Olá. Gente só passei agradecer a todos que estão lendo o meu conto, fico muito feliz em saber que estão gostando. Aly
lovato, eu lerei o seu conto sim querido(a).
Bom, não esqueçam de votar e comentar, bjs e boa leitura.
CAPÍTULO 5: GÊMEOS.
- Meu deus!!!- Gritei e a lança derreteu caindo ao chão. Eu não pude dizer nada mais, porquê logo após isso eu estava correndo desesperado para dentro do castelo à procura do meu quarto.
[...]
10 horas. Foram exatamente 10 horas que eu fiquei trancado dentro do quarto chorando. Aquilo era uma das únicas coisas que eu lembrava da minha infância. Eu tinha apenas três anos, foi pouco antes de eu ser retirado dos meus pais, más aquela lembrança, era tão real e atual quanto qualquer outra.
Meu estômago roncava muito, meus olhos estavam inchados e coloridos, e uma tristeza imensa me consumia. A vontade de ver meus pais, de saber se eu tinha irmãos, de ser normal... Tudo isso me matava por dentro. Eu queria ser apenas mais um, jogado no mundo sem propósito, sem preocupações maiores que o imposto que se paga por comida e água. Eu queria poder correr livre, poder amar... Ser amado... Eu queria não ser quem sou... Pelo menos por um dia...
Me levantei enxugando as lágrimas e fui até a porta. Segurei a maçaneta pensando se deveria ou não sai dali, más a fome me empurrou e quando dei por mim, já estava descendo as escadas.
Fui até a cozinha e peguei algo para comer. O castelo parecia vazio, não se ouvia um ruído sequer.
Voltei para o andar superior e ao chegar à frente do meu quarto, percebi que havia um corredor bem à frente dele. Eu ainda não tinha notado isso mesmo passando tantas vezes por ali. Deduzi que não faria mal algum dar uma espiada, então fui adiante. Andei por alguns metros no escuro, e ao chegar em uma grande janela, me deparei com a sena mais linda que se podia ver.
A lua cheia refletia nas ondas do mar fazendo-as brilhar quando quebravam na beira do penhasco. O mar parecia não ter fim, e a lua, era tão grande e linda, que eu sentia que podia pegá-la com as mãos. Fui até a varanda e apoiei as mãos no corrimão. A brisa gelada me dava arrepios más por nada no mundo eu sairia dali.
- É lindo, não é?- Tomei um susto tão grande que quase pulei dali. Quando olhei, Ian estava com os braços cruzados sem camisa, apenas com uma calça de algodão cinza. Eu podia ver aquele corpo perfeitamente. Os músculos, cada um no lugar certo, sem exageros. Seu peitoral definido combinava com o abdômen trabalhado, e as pernas grossas eram desenhadas pelo pano justo.
- É...- Disse me referindo à ele. Eu estava praticamente babando. Eu sabia que não era normal sentir isso por outroHomens. Más e daí? Eu sentia. Ninguém me disse que era errado, então continuaria sentindo!
Ele se aproximou e encostou os cotovelo no corrimão, deitando o antebraço no mesmo. Ele olhou para o horizonte e eu fiquei observando aquela beleza. Sua barba era no tamanho certo, os cabelos estavam bagunçados e os olhos azuis refletiam a luz da lua. Lua, dessa vez você perdeu... Era hipnotizante olhá-lo daquele jeito. Então ele virou o rosto e me encarou.
- O que foi?- Perguntou sorrindo.
- Ham... Nada...- Disse já sabendo que estava vermelho.
- Posso lhe fazer uma pergunta?
- Si-sim.- Tentei conter o nervosismo, más era impossível.
- Porque seu cabelo é branco?
- Hum...- Era complicado falar sobre aquilo. E eu sabia muito bem o porquê.- Halon me contou que quando eu tinha três anos, um pouco antes de ser recrutado... Eu caí no lago Okáloou e fiquei lá dentro por vários minutos. Eu deveria ter me afogado, más ninguém sabe o porquê isso não aconteceu. Me procuraram por bastante tempo, más ninguém conseguia me encontrar; foi ai então que viram uma luz bem no fundo do lago. Meu pai mergulhou e quando chegou perto, meus cabelos brilhavam tanto quanto a lua...- Disse direcionando meus olhos a mesma.- Disseram que eu só não morri porquê ao meu redor havia se formado um casulo de ar...- Fez-se silêncio por alguns segundos.
- E você acreditou?
- Não muito.- Ambos rimos e logo o silêncio voltou.- Eu não sei o real motivo de meus cabelos serem assim, e nem sei se essa história é verdade... Más é a única explicação menos inventada que me contaram.- Rimos novamente.
