Uma viagem inesquecível

Um conto erótico de Kherr
Categoria: Homossexual
Contém 9030 palavras
Data: 27/09/2014 10:11:13

Uma viagem inesquecível

Meus gemidos sufocados pelos lábios dele se misturavam às centenas de vozes que entravam pela ampla janela de correr, trazidas pelo vento morno que pincelava nossos corpos nus e extenuados. Ele sempre usava essa tática para minimizar os sons que eu emitia quando a colossal pica dele estocava meu cuzinho impunemente. A saliva dele se mesclava com o sabor da porra que eu havia engolido há pouco, e seu hálito quente apaziguava o frêmito que percorria minha coluna de cima a baixo. As pontas dos dedos de uma das minhas mãos traçavam círculos na nuca dele, próximos à implantação dos cabelos, enquanto os da outra estavam cravados em suas costas. A jeba pulsava na musculatura do meu cu apertado ao redor dela, irradiando uma onda de dor e prazer que se espraiava pelo ventre. Eu senti seu corpo se contraindo, o cacete inflando, ainda mais, durante as estocadas que tiveram seu ritmo acelerado e me penetravam cada vez mais profundamente, até que os jatos de esperma me umedeceram por dentro. Ele me encarou com seus olhos de um esmeralda-cristalino, levemente contraídos e, plenos de satisfação. Deixou seu peso cair sobre mim, a respiração profunda e arquejante, para sentir meus braços o envolverem enquanto esperava a rola amolecer.

Era inicio de setembro. Da cama, através da janela, dava para ver o rastro alaranjado que o sol do final de inverno traçava sob as águas do lago em frente a casa. Permanecemos em silêncio, minhas coxas abertas comprimiam seus flancos, onde ele se encaixava sentindo minha pele lisa o aconchegar. Só restou o burburinho das vozes dos convidados se misturando ao som de unbreak my heart que a banda executava sobre um tablado montado no gramado que se estendia até as margens do lago.

- É melhor descermos. Já devem estar estranhando nossa ausência. – sussurrei em seu ouvido quando ele começava a pegar no sono.

- Ainda estou de pau duro. – balbuciou preguiçoso. – Depois você reclama que eu te machuco! – acrescentou sem vontade de se levantar.

- Vão acabar nos procurando. Faz mais de duas horas que desaparecemos. – retruquei, apelando ao bom senso.

- Vamos esperar mais um pouco, deixa meu cacete amolecer. – revidou malevolente.

- Até parece que isso vai acontecer. Se eu for esperar por isso você só sai de mim quando formos flagrados. – comentei impaciente. – Preciso tomar uma ducha antes de descer. – continuei, sacudindo seus ombros.

Quando apontei no topo dos degraus da escada que levava da varanda até o jardim, alguns passos adiante dos dele, a luz crepuscular do entardecer daquela tarde de inverno, já colocava nas sombras boa parte das silhuetas dos convidados, que se espalhavam pelo extenso gramado decorado com pequenos arranjos de flores multicoloridas, no centro de mesas cobertas por toalhas brancas, que balançavam ao sabor da brisa que vinha do lago. Havia menos pessoas do que durante a cerimônia de casamento, que começou quando o sol ainda iluminava todo o jardim com sua luz dourada e pouco quente para aquela época do ano. Foi pouco depois do inicio da cerimônia, que o Mauricio e eu, nos esgueiramos sorrateiramente até uma das suítes da ampla casa de veraneio dos meus tios. Era o casamento da minha prima, irmã mais velha dele.

Assim que cheguei ao jardim, Pedro, um amigo do meu primo, esboçou um sorriso malicioso em minha direção, como quem sabia o que havia rolado entre nós dois. Flagrei-o trocando uma piscadela suspeita com o Mauricio, mas estava contente demais para me importar com ele. Eu já presenciara esse mesmo olhar endiabrado noutra ocasião, quando ele passou um final de semana em nossa casa de praia na companhia do meu primo, e não desgrudava os olhos da minha bunda roliça preenchendo a sunga, externando seus devaneios, com uma protuberância sensual e avantajada.

- Ele topou! – disse meu primo, diante da expressão inquiridora do amigo.

- Legal! Então agora é só marcarmos. O Rodrigo também confirmou e está só esperando a gente dar o retorno. – disse eufórico, lançando um olhar sarcástico para os cabelos molhados do meu primo. – Você podia ter disfarçado melhor, os cabelos ainda estão pingando, não sei se água ou suor. – completou com um sorriso debochado.

- Topei o que? – perguntei, desconfiando das frases enigmáticas que os dois trocavam.

- Vamos até o bufê, estou morrendo de fome, lá eu te explico. – completou, me pegando pelo braço e me conduzindo até a mesa onde estavam dispostas as comidas. Mas antes de conseguirmos dar alguns passos, minha tia veio ao nosso encalço.

- Por onde você andou? Seu pai e eu estamos te procurando há horas? Onde foi que você meteu essa cabeça que está com os cabelos molhados? – despejou numa enxurrada, sem tomar folego.

- Eu estava por aí, entre os convidados, vendo se está tudo em ordem. – respondeu com a maior cara lavada.

- Onde foi que molhou os cabelos? Vem comigo que estou precisando de você para checar o que os manobristas estão fazendo no pátio da frente. – disse, agarrando-o pelo smoking e disparando a passos largos até a entrada da casa.

Dei uma varrida com o olhar para encontrar meus pais. Só reconheci minha mãe pelo vestido elegante, e o chapéu de abas largas terminando num debrum marinho acetinado, sentada numa mesa cercada de mulheres num papo que parecia estar sendo divertido. Meu estômago se contorceu me lembrando de que fazia tempo que eu não engolia nada, exceto a porra do Mauricio. Caminhei em direção ao bufê, com as vísceras encharcadas de porra, onde um garçom descolado, tão garotão quando eu se apressou a me servir com um sorriso profissional estampado no rosto.

Desde os dezoito anos eu transava com o Maurício. Tudo começou no dia do meu aniversário, que por ser no inicio do ano, coincidia com as férias de verão. Estávamos em Ilha Bela na casa de praia; alguns parentes e amigos, entre eles a irmã da minha mãe, mãe do Maurício, minha prima, então solteira, com o namorado e atual marido, colegas da faculdade e outros primos. Maurício tem três anos mais do que eu que, como filho único, via nele uma espécie de irmão mais velho. De todos os primos era o mais presente, e eu nutria um amor platônico por seus músculos desenvolvidos, por seu jeito atirado e divertido, e por seu olhar de cobiça desde que meu corpo deixou as feições infantis e começou a ganhar contornos que definiram sutilmente meus músculos e se fizeram pródigos no volume das nádegas. Desde então o assédio das garotas começou a ficar mais descarado, e o de alguns marmanjos, inclusive homens casados também aumentou. Naquela manhã comecei a receber os presentes durante o café, abria os pacotes e abraçava ou beijava carinhosamente o mimoseador, cheio de alegria pela lembrança e presença. Ele se limitou a me dar um BOM DIA, antes de pegar a prancha e caminhar até a praia.

- Seu presente está guardado. Só vou entregá-lo esta noite. – disse, quando passou por mim pouco antes do almoço.

