- Como é então essa história de vocês morarem juntos?
- Mãe, pelo amor de...
- Não! Eu quero saber. Você vem a semana toda tentando me convencer, agora eu quero ver ele me confirmar tudo.
Eu olhei pro Bernardo que estava com a cabeça encostada no parede do quarto.
- São só planos, dona...
- Dra. Luíza.
- São só planos, Dra. Luíza. A gente ainda não sabe de nada direito.
-Olha meu filho, por mim tudo bem. Até porque o curso dele é federal e ele não quer transferir pra qualquer particular mas eu preciso que você esteja certo de vir pra cá mesmo porque o aluguel é caro pra uma só pessoa pagar e se você desistir eu vou ter que pagar tudo sozinha e já vou estar pagando a prestação da casa na minha outra cidade. Por mim ele viria e pronto.
- Eu não confirmei nada. Ainda vamos acertar tudo, eu preciso falar com meus pais e com meus tios.
- Pois se adiante porque eu saio há qualquer momento. É bom que saiba que vai morar com um iceberg, que não fala nem come o dia todo.
- Lucas, vamos. – Bernardo falou baixinho.
- Bernardo não é assim. Ele é meu amigo.
- Amigo?
- Lucas, por favor. – Bernardo falava de olhos fechados quase inaudível.
- Sim. A gente já saiu junto e... – eu o olhei, ele continuava imóvel. – eu estava ensinando uma matéria do curso pra ele ontem, hoje ele me ensinou contabilidade. A gente conversa bastante até... – essa última parte era mentira mas eu joguei pra ver se colava.
- Desde quando vocês são amigos assim?
- Há um tempo...
- Ah... Que bom então... – ela falou surpresa. – Bernardo não tem amigos e nem os traz em casa.
- Ele é um cara reservado mas é bem legal. Já tá virando um dos meus melhores amigos.
- Nossa... que avanço hein? – ela falou olhando pra ele. – Espero que continuem amigos assim, é bom pra ele e ele precisa disso. A psicóloga disse. Já vai?
- Já sim! – ele finalmente falou me interrompendo. – Vou deixa-lo em casa. Volto daqui a pouco.
- Tudo bem. Lucas, volte mais vezes, afinal talvez essa seja sua futura casa, não é?
- Ok. Até mais.
Bernardo estava calado. Fomos até a minha casa assim. Ao descer na calçada ele tirou o capacete mesmo continuando sentado na moto.
- Lucas, espera. O que você disse pra minha mãe... era verdade?
- Não Robert Pattinson malhado! Não era. Você é um chato, não conversa comigo e só quer saber do seu cachorro.
Ele riu.
- Claro que era cara!
Ele ficou olhando pro chão por um tempo.
- Tudo o que eu falei era verdade e... só você que não percebe. Mas e o que ela falou, era verdade?
- Ah... minha mãe é uma chata. Eu falei de você a semana toda pra convencer sobre a história da gente morar junto. Sobre eu ser de gelo é que eu não sou mesmo de falar, você percebeu... nessas duas semanas você se tornou meu melhor amigo. Me sinto bem pra conversar contigo sabe?
Pronto, eu ganhei o dia. Num piscar de olhos, literalmente, foi como se ele tivesse acordado.
- Eu tenho que ir tá? Sábado eu venho pra você me explicar RH. Valeu.
Não deu tempo de eu dizer nada. Ele já saiu em disparada com a moto. Que cara estranho...
O resto da semana eu não o vi, como sempre. Mas todo sábado e domingo estávamos juntos. Era tão bom. A gente estudava mas se divertia também papeando. No fim de um domingo eu resolvi perguntar.
- Assim que a gente começou a estudar você falou sobre não ser bom em gostar dos outros. O que você quis dizer com aquilo?
- Você sabe o porquê de eu ser solteiro?
- Ciúmes?
- É. Quer dizer, mais ou menos. Nunca aprendi a fazer isso. Controlar, gostar na medida certa. Eu vejo todo mundo com amigos na universidade e eu não sei ser assim. Eu sufocaria qualquer um.
- Não tem me sufocado.
- Você não conta.
- Porquê?
Ele esperou um pouco. Soltou um suspiro e riu.
- Porque ainda não somos amigos! A gente só estuda junto. – ele disse rindo e me olhou.
- Hã? Como... Como é que é? Eu te ajudei com seu nariz e tô te ajudando na matéria, você disse que eu estava sendo seu único e melhor amigo! – eu disse indignado.
Ele riu mais alto.
