Ela me olhou e sorriu veio em minha direção segurou minha mão..
Eloisa: vem comigo!
Ela foi me puxando, eu não tinha controle sobre meu corpo, perto dela eu ficava extasiada, saia de órbita. Chegamos em um corredor, havia três portas, numa delas havia um " pendurico" escrito banheiro, as outras duas imaginei serem os quartos dela e da mãe dela, esse pensamento me deixou eufórica, estávamos na festa do Guga namorado dela, meu melhor amigo e ela me puxa a pro seu quarto.
Ela parou em frente a uma das portas e a abriu me trazendo pra dentro. O quarto era normal havia uma cama de casal, ao lado da cama um bidê com uma luminária, uma mesa com computador e alguns livros, mas o que me chamou atenção foi um quadro que estava na parede acima da cama dela, um quadro feito de fotos aquelas no estilo Polaroid. Tinha fotos com amigos, fotos de paisagens, algumas com a mãe dela, ela percebeu meu interesse pelo quadro e me chamou pra olhar, ficamos lado a lado de joelhos sobre a cama dela olhando as fotos, foi ai que ela me mostrou uma que estava no centro do quadro de um homem com uma menininha no colo os dois riam na foto
Eloisa: ta vendo essa? É meu pai e eu quando eu tinha 4 anos. Tempos bons aqueles, antes das decepções..
Eu: onde ele esta agora?
Eloisa: ele faleceu alguns meses atrás..câncer
Ela baixou a cabeça vi as lagrimas escorrendo pelo rosto, me aproximei dela limpando as lagrimas
Eu: me desculpa eu não devia ter perguntado.
Eloisa: meu pai não se conformou com o fato da filha amada dele gostar de garotas, sabe acho que isso influenciou um pouco, fez ele ficar cada vez pior. Um dia antes de morrer eu tava no hospital com ele. Ele me fez prometer que eu ia me casar ter filhos, construir uma família sabe? Eu prometi não queria decepcionar meu pai ainda mais..depois disso conheci o Gustavo, ele e o meu pai se dariam bem...
Eu sei que eu devia conforta-la mas ouvir aquilo me deixou irritada acabei me exaltando
Eu: é por isso que você ta com o Gustavo?
Nessa hora Dona Maria entrou no quarto chamando a filha e ouviu nossa conversa que já estava mais pra discussão
Eloisa: eu fiz uma promessa pro meu pai, Fernanda...
Eu: que seria infeliz pro resto da vida?
Eloisa: você não vai entender, não é tão simples assim..
Eu: desde o dia em que você me atropelou com aquela bicicleta eu não parei de pensar em você, eu não sei que diabos ta acontecendo mas eu gosto de você Eloisa, e eu sinto que no fundo você gosta de mim também, e o beijo? Olha eu tentei evitar porque achei que você tivesse duvidas por causa do Gustavo, mas agora eu descubro que você nem gosta dele e só esta com ele por causa de uma promessa sem fundamento..
Eloisa: Fernanda não foi uma promessa sem fundamento, eu sempre amei meu pai sempre quis que ele sentisse orgulho de mim, mas quer saber você nunca vai entender, você não tem pai, você não tem família, não tem ninguém..
Fiquei estática, aquelas palavras vindo dela me machucaram muito, fiquei parada sem reação nessa hora Dona Maria interviu, pediu pra Eloisa descer, ela saiu batendo a porta, eu apenas fiquei ali parada sem mover um músculo até tentei mas foi em vão, Dona Maria veio até mim e me abraçou
Dona Maria: querida tudo bem? Acho melhor vocês duas esfriarem a cabeça, depois conversarem com calma ta bom?
Apenas concordei com a cabeça e sai do quarto, fui em direção a sala atrás do Guga encontrei ele bebendo com alguns amigos me despedi dele dizendo que não estava me sentindo bem ele se ofereceu para me levar mas recusei, no caminho de casa fiquei pensando na conversa com a Eloisa fiquei realmente mal com o que ela me disse.