O Bernardo perguntou furioso, enquanto minha cabeça pensava freneticamente o que dizer.
- Não precisa responder não, eu sei exatamente da onde veio essas marcas. Tenho certeza que esse filho da puta também tem.
Ele disse, partindo pra cima do Kadu e lhe puxando a blusa com força, rasgando o tecido facilmente. Me sobressaltei com a atitude dele, mas não tive tempo de evitar que a blusa fosse destruída.
- Que isso, Bernardo! Você ta maluco?! Olha o que você fez!
Eu disse tentando me aproximar do Kadu, que estava chocado demais para se pronunciar ou tomar uma atitude.
- Maluco é o caralho! Olha ai, não falei?! O corpo desse filho da puta ta cheio de marca também! Eu não to acreditando que você fez isso!
- Ei, que você pensa que é?! Isso não é da sua conta!
Eu falei bravo, tentando acabar com aquela palhaçada toda, mas ele foi mais rápido que eu. Puxou o Kadu e lhe deu um empurrão, que revidou em seguida jogando o Bernardo em cima da minha escrivaninha. Tentei me meter no meio, mas fui empurrado com violência, me desequilibrando e caindo próximo a cama.
Os dois se embolaram, entre socos e pontapés, rolando pelo chão enquanto eu tentava em vão separar. Puxei o Bernardo com força, tirando-o de cima do Kadu, que ainda conseguiu acertar mais uma porrada no seu oponente.
- Para com essa merda vocês dois! Que isso, você ficou maluco, Bernardo?! Você ta na minha casa, caralho!!
- Seu filho da puta desgraçado! Era isso que você queria o tempo todo! Tanto fez que conseguiu que o Gabriel te comesse, né? Sua piranha!
- Não me culpe pela sua incompetência, seu babaca! Você o perdeu porque é um idiota!
Os olhos do Bernardo faiscaram de raiva e mais uma vez ele partiu pra cima do Kadu, mas dessa vez eu o segurei.
- Para com essa porra! Quem você pensa que é pra tirar satisfação dessa maneira?! Eu não tenho mais nada com você e você já mostrou que ta em outra, muito bem. Você não tem o direito a nada!
Eu falei gritando, furioso olhando para o Bernardo.
- Do que você ta falando?!
Ele perguntou de maneira nervosa.
- Na noite passada você tava todo feliz abraçado a uma garota. Eu vi e você sabe disso. Você deixou bem claro ali que já tava seguindo com a sua vida e só o otário aqui que ainda não.
Ele olhou bem pra mim e então cruzou os braços.
- Então foi por causa disso que você fez o que fez? Você nem sequer falou comigo e correu pra casa do amiguinho pra ter uma boa desculpa para fuder ele a noite toda.
Eu olhei pro Kadu que estava encostado a parede, já sem a camisa que se encontrava mutilada no chão. Ele devolveu o olhar, respirando fundo mostrando falta de paciência.
- Como eu te disse, isso não é as sua conta. Agora, vaza daqui porque você nem devia ter vindo!
- Só pra o seu conhecimento, aquela era a minha prima. Ela veio de outra cidade pra passar uns dias aqui com a minha tia e eu me obriguei a levar ela pra aquele show. Eu queria te explicar, mas você virou as costas e saiu sem nem ao menos dar chance a isso.
- Prima?
Eu perguntei confuso, pois não esperava por isso.
- É. Eu teria te apresentado ela, se você não tivesse saído correndo e agora eu sei pra fazer o que. Não fui eu que segui com a minha vida. Foi você! Essa cobra que você chama de amigo, conseguiu o que sempre quis!
- Ei, olha bem como você fala porque você que foi o culpado por tudo isso..
O Kadu começou a falar, mas foi interrompido pelo Bernardo que continuou a falar.
- Cala boca! Eu não quero mais ouvir a sua voz! Na real, nenhum de vocês dois! Isso tudo é nojento demais!
- Bernardo, veja lá o que você vai falar! Você mesmo me falou que tava afim de ficar com outras garotas, que não tinha tempo pro nosso relacionamento. Independente do que eu ou você fizemos depois disso, você não tem o direito de me cobrar nada. A gente não ta mais junto!
Ele olhou bem nos meus olhos, se aproximando.
- Você tem razão, a gente não ta mais junto. Acho que demorei demais pra perceber isso. Você sim já se desprendeu, enquanto eu ainda me sentia tão seu... Agora vendo essas merdas de marcas pelo seu corpo e principalmente no dele, eu vejo que o que a gente tinha de especial foi perdido. Seja feliz, Gabriel.