- “Palma palma palma, não priemos cânico!” Tá vendo? É assim que me sinto. Claro que você é meu amigo Lucas, é brincadeira poxa... Mas como você se sentiu agora há pouco é como me sinto sempre que tenho alguma relação com alguém. Gostei, gostei, fiz de tudo por alguém e aí a porra da pessoa se desfaz de mim menosprezando meu gostar. Deveriam morrer pessoas assim.
- Isso não vai acontecer agora. Somos amigos.
- Nossa que coisa gay... eu hein... – ele prendeu o riso.
Assim os finais de semana iam passando. Enquanto o carnaval rolava solto na cidade Bernardo e eu estudávamos juntos. A mãe dele acabou demorando pra ser chamada no concurso então eles ainda continuavam morando juntos. Ela a cada dia com menos paciência com a situação de passar e não ser chamada pra posse.
- Vem. Vou te mostrar meu quarto. – ele disse nesse dia.
- Só vai ver bagunça... – a mãe dele disse da sala.
A gente foi pro quarto. Era azul. Todo azul. Havia um guarda roupas com vários espelhos no fundo. Uma escrivaninha com um notebook com caixinhas de som, uma cama casal e uma janela de frente pra cama. Havia também uma estação de musculação completa abaixo da janela. Haviam roupas jogadas em alguns lugares que ele se adiantou em recolher.
- Agora eu sei como você mantém a forma.
- Não é fácil, mas a gente faz o que pode. – ele riu.
- Mentira que aqui é você pequeno? – eu falava de uma foto dele pequeno sentado no colo de um senhor que eu imaginava ser o pai dele. Estava meio desbotada, mas dava de ver que Bernardo usava aquele cabelinho capacete. Estava na escrivaninha.
- Sou eu e meu pai. Ele morreu quando eu tinha 12 anos. Infarto, ele era bem mais velho que minha mãe. Nessa foto aí eu deveria ter uns 7. Gosto dela.
- Poxa... sinto muito. Você era loiro? – tentei melhorar o clima. Me virei o olhei pro cabelo dele.
- Loiro não. Mas tinha o cabelo claro. Escureceu com o tempo. Para de me olhar assim... essa porra ficou preto e pronto. – ele se distanciou rindo.
A cada fim de semana a gente ficava mais próximo. Quando eu tinha alguma coisa pra resolver na faculdade a noite eu ficava e ele me levava pra casa. Os meus amigos não gostavam dele porque a primeira impressão é a que fica. Ninguém aprovava a gente ser amigo, até porque sabiam que eu gostava dele. E como gostava... o medo dele se distanciar caso soubesse de mim era grande, eu não podia arriscar. Só tinha medo dele começar a namorar, aí sim eu não ia aguentar. Apesar de não saber dele durante toda a semana, nos fins de semana ele sempre aparentava estar do mesmo jeito, então eu não me preocupava dele conhecer mais alguém.
“Alô? É assim que a gente fala nesse negócio?” – era uma mensagem dele.
“Pode ser a partir de agora.”
“Você não veio em um jogo meu sequer. Fica amanhã depois da sua aula pra assistir, eu te levo pow.”
“Tudo bem. Só preciso comprar um pacote de gazes antes. Acho que um tubo de Gelol também. kkkkk”
“kkkkkkkk As ideia... Vai ficar me zoando é? Sério. Aparece lá. Valeu.”
Na noite da quarta-feira os meninos foram embora reclamando comigo mas eu fiquei. Fui pra quadra e escolhi um lugar. Fiquei esperando. Logo lotaram os lugares e os times entraram. Naquela noite eram os times Administração UFPI contra a Pedagogia da UESPI.
O jogo começou animado porque já eram semi finais então todo mundo já tinha um time definido pra ir pra final. A Administração começou pontuando bem. Bernardo corria na quadra e ajudava como podia. Ele de vez em quando me olhava e sorria. Eu sorria de volta. Era muita festa.
2x0 no primeiro tempo.
Apesar de ser atacante os gols não foram dele. O intervalo chegou e a torcida do nosso lado da quadra não parava de festejar. Só não estava melhor porque nenhum dos meus amigos estava alí. Fiquei sentado com um garoto de Medicina. A gente começou a conversar e nome dele era Victor. Ele era lindo. Magrinho com um cabelo preto charmoso penteado pro lado. Usava óculos.
- A gente vai ganhar. Você vai ver. A pessoal da UESPI ganhou por sorte o jogo passado. – ele dizia.
- Me disseram o mesmo.
O segundo tempo começou e mais um gol saiu, só que pra o time adversário.
