Três Formas de Amar - 22

Um conto erótico de Peu_Lu
Categoria: Homossexual
Contém 2052 palavras
Data: 13/08/2014 00:32:55

Três Formas de Amar – Capítulo 22

Deixei o Rodrigo dormindo mais um pouco e resolvi tomar um banho para despertar. Fiz um café da manhã reforçado, levei o laptop à sala para ele poder trabalhar com calma e terminei de me vestir. Creio que o cheiro dos ovos mexidos que preparei o despertou:

- Ei, que horas são – ele fazia o maior esforço para abrir os olhos.

- Quase oito! – fui ao seu encontro para um beijo matinal – Fiz um lanche pra você, já deixei o computador ali na mesa e vou adiantar tá?

- Mas já?

- Já Murilão. Tenho algumas coisas para adiantar. Não consegui fazer no fim de semana porque estava bem ocupado – disse rindo.

- É, eu também...

- Então a gente se vê de noite, certo?

- Beleza, boa semana pra você.

- Pra gente!

Dei mais um beijo de despedida e parti para o trabalho. Aproveitei que ainda tinha mais uma hora até que o pessoal da criação começasse a chegar e terminei os meus trabalhos atrasados. Os últimos dias tinham sido revigorantes e estava confiante em uma semana bastante produtiva.

Assim que Bruno chegou, sentamos para falar sobre alguns projetos que poderiam entrar na pauta e avisei sobre a necessidade de sair um pouco mais cedo na sexta-feira seguinte, por causa do campeonato. Geralmente a agência era bastante flexível com algumas necessidades dos profissionais, uma vez que costumávamos ficar até mais tarde por conta de trabalhos de última hora. Quando Antônio (o diretor de arte que geralmente faz dupla comigo) chegou, sentamos os três para conversar extraoficialmente sobre uma campanha grande que iria aparecer.

- Não é nada oficial, porque os sócios ainda estão discutindo. Mas quero que os dois comecem a pensar em um conceito diferente para esse cliente. E vou deixar na mão de vocês porque fizeram um excelente trabalho na concorrência – Bruno avisou.

Nos entreolhamos empolgados. Tinha gente na criação que certamente não iria gostar da novidade, mas pouco estava me importando.

- E olha... Caprichem! O que escutei é que os caras querem fazer algo para ganhar prêmio. Então, já sabem! – completou.

“Yes!”, comemorava comigo mesmo. Criar algo diferente do que estamos acostumados já era bom, imagina com a intenção de ganhar prêmio. Além disso, me reconfortava também a ideia de ficar um pouco afastado dos trabalhos envolvendo a empresa do Rodrigo. A gente iria se encontrar menos, mas era a garantia de uma segurança maior. Antônio também se mostrou bastante animado. Em seguida, na reunião geral que convoca todos os setores para falar sobre o andamento dos trabalhos, percebi a ausência de Luiza. Soube posteriormente que ela se encontraria primeiramente com Rodrigo, para depois trazer as novas demandas para a agência. “Coitado, começar a semana assim deve ser foda...”, pensei. Resolvi não mandar nenhuma mensagem, para não coloca-lo em maus lençóis.

À tarde, quando lanchava com o pessoal na cantina, ela entrou com uma alegria acima da média diária. Cumprimentou todos e pediu um espacinho na mesa para tomar um cafezinho. Estava sorridente, falando pelos cotovelos e procurando saber como cada um andava. “Humm... Aí tem!”, tentava calcular o que ela poderia estar fazendo. Só não queria imaginar que pudesse ser com quem eu achava. Poucos minutos depois, o seu celular tocou, e ela fez questão de atender na frente de todos:

- Oi gatinho! – ela falou de um jeito provocativo.

Todos se calaram e se viraram para ela. Percebendo a plateia, ela deu uma enrolada, disfarçou e alegou que não poderia falar naquele momento, desligando o aparelho em seguida. O pessoal não deixou passar despercebido, e começaram as brincadeiras. Minha mente não conseguiu acompanhar depois do “gatinho” e pensei em levantar na mesma hora para saber do Rodrigo, mas achei que ia ficar evidente demais. Resolvi esperar para ouvir se ela falaria algo mais. Aos poucos, as pessoas voltaram aos seus afazeres, mas ela também permaneceu. Quando já estávamos a sós, não resisti uma indireta:

- Olha só... Namorado novo? – provoquei.

- Pois é Lu, você não me quis mais, tive que correr atrás – ela pareceu comprar o desafio.

-Que bom que você encontrou alguém e está feliz.

- A gente tá se conhecendo. Um dia te apresento – Luiza não tirava o sorriso do rosto – Aliás, até hoje espero você me apresentar sua namorada.

Fui pego de surpresa, mas me virei como podia:

- Não era namorada, não chegamos a isso. No fim das contas não deu muito certo... – falei firme.

