A Volta por Cima Cap.4

Um conto erótico de avoltaporcima
Categoria: Homossexual
Contém 831 palavras
Data: 07/08/2014 23:13:41

Cap.4

Fui retirado da sala, algemado. Por incrível que pareça, não esbocei reação nenhuma. Mas por dentro, eu estava louco pra gritar, espernear, dizer que não tinha sido eu. Vida de presidiário é dura. 5 anos, 5. Regime fechado. Durante este tempo, eu poderia viajar, fazer uma faculdade, e ainda sobraria muito tempo. 5 anos. Tempo suficiente pra uma criança crescer. Tempo suficiente pra vida de uma pessoa mudar. Como a minha, obrigatoriamente, teve que mudar. E ainda injustamente. Não sabia mais se teria uma carreira, se seria o melhor jornalista do mundo, não sabia se seria casado, se conseguiria adotar uma criança. Não sabia mais se teria paz, se conseguiria um bom emprego. Tinha uma certeza. Perderia 5 anos da minha vida na cadeia. E seria tachado pra sempre, de ex-presidiário. Fui levado para a van, que me levaria para o presídio. Aquela altura me despedia de coisas que eram importantes pra mim. Celulares, internet, roupas, cama macia, boa noite de sono. Demorou um tempo, mas logo chegamos no presídio. Aquele lugar me dava arrepios. E me ver indo pra aquele lugar, saber que passaria exatamente 1825 dias, 43824 horas,minutos da minha vida ali, era desesperador. Aos poucos fui adentrando as grades. Logo chegamos, olhei pra a diretora, na minha frente.

- Deixe tudo o que tiver nos bolsos aqui nesta bandeja, que lhe será devolvido no dia de sua saída- ela falou. Jogando uma bandeja. Me tiraram as algemas, então, tirei. Celular, relógio, algumas notas, bilhete, dentre outros- terá que se revistado internamente, receio que queira ser revistado por um guarda homem.

- Sim senhora.

- Portanto, o guarda que está ao seu lado lhe revistara- fui levada até uma sala e fui revistado, do ânus até a boca, ele olhou tudo. Peguei minhas novas roupas, as vesti. E logo fui levado para minha cela. Fui entrando no pavilhão, muitos presos mexeram comigo. E logo abriram a cela em que eu ficaria. Tinha uma pessoa lá dentro. Fui entrando, de cabeça baixa. Não sabia o que iria ver, nem falar. Coloquei as roupas embaixo da cama, e me sentei. Olhei para cima, pros lados. Não via esperança em lugar nenhum. Me ajeitei naquele lugar, e comecei a chorar. Não acreditava ainda que aquilo tinha acontecido comigo, mas aconteceu. Coloquei minha cabeça entre as pernas. E fiquei por um bom tempo assim. Até que, senti uma mão em meu ombro.

- Calma, esse desespero passa !- ergui, lentamente minha cabeça, olhei para o lado, e vi um homem. Encorpado, alto, de olhos verdes, pele branca, barba rala, cabelos pretos curtos. Ele era bem bonito. Me olhava de um jeito diferente, preocupado.

- Como você sabe, eu nunca estive numa prisão. E vou ter que passar 5 anos aqui.

- Eu também nunca tinha estado aqui, e já estou a mais de 9 anos- dei um jeito de parar de chorar. A presença dele me dava uma certa sensação de segurança naquele meio estranho.

- Porque você está aqui ?

- Morte no trânsito- ao ouvir a palavra morte, me afastei dele um pouquinho- calma. Eu não tinha intenção. Eu... eu tinha bebido. Tinha terminado o namoro com uma pessoa, que eu gostava muito, e acabei dirigindo mesmo bêbado. Uma pessoa estava atravessando a rua, na faixa, e eu, bêbado nem prestei atenção. Quando vi, já era tarde. Já tinha atropelado, ela já estava morta ! Me culpo a cada dia, preferia que fosse eu a ela. Ver o sofrimento daquela família foi terrível. Fui condenado, peguei 11 anos. Já cumpri 9, e consegui reduzir um ano da pena, ou seja, ainda tenho mais 1 aqui.

- Quantos anos você tem ???

- 27. Fazia um mês que eu tinha carteira, 2 que eu tinha 18 anos. Nos primeiros dias, foi ruim. Não dormia, pensava o tempo naquela família, que eu, por uma irresponsabilidade, acabei destruindo. Mas acabei começando a trabalhar na cozinha, e acabei ocupando minha cabeça. Aos poucos me acostumei. E assim, fui levando esse tempo todo. Lógico que depois que liberaram para que minha família trouxesse a TV, melhorou muito kkkkk.

- Ei, posso te abraçar ?- me surpreendi com aquilo que saiu.

- Claro- falou sorrindo. O abracei. Não sabia se ele tava achando aquilo estranho. Mas eu estava gostando. Ficamos alguns minutos abraçados, até eu o soltar- acalmou ?

- Sim.

- Como você se chama ?

- Guilherme. E você ?

- Mariano. Prazer. Então Guilherme, o que você fez pra estar aqui ?

- Estou aqui por causa do artigo 157, roubo com ameaça a mão armada.

- Mas você não tem cara de ladrão.

- Já é a segunda vez que escuto isso. Se eu te contar, talvez você não acredite.

- O que ?

- Não fui eu, eu sou inocente- ele sorriu

- Todos dizem isso kkkk- contei a minha história pra ele, que no final ficou de boca aberta- que injustiça ! Depois dizem que a justiça não falha. Mas, pelo menos, você não vai ficar com um dos chefes daqui. Eles são barra-pesadas. Você vai ficar aqui, e eu vou adorar ter a sua companhia.

Continua

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Comentários

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Esta melhorando \0/, qro ver como vai ser essa Volta por cima dele.

Abração!!!

Se puder me add no face ou skype, eu adoro conversa com os autores(se for me add, fala alguma coisa no chat pra mim saber que e vc).

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