Pra entender melhor o conto, aconselho que leiam a sinopse: http://www.casadoscontos.com.br/texto/
Eu estava deitado no sofá vendo os clipes na MTV, estava quase pegando no sono, meus olhos já estavam até fechados, nem vi meu irmão Julio abrindo a porta.
-PREPARA O CU QUE LÁ VEM PICA!! – Gritou ele perto de mim me fazendo tremer de susto, eu quase cai do sofá e ele ficou rindo, eu corri atrás dele e enchi seu braço de soco, começamos a cair na porrada, mas ai o Roberto veio e separou, eu vivo caindo na porrada com o Alan e o Julio, eu voltei pro sofá suando de raiva, meu irmão Alan entrou e ficou me olhando.
-Que é? Quer me lamber caralho? Tá me olhando... – Disse eu. –Acabei de dar uns sacodes no Julio se tu quiser eu dou em tu também!
-Se cobre que um amigo meu da igreja ta vindo ai. – Disse ele.
-Amigo? Homem? Me poupe... Tudo o que eu tenho ele tem! E desde demônio pode ir na igreja? Kkkkk’s – Não vejo lógica em me cobrir perto de um homem, tudo o que eu tenho no meu corpo ele também tem né?
-Foda-se! Mas ele não tem um rabo desse tamanho não! Ohh tanajura! Ele é pastor na igreja que eu terminei de fazer uma obra no banheiro e eu convidei ele pra um churrasco aqui em casa...
-Opa, pera aê! Churrasco? Eu nem sabia disso, e ainda por cima com o pastor! – Disse eu morrendo de raiva por não ter me arrumado e por sempre ser o ultimo a saber de tudo nessa droga de casa. – Ele é pastor? Ihh kk’s Vou falar varias putarias pra ele! Vou falar de macumba kk’s Vou falar de cu, rola, boquete, gozada! Kkkkk’s
-Mas agora sabe, por favor, irmão se comporta tá? Eu sei que eu já vacilei muito contigo, mas eu só te peço isso, não quero que o pastor pense que minha família é maluca! Faz isso por mim irmão, tá? – Disse ele, eu e meu irmão temos nossas desavenças, mas eu nunca guardei rancor dele.
-Tudo bem... – Disse eu sorrindo e dando um soquinho na braço dele.
-Valeu mano, valeu mesmo! – Disse ele sorrindo de volta. – O pastor vai arranjar um emprego pra mim lá na imobiliária dele, por isso eu preciso dar uma boa impressão, agora pode cobrindo esse corpo, não quero que o pastor fique de pau duro kkk’s – Disse ele indo até o quarto e jogando um cobertor em cima de mim, eu estava só de cueca, puxei o cobertor e me cobri até os ombros, meu irmão estava trabalhando de pedreiro numa igreja e passou a frequentar, até amizade com os missionários o vagabundo fez.
-É ele! – Disse meu irmão indo abrir o portão.
-Ahh que palhaçada... – Disse eu rindo por dentro da animação do meu irmão, eu o amo muito e estava feliz por ele estar tomando rumo na vida, eu pude ouvir meu irmão dizendo “Paz do senhor...” pra visita que chegou, eu continuei coberto quando vi meu irmão entrar acompanhado de um senhor com os cabelos grisalhos, e vestindo roupa social.
-Boa tarde. – Disse o senhor com um sorriso muito simpático.
-Boa tarde! – Disse eu estendo minha mão.
-Pastor, esse é o meu irmão Diogo. – Disse meu irmão sorrindo pra mim, ele apertou minhas mãos.
-Boa tarde... – Disse uma voz vinda da porta, eu desviei meus olhos e encarei o garoto que estava ali, branco com a pele bem alva, um pouco mais alto que eu, com um sorriso lindo, olhos e cabelos pretos, o cabelo estava bem arrumado e dava pra ver que ele tinha alguns músculos bem distribuídos, mas sem ser musculoso, ele estava longe de ser um Deus grego ou um galã de novela, mas algo nele me atraia de uma forma quase sobrenatural.
