O Alvorecer de Uma Lua Vingativa - Ato – XI
- Quando agente for mais velho, promete que casa comigo?
Aos poucos percebia que o Felipe sempre estava um passo a minha frente, ele aparentemente seria sempre mais rápido que eu, não importava se toda aquela felicidade que eu sentia me fazia voltar ao tempo e me sentir rápido como o Flash, ele sempre falaria algo que eu não esperava e me desestabilizava de uma forma boa e que eu nunca imaginaria que pudesse acontecer.
Eu aos 14 anos, aprendi em poucos dias o que era namorar com Felipe e adorava aquilo(sendo que antes odiava o fato de me prender a alguém) e agora casar? Eu ainda deitado no chão sorria para cima enquanto ele beijava meu pescoço. Me senti um pouco estranho com aquilo, nunca sequer havia pensado nessa possibilidade, ainda assim nem por um segundo me imaginava longe dele.
Eu estava mudando muito rápido, antes era um garoto amargurado, irritado e mandão mas agora tudo que eu sentia fazia de mim perfeitamente completo, enfim percebi o que me faltava para ser feliz, era o Felipe.
- Prometo – eu disse rindo alto olhando para cima me contorcendo enquanto ele beijava meu corpo me fazendo cocegas.
Ficamos muito tempo deitados no chão da sala brincando e fazendo carinho um no outro como dois gatos.
- Como você fez para comprar tudo na frente da sua mãe? – Felipe perguntou tentando entender como eu tinha feito aquilo.
- É que eu não sai com ela, ela só me deixou no shopping e foi pro trabalho – falei com um pouco de vergonha por ter mentido – Eu te falei que ia com ela resolver uns problemas para você não desconfiar, eu queria fazer surpresa – eu disse ainda com vergonha.
- Poxa, eu nem desconfiei. Serio! você me enganou direitinho – ele disse sorrindo mas tentando forçar uma voz triste por ter sido enganado.
- Mas eu já disse que foi porque eu queria te fazer surpresa namorado – eu falei também rindo tentando me explicar e usando a tática de demonstrar carinho para dar certo.
Ainda no chão Felipe passou por cima de mim, sentando sobre minhas pernas e segurando meus braços para cima me imobilizando.
- Namorado não, agora é noivo – Felipe disse rindo enquanto me corrigia.
- Serio? – perguntei confuso com tudo aquilo e sobre casar no futuro - Mas eu tava gostando de chamar você de namorado – continuei mas agora falando da forma mais meiga que eu conseguia.
- Se você não me chamar de noivo eu vou fazer cocegas em você ate falar – ele disse rindo e começando a passar as mãos na minha barriga e nas costelas, fazendo eu me debater e rir alto.
- Tá, tá bom. Eu falo, eu falo! – eu disse já sem resistência – Você é meu noivo, pronto? – falei rápido meio sem folego.
- Agora sim! Mas acho que agente vai demorar um pouco pra casar, então pode me chamar de namorado mesmo – ele continuou mas agora falando um pouco devagar, como se fizesse cálculo do tempo que levaria para o casamento acontecer, e depois foi chegando perto bem devagar, e nos beijamos por bastante tempo.
Ate que o efeito de fazer o tempo correr lentamente passou e me fez perceber que na verdade o tempo passava cada vez mais rápido, só que eu que não percebia. Ele desceu comigo e me acompanhou ate a calçada como antes. Eu me sentia tão normal e tão bem com o que acontecia entre nós que o abracei ali na frente do seu prédio, sentindo que teria saudades e tentando levar um pouco dele comigo.
Eu sabia que aquilo era errado, que as pessoas comentariam e que poderia ser ruim para nós, mas eu não consegui me segurar, eu o abracei rápido e logo tentei me afastar como o normalmente fazíamos, mas ele continuou abraçado. Aos poucos me soltando e encostou bem rápido seus lábios nos meus, aquilo me deixou nervoso e tentei disfarçar, enquanto lembrava o quão perigoso aquilo era. De repente eu era a armadura do Felipe, eu tinha a função de protege-lo, fazendo eu me afastar dele por instinto.
- Eu sei, desculpa – Felipe disse envergonhado.
