Desde o dia em que ficou provado que ele, Samuel Palhares da Silva, foi considerado inocente na briga e que culminou com a morte de Flavinho confusão, que Gigante passou a ser mais cauteloso do que sempre foi.
Por muito tempo Samuel pensou sobre o acontecido e viu o quanto fora estupido em se meter numa briga que nem sua era. Que o provável Leproso fosse ser morto naquele dia, jamais iria alterar o seu dia a dia, pois isso ocorre quase que com frequência no mundo isolado e violento como aquele em que os personagens envolvidos viviam.
Gigante nunca entendeu como que de uma hora para outra, o tal Flavinho se voltou contra ele e deixou o Leproso de mão. Tá certo que eu dei um empurrão no cara que quase o jogou do outro lado do banheiro, mas a investida automática de Flavinho, nunca saiu de sua cabeça.
Por várias vezes eu já tinha visto o meu Manezão e o tal Boca de conversa nos raros momentos em que nos cruzávamos quando o primeiro grupo de presos saia do pátio após o banho de sol e um outro grupo entrava.
E como nesse mundo tudo aquilo que você quer saber, você termina sabendo, eu quase enlouqueci de ódio por saber que aquele nojento Boca, iria ter em suas mãos o corpo e o desejo do meu Manezão numa espécie de pagamento. Nada pude fazer, e reconheci que naquele dia ele morreu pra mim.
Quando saí do presídio Federal, minha vida não mais voltou a ser a mesma. Eu me isolei de muitas das atividades ilegais em que estava envolvido, apesar de minha pouca idade e gradativamente fui passando o comando pára outro. Muitos estranharam a minha atitude e quem recebeu o meu território ficou muito grato pela minha decisão em sair de cena.
Fui embora de vez do Rio de Janeiro e voltei para minha cidade natal, Salvador. Meus irmãos muito me ajudaram e minha família como um todo jamais voltou a se afastar de mim. Cheguei a ver em manchetes de jornais a notícia da minha própria morte, o que me fez rir muito. Só que eu havia morrido mesmo, aos poucos e sozinho, naqueles quase três anos de cadeia. E o que mais me fazia lamentar ao longo de muitos anos, era o fato de Gabriel, o meu Manezão, ter ficado lá sozinho e pagar por uma coisa que ele jamais fez.
Três anos depois de minha saída, voltei ao Rio de Janeiro, e uma das primeiras coisas que fiz, foi me encontrar com um dos melhores advogados criminalistas não só do Estado e sim do País. Ele então ficou com a missão de procurar na Lei, qualquer brecha que fosse possível, desde que Gabriel fosse solto. Só que ele demorou muito e alguém foi bem mais esperto e passou na minha frente.
O próprio Leproso, para quem eu ligava pelo menos uma vez na semana foi quem me deu a notícia de que Gabriel havia saído em liberdade condicional e ele não fazia a menor ideia de onde o cara pudesse estar. Isso pra mim foi como uma faca de dois gumes se por um lado eu fiquei feliz por ele não mais estar preso, por outro me deixou mais preocupado ainda, por não saber onde ele andava ou com quem ele andava.
A única coisa que me vi na obrigação de fazer foi voltar a morar na Cidade Maravilhosa, pelo menos até que o período de condicional de Gabriel terminasse. Ele não podia se ausentar do Estado de jeito nenhum e claro que uma vez na cidade, seria mais fácil de encontrá-lo. Tudo o que eu podia fazer já que nada mais restava, era esperar e quem sabe a sorte bateria na minha porta.
E não demorou muito e ela, a sorte, não só bateu como esmurrou a minha porta numa sexta-feira quase que no final da tarde.
O carro estacionou numa vaga que acabara de ficar livre e os ocupantes dele desceram e se dirigiram para o quiosque que ficava quase em frente de um grande hotel da orla.
O coração acelerou como nunca tinha acelerado na vida. Uma mistura de emoção, mágoa, desejo, rancor, ternura, surpresa e vingança, passou por minha cabeça e corpo numa velocidade vertiginosa que chegou a me assustar. Mesmo depois de quase dez anos, o que eu sentia por aquele cara continuava bem vivo dentro de mim, no meu peito acelerado e na minha vontade de tê-lo comigo de novo.
Pela visão que estava tendo, os dois pareciam ser bem íntimos, o que me fez ficar puto. Gabriel, meu Manezão, continuava lindo. Era um homem de quase 38 anos de idade e além de uma beleza masculina extrema, exalava uma felicidade que se fosse aparente, estava bem encenada. Os dois estavam rindo, não sei do quê e eu seria capaz de dar tudo o que eu tinha só pra saber o que estava lhe causando tanta risada.