-Boa. – Disse eu o encarando, ficamos assim por alguns segundos, até meu irmão perceber nosso “transe” e interromper.
-Rafa, esse é o meu irmão Diogo! – Disse meu irmão, eu estendi minhas mãos e ele as apertou, senti que ele deu uma tremidinha quando nossas peles se tocaram, Rafa, então esse é o nome dele, que lindo.
-DIOGOOO! VEM OLHAR BIA E BRENDA PRA MIM, BORA! TÔ CANSADO DE SER ESCRAVO NESSA PORRA... – Gritou meu irmão Roberto lá do segundo andar, pude ver o constrangimento no rosto do meu irmão Alan, droga, sempre eu que tenho que cuidar das meninas.
-Com licença. – Disse eu me levantando, deixando o cobertor cair pelo meu corpo me deixando semi nu na frente do Pastor e do filho dele, minha cueca estava com o cóz um pouco baixo deixando minhas “V lines” bem aparentes, eu andei até as escadas e quando estava quase subindo olhei em direção a sala e percebi que Lucas continuava me olhando, mas dessa vez ele não desviou os olhos quando nosso olhares se encontraram, ele ficou me encarando e isso me deixou nervoso.
Eu fui pro quarto das minhas princesinhas e fiquei brincando com elas de boneca, de casinha e de chazinho kkk’s Elas são umas fofuras eu me derreto todo.
-Diogo, você quer mais chá? – Perguntou a Brenda, eu estava sentado na mesinha de chá que meu pai tinha comprado pra elas, cada uma sentada nas suas cadeirinhas brancas, com o joguinho de chá delas sobre a mesa e eu sentado numa cadeirinha que mal cabia metade da minha bunda kk’s.
As duas são loirinhas como a mãe e têm cinco anos, amo demais essas gurias.
-Quero sim, por favor... – Disse eu, ela trouxe o bule de plástico cor-de-rosa e fingiu colocar chá na minha xícara do mesmo material que o bule. – Hmm... Que gostoso, é de que esse chá?
-De... De... De chocolate! – Disse a Bia pulando que nem uma pipoca.
-Kkk’s Chá de chocolate? – Perguntei eu sentado ela no meu colo e tentando colocar ela pra dormir, mas ela estava tão elétrica que saiu do meu colo pegou a bonequinha dela e pediu pra eu ninar.
-Não! É pra balançar ela devagar... – Disse ela me repreendendo por eu estar balançando ela muito rápido, parecia até gente grande, minhas meninas são muito fofas, a guarda delas esta com a minha mãe, já que os pais são dois degenerados e não sabem cuidar nem deles mesmos!
Eu coloquei um short bem leve e fiquei sem camisa brincando com as meninas, eu estava me divertindo com elas, mas minha cabeça estava longe, eu só conseguia pensar naquele branquelo que estava na minha sala.
Eu decidi provoca-lo um pouco, deixei as meninas com o Roberto no quarto, mesmo sobre os protestos e reclamações do meu irmão querido, borrifei um pouco de perfume no meu peito e desci até a sala, mas não o achei lá, fui até a churrasqueira na área atrás da casa e lá estava ele se matando pra acendê-la, estranho ele estar sozinho, como meu irmão deixaria o “Chapeuzinho vermelho” na mesma casa que o “Lobo-mau” e ainda por cima sozinhos? Kk’s
-Precisa de ajuda? – Perguntei atrás dele, ele se virou e ficou me encarando, dava pra ver no rosto dele o nervosismo.
-É. – Disse ele gritando, meio nervoso.
-Hãm? Precisa de ajuda ou não? – Perguntei eu colocando as mãos na cintura e arqueando uma sobrancelha.
-Preciso sim, é que eu não consegui achar o carvão... – Disse ele olhando pro chão.
