O FRUTO Cap. 21
Caius exalava raiva por seus poros. David tinha atingindo o limite de sua paciência e pediu – exigiu na verdade - que os gêmeos se afastassem dele. Caius estava ciente dos acontecimentos que rodeavam os possíveis parceiros do “Fruto”. Ele tentou deixar que os garotos se resolvessem por eles mesmos. Ao que parece ele David tinha expulsado uma jovem da propriedade e estava trancado e seu quarto. Isso tudo hoje pela manhã.
“Já não bastava os problemas que eu tinha?” Caius Perguntava a si mesmo.
Sentado na sua velha poltrona, Caius observava os gêmeos com atenção. Os dois garotos eram belos e fortes e ele não duvidara de que qualquer deles pudesse proteger e fazer o pobre garoto feliz. “Deus! Por que adolescentes são tão difíceis?” Perguntava-se.
Caius mudou de posição e dirigiu a palavra a Marcus;
- Bem, espero que você tenha uma explicação para a frieza com que você vem tratando o futuro de nossa existência. – Estalou. – Algo me diz que você tem seus motivos para fazer isso. Assim eu espero. – Terminou e esperou pela resposta do rapaz.
- Senhor. Não vejo o motivo disso. – Falou. –Eu sei de minhas obrigações e não faltarei com elas. Não preciso ser legal com ele, só preciso protegê-lo e nada mais. Ele vai precisar escolher um protetor e se eu for escolhido, eu farei o meu melhor para que nada de ruim aconteça a ele. – Falou sério
Caius desejou ser jovem novamente. Desejou que finada esposa estivesse lá. Que ela tomasse a vez e explicasse a esses jovens o verdadeiro motivo de atrelar o fruto a um sobrenatural.
“Não deve ser por obrigação, mas sim por amor” Ela falaria provavelmente.
- E, você Matheo? – Caius perguntou – Você tem algum motivo especial para tratar o nosso futuro com tanto descaso? – Atacou – Eu sei que você não queria fazer isso, mas como um dos sobrenaturais de sangue nobre, você sabe de seus direitos e obrigações. Ser cruel não o fará escapar disso. – Avisou.
Caius desconfiava que dos dois, Matheo seria o que mais tinha chances de unir-se a David. Ele percebia o jeito que os dois garotos trocavam.
“Há uma paixão no olhar de ambos, pena que às vezes, só isso não é o suficiente.” Pensou amargamente.
Mas caius tinha sabia que Matheo tinha medo. Caius só não sabia ao certo de quê. Matheo moveu-se desconfortavelmente e falou;
- Quem falou que eu quero esse compromisso todo? - Atacou. Sua voz era um misto de raiva e desconforto. - Não me lembro de ser perguntado se eu queria ou não me casar com um homem. – Respirou – E muito menos que ele fosse o tão estimado “fruto” de vocês. - Falou fazendo aspas com as mãos. Sua voz era desdenhosa. - Eu simplesmente não entendo o porquê disso tudo, eu não quero unir-me a ele. – sua voz tinha caído alguns tons e essa ultima parte saiu quase como um sussurro.
Caius percebeu uma coisa; nenhum desses jovens realmente sabe o peso que o pobre rapaz carrega consigo desde o seu nascimento. Foi em direção as janelas, o bosque sempre o acalmava. Endireitou-se começou;
- Vocês não sabem o quanto esse rapaz sacrificou e sacrificará por nós. A cada geração um sobrenatural é escolhido para casar-se e proteger o fruto, não por obrigação, mas por gratidão. – Virou-se para os jovens. – Ele não escolheu nascer e ter essa vida. – Falou virando-se para os gêmeos.
- Imaginem ter a sua vida virada do avesso. Um ser dia um jovem normal e no outro saber que varias pessoas dependem de você. Que você terá que dar adeus a sua antiga vida, sua família e seus amigos. Que você irá passar o resto da sua vida servindo a um proposito que você não escolheu. Vocês podem imaginar isso? – Gritou. - Aquele garoto tem sonhos. Mas alguém perguntou oque ele realmente queria fazer da sua vida? – Os rostos dos jovens demonstravam vergonha.
Caius prosseguiu;
- Agora eu me encontro com dois jovens que sabem o peso de ser um sobrenatural, que nasceram com uma vida maravilhosa e que por isso acham que podem tratar como bem quiser aquele garoto e que ignoram que aquele jovem é humano. Que ele vai dormir todos os dias chorando. Porque ele não pode nem mesmo voltar a sua escola por que a milhares de criaturas que dariam tudo para mata-lo. – Falou firme. Respirou e continuou; - Isso não tem que ser um emprego, não é para ser uma obrigação. Porque não é! É a vida de um jovem de que estamos falando. Unir-se a o fruto é a melhor dadiva que pode ser dada a um sobrenatural. Mas não vejo duas pessoas capazes. Vejo dois jovens que não sabem oque querem, mimados e geniosos. Que estão com medo de gostar de alguém. De perder sua liberdade. Tanto medo que guardam o que sentem para si... - Parou e deixou as que as palavras fossem absorvidas pelos gêmeos.
Caius aproximou-se de ambos e tocou seus ombros. – Até mesmo por que isso não é um dever, tem que ser de boa vontade. Vocês terão que amá-lo e protegê-lo. Ficar com ele nos dias bons e principalmente nos ruins. Cuidar do fruto é uma dadiva e vocês não estão prontos. A partir de hoje, Irina e Igor cuidaram dele. E peço a Deus que ele mude de ideia sobre a união. Não quero ter que levá-lo a arvore sagrada. – Terminou.
Caius os deixou na biblioteca. Marcus estava com a cabeça baixa e Matheo o olhou envergonhado. Caius saiu para o bosque, enquanto caminhava entre as arvores ele pensava em uma maneira de fazer o jovem fruto a repensar a sua decisão. Unir-se a um sobrenatural de sangue nobre era a única chance de mantê-lo vivo. “antes mesmo de seu aniversario ele já atrai tantos darckos que temo como será assim que ele atingir a maturidade.” Mas Caius sabia que saber disso era diferente de fazê-lo. David podia ser bem teimoso quando queria.
Caius pensou sobre a árvore sagrada, ela era ultima opção. A árvore sagrada só era usada em casos extremos... Nada de bom pode vim dessa escolha...
“espero que esse não seja o caso.” Pensou. “Não quero vê-lo morrer e não poder fazer nada.
Continua...
Gente, mil desculpas pela demora. Juro que não é intencional.