- Acho melhor não falarmos tão cedo. – eu ri pro Victor.
- É só um. Nós temos dois.
Com o tempo a conversa foi rolando com o Victor. Ele era divertido.
- Eu tenho um amigo jogando. O nome dele é Bernardo, da noite. Ele joga bem. É atacante e deve fazer um gol a qualquer... – eu falava no ouvido do Victor porque as pessoas faziam muito barulho.
A torcida começou a gritar, mais um gol saiu. 3x1.
- Desculpa... – Victor disse me interrompendo. – É que foi gol pra gente mas, olha, o cara que fez o gol tá é parado sem comemorar.
O Bernardo tomou a bola de um cara. Driblou mais dois caras e chegou ao gol. A torcida ia à loucura. Quando virei pra ver e comemorar, Bernardo estava perto do gol com as mãos na cintura me olhando sério respirando ofegante. Passou as costas das mãos na testa pra tirar o suor e voltou pra posição andando e cumprimentando os companheiros.
- Ué gente, como assim? Anularam o gol foi isso? – perguntei pro Victor.
- Não, não. Ele que não comemorou mesmo.
Olhei pro Bernardo e ele já estava a postos esperando a bola. Jogou sem olhar mais pro meu lugar e como se estivesse contando os segundos pra terminar. O jogo terminou com esse placar de 3x1. A Administração estava na final. Os jogadores vieram cumprimentar a torcida mas o Bernardo saiu da quadra.
- Victor, foi um prazer cara.
- Igualmente. Valeu.
Eu desci os degraus rápido e atravessei a quadra cheia de gente até chegar lá fora. Procurei pelo Bernardo e nada. Fui para a universidade e chequei os banheiros. No terceiro ele estava.
- Ei... que saída foi aquela? A Administração ganhou e você fez um gol, parabéns.
Ele lavava o rosto. Pegou umas folhas de papel e se secou.
- Você viu?
- Claro que vi. Eu estava lá como você pediu.
- Só que estar lá não é suficiente. Para de mentir, você não viu. Não viu porque estava ocupado conversando com outro cara que eu nunca vi aqui.
- Como é?
- Você disse que eu estava me tornando um dos seus melhores amigos. Você É o meu melhor amigo. Meu único amigo! Deveria estar lá me apoiando mas ao invés de prestar atenção por míseros 90 minutos em mim você preferiu ficar de porra de conversinha no OUVIDO de outro cara! – ele gritava. Ele bufava.
- Bernardo eu acompanhei o jogo. Tava barulho e eu falei no ouvido do cara.
- NÃO IMPORTA! Nem a minha mãe está aqui pra me ver, a única pessoa minha que estava na arquibancada era você. Era em mim que você deveria estar focado! O gol era basicamente SÓ PRA VOCÊ!
- Meu Deus, cara que drama... para de gritar. Foi mal, eu não sabia que significava tanto.
Eu vi que ele cerrou os dentes. Os ossos do maxilar se destacaram. Ele soltou o ar e se virou pegando a mochila.
- Mas significava! – falou baixinho. - Olha, vamo embora vai...
- Bernardo desculpa. Não sabia mesmo. – ele havia conseguido me fazer sentir mal.
- Esquece. Não tem como eu fazer o mesmo gol pra você ver então já era... – ele saiu do banheiro. Me levou calado até em casa. Mal deu tempo de descer da moto ele já saiu.
Sábado ele me mandou mensagem dizendo que não viria estudar porque estava com dor de cabeça. Domingo ele disse que não estava bem por isso não vinha me buscar e nem era pra eu ir. Ele estava chateado e eu me mordendo de raiva! Contei o que aconteceu pro pessoal.
- Vocês andam estudando juntos? – Era a Júlia na segunda.
- Há uns meses já.
- Então o negócio tá sério... – Natan falou sem deixar de olhar pro livro. – Não espere apoio de ninguém aqui. Não gostamos dele. Gostamos de você e sentimos muito por ser com ele que você quer ficar.
- Natan! Nada disso amigo. Estamos aqui pra te ajudar. Vocês precisam conversar.
- Que cara sensível! Porque você não viu o gol? Tem certeza que o Lucas que é o gay da história? – Natan falou rindo.
- Ele não me respondeu toda o resto da semana e nem estudou no fim de semana. Preciso ficar pra falar com ele hoje à noite.
- Vai ser ameaçado e levar patada de novo pra variar. – Natan disse se levantando.
Esperei a tarde toda e finalmente a noite chegou. Fiquei próximo ao estacionamento e o vi chegando.