-Eu gosto que as pessoas olhem nos meus olhos quando falam comigo! Eu não mordo ok? – Disse eu novamente usando minha voz sexy, ele levantou seus olhos e encarou os meus, pronto, esse garoto mordeu meu anzolQuando você se descobre sexualmente, você celebra quem você é. E você sabe que a sexualidade é um dom, e esse dom te dá poder, e esse poder pode manipular as pessoas, esse poder pode celebrar. O que você fará com o seu poder? Vai deixá-lo escapar? Você se renderia a ele? Se você fizer a escolha certa a paixão se intensifica como uma droga. E se você souber usa-lo consegue deixar qualquer um “chapado”! Consegue sentir esse poder dentro de você? Consegue entender o que eu estou tentando dizer? Saber aproveitar o poder do seu corpo requer responsabilidade, mesmo que cada um deva ser dono da sua sexualidade. Sedução é muito mais do que beleza. É algo genuíno, inteligente, misterioso, exclusivoEu o ajudei a montar a churrasqueira, conversamos um pouco e pude perceber que ele é bem engraçado e falante, tem um papo ótimo e sabe conversar, isso é muito importante, meu irmão e o Pai dele tinham ido até o mercado comprar as carnes e o refrigerante.
-Vai ali na casinha e pega o carvão! – Disse eu apontando pra casinha onde ficavam os guardados, eu estava limpando as grades da churrasqueira quando ouço ele me chamar, logo pensei “Opa, sexo na casinha de guardados kk’s”, fui andando até ele e entrei na casinha.
-Não consigo achar o carvão... – Disse ele, a casinha estava entulhada de coisas, mal dava pra gente se movimentar lá dentro sem praticamente colarmos nossos corpos, tirei algumas coisas do lugar e pude ver o saco de carvão dentro de um balde, eu passei pelo Rafa pra pegar o carvão e fiz questão de sarrar minha bunda em seu pau, pude sentir que ele tremeu um pouco, ficou ofegante e até ficou um pouco atordoado.
-Me desculpe, é que aqui esta um pouco apertado! – Disse eu olhando pra ele por cima dos ombros e usando minha voz sexy.
-Tu-tu-tudo beem! – Disse ele, dei um sorrisinho safado por ele ter gaguejado.
-Esta tudo bem? Você parece... nervoso! – Disse eu me agachando e pegando o carvão, senti que minha bunda sarrou em sua coxa, ele ficou novamente ofegante.
Eu peguei o carvão, joguei em um dos meus ombros e sai da casinha indo em direção a churrasqueira, podia sentir seu olhar em cima de mim, eu tentava andar sensualmente, mas não muito, não queria colocar todos os meus truques na mesa de uma vez só, quero ganhar esse garoto aos poucos, eu gosto de jogar um pouco.
Ele voltou de lá e era impossível não reparar no delicioso volume que se formou na sua bermuda tactel, continuamos conversando como se nada tivesse acontecido.
-Você namora? – Perguntou ele sem olhar pra mim, com os olhos grudados no copo de suco, estávamos sentados na mesa da cozinha descansando, nossa, meu irmão esta demorando, acho que o pastor deve ter comido ele kkkkkk’s
-Não, ainda não achei o cara certo... – Disse eu procurando seu olhar, mas ele continuava com os olhos grudados naquele maldito copo, eu tive vontade de joga-lo contra a parede, assim ele não teria pra aonde olhar além dos meus olhos.
-Cara? – Nessa hora ele levantou os olhos e encarou os meus, não sei se foi impressão minha, mas eu percebi um tom de animação na sua voz grossa e tão gostosa...
-Pois é, eu sou gay! Ou meu irmão não te contou? – Perguntei eu arqueando uma sobrancelha.
-Na verdade ele contou sim, seu irmão te ama muito... – Disse ele sorrindo. – Ele só falava coisas boas de você!
-Nós estamos falando da mesma coisa? Do mesmo irmão? É o Alan né? Kkk’s Porque o único irmão que fala coisas “boas” de mim é o Roberto...
-Seu irmão mais velho ou o pai das meninas? – Perguntou ele me encarando.
-O mais velho, eu tenho muita afinidade com ele, até mais do que com a minha mãe e o meu pai! O Roberto praticamente me criou, virava noites comigo quando eu estava doente, ele me ensinou tudo o que eu sei da vida! Por isso eu amo tanto meu irmão... – Disse eu sentindo um nó na garganta.