- Poxa, que pena. Se tivesse me avisado antes... – disse com um ar de desdém - Enfim, vou voltar para minha sala. A gente se fala depois.

Sorri de maneira simpática (ou tentando) e assim que ela passou para o corredor, tirei meu celular do bolso. Não ia esperar ele responder alguma mensagem, resolvi ligar direto:

- Oi, pode falar? – disse tentando parecer normal.

- Oi Lu, diga! Posso sim!

- Tá tudo bem com você? Aconteceu alguma coisa?

- Tá sim, por quê? Era para acontecer algo? – ele respondeu rindo do outro lado da linha.

- Hum... Não. Tudo bem então, de noite te explico.

- Beleza!

Desligamos e poucos segundos depois recebi uma mensagem dele:

- “Que ligação estranha foi essa agora?”.

Não respondi. Longe de mim me incomodar com a felicidade alheia, mas aquela cena toda da Luiza me pareceu bem estranha, e estava intrigado. Precisava descobrir um modo de investigar isso, mas ainda não sabia como. Para não esquentar a cabeça, resolvi focar no novo projeto com Antônio.

...

Logo que cheguei ao apartamento, liguei novamente para Rodrigo. Queria saber se iríamos nos encontrar:

- Oi gigante! Já chegou? – ele atendeu com uma voz cansada.

- Cheguei sim, e aí? Como foi o seu dia?

- Começou bem e acabou mal...

- Sério? O que houve? – já estava preocupado.

- Vou precisar ir para São Paulo novamente. Convocaram uma reunião geral com os gerentes de diversos setores lá no escritório da empresa. Não posso faltar.

- Que merda hein?

- Nem me fala.

- Mas tá tudo certo pra você jogar no Ceará?

- Não sei ainda. A princípio vou ficar três dias. Espero conseguir jogar.

- Poxa... – respondi desanimado.

- Mas vou tentar dar um jeito, prometo. Aliás, avisa isso pro Beto? Pede pra ele me deixar em stand by tá?

- Beleza, tranquilo.

- Mas então... O que você queria me falar de tarde? Tô curioso! – ele mudou de assunto.

- Não é nada demais, é que rolou um lance estranho hoje com Luiza. Ela me disse que estava namorando.

- Ah foi? Que estranho, estive com ela boa parte da manhã e não me falou nada.

- É, estava preocupado de ser alguma armação dela pra cima de você. Por isso te liguei.

- Entendi. Mas relaxa que eu tô ótimo...

- Tudo bem... A gente vai se falando por mensagem então tá? Me avisa quando chegar lá. Boa viagem.

- Valeu Lu! A gente se fala. Até amanhã.

Deixei o celular na mesa e continuava pensativo. Algo me dizia que essa história de Luiza estava muito mal contada.

...

Na manhã seguinte, Rodrigo me ligou avisando que estava embarcando e que ligava assim que pudesse. Decidi que aproveitaria esse tempo longe dele para focar no trabalho. A caminho da agência, liguei para Beto e expliquei a situação. Era ele quem estava organizando e definindo como seria a divisão dos quartos do hotel, a pedido do técnico do time. Como não havia quartos triplos disponíveis, uma pessoa ia ficar sozinha, e depois ele decidiria por sorteio.

Situação esportiva ajustada, mergulhei de cabeça na nova campanha. Os sócios oficializaram o projeto, recebemos o dossiê, e o “disse-me-disse” na agência começou. Chegaram aos nossos ouvidos as notícias de que sempre éramos privilegiados e que puxávamos o saco dos chefes, mas não estava nem aí. Sabia do meu profissionalismo e não me abalaria com esse tipo de competição de egos.

Os dias se passaram rapidamente. Apresentamos algumas ideias e esboços para Bruno, e ele estava gostando do direcionamento dado, mas pediu mais opções para a gente ir aprimorando a campanha. Ficávamos até mais tarde no trabalho, e mal conseguia ter um tempo para conversar com Rodrigo. Trocávamos rápidas mensagens e percebi que ele também estava na maior correria, mas ainda torcia para que conseguisse ir ao jogo.

Minha dupla na criação sacava a minha apreensão quando o celular apitava e perguntou logo se era alguma “peguete”, como a gente chama os “rolos” aqui em Salvador. Antônio era um cara simpático e adepto da cultura geek. Tínhamos muitos interesses em comum e esse projeto acabou nos aproximando ainda mais, mas evitava abrir muito a minha vida pessoal, por isso sempre desconversava. Não o conhecia tanto a ponto de confiar nele para falar sobre a minha história. “Um dia, quem sabe, você tenha uma abertura maior...”.

...