Ele vinha caminhando rápido e quando me viu diminuiu o ritmo.
- Bernardo eu queria saber de você. Não apareceu o fim de semana e nem me responde.
- Eu estava doente, não disse?
- É mas... eu pensei que você talvez ainda estivesse chateado de quarta.
- Eu tô.
- Cara me desculpa... eu não queria estragar nada.
- Mas estragou. Mas tudo bem... deixa pra lá. Poxa, é que pra mim só tinha você na arquibancada. Nos jogos passados eu não tinha nem vontade de jogar porque não havia ninguém lá. Minha mãe só veio na estreia e saiu antes do fim. Eu quase quebrei o nariz pra completar, fiquei fora dois jogos.
Eu o observava sem palavras e me achando é claro! O gol era pra mim!
- Não vai acontecer de novo.
- Acho bom porque semana que vem tem final. Tá aqui sozinho?
- É.
- Então me espera porque eu só tenho aula até as oito.
Dito e feito. Oito horas saímos. Paramos em um barzinho e pedimos cajuína.
- Eu faço terapia há um tempão. – houve um momento em que ele disse.
- Porquê?
- Não sei gostar. Ou gosto demais ou de menos lembra? Minha mãe me contou que quando pequeno eu abraçava os gatos até eles sufocarem. Eu gostava deles então não via o porquê do abraço fazer mal. Era carinho. A princípio parece um comportamento normal mas com o tempo a psicóloga disse que eu precisava cuidar disso.
- A terapia cuida disso?
- Me ajuda porque digamos que aí eu não abrace as pessoas até elas sufocarem, entende?
- Então foi por isso que sua namorada...
- Minha ex-namorada, pulou fora do barco porque não aguentou meu ciúme. Nada a segurou, nem o sexo bom não foi suficiente.
- Hum...
- Escuta, você falou com seus pais sobre a gente morar junto?
- Falei e meu pai disse que se eu te conhecer direito não tem problema.
- Então precisamos ver isso porque minha mãe viaja semana que vem.
- Já?
- É... eu não avisei porque a gente tava sem se falar e tal...
O resto da semana foi planejando essa mudança. Nenhum dos meus amigos me apoiaram a não ser a Júlia. Diziam que era um passo grande demais. Apesar disso todos foram ajudar na mudança. Eles só não gostavam do Bernardo mesmo. Se eu estivesse morando com outra pessoa tudo bem, mas com o Bernardo não. Me resolvi com meus tios e no dia seguinte à viagem da mãe do Bernardo eu entrei na casa.
O quarto que era dela ficou pra mim. Ajeitei os móveis e Bernardo carregava minhas coisas junto com meus amigos. Ficamos apenas com o básico já que a mãe do Bernardo havia levado boa parte das coisas úteis como fogão, micro-ondas, geladeira e etc. Só que deixou um dinheiro com o Bernardo pra que ele comprasse eletrodomésticos novos, com minha ajuda é claro. Dividimos o valor do itens e pagamos cada um metade. O caminhão da loja veio entregar tudo rapidinho. Meus pais ligavam perguntando se tudo estava indo bem e eu confirmava.
No decorrer daquele dia tudo se ajeitou. Finalmente a casa estava completa. Todos foram embora e ficamos a sós.
- Você faltou aula e eu também vou faltar. Tô exausto. – ele falou se jogando no sofá.
- Nem me fale. Vamo pedir pizza?
A noite esse foi nosso primeiro jantar morando juntos. Já era tarde e estávamos no chão em frente à TV comendo. Observem:
Bernardo mordeu uma fatia com muito queijo e fez aquele fio de queijo no ar. Ele ria enquanto puxava. Quando conseguiu quebrar aquele fio escorreu pelo seu queixo. Ele virou os olhos pra baixo tentando ver. Eu levei a mão até sua boca, peguei e puxei o queijo. Ele no mesmo instante abriu a boca e eu depositei o pedaço lá dentro. Ele terminou com uma leve chupada, quase um beijo, na ponta do meu dedo.
Eu fiquei boquiaberto, excitei na hora. Eu o olhei e ele continuava a comer normalmente. Apenas a caixa de pizza estava entre nós dois. Joguei meu pedaço lá e entrei no banheiro antes que ele percebesse. Como ele conseguia agir assim?? Ele ia me enlouquecer daquele jeito. Voltei pra sala mais aliviado.
- Precisamos estabelecer regras sabia? - eu disse sentando.
- Concordo. Diz aí as suas.