Ele disse e saiu do quarto. Ficou um silêncio incomodo, no qual nenhum de nós dois falávamos nada e então eu me sentei na cama. Minha cabeça rodava e eu respirava fundo tentando me acalmar. O Kadu se manteve encostado à parede e foi escorregando o corpo, até sentar- se no chão. Olhei pra ele e então me dei conta que ele poderia estar machucado.
- Você está bem? Ele te machucou?
- Ate parece né, Biel? Precisaria bem mais que isso. E eu só não dei uma boa surra nele, porque você não deixou.
Eu esfreguei a testa, me sentindo cansado e confuso. “Que merda! Será que eu não conseguia ter paz”.
- Não ia deixar vocês se porrarem até não querer mais. Ainda mais na minha casa, no meu quarto.
- Foi mal, cara. Eu não consegui evitar, quando ele veio pra cima de mim, eu perdi a cabeça. É impressão minha ou você ficou balançado quando ele falou que a tal garota era prima dele?
Eu olhei bem nos olhos dele e sabia que mesmo que quisesse não iria conseguir negar o que estava estampado na minha testa.
- Eu não esperava por isso. Na minha cabeça estava tão certo que ele já estava em outra, que o fato de não ser aquilo que eu estava pensando me desestabilizou.
- Sei qual é.
Ele respondeu, deixando claro que não queria se meter muito nesse assunto.
- Também quem garante que ele não ficou com outras? Aquela até poderia ser a prima dele, mas isso não o impede de ter pegado tantas por ai.
Eu falei tentando me convencer daquilo que eu estava dizendo.
- Pode ser, mas eu acho que não foi só isso que mexeu contigo e sim o fato dele jogar na sua cara a nossa foda e tal.
Abaixei a cabeça. Sim, era verdade. Ele falar daquela maneira que eu tinha jogado no lixo tudo de especial que tínhamos por ter transando com o Kadu mexeu comigo. Por mais que eu soubesse que ele não tinha direito nenhum de me cobrar nada, doeu o ouvir falar daquela maneira.
- Um pouco, talvez...
- Você se arrependeu, é isso?
Eu olhei pra ele e me apressei em falar.
- Não! Claro que não. Aconteceu porque tinha que acontecer e foi muito bom. Você não tem culpa de não ter dado certo entre o Bernardo e eu. Se terminou, isso coube a nós e só a nós.
Ele levantou e me deu a mão, me puxando ao seu encontro. Abraçou-me forte e disse:
- Se vocês tiverem que se entender, isso vai acontecer. Só saiba que eu vou estar do seu lado, como sempre estive. Eu desejo a sua felicidade e nada mais. Eu não quero que você se sinta obrigado a nada e não vou ficar no meio de vocês.
Eu sorri meio sem vontade, mas grato por ele ter me dito tais palavras.
- Valeu Kadu. Eu sempre pude contar com você e você é muito especial pra mim.
A partir daquele dia, eu tentei esquecer tudo aquilo. Soube pelos outros que o Bernardo ia fazer um curso em outro município e me senti aliviado por isso. Seria bom pra nós dois manter essa distância, aproveitar esse afastamento para colocar os pensamentos em ordem.
Um mês se passou e aos poucos eu fui retomando a minha rotina. Dava meus treinos, ia a faculdade e tentava me esforçar ao máximo para concluir aquele período. Em pouco tempo eu iria me formar e precisava dar o melhor de mim.
Um final de semana, o Kadu passou lá em casa, me encontrando esparramado no sofá vendo TV.
- Nossa, que programaço, hein?
Ele disse, se sentando do meu lado.
- Pra mim tá ótimo aqui, ta?
- Nossa, Biel. Ta um dia lindo lá fora. É um desperdício você ficar trancafiado em casa. Bora fazer alguma coisa?
- Hum, não. Quero ficar de boa em casa.
- Credo, que desanimo! Olha, eu vim aqui por outro motivo também.
- O que ta pegando, Kadu?
- É que aquele meu colega que tava rachando o apê comigo vai morar com a namorada e eu não consigo dar conta das despesas. O que você acha de ir pra lá?
Eu franzi a testa, me sentindo surpreso pela proposta.
- Ta me chamando pra morar contigo?
- É, morar lá no apê, dividir as paradas. Eu confio em você e a gente se dá bem. Me sentiria mais seguro se fosse você. Não queria ter que anunciar vaga de quarto. Além disso, seria bom pra você ter seu espaço, sair da barra da saia da sua mãe.
Eu olhei pra ele, me sentindo confuso.