- Não precisa se incomodar com presente. Fico feliz que esteja aqui comigo! – retruquei, cheio de tesão contido por seu corpão malhado.

Reparei que ele passou o dia irrequieto, como se estivesse tramando alguma coisa, ou como se estivesse estudando a melhor forma de cometer um delito. O jantar foi uma mistura de guloseimas que cada um foi adequando a seu gosto, enquanto os hóspedes iam preparando os pratos coletivamente, tudo temperado com a descontração que a casa de praia e a reunião de amigos favoreciam. No auge da bagunça o Mauricio se aproximou de mim e sussurrou no meu ouvido para que o acompanhasse discretamente. Ele saiu na minha frente e tomou o rumo da praia. Era época de lua nova, o que deixou a trilha até a praia bastante escura. Não fosse pela camiseta branca que estava usando, eu mal podia ver a silhueta dele se afastando. Apertei o passo para não perdê-lo de vista. A praia era pequena, uma enseada com no máximo dois quilômetros de areia que se estendiam até um rochedo, na extremidade norte, onde as ondas batiam com tanta força que explodiam num turbilhão de espuma branca. Encontrei-o no final da trilha que ligava a casa à areia, ele esperava por mim com uma expressão séria.

- Por que viemos até aqui? O que você queria me mostrar? – perguntei, assim que me aproximei dele.

- Eu não disse que te entregaria o presente hoje à noite? – respondeu, começando a caminhar em direção ao rochedo.

- Mas aqui na praia? Não tem nada por aqui a estas horas. – retruquei, acertando meus passos com os dele.

- Deixa de blá, blá, blá e vem comigo! – proferiu, chutando a areia com os pés descalços.

A praia estava deserta, e poucos passos antes de alcançarmos o rochedo ele pegou meu braço e me puxou em sua direção.

- O que .... – comecei, antes da boca dele selar meus lábios com um beijo roubado de forma quase truculenta.

Enquanto eu me debatia, tentando esmurrar o peito dele, senti seus braços me apertando com mais força e me comprimindo de encontro ao seu corpo. Ele era quente e forte. Os músculos retesados dele mal sentiam os socos que eu desferia a esmo, e seu coração batia acelerado contra meu peito. Senti meu instinto de defesa se esmorecendo, enquanto o sabor da saliva dele invadia minha garganta.

- Que brincadeira besta é essa? – perguntei, quando ele abrandou a força com que me segurava.

- Você não gostou? Foi ruim? – perguntou, com uma expressão de safadeza no olhar.

- Foi. Não. Quer dizer, não. – balbuciei confuso.

- Então deixe eu fazer de novo. – disse, examinando meu corpo de cima a baixo.

- Por que você quer me beijar? – perguntei, sentindo um arrepio varrer minha pele.

- Porque você também quer! Eu sinto que você quer, e sei que fica me lançando olhares furtivos. – respondeu cheio de si.

- Não sei de onde você tirou essa ideia. – revidei, encabulando por ter meus pensamentos descobertos.

- Vem cá, vem! Me beije! – proferiu, estendendo os braços na minha direção.

Embora minhas pernas estivessem tremendo, consegui dar os dois passos que me separavam dele, sem me dar conta de que estava me movimentando. Encaixei meu corpo no dele e toquei delicadamente seus lábios úmidos. A partir de então um vácuo se formou na minha cabeça, o tempo parou, e só fui retomar a consciência quando eu já estava deitado, e minhas costas foram comprimidas contra uma pedra relativamente plana, sob o peso do corpo dele. Minha bermuda estava na altura dos meus tornozelos e a camiseta encarquilhada ao redor do pescoço. Meus mamilos ardiam quando a boca dele os soltou. Minha respiração estava ofegante e irregular. Quando olhei para o corpo dele, vi que estava nu. A bermuda e a camiseta estavam num monte, sobre uma pedra mais abaixo. Ele segurou minha cabeça entre as mãos e colocou meu rosto diante da pica dele. Estava escuro, mas eu podia distinguir perfeitamente o contorno empinado dela. Segurei-a com uma das mãos e ele a forçou contra minha boca. Senti o cheiro denso dele, uma mescla aromática de couro e musgo. Comecei a lamber a glande e aquele cheiro mergulhou na minha boca, me fazendo salivar. Chupei a rola ao mesmo tempo em que ia movimentando a língua ao redor dela. Ele gemia de tesão e forçava a pica na minha boca. O cacete babava deixando um líquido aquoso e salgado deslizar goela abaixo. Meu desejo ganhava intensidade e perdia pudores. O toque da pele dele na minha a deixava ardendo. Ele puxou minhas pernas e virou meu ventre contra a beirada da pedra, minha bunda ficou a mercê de sua tara. Ele lambeu meu cuzinho até eu gemer, depois se posicionou empunhando o cacetão dentro do meu rego, eu arfava agoniado. O pau mergulhou na maciez tenra das pregas distendidas e se alojou entre as minhas coxas. Uma dor lancinante e aguda, como o corte de uma faca, atingiu meu cuzinho, me fazendo emitir um lamurio plangente. Ele meteu o caralho em mim com estocadas curtas e vigorosas, que sacudiam meu corpo e contraiam a musculatura anal, apertando aquela jeba massuda nas minhas entranhas. Ele gemia com seu tom de voz grosso no meu ouvido, enquanto lambia minha nuca, dando à cadência de estocadas um ritmo cada vez mais ágil. Pouco depois, senti minhas nádegas se umedecendo e jatos de porra se aderindo a minha mucosa anal em brasa. Minhas coxas tremiam com aquela rola pulsando dentro delas, e eu puxei seus braços em torno do meu tórax, como se fosse um agasalho. Nunca havia sentido tamanha felicidade. Joguei a cabeça para trás contra o ombro dele e beijei seu pescoço, antes dele colar sua boca na minha.

- Gostou do presente? – murmurou na minha nuca

- Muito! Foi o melhor presente da minha vida. – respondi, com um sorriso de satisfação moldando meu rosto.

Desde então eu transava com ele. Mesmo quando uma namorada passageira roubou sua atenção por alguns meses, ele não deixou de me pegar, assim que a oportunidade surgia. Minha inexperiência o fascinava, e qualquer sacanagem que ele estivesse a fim de experimentar, praticava comigo. Pois sabia que eu me submeteria incondicionalmente, e ainda por cima, o faria da maneira mais carinhosa e inocente possível.

Ocasiões como o casamento da irmã, favoreciam situações onde nossa ausência dificilmente podia ser notada pelas pessoas, e isso nos dava um tempo só para nós, revitalizando os laços dessa relação tão singular. Eu ainda estava sob o efeito da presença dele aderida ao meu corpo, procurando uma mesa menos concorrida para, enfim, colocar alguma coisa no estômago. Depois de encontrar uma, próximo ao flamboaiã florido que derramava sua sombra sobre o gramado, um patamar abaixo do gazebo que serviu de palco para a cerimônia, vi que o Pedro vinha no meu encalço.

- Vejo que o Mauricio tem grande capacidade persuasiva para te convencer. – disse, com aquele mesmo riso malicioso de quando o encontrei nos degraus da varanda.