-Você ama muito seu irmão né? Que lindo, eu não tenho irmãos, queria muito ter!
-Não queira não, pelo amor de Deus! Eu é que queria ser filho único! Eu amo meus irmãos, mas eu queria ter um dia de sossego nessa casa, eu nunca consigo ficar sozinho sabe? Nem cagar sozinho eu consigo, quando eu me sento no vaso, vem um querendo tomar banho, outro querendo escovar os dentes, Brenda e Bia querendo usar o piniquinho, minha mãe ou Roberto vem tirar a roupa suja do cesto... É que nem big brother!
-Kkkk’s Sério? Sua casa é assim?
-Pois é, quando a gente teve um problema de entupimento porque uma das meninas jogou um brinquedo no vaso e fudeu todo o encanamento da casa, todo mundo teve que tomar banho no banheiro aqui debaixo, era eu e os meus irmãos tomando banho juntos ao mesmo tempo, eles riam diziam que se o sabonete caísse quem ia pegar era eu! Ahh foi um inferno, eu ainda me depilei kkk’s – Disse eu rindo, essa casa é uma comédia viu?
Nós ficamos conversando e parecíamos velhos amigos, eu me sentia muito bem ao lado dele, quase como se o tempo não passasse, entramos no assunto religião, um assunto que eu pude perceber que ele sabe muito, diga-se de passagem.
-Você encontrou Jesus? – Perguntou ele olhando nos meus olhos.
-Não sabia que ele estava perdido... – Disse eu sério, mas não aguentei e caí na gargalhada.
-Blasfêmia é pecado sabia? – Disse ele sem esboçar nenhum sorriso, nem uma ruguinha de riso.
-Eu acho que Jesus não ficou chateado com a minha brincadeirinha né? – Disse eu ainda rindo. – Me desculpe, foi um desrespeito meu com a sua religião! Foi mal...
Ele conheceu meus outros irmãos e meus pais se encantaram com ele, eu fiquei na minha sentado na espreguiçadeira pegando sol, ele veio se sentou do meu lado e tirou a camisa, nossa, quase tive um enfarte quando ele fez isso, ele não é bombado ou definido, mas tem um corpo gostoso sabe? O tipo de corpo que eu gosto, que me deixa excitado, ele se deitou e ficou tomando sol comigo.
-Você tem um corpo muito bonito... – Disse eu passando os olhos por todo o seu corpo até chegar aos seus olhos que acompanhavam meu olhar.
-O-Obrigado. – Disse ele nervoso. – O seu também é lindo!
-Obrigado, eu cuido muito bem dele! Mentira, kkk’s Eu como um monte de porcarias, mas sempre estou queimando as calorias que eu ganho.
-É, da pra perceber! – Disse ele passando os olhos por todo o meu corpo, como eu fiz com ele a uns instantes atrás.
Ele passou a frequentar minha casa, ele se tornou amigo de todos os meus irmãos e nos tornamos amigos também, ele já chamava meus pais de “tio e tia”, minha mãe adorava ele e sempre pedia pra ele dormir lá, ele costumava dormir na sala, mas eu dei a ideia dele dormir no meu quarto, eu sou o único que tem um quarto só pra si.
-Seu quarto é muito bonito! – Disse ele usando seu pijama muito lindo, ele fica muito fofo de pijama.
-Valeu, minha mãe que decorou, ela e meu irmão Roberto! E eu, é claro, afinal o quarto é meu né? – Disse eu só de cueca me jogando na cama.
-Onde eu durmo? – Perguntou ele.
-Você poderia dormir na minha cama, mas eu sou muito espaçoso, mesmo ela sendo de casal! Você pode dormir no chão... – Disse eu me levantado e pegando uns colchonetes embaixo da cama, quando eu me agachei pra pegar os colchonetes eu propositalmente empinei minha bunda, percebi que ele olhou e quando eu virei meu rosto ele continuava olhando. – Você esta olhando pra minha bunda?
