Texto sem revisão, desconsidere possíveis errosCreio eu, que esse foi o momento em que eu mais tive medo em minha vida, eu estava com medo dele não entender e me xingar, dele tentar me bater, dele me negar como irmão. Durante 16 longos anos eu não tive irmãos, não tive pais e isso me fazia ser, na maior parte do tempo, solitário. Com o Luan, eu sentia que podia confiar em alguém, que podia contar com ele mesmo que tudo desse errado, que ele estaria ao meu lado em todos os momentos, só que, naquele exato momento eu estava com medo.
Enquanto eu estava deitado sobre o seu peito, podia sentir o seu coração batendo, a velocidade ia aumentando e aumentando e tudo o que eu ouvi naquele quarto por longos minutos, era o barulho do seu coração, ele não disse nada, apenas calou-se instantaneamente, algumas lagrimas começaram a cair e eu comecei a chorar também em silencio.
- Luan, diz alguma coisa – falei
Ele continuou calado por mais alguns segundos e quando finalmente ia ouvir as suas palavras, alguém bateu na porta do seu quarto, eu sai de onde estava e me deitei no travesseiro, ele se levantou e abriu a porta do quarto, pude ouvir a voz da Camila que lhe falava algo. Segundos depois, ainda com a porta do quarto aberta, ele dirigiu-se até o guarda roupas e pegou uma regata, vestiu e me olhou coçando a cabeça.
- eu já volto – foi tudo o que eu ouvi dele. Meu coração começou a querer sair pela boca, fiquei imaginando milhões de coisas, de situações, eu nunca senti por alguém o que eu sentia pelo Luan, era algo indescritível, e pode parecer bobagem, mas quando se tem uma ligação com uma pessoa, você não quer perder de jeito nenhum.
Levou no máximo uns dois minutos para a porta do quarto dele se abrir novamente, eu me sentei na cama colocando as minhas costas na cabeceira dela, Luan entrou e atrás dele entrou um garoto ruivo, olhos azuis, algumas sardas no rosto, boca bastante rosada, todo tímido, bonito por sinal. Ele entrou quieto, me olhou sentado na cama, eu também o encarei, já o havia visto algumas vezes conversando com o Luan no colégio.
- Dudu esse é o meu irmão Eduardo – Luan disse me olhando
- e ai – ele me cumprimentou de onde estava, retribui.
- você pode levar essas anotações aqui, eu tenho outras – Luan falou mexendo em uma pasta em cima da mesa do computador
- é que eu acabei esquecendo de copiar a matéria da semana passada, não peguei direito – ele falou calmo
- pode levar, a prova não vai ser difícil, fica tranquilo – Luan disse também calmo.
Continuei olhando ele que mostrava ao “Dudu” todas as suas anotações, logo eu me joguei para traz, coloquei um dos travesseiros no rosto enquanto eles conversavam. Não demorou e ele se despediu, Luan desceu com ele. Acabei saindo do seu quarto e entrei no meu, enfiei minha cara no travesseiro e procurei dormir para me acalmar, não estava conseguindo pensar em mais nada a não ser o Luan me xingando.
Não sei como consegui dormir, acho que apaguei em meio aos tantos pensamentos que tinha na minha cabeça. Senti um peso enorme nas minhas costas, fui abrindo os olhos devagar e o peso só aumentava, tentei me mexer mas não consegui, virei um pouco a cabeça e o Luan estava sentado em minhas costas, ele logo saiu de cima de mim e deitou-se ao meu lado me olhando.
- está na hora de acordar – disse sorrindo
Aquele sorriso fez o meu coração se aliviar de uma forma incompreensível, não sabia o que havia acontecido, mas eu estava gostando da reação dele. Continuei o olhando, dessa vez o silencio partia de mim.
- já são 18 horas, você dormiu mais de três horas.... O Breno estava aqui – ele disse calmo, agora olhando para o teto
- eu estava com medo – disse, também olhando para o teto
- com medo do que? – perguntou
- de você não entender, de dizer que não sou mais seu irmão – falei
- é estranho, mas continua sendo você, o meu irmão Edu.... Fizemos uma promessa a poucas horas lembra? E mesmo se não tivéssemos feito, continuaria te amando – falou tranquilo
- promete? – perguntei mostrando o mindinho
- prometo – disse enlaçando o dedo dele no meu. Rimos um pouco.