- Como assim? Me convencer do que? – perguntei ríspido. Eu achava que ele sempre sabia mais, sobre meu relacionamento com o Maurício, do que deixava transparecer. E não gostava disso. Embora o achasse um cara interessante, e particularmente sedutor.

- De se juntar a nós na viagem. Ele acabou de dizer que você topou. – retrucou, me encarando.

- Ele não me falou nada de viagem. Que viagem é essa? – indaguei curioso.

- Ihhh! Acho que falei demais. – penitenciou-se. – Mas, agora que escapou, vou abrir o jogo. – continuou. – Estamos programando umas semanas percorrendo, de carro, algumas praias, cidadezinhas e o que aparecer de legal, daqui até Montevideo. Vamos com a picape do Rodrigo e as bikes na caçamba. A ideia é explorar ao máximo o que tiver de interessante pelo trajeto. Só faltava você confirmar.

- Ele nem tocou nesse assunto comigo. Mas é algo a se pensar, pode ser bem divertido. – comentei entusiasmado.

- O cara não tem jeito mesmo, quer dizer que não deu tempo de abordar esse assunto? – perguntou irônico. – Pelo visto você tem a capacidade de desconcentrá-lo! – acrescentou rindo.

- Você é muito enxerido, cara! E folgado! – respondi carrancudo.

- Não fica bravo comigo. Eu no lugar dele já tinha perdido a cabeça, especificamente a de baixo! – continuou zombando.

- Não vou nem me dar ao trabalho de comentar essa sua observação. – resmunguei, colocando a última garfada de um pedaço de torta salgada na boca.

- Eu dava tudo para ter um priminho tesudo, lisinho e bundudo como você, disposto a um rala- e-rola bem safado. – falou baixinho, quase ao pé do meu ouvido. – Mas na minha família só dá marmanjo barbado. – expressou desolado.

- Tá bom. Chega desse papo. – concluí, irritado por descobrir que ele sabia de mim e do Mauricio.

- Acho bom mesmo, estou com o cacete duro feito pedra aqui embaixo da mesa. Puta tesão que me dá vendo seus lábios ainda vermelhos e inchados da sacanagem de vocês. – confessou instigado.

Depois de tudo combinado, e um roteiro preliminar definido, nos pusemos na estrada em meados de novembro. A ideia era regressarmos quase na véspera do Natal. A partida aconteceu na manhã do feriadão da republica, aqui de casa. Fui o último a me juntar a eles. Fora minha bike, eu também levava a maior mochila. Acho que sempre fui meio exagerado na hora de fazer minhas malas.

- Rodrigo, este é meu primo Marcelo. – me apresentou o Mauricio. – Já falei dele para você, lembra Marcelo? – acrescentou, depois de constatar que eu mal havia olhado na direção do Rodrigo, preocupado em fixar minha bike na caçamba da picape.

- Oi, tudo legal? Acha que está bem fixada desse jeito? – cumprimentei informal. Eu já o conhecia de vista. Havíamos nos encontrado umas duas vezes em algum evento, mas nunca tínhamos sido apresentados. E, ao que me pareceu, isso pouca diferença fez para ele.

- Oi. Não está não. Deixe-me fazer isso, antes que essa geringonça acabe por derrubar as outras. – respondeu, sem me dirigir o olhar.

Rodrigo era o mais velho dos três. Estava com trinta anos. Dono de um corpo malhado e enorme, que ele cultivava à custa do judô, tinha os movimentos lentos e estudados, de quem não desperdiçava energia à toa, embora a tivesse sobrando. Era um cara reservado, de sorriso difícil. Estava particularmente mais introvertido, pois havia levado um pé na bunda da namorada, depois de quatro anos de relacionamento, e sido trocado por um colega que ele mesmo havia apresentado a ela. Isso aconteceu umas duas semanas antes da nossa partida, e me foi relatado em tom de fofoca pelo Pedro.

De São Paulo seguimos em direção à Curitiba, nossa primeira parada. A visita à cidade durou dois dias e serviu para testarmos nosso entrosamento e acertar os últimos detalhes quanto a efetividade dos passeios de bike. A princípio dividi o quarto do hotel com o Mauricio, mas isso não era uma regra fixa, dependeria da nossa disposição no momento e, de como as coisas fossem mais convenientes. O Pedro se mostrou muito entusiasmado, desde a primeira noite, em ser meu parceiro de quarto. Suas intenções eram óbvias e ele não perdia a oportunidade de me falar sacanagens do tipo – ESTOU PRECISANDO MIJAR, VOCÊ NÃO QUER VIR COMIGO PARA SEGURAR MEU PAU? - ou quando enfiava a mão dentro da calça para coçar o cacete – SUA MÃO MACIA É DE DEVERIA ESTAR FAZENDO ESSE TRABALHO! Eu fazia de conta que não era comigo enquanto ele esboçava um sorriso malicioso e esperançoso. Isso, no entanto, aguçava meus desejos, e quem se dava bem com isso era o Mauricio, que recebia meus carinhos e atenção todas as noites, assim que ficávamos a sós.

Nossa próxima parada foi em Moretes e Paranaguá, depois Ilha do Mel. Dias ensolarados, pouca gente disputando as atrações por estarmos fora de temporada e, a sensação ímpar de liberdade e descompromisso tornavam cada dia especial e rico de aventuras. De lá seguimos para Balneário Camboriú, parando brevemente em Itapoá e Joinville. Na tarde em que fomos até o teleférico, o Rodrigo me entregou sua mochila na parada do Morro da Aguada, e havia colocado displicentemente a chave da picape sobre a dobra da mochila, sem fechar o zíper. Eu a coloquei no ombro e não percebi que a chave caiu num trecho de mata atlântica, se perdendo entre a vegetação. Findo o passeio, voltamos até onde a picape estava estacionada e ele começou a procurar a chave.

- Eu tinha colocado ela bem aqui em cima. Você sacudiu essa joça até a chave cair. Temos que voltar e procurar. Você pelo menos sabe onde ela caiu? – bronqueou furioso.

- Se eu a tivesse visto caindo, eu a teria recolhido. Eu nem vi essa chave na mochila. – retruquei constrangido.

- Mas eu te entreguei a mochila com a chave. Não dava para ser mais responsável? – continuou esbravejando.

Depois de refazermos o percurso não encontramos nada. Já estava escurecendo e a chance de recuperarmos a chave ia ficando mais remota. Por se tratar de uma chave tipo canivete, com código de segurança, que dispararia o alarme se fossemos tentar abrir a picape sem ela, a situação foi se desenhando cada vez mais complicada.

- Você quer me explicar como vamos sair daqui? Tem ideia de como é complicado arrumar outra chave? – bombardeou, querendo me esganar.

- Será que um chaveiro não consegue dar um jeito? – perguntei, me sentindo culpado.

- Não tem jeito. Esse tipo de chave só na concessionária com o código de segurança. Só eles conseguem fazer outra. Ou você precisa resgatar a chave extra que acompanha o manual. – disse o chaveiro mais próximo que encontramos, pouco antes de fechar seu quiosque no final da tarde, início da noite.