-Oi? Não! Eu não... Eu não estava olhando, é que eu queria ver se você precisava de ajuda pra pegar o colchonete, eu não estava olhando pra sua bunda, não estava não! – Disse ele corando, ele ficou todo nervoso e envergonhado.
Ele se deitou no colchão e ficamos conversando, realmente nos tornamos amigos, eu não tinha vergonha de conversar sobre nada com ele, eu só não contei sobre o meu “emprego”, afinal, ele é filho do pastor, é todo vergonhoso, tímido, puro e inocente! Não quero assustar ele, ainda mais agora que eu estou realmente gostando de ter a companhia deleEu senti falta de dançar, me deu uma vontade súbita de treinar uns passos de balé, eu danço desde muito pequeno, com 5 anos meu pai me colocou em uma aula de dança que tinha perto do trabalho, ele me levava e me buscava, lá eu aprendi de tudo, desde balé e valsa, até funk e dança de rua, meus pais sempre iam nos meus espetáculos de dança e gritavam mais que todos os pais juntos kk’s.
Eu fui até meu quarto, tirei minha bermuda ficando só de cueca Box branca e regata preta, desse jeito é mais fácil pra dançar e coloquei minhas velhas sapatilhas. Pluguei meu celular no radio e coloquei a musica “Imagine” do John Lennon pra tocar, ao som dessa musica eu comecei uns passos de balé, meu quarto é bem espaçoso, então não tive problema com os saltos, eu rodopiei de uma forma que a muito tempo eu não fazia, sentia a leveza no meu corpo, sentia como se estivesse voando, eu estava completamente absorto na minha nostalgia, dançar balé me lembrava da minha inocência de criança, do meu pai me buscando no meu treino e batendo palmas a cada salto que eu dava, eu estava tão “emocionado” que nem percebi o Rafael apoiado no batente da porta me vendo dançar, ele deve estar ali a um bom tempo, ele tinha um sorriso no rosto, e estava com os braços cruzados, eu parei de dançar na mesma hora e o fiquei encarando com as mãos na cintura, ele me olhou nos olhos profundamente e deu um sorriso muito fofo.
-Você parece um anjo... – Disse ele.
-Nem todos os anjos são bons, você deve saber muito bem disso não é? – Disse eu olhando em seus olhos e me controlando pra não baixar a guarda, ele me deixa nervoso, me tira do normal, me deixa sem confiança, me faz baixar a guarda.
-Mas podem se tornar! – Disse ele sorrindo.
-Eu sou um caso perdido, e se eu fosse você se afastaria de mim! É muito difícil conviver com alguém como eu, principalmente se for pra um relacionamento, é muito difícil amar um homem como eu!
-Quando você vai perceber que eu não vou me afastar de você! – Disse ele andando na minha direção, parou com o corpo a um palmo de distancia de mim.
-Como entrou aqui? – Disse eu sentindo seu perfume, ele me deixa embriagado de tesão.
-Eu vim aqui pegar um negocio que seu irmão pediu, eu... Eu não posso mentir! Na verdade, eu vim aqui pra te ver! Não quero sentir isso, mas eu sinto! Vim aqui te ver, a porta estava aberta, eu te chamei e chamei, mas você não ouviu! Eu ouvi a musica e você já deve saber do resto! Você dança muito, seu irmão disse, mas eu pensei que fosse exagero, mas não! Você dança MUITO mesmo. – Disse ele.
-Obrigado, mas você não devia entrar assim na minha casa e se eu estivesse com alguém? Se eu estivesse pelado? – Perguntei, ele abaixou a cabeça e ficou encarando o chão.
-Me desculpe, eu sei que eu errei, mas eu chamei e você não respondeu, eu ouvi a musica e segui o som! Quando eu te vi dançando foi tão lindo...
-Muito obrigado, eu danço desde muito pequeno! Você sabe dançar?- Perguntei eu.
-Nada. – Disse ele rindo, que risada gostosa.