Ele disse que parecíamos duas garotas brincando em uma casa da arvore, por um momento, todo ar ali daquele quarto parecia ter sido sugado e transformado em drama, medo, mas logo passou e voltamos a ser o que éramos a poucas horas atrás.
Ficamos no meu quarto conversando sobre amenidades, eu sempre questionando como era sua vida, o que ele mais gostava de fazer, as músicas que ele mais gostava, estava tentando colocar tudo na minha mente, ele ficou me perguntando como era estar apaixonado por outro homem, o que eu sentia, típica curiosidade, tentei ao máximo falar para ele tudo o que conseguia.
As horas foram se passando e quando percebemos, já era hora de jantar. Tomei o meu banho, depois saí e me pus a mesa com todos, ficavam perguntando como foi o nosso dia, o que fizemos e essas coisas de sempre;
- eu estava pensando, já que semana que vem é o aniversário de vocês, o que acham de fazer aula de direção? – Pedro perguntou
- como assim aniversário? – perguntei sem entender nada
- o aniversário de vocês é semana que vem, na sexta feira – ela disse
- não, não é, eu faço aniversário dia 23 de julho, estamos em abril – falei olhando eles
- nosso aniversário é dia 12 – Luan falou
- nós esquecemos que você foi registrado com outra data – Julia disse parecendo chateada
- mas, agora você está conosco e vamos comemorar esse ano na data certa, não é todo dia que se faz 17 anos, e já adianto que o presente de vocês vai ser um carro, para os dois, mas tem que aprender antes. Não quero vocês andando de ônibus e estamos trabalhando tanto que fica difícil pegar vocês todos os dias – Pedro disso
Luan pareceu se empolgar com a ideia, ele havia gostado de tudo na verdade, já eu, não conseguia ficar alegre apesar de ser ótimas notícias, tudo o que eu queria esquecer era que cresci em um orfanato, mas tudo me levava a lembrar, até mesmo o dia do meu aniversário que não é o dia do meu aniversário, uma enorme confusão.
Depois do jantar, o Luan ainda veio ao meu quarto falar sobre o carro, qual modelo iriamos pegar, que deveríamos nos inscrever logo na auto escola, quase não falei nada, também não banquei o chato, era difícil ver ele tão agitado assim desde que eu cheguei. Logo dormi.
No dia seguinte, fomos deixados na porta da escola, Luan encontrou os amigos dele e contou a novidade, eu segui o meu rumo em direção a minha sala, já havia algumas pessoas por lá, inclusive o Caio e o Mauricio, estavam conversando, assim que eu entrei o Caio me puxou uma mesa e pediu que eu sentasse ao lado dele, fazendo com que Mauricio ficasse logo atrás, ele não me olhou com bons olhos, novamente fez uma cara de quem estava com raiva, apenas dei bom dia e ele não respondeu.
- estávamos falando aqui sobre ir a uma pizzaria hoje, o que acha? – Caio perguntou
- legal - respondi
- e você vai né? – perguntou
- não sei. – falei
- por que? – perguntei
- quer dizer, eu vou se puder levar o Luan – falei o encarando, Mauricio se ajeitou na cadeira, abriu um sorriso, de certa forma ele sabia que o Caio não iria aceitar o que o Luan fosse, só que o sorriso fugiu dos lábios dele quando o Caio disse que estava tudo bem, que ele poderia ir tranquilo.
Visivelmente ele ficou com raiva, sabia que havia feito um inimigo, ele não gostava nem um pouco de mim. A aula começou, ficamos conversando enquanto fazíamos um trabalho em grupo na sala, acabei me juntando ao grupo do Caio, comigo, havia formado 6 pessoas, todos bem legais, menos o Mauricio que ficava me encarando com raiva.
Naquele dia, fomos todos a pizzaria, havia música ao vivo o que era bem legal, sentamos em uma mesa do lado de fora, haviam no máximo umas oito pessoas com o Luan e a irmã do Caio, os dois ficaram afastados, mas trocando olhares. Também tive troca de olhares, mas foi com o Mauricio, acabei não relevando muito.