- Tá bom então namorado, tenho que ir – falei rindo – mais tarde te ligo NOIVO – continuei falando rindo só que agora mais alto na tentativa de mostrar que aquilo não me incomodava, o fazendo rir também.(sorte que já era tarde e não tinha ninguém na rua)
Já em casa enquanto eu e meus pais jantávamos como uma família artificialmente feliz, escutei eles falando sobre o que tinha acontecido durante o dia e passando a agenda dos próximos. Enquanto eles falavam de alguns amigos e festas que deveriam ir, e como a família dos outros era perfeita e que a nossa devia ser assim também(esse tipo de comentário era algo bem normal só entre nos três, inclusive), senti internamente vontade de rir, mas uma vontade tão forte e incontrolável que tive que me controlar para não dizer: “Pai, fica feliz por mim também, vou me casar! E advinha com quem?”. Olhando para eles com o resto de frio que tinha dentro de mim me calei e segurei minha rizada.
Essa seria a pior vingança que eles jamais imaginariam, por anos esperei pela pior coisa para me vingar, agora havia encontrado e sabia o quanto aquilo os machucaria, era perfeito nada menos que lagrimas de sangue deles me interessava. Eles continuariam gostando cada vez mais do Felipe e mais cedo ou mais tarde eu contariam o que eles apoiaram por tanto tempo. Eu sorrindo devolveria de uma só vez contra eles tudo que passei por anos, definitivamente sem saber eles apoiariam o meu relacionamento com o Felipe, e pagariam meus anos de sofrimento por causa do Matheus.
Para mim aquilo me deu força o suficiente para alegremente continuar jantando, não me importando mais com nenhuma critica que vinha deles, eu estava tranquilo e quanto mais eles quisessem me moldar me comparando aos outros pior seria para eles. Logo já ficava feliz em escutar tantas criticas, afinal delas eu tiraria cada vez mais força para virar o jogo e sair vitorioso no final.
Já no meu quarto falei com o Felipe pelo telefone por algum tempo, ele dizia que tinha adorado o jogo, e que sempre dormiria abraçado com o Bart que dei de presente. Depois de nos despedirmos deitei e acabei dormindo rápido.
De repente eu estava perdido em uma casa escura, onde só era possível ver sombras e vultos acompanhados por barulhos estranhos. Enquanto eu gritava por ajuda escutei a voz do Felipe que gritava me procurando, aquilo era de uma angustia interminável parecia que a busca por ele já duravam horas sem nunca o encontrar, me fazendo entrar em desespero e abrir os olhos, não conseguindo enxergar nada e logo o desespero que senti no pesadelo estava de volta. Aos poucos fui me levantando abraçado ao bicho de pelúcia que o Felipe tinha me dado procurando o interruptor para acender a luz. Ainda impressionado com o sonho, decidi que seria melhor dormir com a luz acesa, tentando evitar que acontecesse outra vez caso o pesadelo voltasse, ate que aos poucos voltei a dormir.
Já pela manha, acordei com o despertador do celular e aos poucos fui levantando e indo para o banheiro tomar banho e seguir a rotina normal das manhas de aula. No colégio tudo acontecia como sempre, intrigas, fofocas e adolescentes tentando a todo custo se destacar em meio aos outros, eu comecei a perceber que agora aquilo já parecia bobo, sem duvida dentro de mim as coisas estavam mudando, e me sentia bem por isso. Eu e Felipe sempre ficávamos juntos nos intervalos, na maioria das vezes com outras pessoas junto a nós, era raro termos momentos a sós no colégio, nem que fosse só para conversar.
Já na saída, esperando nossos pais chegarem Felipe falou outra vez animado sobre dormir na casa dele, me fazendo pesar em que desculpa eu arranjaria para que meus pais permitissem. Expliquei para ele que seria difícil convence-los, e juntos pensamos em argumentos convincente para fazer aquilo funcionar, pensamos em muitas coisas ate nas absurdas, e com o tempo fomos moldando o plano.
No caminho de casa com meu pai, pensei que falar no assunto enquanto ele dirigia seria melhor assim ele não pensaria muito. Comecei falando sobre garotas, isso sempre o animava como uma palavra magica e ele sempre caia e deixava eu fazer o que eu pedisse. Falei que tinha terminado meu antigo namoro e que ainda gostava dela, mas que já tinha arranjado outra para esquecer, isso fez ele quase bater o carro de tanta felicidade. Expliquei com detalhes que com muita luta consegui convence-la a ir para o Cinema e depois para casa do Felipe, e que ela aceitou percebendo que eu não queria só beijar ela, eu queria ir a outro nível. Meu pai olhou para mim assustado tirando os olhos e se distraindo do transito.
- Verdade Lucas? – meu pai disse dirigindo sem olhar para frente, o que me sentir medo dele subir na calçada – mas hoje em dia é tudo muito fácil mesmo, você não sabe como isso demorava antigamente.