-Eu posso te ensinar, primeiro vou ensinar o simples “dois pra lá, dois pra cá”, segura minha mão e coloca a outra mão na minha cintura. – Disse eu colocando minha mão em seu ombro e com a outra mão na sua, ele colocou a mão timidamente em minha cintura. – Pode apertar tá? Eu não quebro ok? – Disse eu rindo do jeito tão delicado e tímido que ele me tocava.
Começamos os passos, mas a musica não tinha um ritmo pra isso, eu fui até meu celular e coloquei a musica “Majestic” da banda Wax Fang pra tocar, a musica tem uma introdução de guitarra muito suave e perfeita pra isso, mas acho que um minuto e pouco depois a musica da um susto com a bateria e o vocal, eu amo essa musica.
-Dois pra lá, dois pra cá... – Repetia eu enquanto senti sua mão suando sob a minha e sua outra mão na minha cintura. – Aiii você pisou no meu pé kk’s
-Desculpa! – Disse ele, nossa, meus dedinhos pareciam que estavam queimando.
-Tudo bem, vamos continuar. – Disse eu, voltamos a dançar e ele conseguiu pegar os passos bem rapidamente, poder sentir seu perfume amadeirado, sua pele me tocando, seus olhos olhando os meus profundamente até compensam a dor lancinante nos meus dedinhos.
Continuamos dançando, não sei porque, mas veio á minha mente a cena do filme “A Bela e a Fera” em que eles estão dançando no salão e o bule, o relógio e o castiçal assistem, isso veio a minha cabeça e me fez dar um sorriso bobo olhando nos olhos dele, ele sorriu de volta e ficamos nos encarando em silencio, senti uma atração entre nossos corpos muito grande, eu fui aproximando meu rosto ao dele, pude ver o nervosismo em seu rosto, ele mesmo tremendo e suando cada vez na minha mão também foi aproximando seu rosto do meu, quando falta menos de um dedo na vertical pra nossos lábios se tocaram ele fechou seus olhos, eu fiz o mesmo e logo senti seus lábios tocando os meus, tão doces e suaves, eu senti suas mãos em meu rosto e levei minhas mãos a sua nuca, foi o melhor beijo da minha vida até aquele momento, nossas bocas se encaixam perfeitamente, seus lábios me deixavam completamente fora de mim e nossas línguas se enroscando fazia meu corpo se arrepiar de desejo, eu não queria, mas não tinha como evitar, nossas cabeças se moviam em um ritmo tão gostoso tentando explorar ainda mais os lábios um do outro, esse beijo me trouxe de volta a vida, eu me esqueci de tudo, os problemas, as obrigações, eu praticamente me perdi no tempo! Fomos terminando o beijo com selinhos...
-Nossa! – Disse ele ofegante.
-Pois é... – Disse eu completamente constrangido, nunca tinha me sentido assim com algum garoto! Que merda, ele me deixa nervoso, me faz baixar a guarda, eu sempre me orgulhei por não ser do tipo que se apaixona com facilidade, mas esse garoto me deixa como louco, não me sinto eu mesmo, fico bobo, desajeito, distraído... – Bom, você conseguiu pegar os passos muito bem! Melhor do que eu esperava, bem melhor do que eu esperava! Kk’s Vamos beber alguma coisa? Tá com fome? – Disse eu saindo dos seus braços e tropeçando nas coisas, minhas pernas estavam bambas, o que esse garoto fez comigo?
Eu o deixei sentadinho na sala e fui preparar alguma coisa pra gente comer, fiz pipoca de micro-ondas e enquanto ela estourava eu fui jogar uma água no rosto, me sentia fora de mim, como se algo completamente novo e LOUCO estivesse acontecendo, eu não sou assim! Mas eu não me importo, só quero beijar aqueles lábios de novo!
-Espero que goste de pipoca saber Bacon! – Disse eu colocando a tigela cheia de pipoca no colo dele e colocando a garrafa de Coca-cola com dois copos na mesinha.
-Eu adoro pipoca, mas nunca provei uma com gosto de toicinho, é bom? – Disse ele colocando um punhado na boca.
-Meu amo, toicinho é coisa de pobre! Fala BACON!! – Disse eu colocando um punhado na minha boca.
