-Quer sair daqui?
Ela disse me fazendo sair do transe. Mal saí e já entrei de novo. Alice... Me convidando pra sair dali. Será que lucas me matou depois escondeu o corpo e agora eu tô no paraíso?
-Rafaela?
ELA SABE MEU NOME.
-Ok então, cuidado com a chuva.
-ESPERA! eu... Quero sim. Por favor
-Ok.
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-Você mora aqui????
-Sim, algum problema?
-Não... Nenhum... É que... É bem grande. Bonito -ela riu e abriu a porta.
-Entra, nós duas somos do mesmo tamanho então acho que posso te emprestar algumas roupas. Tem um banheiro aqui embaixo e também o do meu quarto lá em cima. Você escolhe. Já volto
Fiquei observando a casa e... Nossa. Ela era rica. Tão simples que nem aparentava. Eu fiquei realmente surpresa. Escolhi o banheiro do quarto dela por medo de encontrar a familia pela casa. Depois de muito procurar achei seu quarto. Bati na porta. Sem resposta. Eu entrei. Era um lugar bem aconchegante, tinha cara... De Alice. Vários posters de bandas nas paredes, várias camisetas de banda jogadas pelo quarto. Uma cama de casal, um closet. Uma bancadinha que abrigava a tv, o videogame e o aparelho de som. Logo a frente uma mesinha com vários papéis, canetas e livros de física. Uma estante (quase uma mini biblioteca) com vários livros, cds, dvds e jogos. Numa área do quarto vi alguns potes de tintas e uma tela com um... Gatinho desenhado.
Ri pelo fato dela demonstrar ser uma pessoa tão fria e insensível ao convívio mas pintar gatinhos quando sozinha em casa.
Por fim em um canto haviam uma guitarra, um violão e um pequeno amplificador. Ouvi passos no corredor e me enfiei no banheiro com medo de ser pega bisbilhotanto por ali.
-Rafaela?
-Aqui!
-Eu trouxe roupas secas pra você, quando acabar aí, vou estar lá embaixo preparando algo pra comer.
-tudo bem -gritei do box.
-Goiaba ou abacate?
-O quê?
-Você prefere suco de goiaba ou vitamina de abacate?
-Goiaba, eu odeio abacate -coloquei meu rosto pra fora da porta do banheiro e sorri da imagem dela parada com uma goiaba e um abacate na mão.
-Não, não ouça a moça má, você é incrível e dane-se ela, eu amo você.
E ela saiu acariciando um... Abacate. Saí do banho tendo uma mini crise de risos e vesti a roupa que ela havia separado pra mim. Uma blusa grande do nirvana que em mim parecia um pijama e um short preto. Desci as escadas e encontrei Alice em uma luta livre com o liquidificador.
-Você tem idéia de como usar isso?
-Achava que tinha -ela olhou pra trás sorrindo e eu quase fui andar de mãos dadas no céu com jesus.
-E você sabe... Preparar, digo, algo pra comer?
-NãoÉ por isso que eu pedi a pizza há meia hora atrás. Mas não custava nada tentar fazer suco, é mais saudavel que refrigerante, te fode menos, eu acho.
-Você já tentou ao menos colocar a fruta aí dentro?
-Mas eu só tava tentando montar!
Eu ri e fui ajudá-la. Fizemos o suco e depois ela sentou no sofá; sentei ao seu lado.
-Seus pais não reclamam? De ter uma estranha de cabelos bagunçados na casa deles?
-Minha mãe tá de plantão hoje e meu irmão foi dormir na casa de um colega.
-Ah, sua mãe é médica. Legal. Seu pai trabalha fora também?
-Meu pai morreu.
Ótimo, Rafaela, ótimo!
-Sinto muito, eu... Não deveria ter tocado no assunto. Sinto muito
-Duvido que sinta. Tudo bem. Eu também não sinto.
Ela disse isso, levantou e subiu as escadas. Rafaela Albuquerque, fazendo merda desde sempre. Parabéns pra mim. Eu iria ficar quietinha ali até que a chuva forte passasse e eu pudesse ir pra casa, eu estava indo bem em ter a amizade de Alice e não queria estragar tudo, eu nem sabia se eu ainda queria apenas amizade. 10 minutos depois ela desce as escadas com violão em mãos e senta na minha frente.
-Sabe tocar?
-Eu sempre tive vontade de aprender mas acho que não levo muito jeito.