- Viu no que deu sua irresponsabilidade? Onde é que fica a porra da concessionária mais próxima? – praguejou inconformado.

- Só em Florianópolis, ou Curitiba. – respondeu o chaveiro.

- Caralho! Eu devia mandar você ir até lá de joelhos! E ainda foder esse seu cu até você aprender a cuidar melhor das coisas. – ameaçou descontrolado.

- Pega leve Rodrigo. A culpa não foi só dele. Amanhã vocês vão até uma dessas cidades e mandam fazer outra chave. – amenizou meu primo, vendo que eu mal sabia o que dizer, e me penitenciava pelo ocorrido.

- Claro que a culpa é dele. Não consegue nem cuidar de uma simples mochila. – o Rodrigo devolveu exacerbado.

Na manhã seguinte o Rodrigo e eu pegamos um ônibus na rodoviária em direção a Curitiba. De posse do código de segurança que ele conseguiu com o pai durante um telefonema na noite anterior, o atendente da concessionária nos deu um prazo de até 48 horas para conseguir uma nova chave, e a um preço bastante salgado. O Rodrigo me dirigiu um olhar ferino, mas engoliu as palavras para não explodir ali mesmo. Para fugir de sua fúria fui até o balcão fazer o pedido e pagar pela confecção da nova chave.

- Vamos almoçar em algum lugar, depois podemos dar uma caminhada e, talvez, dar uma chegada na Torre da Telepar, que a gente não viu quando estivemos aqui; dizem que a vista de lá é espetacular, dá para ver Curitiba inteira. Depois procuramos um hotel para passar a noite. O atendente é um cara legal, ele disse que vai me apressar as coisas. Devemos estar com a chave amanhã mesmo. – disse, quando voltei para junto dele, procurando ser o mais amistoso e reconciliador possível.

- Eu lá tenho cabeça para pensar em passeio? – retrucou, me seguindo porta da concessionária afora.

Embora de cara amarrada, ele foi me seguindo. Durante o almoço me respondia com monossílabos. No passeio fez cara de tédio. No hotel reclamou por ter que dividir o quarto comigo, pois estavam lotados, e a outra opção seria procurarmos um mais distante da concessionária, o que ele também não quis.

- Não adianta você ficar tão zangado. Aconteceu, paciência. Logo estaremos com tudo resolvido e a viagem segue normalmente. – apaziguei durante o jantar.

- Puta transtorno! É de encher o saco. – retrucou carrancudo.

- Se você for se sentir melhor, pode cumprir sua ameaça de ontem, quando disse que queria me foder. – sugeri, quando, já no hotel, saí do banho com a toalha enrolada na cintura e o vi acabrunhado deitado só de cueca sobre uma das camas.

- Eu sou lá macho de comer cu de viado? – respondeu irritado.

- Como você disse que queria me foder, pensei que colocando sua raiva para fora, isso te deixaria menos zangado. Desculpe. – balbuciei envergonhado.

Meu celular tocou pouco depois das nove. O atendente da concessionária estava avisando que a chave estava pronta, e, a nossa espera. Eu tomava café no hotel sozinho. Quando acordei o Rodrigo não estava no quarto e um funcionário da recepção me disse que ele deixou um recado avisando que foi dar uma caminhada. No meio da tarde daquele dia retornamos a Camboriú e fomos retirar a picape do estacionamento. De lá, seguimos viagem rumo a Bombinhas, onde pernoitamos numa pousada rústica de clima praiano. Adormecer encaixado no meu primo, sentindo sua pica amolecendo lentamente no meu cuzinho naquela noite, foi um alento recompensador para as hostilidades que passei com o Rodrigo.

Na medida em que rumávamos para o sul, numa sequência paradisíaca de praias e cidadezinhas repletas de atrativos, o clima de descontração e amizade voltou a imperar. Embora o Rodrigo mantivesse uma certa reserva em relação a mim. Seu olhar tinha algo de censura, uma virtuosidade crítica, com a qual eu aprendi a conviver. Ao passo que o Pedro se tornava cada dia mais inconveniente e ousado, explicitando sua intenção de me ter sob seu jugo sexual.

Quando alcançamos o litoral do Rio Grande do Sul, em Torres, percebi uma troca de olhares e um conluio sendo armado pelo Pedro e meu primo. Eu estava dividindo o quarto com o Pedro, um espaço amplo com uma varanda que dava vista para o mar. Quase não havia hóspedes naquela época do ano. Um casal jovem em provável lua-de-mel, uma família de argentinos com filhos pequenos, e nós quatro formávamos todo grupo hospedado. O silêncio da noite estrelada só era quebrado pela arrebentação das ondas do outro lado da rua. Passava das onze quando meu primo chegou ao quarto. Eu estava sob o chuveiro quando o Pedro e ele entraram no box e começaram a me sacanear. Eu gostava de brincar com meu primo sob o chuveiro e as mãos dele me desejando me encheram de tesão. Era a primeira vez que eu via o Pedro totalmente nu, e seus músculos, ao alcance das minhas mãos sob aquela água tépida, foram um convite para que eu deixasse as coisas acontecerem. Ali mesmo eu me ajoelhei, e comecei a chupar as duas picas simultaneamente. Descobri que cada uma delas tinha um sabor peculiar, e bom. Os dois não perderam tempo, enquanto um metia a verga no meu cuzinho, o outro socava a sua na minha garganta, até gozarem quase que a um só tempo. Mal refeito da primeira sessão, nova rodada, com as posições invertidas, foi se desenrolando madrugada adentro. Deixei meu corpo cair exausto contra o peito do Pedro, e adormeci, traçando linhas com as pontas dos dedos ao longo da implantação dos pelos dele. Minha saliva tinha sabor de porra, e eu a engolia com grata satisfação.

Chuviscava e fazia frio quando chegamos a Porto Alegre. Havíamos programado uma estada de quatro dias na cidade. Optamos por um hotel próximo ao lago Guaíba com a intenção de apreciar o belo pôr-do-sol, mas nesse primeiro dia o clima não colaborou. Logo após nos registrarmos no hotel o Pedro me convenceu a acompanhá-lo até um shopping nas imediações, pois foi o único a não se preocupar em colocar um agasalho na bagagem. Quando voltamos o Rodrigo sugeriu que fossemos a um lugar badalado no bairro Moinhos de Vento, onde poderíamos comer alguma coisa num dos inúmeros barzinhos. Passava das 22:30 quando chegamos a uma espécie de pub decorado com muita madeira e um mezanino que permitia acompanhar o movimento de toda casa. O lugar estava lotado, mas o proprietário veio nos avisar que uma mesa estava vagando em poucos minutos e, a meu pedido, disse que arranjaria as coisas de tal forma que poderíamos nos instalar no mezanino. Assim que cheguei ao topo da escada, me deparei com uma mesa onde três garotas interromperam uma conversa regada a risadas, para disfarçadamente acompanhar meus passos até a mesa. Um cochicho entre elas começou pouco depois da minha passagem, e a paquera começou. Dos quatro fui o que menos se interessou por elas, apesar de serem garotas bonitas, a exceção de uma meio gorduchinha. Mas parece que fui o que mais chamou a atenção delas, para frustração dos meus acompanhantes.