-Kkk’s Tudo bem então! Eu adorei a pipoca de Bacon tá bom assim?! – Disse ele dando aquele lindo sorriso.
-Muito melhor... – Disse eu apertando a bochecha dele, fui mudando de canal até achar um filme bacana e graças a Deus o filme tinha acabado de começar.
Estávamos vendo o filme, uma cena mais quente começou e o personagem estava se masturbando embaixo do cobertor, eu fiquei com tesão na cena, mas ele ficou um pouco constrangido.
-Você se masturba? – Perguntei eu calmamente, afinal pra mim, essas coisas são naturais.
-O que? – Disse ele me olhando com os olhos arregalados.
-EU PERGUNTEI SE VOCÊ SE MASTURBA??!! – Gritei eu kk’s Ele ficou vermelho que nem um pimentão, tadinho, ele é muito vergonhoso.
-Isso é algo particular meu, mas se você quer mesmo saber, não! Eu não me masturbo! – Disse ele baixinho falando perto do meu rosto, pude sentir seu halito, seu perfume e isso me deixou bem excitado.
-Por quê?
-Porque é errado! Masturbação é errado. – Disse ele olhando profundamente em meus olhos.
-Ahh por favor, errado é você ficar excitado, cheio de tesão e não poder fazer nada pra aliviar sua vontade, masturbação é natural, é algo necessário, tem haver com descobrir seu corpo, seus pontos de prazer, as coisas que te excitam, se você conhecer bem o seu corpo o sexo vai ser muito melhor, ou vai me dizer que sexo também é errado? – Perguntei eu.
-Claro que não, fazer amor é lindo! – Disse ele dando um sorriso muito fofo.
-Hmm legal, mas eu não “faço amor”, eu fodo violentamente! Pra mim a transa tem que ser bem selvagem sabe? – Disse eu olhando dentro dos seus olhos, senti que ele ficou um pouco nervoso e logo voltou seu olhar pro filme.
Ficamos vendo o filme até meu irmão Alan entrar pela porta e nos ver juntos, sorriu pra mim e foi cumprimentar seu amigo, eu fiquei tipo “Como um cara tão legal pode ser amigo do idiota do meu irmão?”.
Eles estavam conversando sobre coisas que eu não dava muita importância, futebol, academia e blá blá blá...
-Bem que o Diogo podia ir fazer academia comigo, pra ver se diminui essa bunda dele kk’s – Disse meu irmão rindo.
-Eu acho o corpo dele lindo... – Disse o Alan olhando pra mim, ele realmente me defendeu do meu irmão? Nossa! Até eu fiquei sem saber o que fazer.
-E quem te disse que eu quero ser um desses magricelas de academia? Meu amô, os meus meninos gostam de ter algo pra apertar, eu não quero ser um pau de vira-tripas! Porque eu sou muito mais um corpo de violão, do que um corpo magricelo de flauta ou um corpo de rato de academia! Entendeu retardado? – Disse eu passando a mão pela minha bunda só pra deixar ele nervoso, eu não sou gordo, mas a dança me deixou com coxas grossas e uma bunda empinada e redondinha, ajudou também a chapar minha barriga, então não preciso me preocupar com academia.
Eu fui á cozinha beber um copo de água e meu irmão logo apareceu na cozinha.
-Você transou com ele? – Perguntou meu irmão parado na porta.
-Transei? Com quem? – Disse eu debochando dele.
-Não se faça de bicha burra! Porque eu sei que você é muito espertinho, você transou com o Rafa?
-Não, por quê? Você esta comendo ele ou ele esta te comendo? – Disse eu me encostando á pia, levando meu copo à boca e o encarando.
-Kk’s Meu pau é feito só pra cú, buceta e boca de mulher, nenhum marmanjo vai tocar na bunda e no pau que mamãe passou talquinho! – Disse ele rindo e me fazendo rir também. – Olha, sério agora, eu não sei se o Rafa é gay ou bi ou hetero, mas se ele quiser algo contigo, dá uma chance pra ele tá? Ele é um cara legal e eu acho que a família não ia ficar grilada se você e ele começassem um relacionamento!