- Mesmo se não for verdade, é uma bela história...- Ele me olhou nos olhos e um arrepio atravessou minha espinha.
- É... Agora, eu posso lhe fazer uma também?
- É justo.- Disse sorrindo.
- Você é algo para a rainha?
- Por que?
- Nada, é só que... Depois da cerimônia, eu vi vocês dois conversando, não foi minha intenção, más eu vi.- Ele riu baixo.- E ela acariciou seu cabelo, como se fossem íntimos...- Falei cutucando os dedos.
- Ela é minha mãe.- Arregalei os olhos surpreso.
- Mãe?! Eu não sabia que a rainha tinha um filho!- Falei meio alterado.
- É...
- E você tem quantos... Anos?- Avisei o tom na última palavra voltando a mexer nos dedosO que?!!- Esse foi quase um grito.- Como assim 246?! Você já deveria estar morto à muito tempo se tivesse essa idade.- Ele riu novamente ficando em pé normalmente.
- Minha mãe é uma fada. Fadas não envelhecem, e meu pai era humano. Eu envelheci até os 22 anos, daí o meu lado fada me conservou assim...- Ele apontou para si mesmo.
- Hum... Entendi.- Um vento frio passou por mim me fazendo tremer e abraçar meu próprio corpo.
- Está com frio?- Ele perguntou parecendo preocupado.
- Um pouco...- Olhei para a lua e senti ele se aproximando.
- Posso?- Ele estava atrás de mim, eu podia apenas ver suas mãos ao meu lado.
- Se quiser...- Então senti seu corpo forte me cobrir como um manto. Ele era bem mais alto que eu, então seu queixo repousou em minha cabeça e ele me apertou.
Eu gostava daquilo... Gostava muito daquilo... Sentir o calor dele era algo inebriante. Minha vontade era de ficar ali por todo o resto da minha vida. Más, era certo?
- Ian...- Falei baixo.
- Sim?
- O que está acontecendo?- Ele demorou alguns segundos para responder.
- Eu não sei... Más eu gosto de ficar assim... Com você...
- É possível alguém sentir algo além de amizade? Quer dizer... Bom, você entendeu...
- Eu acho que sim... É a primeira vez que eu sinto isso...- Sem pensar me virei de frente para ele, dando de contra com seus olhos azuis. Nossas bocas estavam muito próximas. Eu estava com a cabeça totalmente levantada, e batia em seu peito, o que o fazia se curvar um pouco.
- Eu posso experimentar uma coisa?- Ele apenas acentiu com a cabeça e então me estiquei, selando meus lábios aos dele.
Era uma sensação mágica o que estava sentindo naquele exato momento. Nossos lábios se moldavavam perfeitamente uns aos outros. Ele me puxava pela cintura, fazendo com que nossos corpos ficassem o mais colados possíveis.
Logo sua língua veio pedindo passagem, eu não sabia ao certo o que fazer, más, ele me conduzia de tal forma, que parecia que eu já havia feito aquilo milhares de vezes.
Ficamos assim por vários segundos, até que um barulho no corredor nos assustou, fazendo com que eu o empurrasse, separando nossos lábios.
- Ham... Me desculpem, eu não queria atrapalhar.- Enzo estava parado à nossa frente com os olhos serrados e uma feição de poucos amigos.
- Enzo!- Disse limpando os lábios e me virando de costas para ele tentando disfarçar. Olhei para Ian e ele encarava Enzo com os olhos também serrados, os dois pareciam estar em uma batalha interna, e eu estava no meio dela.- Bom... Eu vou para o meu quarto...- Disse passando rápido pelos dois.
Andei o mais depressa possível até meus aposentos, e ao entrar, tanquei a porta caindo sentado ao chão. Passei os dedos levemente pelos lábios, lembrando do que aconteceu segundos atrás, e sorri quando passei as mãos na cintura, lembrando do abraço forte que ele me dera.
[...]
- Hizel! Hizel!!!- Ouvi alguém gritando meu nome do outro lado da porta e então abri meus olhos ainda sonolento.
- Quem é?
- Sou eu, Bloondie. Vamos, você está atrasado para o treinamento...- Pude ouvi-la suspirar e então me levantei devagar.
- Já vou.
- Rápido, todos já estão lá, só está faltando você.
- Tudo bem, eu já vou!- Fiz minha higiene matinal e logo abri a porta, dando de cara com uma senhorita muito irritada de braços cruzados à minha espera.
- Nossa, achei que não ia sair nunca!
- Eu já estou pronto, não estou? Então vamos!- Passei um dos braços por seu ombro e praticamente a arrastei corredor à fora.