- Ah, eu não sei Kadu. Eu e você...morando juntos..
- O que foi? Você acha o que, que seriamos um casal? Me poupe, né? To te chamando porque você meu brother e não pra te amarrar. Além disso, por mais gostoso que você seja, eu não preciso ficar te caçando.
Ele disse sorrindo.
- Eu não sei.. Acho que tenho que pensar a respeito. Eu te dou uma resposta ainda nesse fim de semana, ok?
- Ta bom, só não demora porque se você não topar, vou ter que ir atrás de alguém.
Ele ainda tentou me convencer a sair e fazer alguma coisa, mas eu estava morrendo de preguiça. Ele se foi e eu fiquei pensando por horas no que ele tinha me proposto. Quem não quer sair de casa e ter seu canto, ter liberdade e poder ser independente?
Era um desejo antigo, mas eu não sabia até que ponto isso seria positivo sendo com o Kadu. Ao mesmo tempo, eu não podia me esquecer que ele sempre foi meu amigo e aquilo que rolou somente uma vez não tinha obrigação de acontecer de novo. Nós éramos adultos e ele era um cara tranquilo, que nunca me cobrou nada e respeitava meu espaço.
Conversei com a minha mãe a respeito e apesar do drama de perder o filho mais velho pra vida, ela me apoiou. Fez-me jurar milhões de vezes que eu iria visita-la várias vezes por semana e que eu não iria fazer do apartamento um bordel. Coisas de mãe e eu quase assinei promissória das promessas que ela me obrigou a fazer.
Naquele fim de semana mesmo eu dei a resposta a ele, que ficou radiante. Na semana seguinte eu já levei as minhas coisas e me acomodei. O quarto não era grande, mas coube a minha cama de casal e uma pequena cômoda. Não levei todas as minhas roupas ou pertences, só aqueles que eu usava mais.
Naquele dia mesmo comemoramos a minha chegada, bebendo até tarde e assistindo vários DVDs de shows. Confesso que a leveza e a alegria do Kadu me faziam rir e me sentir bem, tranquilo. Era fácil conviver com ele, que apesar de bagunceiro e péssimo cozinheiro, era parceiro e muito bem humorado.
Aos poucos fui me acostumando ao novo ambiente e já podia chamar o apartamento de minha casa. Passava o dia todo fora, só voltando bem a noite, a tempo de comer e logo ir dormir. Aos finais de semana, ele conseguia quase sempre me arrastar pra rua e acabávamos nos divertindo muito. Por insistência dele, eu fiquei com uma garota que há muito tempo vivia atrás de mim e era muito bonita de fato, mas vi que não seria nada que durasse mais que uma noite. Eu não estava preparado pra me relacionar novamente e foi bom pra eu poder me dar conta disso.
Apesar de sempre ver o Kadu rodeado de meninas, ele até que estava bem sossegado e nunca o vi levar mulher para casa. Talvez pelo fato dele achar que eu não me sentiria bem, o que eu até concordava, pois sempre gostei de ter privacidade. A vida seguia normal, sem grandes acontecimentos.
Um dia cheguei em casa mais cedo e o encontrei deitado no sofá, adormecido vestindo somente uma cueca boxer branca. Mesmo eu fazendo barulho ao entrar, ele não despertou e mesmo sem ter a intenção de olhar, eu fiquei o observando. Ele estava deitado de bruços, com a bunda formando um grande contorno redondo no tecido. “Nossa, que bundão”. Eu constatei em pensamento. Eu sempre olhei tão rápido, desviando o olhar na maioria das vezes que nunca tinha reparado esse atributo. As pernas levemente torneadas e com poucos pelos, estavam abertas e um pouco flexionadas.
Sem me dar conta, meu pau foi ficando duro, enquanto eu me deixava observar ele dormindo. Ele se mexeu e eu de susto dei um pulo para trás, derrubando um copo que estava no balcão de granito que separava a sala da cozinha. Ele acordou sobressaltado e me olhou assustado, sorrindo em seguida percebendo que era eu.
- Nossa, você quer me matar?!
- Foi mal, Kadu. Eu..eu... cheguei agora.
- Tudo bem, cara. Nossa, eu tava dormindo de babar. Saiu mais cedo?
- É.. eu..não vou pra faculdade hoje. Não tem aula.
- Ah tá. Nossa quanta animação, hein?
Ele disse, apontando com a cabeça em direção ao meu pau que estava estufado na calça, formando um imenso volume. Eu fiquei vermelho na hora, tentando colocar a mochila na frente, fazendo- o rir.