-Até porque você, o Rô e o Julio espantam qualquer cara que chegue perto de mim... – Disse eu indo em direção a porta da cozinha. – Se eu for começar “alguma coisa” com ele, não vai ser por conta de você, dos meninos ou do pai e da mãe e sim por mim! Já esta na hora de vocês me deixarem viver a minha vida! – Disse eu saindo da cozinha e me sentando ao lado do Rafa na sala.
Eu passei o resto da tarde junto com o Rafa, quando eu fui me arrumar pro trabalho ele foi embora, eu estava dentro do ônibus em direção a boate, quando veio a lembrança do beijo dele na minha cabeça, não sei porque, mas nasceu um sorrisinho bobo em meu rosto.
Desci na porta da boate e já podia ouvir a musica “Lady Marmalade” da Christina Aguilera tocando, eu subi e pude ver uma colega de trabalho minha fazendo o numero semanal dela, estava tão linda, toda a atenção estava voltada pra ela, o ambiente a meia luz, as luzes piscando e a iluminação vermelha deixava tudo mais misterioso e excitante.
-Ela esta linda né? – Disse minha amiga Rayana, ela me que colocou lá dentro, já estava com seu uniforme, um collant branco cheio de strass, quando não estamos dançando nós servimos as mesas.
-Muito linda, ela merece! Se esforçou muito pra isso... – Disse eu ainda olhando pra nossa amiga fazendo o numero dela.
-Um dia vai ser você ali em cima, escreve o que eu estou te dizendo! – Disse ela, eu tenho fé que um dia isso vai acontecer.
Na boate eu sempre me esforço pra me dar bem com todo mundo, tem pessoas que eu tenho mais afinidade que outras, mas ao todo eu não tenho desavenças com ninguém em especial.
Lá é proibida prostituição e sexo nas dependências, uso de drogas é liberado, já me cansei de ver gente fumando maconha ou cheirando, eu não uso e acho errado isso ser liberado lá dentro, mas eu não posso fazer nada, sou só um funcionário.
Eu estava servindo as mesas com o meu uniforme, uma cueca Box branca e um sneaker branco, quando o “Macaco”, dono na boate chegou perto de mim, lá vem bronca...
-Diogo! Tem um cara aqui querendo uma dança no colo! – Disse ele tirando a bandeja das minhas mãos e colocando em uma mesa.
-Mas eu nunca fiz uma dança de colo em cabine privada! – Disse eu sentindo borboletas no estomago de nervosismo.
-Uhum, eu sei disso! Mas o cara disse que quer VO-CÊ! – Disse ele cutucando meu peito. – Bora, vai lá na cabine n°: 4 e deixa o cliente satisfeito! Garoto, esse é o primeiro passo pra você conseguir o seu numero aqui na boate! Você não quer isso?
-Claro que quero...
-Você não cansou de subir no palco só pra ser dançarino de assistência?
-Sim...
-Você não quer o SEU PRÓPRIO numero? Então vá lá e dê o seu melhor garoto, esse é o primeiro passo! – Disse ele me dando uma tapa na bunda e apontando pra área das cabines, eu passei no vestiário, peguei o perfume na minha bolsa e deu uma borrifada no meu pescoço e nos meus peitos, passei hidratante no corpo todo, peguei um chiclete de uva e comecei a mascar, eu estava tão nervoso, eu me tremia inteiro, cada passo que eu dava meu coração palpitava mais forte e meu estomago embrulhava, eu cheguei no corredor e fui andando, droga! Porque tinha que ser a n° 4? Não podia ser um numero maior, assim demoraria mais pra eu chegar lá, mesmo que o 4 seja até hoje o meu numero da sorte e sempre foi.
-O primeiro passo pro meu numero! O primeiro passo... – Disse eu cuspindo o chiclete no chão e apertando a maçaneta da porta, girei e entrei, a luz vermelha fazia minha pele reluzir...
Continua...
Deixe sua nota, um comentário e muito obrigado por ter lido o meu conto! XOXO ♥