- Priminho você é a bola da vez naquela mesa, para variar. Joga seu charme e veja se as convence a vir até aqui. – pediu o Mauricio, no que o Pedro fez coro com ele.

- Aquelas galinhas não podem ver um par de calças que já vão se atirando em cima. Chega junto que elas topam. – retruquei, dando uma olhadela na direção delas e fazendo voltar os risinhos mal disfarçados.

- Vai lá, vai. Chame-as para se sentarem com a gente. – pediu o Rodrigo, talvez tentando superar a perda da namorada.

- OK! – respondi, levantando e me dirigindo à mesa delas.

Os garçons juntaram as mesas e um papo cansativo começou a rolar. Pouco mais de uma hora depois, eu, por vezes, nem procurava disfarçar os bocejos que começaram a me atormentar. O Pedro foi até a pista de dança com uma delas e o Rodrigo com a mais bonita das três. A gordinha sobrou e meu primo não se entusiasmou muito com o que lhe restou. Procurei dar uma circulada para deixá-los mais à vontade, mas quando retornei até o papo não rolava mais tão espontâneo. O Pedro veio nos comunicar que estava acompanhando a loirinha até a casa dela, e o Rodrigo veio pouco depois dizendo que ia dar um rolê com a garota, que teríamos que voltar de taxi até o hotel. Na divisão dos quartos eu fiquei com o Rodrigo, como ele havia arrumado programa eu me deitei, depois da ducha, só de cueca, e adormeci assistindo um filme na TV.

Faltava pouco para as duas da manhã quando acordei com a presença dele. Ele já havia tomado banho e estava com a toalha enrolada na cintura e os cabelos molhados.

- Pensei que só o veria pela manhã. O que aconteceu? – perguntei curioso.

- Nada! – exclamou, com cara de poucos amigos.

- Você deu sorte, escolheu a mais bonitinha das três. Achei que iam se dar bem. – prossegui cauteloso.

- Pois não deu! Satisfeito? – revidou com aspereza.

- Por que eu estaria satisfeito com seu insucesso? – questionei, não percebendo a raiva tomando conta dele.

- Talvez por que você goste de me ferrar! – respondeu, quase berrando.

- Você está maluco? Nunca quis te ferrar. Que ideia absurda! – retruquei elevando o tom de voz.

- Pois não é o que parece. Ainda não digeri o episódio da chave. – continuou exasperado.

- Vá à merda! Aquilo foi um contratempo banal, nada para te deixar todo rancoroso. – falei irritado. – Além do mais eu não tenho culpa se você não consegue segurar uma mulher, e elas te dão um pé na bunda. – acrescentei, sem pensar.

Ele cerrou os punhos e veio para cima de mim. Acertou meu rosto com algo que me pareceu uma mistura de soco e tapa que atingiu minha boca, comprimindo meu lábio contra os dentes e me fazendo sentir o gosto metálico e morno do sangue que escorria dele. Quis socá-lo, mas ele segurou meus braços e me aplicou um golpe imobilizante de judô. Seu braço apertava meu pescoço e eu tinha dificuldade de deglutir. Comecei a sentir falta de ar e bati na lateral do tórax dele, sem que isso o perturbasse.

- Engole o que você falou, sua bicha! – rosnou, próximo ao meu ouvido, sem afrouxar o safanão que me aplicava.

- Desculpe! Eu não quis dizer isso. – gemi, quase sem fôlego.

Ele ia me soltando quando a toalha se desenrolou dele e eu, tentando me erguer, bati acidentalmente com uma das mãos na virilha dele. Ele voltou a me segurar com força e arrancou minha cueca. A pele branca das nádegas descobertas contrastava com o bronzeado que a circundava. Ele se lançou sobre mim, esfregando a pica nas minhas coxas. Comecei e me debater tentando afastá-lo, mas isso o fez me conter empregando mais força, e eu não tinha como competir com ele nesse requisito. Ele foi se excitando com meu empenho em me livrar de seu jugo. O cacete duro começou roçar a pele morna e tenra das minhas nádegas, até se insinuar no meu rego. Com um braço ele apertava meu pescoço contra o colchão e com a mão livre começou a pincelar a cabeçorra do caralho no meu rego, até encontrar as preguinhas enrugadas do meu cu. A penetração foi bruta e certeira. Antes que eu pudesse relaxar meu esfíncter externo, a pica já havia trespassado o esfíncter interno sobre o qual eu não tinha nenhum controle, exceto se estivesse relaxado e preparado para recebê-lo, mas tudo aconteceu numa fração de segundos e me dilacerou provocando uma dor aguda e paralisante. Gani com a boca sufocada pelo travesseiro, sentido ele meter aquele cacete grosso em mim. Ele metia com a fúria de uma besta, primitiva e lascivamente, como se aquilo fosse uma vingança contra os reveses que havia sofrido. Quando me dei conta disso, parei de me debater, de reagir, e deixei que ele me possuísse que extravasasse a ira que o atormentava. Ele estocava meu cuzinho sem dó, me fazendo gemer no ritmo de seu empenho, esfolando meu ânus apertado. Quando o tesão dele atingiu o clímax, diminuindo os movimentos e enterrando todo o caralho no meu cu, a porra jorrou umedecendo minha mucosa flagelada. Só então ele se deu conta da minha submissão, da entrega irrestrita, de que estava aconchegado nas minhas entranhas, de que eu arfava assustado com sua selvageria, e começou a afrouxar a pegada que deixou marcas avermelhadas na minha pele. Ele tirou o caralho do meu cuzinho, deslizando-o lentamente para fora, até que a glande se prendesse nos meus esfíncteres, depois sacou num golpe único, me fazendo soltar um ganido estridente. Aquela umidade pegajosa e morna que senti escorrendo do meu rego, e que pensei ser a porra dele, era na verdade sangue. Travei as coxas e fui me lavar no banheiro. Quando a água quente da ducha caiu sobre minha pele eu ainda sentia o corpo todo tremendo. A presença dele estava aderida em mim, e eu comecei a relaxar. Refeito do impacto daquela posse abrupta, e ainda dolorido, voltei ao quarto e o encontrei sentado sobre a cama onde ele me fodera. Ele continuava nu, estava acabrunhado e olhou na minha direção como se estivesse procurando por compreensão. Sem dizer uma palavra, me deitei ao seu lado, encaixando minhas nádegas em sua virilha, e puxei seu braço sobre meu corpo como se fosse um cobertor. O peito peludo dele resvalava nas minhas costas, sua respiração era lenta e profunda, abracei seu braço e beijei o bíceps dele, enquanto meus dedos faziam girar um anel de ouro com um filete de ônix do centro em seu dedo anular. Adormeci com o ar morno da respiração dele no meu cangote.