- Palhaço. Eu vou tomar um banho.
Eu disse muito sem graça, me encaminhando ao banheiro. Debaixo do chuveiro, eu dei um jeito de aliviar aquele tesão todo, batendo uma punheta gostosa. Sai do banho me sentindo mais leve e controlado, e fui com a toalha envolta na cintura até o quarto. Ouvi meu celular apitar e sentei na cama, lendo as mensagens que tinha ali.
Ele apareceu na porta e falou:
- Biel, eu to afim de dar um rolé hoje a noite, me empresta aquela sua blusa que eu gosto.
- Pega ai, ta no armário.
Eu disse, enquanto ele entrou e se dirigiu ao móvel. Fuçou, fuçou, mas não encontrou.
- Eu não to achando. Ta aqui mesmo, não ta lavando?
- Não, eu vi ela hoje mesmo. Ta ai.
- Então é melhor você pegar pra mim ou vou fazer um zona aqui.
Ele disse, ainda de cueca.
Aproximei-me do armário e comecei a procurar. A verdade é que ele já tinha feito uma bagunça e a blusa tinha caído atrás das outras. Peguei a peça de roupa e quando me virei para entrega-la a toalha caiu no chão, me deixando completamente nu.
Ele olhou para o meu corpo todo, de forma demorada, como se estivesse avaliando cada parte dele. Eu fiz menção de abaixar e pegar a toalha, mas quando me curvei dei cara com o pau dele estufado na cueca. Olhei para ele novamente, que olhava para mim, sério com a boca entreaberta, respirando de maneira ofegante. Ele olhou pros meus olhos e fixou-se na minha boca.
- Biel, euContinua
XXXXXXXX
Hey galera,
Eu sei, eu sei. Demorei um pouco pra postar, mas essa semana foi tudo muito corrida. Essa semana também não vai ser fácil, mas vou me esforçar ao máximo pra conseguir escrever, Ok? Sei que vocês compreendem. (Fel97: Não fica bravo, não é proposital ;) )
Nossa, queria de verdade agradecer todos os comentários, votos e palavras bacanas que vocês falam. Eu leio todos muito feliz, porque acho que se não fosse isso eu já teria parado faz tempo. Os e-mails são fodas, me divirto e me emociono com os relatos, com as propostas indecentes e com os elogios tão sinceros. Valeu de verdade. Como prometido: Biel Azevedo, um abraço pra ti! Valeu de verdade pela força que tu dá e por acompanhar o conto.
(biel.sabatini@yahoo.com.br)
Bora, responder as perguntas:
Babado Novo: Eu prefiro não falar se to solteiro ou não pra não dar spoilers e tal. Mas valeu pelo carinho, viu?
P3dr0r!ck: Não, não tenho instagram, nem nenhuma rede social Foi uma opção minha ao escrever o conto. Então nem adianta procurar e se tiver é fake. Valeu pela presença;
Jhoen Jhol: Eu descobri a CDC por acaso. Foi através do Google, quando senti vontade de ler coisas mais apimentadas. Hahaha. Valeu por estar acompanhando.
Crystal*.*: Na real, eu gosto dos dois. Acho que a mulher tem coisas que me deixam louco, assim como homem também. Ainda não consegui identificar uma preferência e tal. Valeu gatinha.
kadu...☆: Se eu respondesse isso, acabaria com a graça né? Eu espero que você esteja por aqui pra poder ter essa resposta. Valeu boy.
Ruam J: O preço a gente paga sempre, por qualquer escolha que se faça. Eu acho que quando a gente procura paz de espirito e ser feliz, tudo é válido. Valeu carinha.
Quero agradecer especialmente a essas pessoas: (Fel97, Ruam J, PrisionerSecrets, gordasafada, Noni, Cassio_Du, L.P, Laca, kadu...☆, rb_pr, geomateus, Biel Evans, mille***, IceWolf1994, Di26, PedroJr,>>KARLINHA<<, Lukas Powel, C.T Akino, NPdotado, Bruno G, LaaLah, Crystal*.*, gatinho02, $Léo$;), Drica Telles (ametista), Jhoen Jhol, senhorita Castro, P3dr0r!ck, War17, Nizan, nunicapixaba, theflyer, Gael, Puzzle, Irish, Ru/Ruanito, diegooh’, Rôh, Kevina, Babado Novo, DW-SEX, Tack, Melk Serra, MarcosMonstro, Chele, Mateuslc2, DinhoCdC, Henri19, Alguem93, Vi(C)tor, love31, lucasbelmont, Monster, Gik, Lucas:)
Abs, Biel.