O outro cara era alguém que eu já tinha visto, só não lembrava de onde. Era um cara que estava no final da casa dos 40, disso eu tinha certeza. Era alto, apesar de ser um pouco mais baixo que meu Manezão, forte sem exageros e andava tal qual o dono absoluto da verdade. Não gostei do cara de jeito nenhum.
Os dois pararam no quiosque, compraram cerveja e após sentarem num banco da orla, ficaram como tantos outros olhando a tarde ir embora lentamente.
Durante uma semana eles repetiam esse ritual e na primeira oportunidade que tive, justamente numa vez que meu Manezão foi sozinho, eu não perdi a chance e me aproximei dele.
_ Olá Gabriel.
Ele que estava perdido em pensamentos, pois fitava a paisagem sem nada ver, disso eu tive certeza, rapidamente olhou pra mim e com a cara mais inocente do mundo disse:
_ Sim, sou eu.
Suas palavras me desarmaram por completo.
_ Posso falar com você? Por Deus e a Virgem Maria, como eu queria falar com ele.
_ Acho que você já esta falando. Espero que não me rapte e me faça passar por tudo novamente. Pois dessa vez serei morto aqui mesmo.
_ Pode ficar tranquilo, não é nada disso. Primeiro eu quero dizer que fico feliz em te ver aqui. Segundo, eu gostaria de me desculpar por tudo de ruim que sei que lhe causei. Terceiro que eu te odiei em silêncio por muito tempo e finalmente quero que você saiba que seja lá o que for que você necessite, estou disposto a te ajudar.
Eu falava com ele, e tinha a certeza que não estava sendo ouvido. Isso foi muito difícil de aguentar, até que perguntei:
_ Você esta bem Gabriel?
_ Se você quer saber se eu estou vivo, sim estou. Se eu já superei tudo de ruim que aconteceu comigo, eu diria não, pois as marcas ainda estão em mim e elas doem. Se eu sou feliz, ou mesmo vivo em paz, mais uma vez responderia não, pois muito de mim ficou lá atrás. E você sabe, o passado só vem atormentar a nossa vida, sempre que a noite chega.
_ Concordo com você.
Nesse momento, o homem que sempre o acompanhava, chegou perto de nós e falou com Gabriel.
_ Tá tudo bem por aqui, Gabriel? E me encarou incisivamente.
_ Sim, Mário. Você lembra dele? E Gabriel apontou pra mim.
_ Com certeza. O que você quer com ele?
Assim que pude ver o cara mais de perto, lembrei quem era, o Diretor do Presídio.
_ Nada demais. Estava apenas cumprimentando ele.
_ Nesse caso, já pode se retirar.
_ Sem problema, Diretor. Gabriel, foi bom te encontrar aqui. A gente se vê... Tchau.
O meu medo maior era ser esculachado pelo Manezão, só que ele agiu de uma maneira, que me desarmou. Eu cheguei até a ver uma cena entre nós, onde cada um trocaria todos os tipos de ofensas conhecidas e inimagináveis. Só quer nada disso aconteceu. Enquanto eu andava e pensava nessas coisas me deu uma vontade danada de olhar pra trás e não mais aguentando de curiosidade me voltei e mesmo de longe vi que Gabriel olhava pra mim.
E bastou isso para que meu coração quisesse sair pela boca. Por mais vontade que eu tinha de fazê-lo sofrer, me vingar da maneira mais horrível possível, fui traído pelo coração, que só queria tê-lo a meu lado. E o bom disso tudo era ter notado que ele também queria.
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Olá AGATHA1986, Só quero te agradecer minha querida amiga por voltar a caminhar junto e pelo CARAMBA... acho que a história te pegou. Grande beijo minha querida.
Olá UMSONHO< bem vindo a essa página meu amigo. Obrigado por ter se envolvido nessa trama ao ponto de lê-la de uma vez só os capítulos postados. Abraço amigo.
Olá CHELE, o amor entre os dois, pelo menos da parte do Gabriel sempre foi muto intenso. Concordo com suas palavras. Beijo minha linda.
Olá KADUNASCIMENTO, Vi que vc também é uma dos novos amigos a comentar na página, seja bem vindo. Já que no segundo comentário vc diz já torcer pelo Gabriel, agora terá que seguir até o desfecho, combinado? Um abraço amigo.