-Bobagem! Todo mundo pode aprender se quiser
-Eu posso tentar aprender se você tentar me ensinar
-Ok, segura. -Ela sentou do meu lado, praticamente colada em mim, tentando ensinar aos meus dedos o lugar certo nas cordas mas tudo que eu sentia era suas maos nas minhas e o calor de sua pele. Eu virei lentamente a olhando e encarando sua boca, ela parecia fazer o mesmo. Estávamos a centimetros de um beijo muito desejado por mim, por ambas, mas ela se afastou gentilmente.
-Bom, tá aí. Você conseguiu um acorde.
Sorri pra ela.
-Toca pra mim?
-Qual musica?
-A primeira que vier a sua cabeça.
Ela começou com os primeiros acordes e logo depois pude ouvir a voz mais linda do mundo, ali, cantando pra mim. A mais bela melodia que eu já havia ouvido. Ela de fato, possuia uma voz linda.
"My ship went down
In a sea of sound
When I woke up alone
I had everything
A handful of moments
I wished I could change
And a tonge like a nightmare
That cut like a blade
In a city of fools
I was careful and cool
But they tore me apart like a
hurricane
A handful of moments
I wished I could change
But I was carried away
Give me therapy
I'm a walking travesty
But I'm smiling at everything
Therapy, you were never a friend to
me
And you can keep all your misery
My lungs gave out
As I faced the crowd
I think that keeping this up could be
dangerous
I'm flesh and bone
I'm a rolling stone
And the experts say I'm delirious
Give me therapy
I'm a walking travesty
But I'm smiling at everything
Therapy, you were never a friend to
me
And you can take back your misery
Arrogant boy
Love yourself so no one has to
They're better off without you
(They're better off without you)
Arrogant boy
Cause a scene like your supposed to
They'll fall asleep without you
You're lucky if your memory remains
Give me therapy
I'm a walking travesty
But I'm smiling at everything
Therapy, you were never a friend to
me
You can take back your misery"
(Meu navio afundouEm um mar de som
Quando acordei sozinho
Eu tinha tudo
Uma porção de momentos
Eu desejei que pudesse mudar
Mas uma língua como um pesadelo
Cortou como uma lâmina
Em uma cidade de idiotas
Eu era cuidadoso e legal
Mas eles me destruíram como um
furacão
Uma porção de momentos
Eu desejei que pudesse mudar
Mas eu segui a onda
Preciso de terapia
Eu sou uma farsa que anda
Mas eu estou rindo de tudo.
Terapia, você nunca foi um amigo
para mim
E você pode manter toda a sua
angústia
Meus pulmões não aguentaram
Enquanto eu olhava a multidão
Acho que manter isso pode ser
perigoso
Eu sou carne e osso
Eu sou inconstante
E os médicos dizem que sou louco
Preciso de terapia
Eu sou uma farsa que anda
Mas eu estou rindo de tudo
Terapia, você nunca foi um amigo
para mim
E você pode manter toda a sua
angústia
Garoto arrogante
Ama a si mesmo pra ninguém precisar
amar
Eles estão melhor sem você
(Eles estão melhor sem você)
Garoto arrogante
Faça um drama como costuma fazer
Eles vão dormir sem você
Você vai ter sorte se lembrarem de
você
Preciso de terapia
Eu sou uma farsa que anda
Mas eu estou rindo de tudo
Terapia, você nunca foi um amigo
para mim
E você pode manter toda a sua
angústia. )
Ela terminou a música e eu queria chorar, não sei se de encanto ou por sentir a dor que ela expressava naquelas palavras. Levantei do sofá e fui até ela, ela apenas me olhava. Tirei o violão de suas mãos, sentei em seu colo e a beijei como se fosse meu ultimo dia na terra, precisava sentir seu gosto mais uma vez. Eu chupava sua língua e ela mordia meu lábio ao mesmo tempo em que apertava minha cintura. Eu rebolava em seu colo, era quase involuntário. Suas mãos desceram para minha bunda e apertaram com força enquanto sua boca também descia pelo meu queixo... Pescoço, chupando de uma forma tão gostosa que achei que fosse desmaiar em seus braços. Eu sentia sua respiração quente em meu pescoço e seus lábios me percorrendo. Eu passei meus braços ao redor do seu pescoço e ela me beijou com urgência enquanto colocava as duas mãos por baixo da minha blusa e arranhava minha barriga parando na borda do short. Ela me fez levantar o quadril e puxou meu short, o jogando longe e fazendo o mesmo com a blusa logo em seguida. Eu senti um arrepio quando seus dedos me tocaram, me penetrando, ao sentar no seu colo. Ela me olhava nos olhos enquanto continuava com aquela tortura deliciosa, tomou meus peitos com a boca e fez-me contorcer em seus braços, quando me dei conta ela havia me erguido, ainda em seu colo, encostando-me na parede, eu sentia ela dentro de mim com mais força, com mais intensidade, minha boca era tudo que eu podia comandar, fazendo minha lingua percorrê-la enquanto ela me torturava com seus dedos. Ela atravessou da sala para cozinha, comigo em seus braços, me debruçando sobre a mesa, ajoelhando-se atrás de mim e me chupando, lambendo, me penetrando com sua lingua. Quando estava prestes a gozar ela me virou de frente, me deitando na mesa e se pôs em meio as minhas pernas se debruçando em cima de mim, deixando sua boca a centímetros da minha e sussurrando com uma voz rouca que me fez ir aos céus.