- Mas e ai pai, posso ou não confirmar com ela? – perguntei o deixando sem saída.
- Claro que pode. Vou te dar dinheiro e você vai pagar tudo para ela, mulheres gostam disso – ele falou animado como se me ensinando o que fazer – aproveite sua idade Lucas, só Deus sabe como eu aproveitaria se eu tivesse sua idade nos dias de hoje – ele completou num tom melancólico.
Mal sabia ele o quanto eu aproveitaria, minha vingança a cada dia se tornava mais real e já estava funcionando. Dentro de mim podia sentir um sorriso tão macabro que faria qualquer personagens de filme de terror chorar como criança, de fato eu estava crescendo e sozinho aprendi a lutar melhor que meu pai. Percebi que aquilo seria uma guerra e eu estava ganhando só por moldar a verdade que o inimigo gostaria de ouvir.
- Tomara que a mãe deixe, sabe como ela é – eu falei desanimado deixando claro que ela podia estragar tudo.
- É melhor ela não saber de tudo, você só fala que vai para o cinema, o resto eu resolvo com ela – ele disse serio, como se aquilo fosse um segredo nosso.
Ótimo essa batalha já ganhei só falta minha mãe, mas agora teria a ajuda do próprio inimigo que eu sabia que faria de tudo para convence-la. Eu ainda não tinha falado sobre dormir na casa do Felipe mas sabia que usar isso como surpresa, depois que meu pai já tivesse digerido e ideia, o faria me apoiar até o final e permitiria ainda que minha mãe dissesse não.
Logo que cheguei em casa fui para meu quarto e por telefone expliquei o que tinha acontecido para o Felipe, dizendo que talvez não precisasse da mãe dele falar com a minha, que isso seria a ultima alternativa.
Na hora do almoço meu pai tocou no mesmo assunto do carro, ele fez exatamente como o combinado só falando que eu estava de “namoradinha” nova(por muito pouco eu não o corrigi falando que era NOIVO) e que a levaria para o cinema. Minha mãe fez algumas perguntas mas não mostrou resistência, até ali nada de estranho para ela.
A tarde passou normalmente ate que anoiteceu, eu atento esperava meu pai chegar em casa para contar a ultima parte da verdade manipulada. Me posicionei estrategicamente na sala de tv esperando um bom momento para contar. Como sempre fazia, ele foi para o quarto e depois de algum tempo foi para a sala tv assistir ao jornal e lá estava eu esperando disfarçando por completo meu sorriso macabro. Esperei um pouco para que minha mãe não estivesse presente, quando ela saiu percebi que ali era o momento certo de acerta-lo.
- Em pai te falar, já ta tudo certo. A Alice disse para os pais que vai dormir na casa da amiga, mas ela vai dormir comigo lá na casa do Felipe, tem problema? – eu falei baixo e em segredo para meu pai, o fazendo pegar o controle da tv e aumentar o volume.
- Vão dormir juntos? – ele falou assustado e animado ao mesmo tempo – mas agora é fácil assim mesmo? – ele completou e novamente sendo melancólico.
- Tudo bem, convencer sua mãe que vai ser complicado – meu pai disse pensativo.
- Eu digo que depois do cinema vou pra lá estudar pra prova de segunda e acordar cedo para fazer trabalhos do colégio – falei como se estivesse pedindo e assim incentiva-lo a me ajudar.
- Sua mãe vai reclamar muito mas vou dar um jeito – ele disse decidido.
Dei um tapa no braço do meu pai em agradecimento e voltamos a ver tv. Agora tudo tinha ficado ainda melhor, meu inimigo me defenderia com unhas e dentes contra meu problema maior. O tempo correu. Na mesa de jantar meu pai falando como se estivesse irritado perguntou pelas minhas notas e reclamando que poderiam estar melhor, aos poucos fui percebendo que aquela era minha deixa.
- É eu sei, não to entendendo muito bem a matéria de matemática vai ter prova segunda e tem um monte de trabalho para fazer – falei desanimado como me explicando.
- Aquele teu amigo não é bom em matemática? – meu pai falou como se não prestasse muita atenção na conversa – pede pra ele te explicar depois quando você chegar do cinema.
- Tá bom, vou falar com ele – eu disse frio e sem expressão como se meu pai não tivesse falado nada de mais.
- Vai ser até bom, já que amanha vou sair com sua mãe e vamos voltar tarde, pergunta pra ele se tem problema você dormir lá! – ele disse ainda parecendo irritado, como se tivesse me obrigando a estudar.