Quando chegamos na área de treinamento, a primeira pessoa em que meus olhos pousaram foi em Ian. Ele estava lindo como sempre, sus braços fortes estavam à mostra em uma camisa sem mangas e ele falava com os outros de uma forma intelectual que me fascinava.
Parei ao lado de Enzo e imediatamente senti seu olhar sobre mim.
- Bom dia.- Falei sem olha-lo.
- Bom dia...- Aquela era a primeira vez que eu falava diretamente com ele.- Como dormiu?
- Eu? Ah, how!- Disse surpreso.- Eu dormi bem, e você?
- Não muito.- Ele foi rápido na resposta, e confesso que senti um ponto de arrogância em sua voz.
- Hum... Er... Sobre ontem à noite, eu... Eu queria me desculpar pelo que viu, eu...
- Aquilo foi nojento.- Direcionei meus olhos indignado para ele e vi que os seus estavam vermelhos.
- Hizel!- Ouvi Ian me chamar antes que eu pudesse responde-lo.
- Sim?- Disse fraco.
- Aproxime-se, por favor.- Assim fiz. Quando cheguei perto ele pôs o balde de água novamente à minha frente e me encarou.- Repita o mesmo que você fez ontem com a água.- Ele estava sério... Mais que o normal.
Balancei a cabeça em sinal positivo e procurei canalizar meus novos poderes. Senti a água como parte de mim e a fiz levantar no ar. Uma bola do tamanho das minhas mãos pairava no ar se contorcendo.
Foi então que novamente aquelas imagens vieram em minha mente. Meus braços extremeceram e o pequeno volume caiu na beira balde, o fazendo virar. Olhei assustado para Ian e dei um passo para trás, já estava pensando em sair correndo.
- Hizel, o que você viu?- Disse a deusa Arya vindo em minha direção.
- Eu... Eu não sei.- Disse nervoso tirando os cabelos que caiam em meus olhos.
- A água é um elemento sentimental, suas emoções influenciarão no seu controle para com ela. Que você é o mais forte entre todos aqui, isso nós já sabemos. Más a pergunta é: você irá controlar seus poderes, ou deixará que eles o controlem?
Eu não tinha resposta para aquilo. Eu nem deveria ter sido escolhido para ser guardião, eu admito, eu sou um total fracasso. Más, eu não queria ser... Não dessa vez. Se por algum motivo esses poderes foram me dados pelos espíritos, eu tenho que no mínimo tentar honrá-los. Eu prometi, eu jurei. Então não vou quebrar minha promessa. Eu serei forte, e não importa o que eu tenha que fazer para chegar até lá, eu vou conseguir.
- Eu vou tentar novamente.- Disse esfregando as mãos.
- Você consegue.- Disse ela afastando-se e logo outro balde maior foi posto à minha frente.
Olhei ao redor e todos me fitavam apreensivos.
Estiquei as mãos e fiz força tentando levantar toda a água do balde, más esse nem se mexeu. Fechei os olhos e a imagem perturbadora surgiu. Tentei fazer a desaparecer sem perder a concentração, então, meu corpo deu um tranco e apertei as mãos com toda a força. O balde explodiu, a água se transformou em gelo, e milhares de espinhos apontaram para todos os lados, formando uma escultura mortifera. Eu simplesmente fui jogado para trás e antes de chegar ao chão, senti alguém me segurando.
Enzo me segurava em seu colo pondo os braços à frente do meu rosto, me protegendo.
- Você está bem?- Disse Ian contornando a escultura e vindo em nossa direção.
- Sim...- Falei em um tom baixo, com os olhos fechados.
- Tem certeza?- Enzo completou.
- Sim, eu estou bem.- Me apoiei devagar no chão e comecei a me levantar.
- Vem, eu te ajudo...- Disse Enzo segurando em meu braço esquerdo.
- Não. Eu ajudo.- Ian segurou em minha mão direita e os dois se encararam rígidos.
- Eu me ajudo!- Me larguei dos dois e sai andando sozinho até perto de Bloondie.
- Nossa... Quanta atenção.- Ela sorriu e eu apenas a ignorei.
- Isso também é uma das habilidades da água, Arya?- Perguntou Erin jogando os cabelos para trás.
- Eu não entendi a pergunta, Erin.- Arya olhou sério para a garota, o que só a fez arrebitar mais ainda o nariz.
- Bom, eu quis dizer se é normal...
- Cala a boca, Erin!!!- Enzo gritou fazendo todos se assustarem.
- Más, irmão, eu só...
- Chega!- A interrompeu novamente a lançando um olhar ameaçador.
"Irmão?"- Pensei os observando melhor.