Meu lábio roxo e inchado foi o assunto durante o café da manhã. Tanto meu primo, quanto o Pedro estavam curiosos para desvendar o mistério que envolvia aquele lábio ferido e a cara enigmática do Rodrigo. Por dois dias não consegui colocar a bunda no selim da bicicleta. Tive que me contentar vendo o Mauricio e o Pedro saírem para os passeios sem poder acompanha-los. O Rodrigo ficou ao meu lado, solidário e talvez se sentindo culpado. Mas cada vez que eu olhava para ele e dava um sorriso, seu rosto se desanuviava, e ele já não parecia carregar as dores do mundo sobre as costas. Ele estava mais solto, mais entusiasmado. Nem parecia o mesmo Rodrigo que começou a viagem. Por outro lado, isso também significou um jejum para o Maurício e para o Pedro, que não gostaram nem um pouco de saber que eu estava fechado para balanço. Meu primo ficou preocupado querendo saber se estava tudo bem comigo, ou se o Rodrigo havia feito alguma coisa que me traumatizou.

- Nada que um beijo e um afago seu não resolvam! – brinquei. Deixando que ele me abraçasse e me apertasse contra seu peito.

Cruzamos a ponte Barão de Mauá, adentrando em território uruguaio, num fim de tarde ensolarado com nuvens baixas, parecendo amontoados de algodão flutuando num céu límpido. Depois que as quatro torres da ponte ficaram para trás, resolvemos circular pelos free shops a fim de matar o tempo até a hora do jantar. O hotel em Rio Branco era de uma simplicidade espartana, o que nos motivou a circular pelos arredores a procura de um restaurante, e de informações sobre os pontos turísticos que nos separavam dali até Punta del Este. Um casal uruguaio, acompanhado das filhas, que jantava no restaurante nos deu ótimas dicas, cada uma das referências foi mais surpreendente e prazerosa que a outra. Demoramos quase uma semana para completar essa etapa, chegando a Punta com a expectativa de explorarmos a região por três dias. Havia muito para ver e desfrutar, o que nos motivou a esticar a estadia em um dia. A saída de Punta até nosso destino final aconteceu numa manhã fresca e iluminada, pois havia chovido torrencialmente durante a madrugada. Não tivemos pressa para cobrir os pouco mais de cento e trinta quilômetros que nos separavam de Montevideo, por isso fomos parando nas praias ao longo da rodovia plana e bem sinalizada. Eu estava ao volante da picape do Rodrigo quando um conversível nos ultrapassou e o motorista, um homem de cerca de quarenta anos, buzinou e acenou em nossa direção. Ficamos sem entender a iniciativa até pararmos num posto de combustível mais adiante. O homem abriu um sorriso e veio puxar conversa, disse que teve uma pousada em Búzios durante oito anos e que adorava as praias brasileiras. Atualmente estava no ramo de casas noturnas e fazia questão que fossemos conhecer um ponto badalado em Montevideo. O lugar estava lotado para uma quinta-feira, lá funcionam três casas num só endereço, cada andar tem um estilo próprio e todos estavam literalmente agitados. Por volta das duas da madrugada encontramos nosso anfitrião na que funcionava no último andar. Ele me reconheceu e veio nos cumprimentar com o mesmo entusiasmo demonstrado na estrada. Agradeci pelos convites que nos havia dado e elogiei a decoração sofisticada no lugar. Distraído pela conversa dele, não percebi que havia ficado sozinho. O Pedro foi o primeiro a se enroscar com uma morena de cabelos escuros presos num coque mal feito, desaparecendo das minhas vistas pouco depois. O Mauricio disse que ia ao banheiro e se perdeu pelo caminho, pois mais de hora e meia, não foi possível encontrá-lo. O Rodrigo decidiu voltar à caça e se enfurnou num canto onde duas garotas não desgrudavam os olhos dele. Eu estava cansado demais para procurá-los e para continuar ouvindo a conversa do meu cicerone, por isso resolvi voltar ao hotel e me enfiar na cama. Acordei pouco depois das nove, estava só no quarto. A bagagem do Pedro, que dividia o quarto comigo, estava intacta sobre uma poltrona, onde ele a havia deixado depois de nos acomodarmos. Tentei ligar para o quarto do Rodrigo e do Mauricio, mas ninguém atendeu. O atendente da recepção disse que as chaves ainda estavam no claviculário e que ninguém as requisitara desde a noite anterior. Tomei meu café sozinho e fui dar uma caminhada pela orla da Playa de los Pocitos, as margens do rio da Prata. Gente bonita caminhava com seus cães ou simplesmente se exercitava numa corrida leve. Alguns senhores grisalhos tomavam mate sentados em grupos animados. E, pessoas de todas as idades desfilavam pelo calçamento de tiras brancas e ocres, paquerando sob a camuflagem dos óculos escuros. O bairro é cheio de cafés e restaurantes moderninhos, não foi difícil encontrar um lugar ao ar livre para degustar uma salada acompanhada de frutos do mar na hora do almoço. Eu havia chegado cedo, movido mais pela necessidade de tomar uma bebida refrescante do que propriamente pela fome, e constatei que aos poucos chegavam garotas descoladas, geralmente em duplas, carregadas de sacolas com as grifes das lojas ao redor e, executivos jovens engravatados para o almoço. Eu trajava apenas camiseta e um short que foi me parecendo cada vez mais inapropriado e indiscreto diante dos olhares ávidos sobre minhas coxonas torneadas e lisas. Lamentei não ter escolhido uma mesa num canto mais escondido, quando percebi que em algumas mesas o assunto era eu. Um garçom musculoso com cara de moleque se divertia com meu constrangimento e minha situação, sem esconder seu interesse pelas coxas bronzeadas, fazendo questão de se mostrar solícito tanto em relação ao meu pedido, quanto ao potencial desejo de me servir em outras circunstâncias. Precisei fingir que não compreendia o espanhol quando dois caras na mesa ao lado soltaram umas cantadas pouco sutis e imiscuídas de sexualidade.

Cheguei ao hotel no inicio da tarde e o Pedro dormia a sono solto sem se incomodar com minha presença. O Rodrigo atendeu ao telefone com voz de sono e disse que estava cansado demais para fazer qualquer coisa naquela tarde, acrescentando que o Mauricio nem ouvira o telefone tocar.

- Vocês são foda. Me deixaram sozinho na boate ontem, sem sequer me avisar onde estavam. Passei a manhã caminhando por aí, e as belas adormecidas vão se recuperar da esbornia dormindo em pleno dia! – resmunguei frustrado.

- Depois nos falamos. E veja se não sai por aí aprontando! – balbuciou sonolento, acrescentando uma risada maliciosa depois da última frase.

- Babaca! – revidei zangado, mas ele já recolocara o fone no gancho.

Os dias em Montevideo foram espetaculares, a despeito do começo tumultuado. O Mauricio sempre de laptop na mão, fazia o papel de copiloto, definindo as rotas, escarafunchando as atrações a serem visitadas pelo caminho, e fazendo a contabilidade da viagem. Para não voltarmos pelo trajeto da vinda, ele sugeriu uma rota mais para o interior, que se mostrou igualmente fascinante e cheia de atrativos. Teríamos que fazê-la em menos tempo, pois pretendíamos chegar em casa dois ou três dias antes da véspera do Natal.

