Cap.5
- Alô- dizia, atendendo o meu telefone.
- Eric ?- era Kazumi
- Oi, achei que tinha me esquecido novamente- dizia, terminando de digitar mais uma página do meu texto.
- Eu não te esqueço. Eu sempre lembro de você, acontece que...
- Acontece que você só quer transar né, eu já entendi. Quando o tesão aperta, você corre pra mim.
- Não, é que ando tendo muito trabalho. O que você quer então ?
- Sei lá. Que você jantasse comigo, ou que a gente saísse pra algum lugar.
- Hum, tá. Vou no seu apartamento hoje a noite, posso fazer alguma coisa pra gente comer lá e amanhã a gente sai, tá bom assim ?
- Ai, sério ??
- Humrum.
- Mas o que você precisa pra cozinhar, diga, pra que eu compre- falei, todo animado.
- Não se preocupe, eu vou comprar tudo no mercado e levo pra lá. Esteja em casa às 20h.
- Ok.
- Tchau
- Até mais tarde- meu coração disparava só de ouvir a sua voz, será se todo aquele sentimento que eu levei quase toda a minha adolescência pra reprimir, estava voltando ????
TEMPO DEPOIS
Olhava ansiosamente pro relógio. Por algum motivo eu queria ver ele rapidamente. Logo deram 19h40.
- Atsu, já estou saindo !- gritei de uma vez só, pegando minha mochila.
- Mas já ? Ainda não deram nem 20h- falou, entrando na minha sala.
- Eu ainda tenho coisa pra fazer- falei, saindo.
- Boa noite, e use camisinha- ele gritou, rindo.
- Idiota !- gritei lá de fora. Peguei o metrô e em poucos minutos estava em casa. Ele ainda não havia chegado. Entrei, e vi que estava tudo uma bagunça. Arrumei tudo rapidamente, e logo escutei a campainha tocar. Me olhei no espelho e fui abrir a porta- oi- falei, sorrindo. Lá estava ele, com a mesma expressão fechada de sempre, com duas sacolas nas mãos- enfim você veio.
- Claro, eu cumpro o que digo- falou, entrando e colocando as coisas em cima da mesa- como você está ?
- Bem- falei, vendo ele retirar tudo de dentro da sacola- já estou com fome. Quero ver se você sabe cozinhar mesmo- falei, sorrindo. Ele só olhou pra mim, com um sorriso de canto de rosto.
- Não me subestime Eric- estava começando a gostar daquele jeito misterioso. Fiquei apenas olhando ele cortar os legumes, verduras, e a carne que tinha trazido. Prestava atenção em cada movimento do seu corpo, em cada expressão do rosto dele. Logo chegou a hora da cebola. Ri quando vi que ele estava chorando.
- Vai me dizer que o cozinheiro super maravilhoso não sabe cortar a cebola sem chorar- falava eu, rindo.
- Não é só um cisco nos meus olhos- falava, levemente limpando os olhos.
- Me dá essa faca que eu corto- falei, tentando puxar-la da mão dele.
- Não, eu falei que eu ia terminar o jantar- ele segurou meu punho e facilmente me imobilizou. Se aproximou, ficamos cara a cara. Meu coração acelerou como nunca antes tinha acelerado- e então, você vai me deixar terminar ?- ele sorria, vendo o meu nervosismo.
- Tá- falei, sentindo ele me soltar. Acho que nunca tinha ficado tão aflito antes.
TEMPO DEPOIS
Estava revendo tudo o que já tinha escrito, para ver se não tinha um erro. Logo senti um braço no meu ombro.
- Você não para de escrever ?- ele perguntou, olhando pra tela do notebook.
- É porque esse é o projeto da minha vida, e eu quero que saia perfeito !- dizia, fechando o not- e ai, mestre cuca, terminou de cozinhar.
- Já. Fiz uma carne assada maravilhosa, você vai adorar.
- Espero mesmo-falei, levantando e indo em direção a mesa. A surpresa é que ele já tinha arrumado tudo. Logo estávamos comendo. Enquanto eu olhava nos seus olhos, ele esbarrava no meu olhar algumas vezes. Não pode ser, eu vou voltar a gostar dele de novo ? Aaaaa coração maluco.
TEMPO DEPOIS
Estava deitado na minha cama, vendo se alguma coisa boa passava. Ele, estava no banheiro. Estava uma noite fria, mas de lua cheia. Logo, ele saiu. Usava uma camisa regata, e um short. Logo entrou nos meus lençóis, e se colocou em meus braços.
- Nossa, como você está gelado !- falei, passando a mão em seu rosto.
- Acabei de sair do banheiro, bobinho- falou, cutucando meu rosto levemente. Ele ficou acariciando meu braço por alguns segundos.
- E aí, como a gente fica ?
- Assim- falou, virando, e olhando pra o meu rosto. Logo ele me beijou. Um beijo bem mais carinhoso, sem tanto desejo como nas outras vezes. Pouco depois, ele parou. Abraçou-me e deitou sua cabeça em meu peito. Assim dormimos. Foi a primeira vez que não fizemos sexo. A primeira noite em que apenas, dormimos abracados.
NO DIA SEGUINTE
Estava trancando a porta de casa.
- Você ainda não disse aonde nós vamos até agora !- falei, pegando meu casaco e seguindo ele.
- Calma, tenho certeza que você irá gostar.
- Espero que sim- estava feliz, por estar saindo com ele. Andamos por algum tempinho, até chegarmos a um local fechado. Logo, se revelou uma espécie de sítio. Tinha uma casa bem grande, vi pessoas.
- Kazumi-kun, você por aqui- um homem velho apareceu, escorado na varanda.
- Oi tio. Vim trazer um amigo- me entristeceu.
TEMPO DEPOIS
Depois do almoço, estávamos a beira de um lago, vendo a água parada, sozinhos.
- E aí, você não vai entrar ? Você trouxe a sunga que eu pedi pra trazer né ?- balancei a cabeça.
- Se você for eu vou- ele se levantou, e tirou a roupa. Como seu corpo era sedutor! Logo tirei a minha roupa. Ele segurou minha mão, me deixando nervoso. Lentamente me puxou pra água. Demos um mergulho e começamos a brincar de jogar água um no outro.
- Você não vai me acertar !- dizia ele, se mexendo rapidamente e rindo como uma criança.
- Ah, olha ai eu te acertando, olha !- falei, sorrindo e jogando água nele. O clima ali estava ótimo. E eu estava adorando conhecer o lado divertido dele. Mais tarde, ficamos quietos. Ele me abraçou e ficamos observando o sol- porque você é assim ?
- O que ?
- Você não assume nada, mas me abraça, me beija, me deixa todo confuso.
- Eu geralmente não fico com homens, mas com você é diferente. Eu gosto do seu corpo. Eu me sinto atraído por você.
Continua
Gostaram ????
