar deles, eram muitos e só seria desperdício de energia, senti meus ossos estalaram quando minhas costas bateram no chão, estava doendo muito, peguei minhas coisas que já estavam jogadas ali no chão e saí para minha casa, sei que fui fraco, mas uma criança de 10 anos não é capaz de agüentar esse tipo de coisa
Fiquei na porta de casa, todo sujo de terra, esperando meu pai voltar para o almoço, fiquei lá acho que por umas 5 horas
- Filho, o que aconteceu, passei na escola e me disseram que você nem foi a aula, e porque ta todo sujo?
Contei toda a historia a ele, que disse:
- Chega, vamos trocar você de escola, e vamos nos mudar daqui, consegui uma boa promoção no serviço , mas teremos que morar em outra cidade
Fiquei feliz ao ouvir aquilo, finalmente me libertaria daquilo tudo, no dia seguinte nos mudamos para a cidade vizinha, a promoção que meu havia ganhado era de fato muito boa e pouco a pouco fomos nos tornando uma família “classe mais alta”, me matriculei na natação, e por causa disso meu corpo começou a desenvolver alguns músculos e também passei a usar lentes de contato, dispensando assim os óculos
Sete anos depois, estava eu com meus dezessete anos, deitado na minha cama lendo um livro, quando minha mãe entra e diz:
- Filho, desce la na sala, precisamos conversar
Aquilo não era um bom sinal
- Estou indo mãe
Me levantei e passei em frente ao espelho e pude me reparar, eu era alto, pálido, cabelos pretos e olhos castanhos claro, e um corpo definido, até poderia me considerar bonito. Desci para a sala e meu pai foi logo dizendo
- Filho, vamos ter que voltar para nossa cidade natal
- O que? Não podemos
- Eu recebi uma proposta de supervisionar todas as obras da empresa naquela cidade e não posso recusar, sinto muito, mas nos mudamos amanhã
Não estava acreditando que voltaria para aquele lugar que fez da minha vida um inferno
Fala galera, esse é minha historia, não to botando fé que alguém vá ler, mas ta ae, espero que agrade quem ler