O penúltimo dia da viagem foi particularmente cansativo. Foi um estirão de União da Vitória até Sengés, cruzando o Paraná por estradas de pavimento desgastado e com grande fluxo de caminhões. Queríamos chegar antes do anoitecer, para dar tempo de conhecer as cachoeiras próximas do centro, por caminhos a serem percorridos de bicicleta. Depois de dois dias de chuva, voltar a pedalar pelas trilhas numa tarde de sol fraco foi gratificante e exauriu nossas últimas forças. O que recompensou nosso empenho foi o banho de cachoeira.

- Deixa eu te pegar debaixo dessa água geladinha! – disse o Pedro, passando a mão na minha bunda. Afinal é nossa última oportunidade. – acrescentou, me encoxando.

- Você deveria se candidatar a doador de testosterona, se isso fosse viável. Talvez curasse essa doença de tarado sem controle. – esbravejei, me livrando dele com um safanão.

- Eu tarado? Você fica desfilando esse bundão tesudo por aí e eu é que levo a fama de tarado? Vou te doar um leitinho morno, quer? – perguntou renitente.

- Nem todo buraco foi feito para você meter esse cacetão! Cai na real. – concluí, chegando a margem e saindo pisando fundo.

O Rodrigo e o Mauricio tiraram o sarro dele, o que o deixou ainda mais enfezado.

Quem dividiu o quarto do hotel comigo foi o Rodrigo, no que me pareceu ser outro arranjo proposital, uma vez que seguindo a sequência que vínhamos mantendo, seria a minha vez de dividi-lo com meu primo. Dei pouca importância ao fato, mesmo por que, após o jantar, eu só pensava numa ducha seguida de uma cama confortável. Comecei a cochilar, vencido pelo cansaço, enquanto o Rodrigo assistia a um filme que eu já havia visto. Mas mal os créditos apareceram na tela e ele desligou a televisão, vindo se aconchegar na minha cama. A mão dele deslizou para dentro da minha cueca me fazendo despertar de uma só vez.

- Quero você! – sussurrou no meu ouvido com seu hálito morno.

- Vai dormir, está tarde! Larga mão de ser safado. – exclamei, sem impedir que sua mão continuasse a me bolinar.

- Sei que fui grosseiro naquele dia, mas prometo não te machucar desta vez. – falou baixinho, dando mordiscadas na minha orelha. Aquilo me deixou elétrico, o tesão começava a fazer meu sangue circular aquecendo minha pele.

Quando virei para encará-lo, ele me beijou ao mesmo tempo em que metia a língua ávida na minha boca. Eu retribuí afogueado pelo peso daquele corpo musculoso sobre o meu. Ao perceber que eu o recebia, ele me apertou em seus braços e começou a afastar minha cueca para poder apalpar as nádegas. Eu sentia o tesão dele no ímpeto dos seus beijos. Afundei a ponta dos meus dedos nos pelos do peito dele e fui deslizando a mão para dentro da virilha. Os pentelhos grossos que cercavam a rola pareciam a crina de um cavalo, longos, densos e hirsutos. Baixei sua cueca fazendo o cacetão saltar para a liberdade, para depois abocanhá-lo tomado de sanha impetuosa. O cheiro másculo daquela pica suculenta me encheu de permissividade lasciva, eu a lambia acompanhando o trajeto das veias ingurgitadas, fazendo-o contorcer-se de tesão. Lambi e mordisquei o sacão quente fazendo as bolonas se moverem dentro do escroto. Toquei a ponta da língua no orifício uretral da glande descomunal, sorvendo o pré-gozo que minava abundante, lambuzando meus lábios. A jeba empinava e se avolumava sob meus estímulos sensuais, até eu começar a ter dificuldade para movimentá-la sem a ajuda dele. Deixei que a enfiasse na minha garganta, fodendo minha boca num vai-e-vem apressado, enquanto segurava minha cabeça entre as mãos. Olhava para ele com a expressão submissa de quem se entrega aos seus caprichos e necessidades. Isso atiçou seus brios ufanando suas qualidades de macho tempestuoso. Ele não se furtou o prazer de gozar na minha boca. Recebi os seus jatos de porra com uma dança delicada e sensual dos lábios ao redor da cabeçorra. Ele acompanhava extasiado meu empenho em não desperdiçar sequer uma gota daquele leite de macho encorpado e rico de sabores. Me beijou demoradamente depois que lambi seus dedos lambuzados de sêmen, enquanto eu acariciava suas costas. As falanges dos dedos dele tinham tufinhos de pelos que ele agora deslizava pelo meu rosto.

- Quando a gente olha para você com atenção, e especialmente tão próximo, não há como não se encantar. Seu corpo parece ter sido tirado de uma obra renascentista, tudo tem a proporção exata, cada músculo parece ter sido esculpido sob a pele. Há nele a energia de um macho e a suavidade de uma fêmea convivendo em harmonia, algo que instiga, que excita. – comentou, fazendo o olhar penetrar no meu. – Não é a toa que tanto as garotas quanto os rapazes dão em cima de você. – acrescentou, com um risinho.

- Você está tão estranho hoje. Tão lisonjeiro. Nunca tinha te visto assim. – disse, namorando aquele olhar reluzente.

- Não são lisonjas gratuitas, são constatações! Impossível ficar ao seu lado e não sentir tesão, seja quando você se move, com a sutileza de um tigre, seja quando você fala, num tom que envolve, que seduz. – falou, voltando à expressão séria.

- Nossa! Estou ficando sem graça! – comentei timidamente.

- Está aí uma coisa que você nunca vai ser, um cara sem graça. Você a emana como um perfume que preenche o ar. E, é bom estar com você. É bom ter você nos braços. – continuou, com aqueles olhos sagazes me escrutinando.

- Está querendo que eu me apaixone, é isso? – amenizei com um sorriso vexado.

- Não. Isso seria perigoso demais. – revidou. – Mas quero que você seja meu, hoje. – acrescentou rápido. Tão rápido quanto suas mãos voltaram a apalpar minha bunda.

Puxei seu rosto para perto do meu e toquei meus lábios suavemente nos dele.

- É só você me pegar. – sussurrei, dando beijos em seu pescoço, enquanto me deitava na cama puxando-o sobre mim.