Na sexta-feira lembrei ao Bruno que sairia mais cedo. Como tudo estava bem encaminhado, ele confirmou não haver problema algum. Ainda de tarde, segui para o aeroporto com Beto e Luís, e encontraríamos os outros atletas no check in do voo. Liguei para Rodrigo para tentar saber alguma posição sobre a sua presença. Consegui falar rapidamente, e ele me disse que por enquanto achava que não iria. Não queria admitir, mas aquilo me chateou. Obviamente, não iria deixar transparecer isso para os meus amigos. “Calma Luciano, é trabalho, acontece...”, procurava algum tipo de mantra na cabeça para me tranquilizar.

Já em Fortaleza, nos acomodamos e fiquei no mesmo quarto que o Beto. Sim, o rei das brincadeiras. Já tentava ensaiar respostas na mente para alguma zoação que ele pudesse fazer. E não tinha nenhuma dúvida de que em algum momento ele faria. Luís ficou sozinho no quarto ao lado. O hotel, apesar de simples, era bonito, e tinha vista para o mar. Pouco tempo depois, Ricardo, o técnico da equipe, nos avisou que tinha conseguido uma quadra emprestada para fazer um treino ainda naquela noite e conversar sobre algumas táticas do time adversário. Confesso que estava exausto e preferia mesmo era dormir, mas precisava pensar no coletivo.

Percebendo um pouco o meu cansaço, Beto me disse que iria ficar conversando um pouco com Luís e voltava mais tarde para me chamar. Agradeci e me esparramei na cama, com a roupa que estava. Pensei durante alguns minutos em mandar uma mensagem para Rodrigo, mas fiquei pensando nos rumos que a conversa poderia tomar e achei melhor ficar quieto. Acabei cochilando, mas logo acordei com o barulho de alguém batendo na porta do quarto. “Puta merda, custava ter levado a chave Beto?”, xingava-o em pensamento, me levantando para abrir. Já me preparava para dar uma bronca nele, mas a visão que estava tendo me paralisou:

- Foi aqui que pediram um ruivo pra viagem?

Custei a acreditar que aquele sorriso cativante estava ali na minha frente. Tentava entender como ou quando Rodrigo tinha chegado.

- O que você tá fazendo aqui?

- Vim averiguar se você estava se comportando direito mocinho – disse já fechando a porta.

- Mas você não me avisou nada. Chegou que horas? – não escondia o contentamento.

- Cheguei agorinha. Não podia perder a chance de ver essa carinha surpresa que me deixa louco.

Rodrigo me puxou para um beijo, aliás, um necessário beijo para ambos. Me abraçava e me apertava com força.

- Como eu precisava te ver Lu. E te tocar, e te sentir... – e seguia beijando.

- Rodrigo, não faz isso...

- Shhh – ele me silenciou – Vem cá!

Prosseguimos com o beijo intenso, e já sentia seu pau duro na calça. Eu também estava precisando muito e aquela surpresa estava bastante excitante, mas uma terceira voz interrompeu a nossa brincadeira:

- Mas que porra é essa?

Dei um pulo, sem perceber que Beto nos olhava atônito na entrada do quarto.

(continua)

...

Oi pessoal! Essa semana está meio corrida pra mim, então só poderei postar os capítulos nesse horário, tarde da noite. Acredito que até o fim da semana conseguirei dar uma estabilizada e volto a publicar um pouco mais cedo. Fiquei super feliz com a receptividade do capítulo anterior. KaduNascimento, que bom que consigo te surpreender, valeu pela força! Karlinha Angel, nervosinho (ahaha)? Sou não, sou bem sossegado, acredite. Ok, mentira, às vezes me estresso pra caramba (rs). Irish, nunca parei para pensar nesse lance de vidas passadas, mas é um excelente ponto de vista. Stylo, a gente merecia uma folguinha né? Geomateus, a família dele é excelente mesmo, esbanja simpatia. Drica Telles, fico encantado com o seu carinho e a sua torcida! Obrigado pelos votos e comentários sempre positivos, pessoal. Vocês são demais! Amanhã volto com a continuação. Beijão!

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Comentários

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Bom isso uma hora iria acabar acontecendo...não tem como manter um relacionamento assim eternamente secreto neh! espero q dê tudo certo bjuss

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Pegos,realmente acalmaria acabou!

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Fudeu, puts, justo perto do jogo! Nossa, to ansioso pra saber o desfecho. Tomara que não tenha atrapalhado no jogo.

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Eita,que agora ferrou!Tomara que esse Beto seja do bem e não do time da Luiza.E encantada fico eu com a história de vocês que me aquece o coração.

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Caramba, será que agora as coisas começam a encrencar? Coração na mão até o proximo capítulo! Espero que tenham adquirido aliados e não inimigos...

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Caraca, que mancada, e é pq eles disseram que iam tomar cuidado. Já esperava que alguem pegua-se eles no flagra. Tomara que seja um amigo confiavel. Abração!!!

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