- Nada de deixar louça suja por muito tempo. Cada um é responsável pela sua.
- Nada de trazer peguete de balada pra cá. Existe motel pra isso. – ele falou pegando outro pedaço da pizza.
- Pensei que eu que precisasse dizer isso pra você.
- Você fala como se me visse com uma garota diferente todo dia. Na minha cama só dorme se eu considerar. E se serve de alguma coisa eu não fiquei com ninguém desde o fim do meu namoro.
- Tudo bem. Então, você cuida do Brutus.
- Não. Isso não. Nós dois cuidamos. Ele guarda a casa pra você também, a noite eu não vou estar aqui pra por comida pra ele então você faz isso. Considere como um filho agora.
- Tudo bem então... Um não meche nas coisas do outro. Pode pegar emprestado contanto que peça antes.
- Quarto é lugar sagrado, então um não adentra o do outro sem bater. Ah, e antes que eu me esqueça, eu tomo banho todos os dias às 5:00 da tarde porque saio pra faculdade em seguida. Guarda a hora na cabeça porque eu te jogo da janela se você tiver lá dentro esse horário, não gosto de chegar atrasado.
Ele se deitou no tapete. Havia comido demais.
- Posso usar sua moto?
- Não. Nem pensar. Mas pode pedir e eu te deixo onde for. Posso te deixar na universidade de vez em quando por minha conta, mas se quiser ir todo dia vai ter que me ajudar no combustível.
- Justo. Olha, só hoje compramos geladeira, micro-ondas, fogão e uma TV pra copa. Não tenho nem previsão de quando meus pais vão poder contribuir pra uma máquina de lavar, então é melhor a gente se virar com o tanquinho do saguão. Assim que der a gente compra.
- Tudo bem, mas você que vai ficar em casa no fim da tarde recolhe as roupas do varal. E por falar em fogão eu só sei fazer arroz e ovo.
- Pela manhã estamos os dois em casa, eu cozinho o que faltar.
- Limpeza?
- Podemos primeiro fazer uma faxina geral no fim de semana, depois só cuidamos na manutenção. Podemos limpar tudo dia sim, dia não. Aí revezamos.
- Tá né... A gente tá parecendo duas donas de casa. – ele riu alto.
- Vamos ter que aprender. Internet?
- Podemos aumentar a velocidade se o preço dividido for bom pra cada um. Ou podemos manter como está e pensar numa TV a cabo. Minha mãe levou a daqui.
- TV a cabo é melhor, a internet já é rápida.
Estava tudo indo bem. Até que ele limpa a boca e diz:
- Tem mais. Não quero nenhum dos seus amigos aqui. Nenhum!
Opa! Aí a história mudou.
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Drica (Drikita): Pois é, ainda bem que tudo se encaixou certinho. Realmente ela não queria, mas acabou cedendo por conta do curso do Bernardo.
T.P.: Ter eu tenho, não posso é divulgar. O Kaio não quer de jeito nenhum.
love31: kkkk Pode mandar beijo pro Kaio que eu não zango não. Não pode é exagerar. Tinha um leitor que mandava bem mais que só beijo... nem me lembre.
May Lee: O que é "Shippo forte Bêlu!"? Ah, tem muito mais!
vitinho: Lê! Lê! kkk Você vai gostar. Se gosta desse tema de romance e tal, com certeza vai gostar.
Teteus 18: 5 ou 6 folhas com fonte 11! Não consigo fazer mais que isso! kkk
marcelo8486: Vishe... rapaz eu tô escrevendo. Vamo ver se vai rolar esse drama todo aí. Mas acho que quanto a ciúmes o capítulo de hoje já mostrou o que está por vir, não?
geomateus, esperança, Irish, mille***: Obrigado por sempre acompanharem e comentarem sem cansar. Eu adoro todos vocês.
Pessoal o tempo tá apertado, mas tô postando sempre antes de ir pra faculdade pra não precisar chegar e ir postar. Dá sono demais depois das 22h. Espero que estejam curtindo tanto quanto eu estou. O conto já está bem adiantado! Já tenho alguns capítulos prontos.
Pra vocês morrerem do coração, hoje eu escrevi o primeiro capítulo de sexo dos dois e meu Deus... está beeeeeem melhor que as partes do conto sobre o Kaio e eu. Até me surpreendi depois. Aguardem porque tem novidades vindo aí. Tanto pra quem curte esse conto, como pra quem curtiu o passado. ;) Não posso dizer o que é... Mas adianto que vocês vão se surpreender e amar. Abraço.