Olá EDU 19 e 15, A isso meu querido amigo, chame de Maturidade. Experiência de vida. Um grande abraço.
Olá ESPERANÇA, sempre sinto carinho nos teus comentários. Obrigado Talismã por tudo, viu? Grande beijo.
Olá PLUTÂO, bom ler vc e sua análise precisa mais uma vez. Acredito que a tão falada redenção há de vir, só que algumas arestas terão que serem aparadas. Grande abraço amigo.
Olá NINHA M, como vc mesma leu, as coisas começaram a entrar nos eixos novamente. Parece que o rancor deu lugar ao perdão. Aguarda aí que a trama ainda vai demorar um pouquinho para o desfecho. Beijo em vc e Ju.
OLÁ TAKAHASHI, o capítulo foi carregado de emoção, e os dois finalmente tiveram uma espécie de D.R. onde puseram por pra fora pouco do que guardavam no peito. Triste por vc estar num momento delicado, superação nesse momento passa a ser a palavra de ordem. Estarei aqui para que vc se quiser poder desabafar. Uma grande abraço meu querido amigo.
Olá NEGUINHA_EVANGÉLICA, Adorei o comentário a lá COPÈLIA, no toma lá da cá. Querida quero agradecer a vc por sempre seguir junto, mesmo não lhe lendo em alguns momentos. O coração já sabe que vc esta por aí. Beijo grande.
Olá GEOMATEUS, só poso te dizer que tudo isso esta interligado de alguma forma. São esses os sentimentos que mais nos rodam. Grande abraço meu amigo. Logo mais PRAIA DO FUTURO.
Olá KYRYAQ, lindas as palavras sobre os opostos. Acredito que as feridas já começaram a cicatrizar em ambos. Vejamos no que vai dar tudo isso. Grande beijo carinhoso as duas.
Olá GUINHO, concordo com vc. Só que Gigante achava que por ser um inocente, ele não seria tão duramente castigado como infelizmente terminou sendo. Obrigado querido por nos acompanhar . Grande abraço.
Olá MAMA ROSE, minha VITAL, querida, até eu acho que o capítulo foi um dos melhores que já bolei em toda essa louca brincadeira séria de escrever. Muitas das situações se baseiam no que vocês me dizem. Obrigado pelo carino de sempre mama. Vamos em frente. Vc sabe que irei na praia logo mais, só não vou beber a tal caipirinha pq nunca bebi na vida. Beijo ama.
Olá CINTIACENTENO. Jurava que vc era daqui da terrinha tb, sabia? Em todo caso, esperarei quem sabe sua vinda. Obrigado por nos acompanhar. Grande beijo querida amiga.
Olá DRICA (DRIKITA), acho que respondi sua pergunta no capítulo de hoje. As evidências as vezes minha querida estão bem a mostra, né mesmo? A gente é que quer se enganar as vezes. Olha só, Hei de agradecê-la sempre, seja em dobro, triplo, quadruplo e ... Adoro vc gatona. Grande e estalado beijo nessa bochecha linda que sempre vejo.
Olá NARCISO_P, E que detalhe né mesmo meu querido? Acredito que cada pessoa que fizer um bem enorme a outra, sempre será importante na vida dela. Vc é tudo isso e muito mais que haveremos de descobrir. Obrigado querido pela companhia. Um grande abraço .
Olá MONSTER, Querido isso q vc escreveu me deixou todo cheio viu? rsrsrs... Olha só obrigado mesmo pelo carinho e admiração pelo que faço. saiba que fico super feliz e grato pela sua demonstração cheia de carinho e respeito.
Olá NUNOCAPIXABA, Garoto que susto vc me deu durante os dias que não mais soube de vc. O que posso fazer para q vc sinta que estarei sempre junto, hein? Sinceramente espero que o tempo ruim tenha ido embora e que vc sempre me dê boas notícias. Ficarei ansioso por notícias suas. A vida sempre haverá de mostrar o caminho o momento certo, acredite. Grande abraço BRUNÂO.
Olá ATP, e eu irei neste domingo com amigos. Bem q vc poderia ir tb, né? Feliz em voltar a saber de vc por aqui. Tá me devendo uma boa caminhada. Abraço querido amigo.
Olá ALEXIAN, bem vindo querido a esse nosso espaço. Olha só, algo me diz que as coisas ruins começarão a rarear na vida desses dois que muito já sofrerem. U abraço querido e obrigado por caminha juntinho com todos nós.
Aos demais amigos o meu abraço carinhoso e beijo bem estalado. Nando Mota.