-Goza pra mim.
Eu sentia sua respiração quente em meu rosto e seu hálito de menta, eu parecia estar em meio a um delírio, meu corpo ardia e suava, o dela também. Segundos depois senti seus dedos me preenchendo em um ritmo lento e gostoso que ia aumentando cada vez mais. Eu arranhava suas costas e gemia seu nome em voz alta enquanto ela explorava cada pedacinho do meu pescoço com sua lingua, subindo até minha boca e me beijando. Senti meu gosto misturado com o dela e gemi durante o beijo. Sua boca descia por todo meu corpo dando atenção especial aos seios e parando em meio as minhas pernas novamente. Ela me chupava ao mesmo tempo em que me penetrava e a partir daí eu só lembro de agarrar em seus cabelos e explodir em um orgasmo delicioso. Com toda a certeza o melhor que já tive na vida. Depois de nos recuperarmos, ela levantou e me encarou. Nenhuma das duas tinha algo a dizer. Um barulho de campaínha se fez ouvir.
-A pizza.
-A pizza...
Pra minha surpresa, ela me deu um rápido beijo antes de sair correndo atender a porta. Chovia muito lá fora, entendo o porquê de tanta demora da pizza. Resolvi não enfrentar a chuva e ligar para meu pai avisando que dormiria ali. Me matar ela não iria já que transou comigo. E se... Ela quisesse só sexo? Tive meus pensamentos interrompidos pelo ronco do meu estômago, não comia nada desde o café da manhã.
Liguei para meu pai e depois de explicar que havia encontrado com uma amiga do colégio e iria fazer alguns trabalhos com ela, ele entendeu. Pelo menos Lucas não abriu a boca sobre tudo que aconteceu hoje. Olhando por um ponto de vista meio excêntrico, o que aconteceu na praça hoje foi a melhor coisa que já me aconteceu em meses. Me trouxe para os braços da garota que me fascinou desde o primeiro dia. Desliguei o telefone e encontrei Alice no quarto com a pizza de um lado e o controle remoto do outro... Dormindo. O quarto estava todo escuro e o rostinho dela era iluminado apenas pela luz da tv. Era um verdadeiro anjo, meu coração disparou dentro do peito e eu tive medo, pela primeira vez, do que isso poderia significar. Deitei ao seu lado, comi os pedaços de pizza que ela havia deixado creio que pra mim e quando estava deitando ouço um trovão ensurdecedor. Com o susto, acabei por abraçá-la e esconder meu rosto em seu pescoço.Levantei a cabeça e ela estava me encarando com um olhar confuso
-Eu tenho medo de trovões. Desculpe.
Ela riu fraquinho, pôs os braços atrás da cabeça e sussurrou um "tudo bem". Eu continuei abraçada a ela, eu mal a conhecia, mas estar em seus braços me dava uma sensação de proteção que até então eu desconhecia. Deitei a cabeça em seu peito e pude ouvir seu coração bater.
O que você carrega aí dentro, Alice? Quem te machucou tanto a ponto de você querer afastar todos ao seu redor? Por que tem que ser tão imprevisível assim?
"Tudo bem", ela disse. Realmente, em seus braços tudo fica bem, o som das batidas do seu coração acalmam a tempestade aqui dentro de mim e me fazem perder o medo daquela que está lá fora.
Tudo bem... Tudo bem.