A noite estava bastante divertida, estava cheia a pizzaria, uma das maiores da cidade, todos rindo, até que o Caio me chamou, eu me curvei e ele me disse ao pé do ouvido que iria parar de birra com o Luan, estávamos falando um no ouvido do outro por causa do barulho da música e para que não escutassem, enquanto ele falava comigo, eu vi o Breno entrando na pizzaria, ele estava lindo, camisa gola polo vermelha, calça jeans escura, estava lindo, senti meu corpo arrepiar todo, mas logo passou quando vi uma mulher morena entrar com ele, muito bonita, estava sorridente, ele me olhou enquanto observava o local, Caio estava falando coisas ao meu ouvido que eu não entendia e ele percebeu isso, logo virou o rosto e passou o braço sobre o ombro da mulher e caminharam para dentro da pizzaria, levando meu humor junto.
- entendeu? – Caio perguntou
- hã? Sim, sim – falei o olhando
Continuamos conversando, eu fiquei olhando para dentro, mas não conseguia vê-los. Me deu vontade de ir ao banheiro, me levantei e passei direto, entrei no banheiro e depois na cabine, logo sai e comecei a lavar minhas mãos, a porta do banheiro se abriu, pensei que fosse ele, mas não, era o Mauricio, ele se posicionou no mictório, abriu o zíper da calça e colocou o pau para fora, olhei apenas de relance e continuei lavando as mãos, eu estava saindo do banheiro quando ele segurou o meu braço.
- o que você está querendo em? – perguntou
- como? – perguntei
- O QUE VOCÊ ESTÁ Q-U-E-R-E-N-D-O - falou
- me solta, você é maluco sabia? – falei tirando o meu braço de sua mão
- olha cara, fica longe da minha turma entendeu? Estávamos muito bem antes de você chegar, o Caio odeia seu irmão, ele odeia aquele moleque esquisito e desengonçado, só deixou você trazer ele aqui por pena, e acha mesmo que a Manuela vai querer ficar com aquele moleque esquisito, acho que ele tropeça no próprio sapato de tão ridículo que ele é, assim co.... – mal terminou de falar e eu dei um soco em sua boca, não sei de onde tirei forças pra fazer aquilo, ele caiu no chão pondo a mão em seus lábios.
- nunca mais fale mal do meu irmão na minha frente ou eu quebro a sua cara – gritei
- por acaso eu menti? Vai dizer que não sente pena dele? – falou sorrindo
Eu voei em cima dele dando mais uns socos, ele conseguiu me empurrar e me socou também, só que a minha raiva era maior, chutei, dei socos e o empurrei, ele sempre voltava para cima de mim, em um momento desses eu estava socando ele quando senti alguém envolver os braços em minha cintura e me puxar fazendo com que eu saísse de cima dele como se fosse papel, estava furioso.
- EU VOU TE QUEBRAR SEU DESGRAÇADO – gritei
Percebi que haviam algumas pessoas ali, menos pessoas da nossa turma, ele foi segurado por um funcionário que o tirou de dentro do banheiro, olhei para trás e pude perceber que era o Breno me segurando, minha boca sangrava e doía.
- que porra aconteceu aqui? – perguntou irritado
Eu simplesmente o olhei por alguns segundos, as pessoas começaram a sair do banheiro, a mulher que estava com ele logo apareceu questionando o que havia acontecido e ele pediu a ela que fosse fechar a conta, assim ela fez saindo do banheiro, nos deixando a sós.
- vai me explicar o que aconteceu? – perguntou mais calmo
- aquele idiota estava falando coisas do Luan – falei pondo a mão na boca
- e por isso você saiu batendo nele? – perguntou
- queria que eu fizesse o que? Que eu abraçasse ele? Mandasse flores? – falei irritado
- calma ai .... Deixa eu limpar isso aqui – falou pegando umas toalhas de papel.