Dentro de mim podia se ouvir gargalhadas sombrias em comemoração carregadas de maldade que soavam como musica para mim. Eu sabia que minha mãe não se entregaria fácil, ela colocaria mil dificuldades, porém mal sabia ela que não adiantaria lutar pois já tinha perdido. E essa seria só a primeira vez, era melhor que ela começasse a se conformar que agora eu tinha o poder sobre ela, eu mandava no jogo e a partir daquele momento ela sempre estaria em xeque.
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Só posso agradecer a todos né? Não tem sidp fácil continuar mas não vou parar!! Obrigado a todos q leem, isso me motiva de uma forma q vcs talvez não entendam. Sei que essa parte ficou mais sombria, bem ngm é só luz né? Eu tinha sombras e as usaria....
O titulo O Alvorecer de Uma Lua Vingativa fala sobre me vingar do q me fez mal no passado, aos poucos dentro de mim aparecia a oportunidade de me vingar e aproveitei... não me orgulho disso.
P quem quiser me dar sugestões sobre minha historia: luhofff@gmail.com
Ru/Ruanito – poxa q bom q vc continua lendo, acho q vc vai gostar dessa parte de da próxima, a hora da vingança chegou... kkkk obriga mesmo por continuar lendo :****
LaaLah – serio? vc achou? So eu sei como é difícil terminar de escrever e postar, insegurança, tenho medo de não agradar vcs, mt, mt obrigado mesmo :****
Wemer' – Poxa obrigado, esse é meu objetivo mesmo q tds consigam sentir o q eu senti, espero q continue dando certo, isso é o mais importante para mim. Eu de coração agradeço mesmo :*****
Monster – olha só!!! vc voltou rsrsrs obrigado. Sabe que quando vcs falam isso eu me sinto mais confiante? Serio eu não tenho mesmo pretensão em ser um escritor, mas saber q consigo escrever me deixa feliz de verdade, saber q vcs gostam já é mais do q esperava, é como criar um vinculo p continuar. Eu escrevo por vcs então me digam onde eu estou errando p melhorar, pfv!!! Obrigado mesmo :****
guigo1 – Né!! Eu ate hj me sinto incomodado abraçado por mt tempo, tipo preso, mas ali era tão bom, era oq eu precisava, naquela época td q eu queria era ficar preso nele. Eu meio q tava aprendendo a me soltar e ser o que eu sentia... como já tinha sido no passado. Obrigado guigo1, espero q continue lendo. :****
Drago*-* - serio q vc ainda ta gostando, cara como da trabalho, de verdade eu já escrevo pensando no q vcs vão pensar. Cara tds nós encontramos a felicidade e pessoas perfeitas se abrirmos os olhos, se vc quer vc vai achar, a minha sorte não foi encontrar ele, minha sorte foi ele ter tomado atitude, se ele não tivesse feito isso hj não teria essa historia para contar. Com ele aprendi o valor do tempo, e a importância de enxergar no lugar certo. Não espere q alguém faça isso, o que aconteceu cmg foi sei lá.... sorte ou destino... faça a sua sorte e molde seu destino!!! Gostei da forma q vc se descreveu... kkkkk serio, talvez vc seja tímido e tem medo de ser julgado pelo mundo, eu ate hj sou assim tb, mas aprendi a ser mais q isso qd eu quero. Vc é normal, talvez se culpe por não conseguir ser como imagina q os outros sejam, mas serio viva!!! Isso vai ser importante no futuro, viva e viva agora!!!! :********
May Lee – que liiiindo!!! uma amiga super escritora com um conto perfeito, serio vc tem mt talento. Nós não nos conhecemos e nos falamos só por aqui e e-mail mas vc tem noção do orgulho q sinto? Algumas semanas atrás vc me disse q queria escrever, criou coragem e fez e fez bem de mais, pra sempre quando lembrar de vc vou lembrar do Estefan, Marc, Fernando e Violeta... Obrigado sempre por td q vc diz vc é um anjo, de verdade te adoro, do seu Fã!!!! :****
Irish – Olha serio, eu já não tenho como agradecer vc. Antes de postar aqui li sua historia e ainda procuro palavras, sei q meu personagem é só uma virgula ali, mas fico feliz mesmo assim. Bem desculpa pelo que escrevi antes nos 2 primeiros atos, eu tb gostaria que fosse diferente, sei q td q senti nunca vai passar, vou sofrer por isso p sempre mas posso tirar coisas boas disso né? Por que não poderia, assim q continuo, amar, viver e lembrar são a base de um futuro em paz... seila é o q acredito hj rsrsrs obrigado mesmo, mesmo. Do seu Fã!!!! :****