Ele começou a dedar meu cuzinho, que se contorcia de desejo. Seu dedo me provocava, explorava aquele algar úmido e morno, com a desfaçatez libidinosa de um macho atiçado. Ele não me poupou até sentir que minha respiração se transformava num gemido suplicante. Abriu os glúteos e lambeu minha rosquinha pregueada, me espetando com sua barba dura. Aquilo me deixou ensandecido. Ele apontou a pica na entrada do meu cu. Empurrava devagarinho e tirava, empurrava novamente até ouvir meu ai e sentir meus reflexos de proteção ainda não controlados, e parava. Insistia cada vez mais dominado pelo tesão. Empurrou até que eu consegui relaxar, deixando o peso de seu corpo determinar a força da entrada. A cabeçorra entrou vagarosamente, constrita pela distensão dos esfíncteres, arrancando gemidos de tesão que eclodiam na minha garganta. Ele continuava empurrando aquele cacetão para dentro de mim, só aliviando quando eu chegava ao limite da minha capacidade de distender minhas carnes, até encostar o sacão nas minhas nádegas. Então ele me abraçou com força e começou a movimentar a jeba no meu cuzinho, com estocadas lentas e impetuosas. Ele era grande e eu precisei me desvencilhar de todo e qualquer temor, confiando na sua promessa de não me machucar. Enquanto eu me entregava, ele ia acelerando as estocadas controlando a brutalidade da investida. Aquele macho se saciando no meu cuzinho estava sendo a melhor experiência que eu já havia vivido. A pegada dele doía, mas o carinho com que ele me tratava, fizeram-me provar aquilo que o prazer de melhor tem a oferecer. Fomos mudando as posições num malabarismo cadenciado impregnado de sensualidade, o que nos realizava a ambos. Num momento eu estava com os joelhos abertos, encaixados um em cada lado dos flancos dele, cobria-o com beijos furtivos, e me acautelava ao sentar sobre sua virilha fazendo a rola dele se aprofundar no meu cu, enquanto eu rebolava com aquele volume a me atazanar as entranhas. No momento seguinte, ele apoiava minhas costas sobre a cama e colocava minhas pernas sobre seus ombros, enfiava a pica até o talo ao som de um ganido suplicante e prazeroso, nossos olhares se fitavam mutuamente, embevecidos pela ternura daquele ato. Nossos corpos entraram em sincronia, numa harmonia compartilhada, ele estava em mim, e eu podia sentir sua virilidade rija pulsando no meu íntimo. Quando percebi meus olhos marejando, eu já estava sendo molhado por seus jatos de porra, que explodiram na minha ampola retal, preenchendo-a com aquele néctar denso, pegajoso e másculo.

- Macho. Macho lindo. Macho maravilhoso. – balbuciei, beijando seu rosto numa voracidade cheia de gratidão.

- Tesudo delicioso! Obrigado! – devolveu, num sorriso satisfeito, enquanto me prendia junto ao corpo dele para, enfim, adormecermos enlaçados pele com pele.

Quando descemos para o café, na manhã seguinte, o Pedro e meu primo já ocupavam uma mesa junto à janela que dava para um pátio ajardinado. Ele e eu trocamos olhares cúmplices, risinhos que refletiam nosso estado de ânimo interior, e uma empatia que denunciava nossa estripulia noturna.

- Pelo visto a noitada desses dois foi agitada. – tripudiou o Pedro. – Viagem chegando ao fim, última noite, resolveram promover um bacanal. – continuou sarcástico e despeitado, enquanto o Rodrigo e eu nos limitávamos a um sorriso amarelo.

Foi estranho me despedir dos três quando me deixaram em casa. Fazer uma viagem com alguém é um dos modos mais seguros, e por vezes complicados, de se conhecer uma pessoa. É onde as diferenças, os hábitos, e a personalidade das pessoas se manifestam sem aquela máscara social. E, isso pode determinar se essa pessoa pode ou não fazer parte de nossas vidas de um jeito mais próximo. Alguma coisa dentro de mim havia se transformado durante aquelas semanas. Eu me descobri capaz de trocar com alguém, mais do que meras atenções e carinhos.

Dois dias depois do Natal eu recebi um pequeno embrulho, entregue por um mensageiro. Era uma caixinha revestida de couro preto, que veio embrulhada num papel imitando madeira, acompanhada de um bilhete escrito numa letra cursiva bastante inclinada – PARA QUE NUNCA SE ESQUEÇA, UMA VEZ QUE SUA LEMBRANÇA CARREGO COMIGO. Rodrigo. Quando a abri, encontrei o anel que eu fiquei girando no dedo dele depois dele ter arregaçado meu cuzinho na primeira vez que me pegou. Beijei-o e depois apertei-o, dentro da mão que levei ao peito, onde senti o coração batendo descompassado. O anel ficou folgado nos meus dedos finos, por isso providenciei uma correntinha e o pendurei no pescoço.

No final de janeiro viajei para os Estados Unidos. A partir do segundo semestre começaria um curso e já estava indo providenciar minha matrícula e um lugar para morar. O voo partiu numa manhã de segunda-feira chuvosa de verão. Eu havia me acomodado na poltrona ao lado da janela e começava a deixar ao alcance das mãos, algumas revistas, um livro e meu tablet para me distrair durante o voo, quando o passageiro da poltrona ao lado apareceu com um sorriso esticado, mostrando os dentes largos e alinhados. Trajava um jeans e uma camisa polo que descobriu o abdômen peludo quando ele foi ajeitar sua bagagem de mão no compartimento acima das nossas cabeças. Entre as pernas se destacava um volume escandalosamente provocador, invocando erotismo que se traduzia no contorno fálico de um membro varonil. Devia ter uns trinta anos, e ao se acomodar na poltrona, seus ombros largos extrapolaram os limites do encosto, avançando sobre a minha e o corredor.

- Hi! I am Michael. I hope we will have a better sky over the clouds. - Apresentou-se, num inglês nativo, com um aperto de mão que fez minhas juntas estalarem.

- Hi! I am Marcelo, nice to meet you. I wish we have. – respondi.

Depois de um bom papo e do almoço de bordo ter sido serviço, com a diminuição das luzes na cabine do avião, ele começou a cochilar. O ar condicionado obrigou muitos passageiros a retirarem o cobertor e se enrolarem nele. Percebi que o Michael estava com os pelos ouriçados pelo frio e resolvi ajeitar o cobertor até seus ombros. Pouco depois adormeci com o ronco monótono das turbinas ecoando pela cabine, onde quase todos os passageiros dormiam. Acordei com um peso comprimindo meu ombro e vi que a cabeça dele estava apoiada nele. Naquele momento eu não imaginava que aquele rosto plácido, aconchegado em mim na tranquilidade de um sono velado, seria o responsável pela maior guinada e futura felicidade da minha vida.

Só voltei ao Brasil quase dois anos depois, quando entrei em férias do curso. Meu primo estava noivo, com o casamento marcado para dali a alguns meses. O Pedro continuava com aquele seu jeito afoito a procurar qualquer buraco que agasalhasse seu cacete. O Rodrigo estava namorando há seis meses, uma garota de olhar meigo e submisso, que com seus olhos azulados, de um brilho que eu enxergava dentro dos meus todos os dias, desvendava o carinho que sentia por ele. Enquanto conversava com ele, relatando as mudanças que estavam ocorrendo na minha vida, levei os dedos instintivamente ao peito e comecei a brincar com o anel que deslizava pela correntinha. Ele o reconheceu e os cantos de sua boca esboçaram um sorriso iluminado, recordando dias nos quais se tem consciência de ter provado da felicidade em seu sentido pleno. Torci para que fossem felizes.

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Comentários

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Lindo, mostrando uma aceitação de fato consumado: nãoera para terem um namoro, mas apaenas um rmoance de férias. Não ficou mágoa de nenhuma das partes, apenas a saudade de algo que foi bom. Maraivilhoso!

Um abraço carinhoso,

Plutão

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Show, melhor escritor que já conheci aqui, excepcional, não pare nunca de escrever meu amigo kkkkk' Parabéns

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Legal que você tenha voltado! Ótimo capítulo! Continue logo!

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Nao preciso comentar o quao maravilhoso foi o conto, por que sempre o é. Quero uma continuacao pra saber como se desenrolou a "maior guinada e futura felicidade da minha vida".

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