- Esses dois ai são irmãos?- Disse Christopher se aproximando de mim e Bloondie.
- Sim.- Respondeu Bloondie se agarrando em meu braço.- Eles são gêmeos.- Meu queixo caiu! Apesar de serem parecidos, eu jamais imaginária que eles fossem irmão, muito menos gêmeos. Os dois eram lindos, com toda certeza, más não tinham tanta semelhança a ponto de serem gêmeos.
- Obrigado pelo relatório da minha vida, anã!- Erin passou por nós dando um encontrão em Bloondie.
- Ela não é anã, sua vaca oxigenada!- Gritei chamando sua atenção.
Ela virou com os olhos arregalados, pareciam que a qualquer hora saltariam para fora.
- Do que você me chamou, sua bicha?!
- Acho que você ouviu, ou já está ficando surda também?
- Eu vou acabar com a sua raça, sua lacraia de cabelo branco!!!
- Então vem!- Disse me soltando de Bloondie.
- Ei, chega vocês dois!!!- Enzo se meteu no meio, arrastando Erin para longe.
- Sorte sua ele se meter, eu ia enfiar terra até lá no seu...- Ele calou a boca dela com as mãos antes que terminasse.
- Até parece que eu tenho medo de você...- Disse cruzando os braços e erguendo uma sobrancelha.
- E como você ia se defender? Pelo que vejo você não consegue nem controlar os seus próprios poderes. O que adianta ser o mais forte, se você não tem competência para controlar a si mesmo!- Jogou em minha cara antes de ser rebocada para dentro do castelo.
Eu não respondi. Nem teria como, tudo que ela disse era verdade. Eu não tinha competência o suficiente, eu seria um fardo para a minha equipe se continuasse sendo... Sendo eu.
- Não ligue para ela, Hizel. Você vai conseguir, eu sei que vai, porquê eu acredito em você...- Disse Bloondie entrando à minha frente.
- Obrigado...- Não adiantava. O que Erin me disse acabou de tirar todo o resto de esperança que ainda me restara.
- Eu também acredito.- Christopher também me encorajou e eu apenas sorri forçadamente.
Todos foram para dentro do castelo, pois, havia muitas nuvens no céu indicando que iria chover, e depois do que aconteceu, nem teria como o treino prosseguir.
- Arya!- Gritei antes que ela sumisse na varanda.
Ela virou e veio em minha direção.
- Sim?- Disse ela sorrindo.
- Eu... Eu queria lhe pedir uma coisa...
- O que quiser...
- Eu queria... Pedir que você me treine em tempo integral... Eu preciso ficar o mais forte possível, eu não quero ser o único inútil aqui... Eu preciso da sua ajuda.- Ela me olhou por alguns segundos sem dizer nada e então andou até a escultura de cristais de gelo que eu havia criado por acidente.
- Descongele isso.- Disse apontando para a mesma.
- Más... Eu nem sei como congelei, eu não vou...
- Descongele.- Ela me olhou rígida pondo as mãos na cintura.
- Ok...- Suspirei e me dirigi até a coisa. Pûs minhas mãos e fiz força para baixo, imaginando ela se derretendo. Nada. Absolutamente nada aconteceu.- Viu? Eu não consigo. Me ajude, por favor...
- Eu só vou lhe ajudar a treinar se você descongelar isso.
- Ah, más... Urg! Quer saber? Eu desisto!!! Eu não quero mais ser guardião, eu vou embora daqui! Dê esses poderes idiotas para a Erin, ela é melhor do que eu mesmo! Façam bom proveito!!!- Disse revoltado.
Quando passei por ela, senti minhas pernas saírem do chão e minha cara enterrou na areia.
- Você é muito idiota! Pelo visto só é mais um bebê chorão que sempre teve tudo nas mãos e quando se depara com o primeiro obstáculo e não consegue, desiste! Você realmente não merece o dom que lhe foi dado, você se alto-menospresa, não é digno nem de pena! Você só sabe dizer que não consegue, más na verdade, você nem tenta e já se dá por vencido! Se o espírito da água o escolheu, é porquê ele acredita e sabe do seu potencial! Ele vê muito mais do que só o lado inferior das pessoas. Ele vê o que elas tem por dentro. Porque você acha que foi o único homem desde a criação dos cristais a ser escolhido pela água? Não foi apenas um mero acidente. A água não se deixa controlar por qualquer um, se ela não tem confiança, simplesmente escorre entre os dedos o deixa totalmente sem nada. Agora, se nem você mesmo consegue enxergar isso, então você não é digno do poder que recebeu!- Ela disse se virando e saindo.- Adeus!
Continua...