Ele segurou o meu rosto e com cuidado foi limpando o sangue do lado, doía um pouco, mas aguentei, ele também ficou falando que iria ficar dolorido e um pouco roxo, ele estava tão perto que eu pude sentir a sua respiração em meu rosto, seu hálito, acabei fechando os meus olhos por longos segundos, mas logo os abri quando a porta do banheiro foi aberta de forma bruta, ele me soltou e logo vi o Caio entrando junto com o Luan.
- o que aconteceu pra você e pro Mauricio brigarem desse jeito? O cara vai ficar todo roxo – Caio falou me olhando
- por que você não pergunta pra ele? Pelo visto ele te conhece melhor do que você pensa – falei andando até a porta, ele segurou o meu braço
- espera ai, o que eu foi que eu fiz? – perguntou
- me solta Caio – falei me soltando e abrindo a porta do banheiro, passei por entre as mesas e as pessoas me olhavam torto.
Caminhei até a mesa e o pessoal já estava do outro lado da rua esperando de junto do carro, o Caio me alcançou perguntando o que estava acontecendo, não queria falar nada na frente do Luan, não ali.
- deixa ele em paz – Breno falou aparecendo
- sai daqui cara, - Caio disse o olhando
- Edu, eu dou uma carona para vocês dois, quando chegarmos eu converso com a Julia – Breno falou tranquilo
- acho melhor você ir Caio – falei o olhando
- tudo bem, a gente conversa depois – falou saindo
De longe eu vi ele brigar com o Mauricio, que pareceu irritado, tudo ainda era uma confusão na minha cabeça, Luan permanecia calado. Logo fomos em direção ao carro do Breno, entramos no fundo e a mulher foi perguntando o que havia acontecido, não explicamos nada, nem queria.
Ele a deixou em casa, logo seguiu para nos deixar na nossa, o caminho não foi longo, o que me deixou com certo receio, iria ouvir muito hoje por causa dessa briga e a boca estava dolorida, iria dar pano pra manga.
Quando o carro passou pelo portão e parou na frente de casa, eu abri a porta e saí correndo, entrei em casa e passei direto para o quarto, não queria que eles me vissem daquele jeito, pensei que tivesse feito isso sozinho, mas o Luan me seguiu e antes que eu pudesse fechar a porta do quarto, ele segurou, passou por ela e eu a fechei.
- foi por minha culpa não foi? – ele perguntou me olhandoDAVID : O breno não é tão velho assim. Logo, Logo tudo se encaixará. Beijao.
Junynho Play : Vai rolar e muito. hahaha
Drica (Drikita): Beijos flor. é bem isso que eu quero demonstrar, o amor entre dois irmãos, uma relação de confiança, de carinho, uma coisa unica, troca de carinho sem ser sexual, algo bem afetivo mesmo. Espero que esteja gostando.
Matt_18 : Que bom que está gostando. Breno irá aparecer na história aos poucos, mas é pra ficar, pode ter certeza que ele irá aparecer e muito ainda. T.T
May Lee: Acho lindo a união entre dois irmãos, e to gostando de escrever isso. Ainda tem muita coisa que não foi contada, muita surpresas. Beijão.
THI_RJ: Que bom que está gostando. Beijos
K.B: Que incrível, é muito bom receber esse carinho de vocês leitores e autores. Beijão querido.
Brunno's: Quando acontecer, vai pegar fogo.... T.T.
Petricky: Obrigado lindo. Fico contente que esteja gostando. Beijos
beulfort: Não chegou nem perto, mas enfim.... Obrigado pelo carinho.
Kevina: Grato minha flor, que bom que está gostando. Muita agua passará por essa ponte. hahaha. BEIJOS
RafaelM: Perturbe o quanto quiser, estou adorando o carinho de vocês. Beijos
Vi(c)tor: Que bom que está gostando. Bem, o Luan e o Edu vão completar 17, O Breno tem 27, a Julia tem 33, o Pedro tem 34 e o Lucio tem 7. E muito obrigado querido. Beijos.
Pessoal, eu fico muito grato por todos os elogios e comentários, por todos os votos, é muito bom ter o carinho de vocês. Muito Obrigado por tudo e vamos simbora que amanhã tem mais.... Beijos e desculpem os erros.
