O Ninfeto - Capítulo 5.

Um conto erótico de Hj
Categoria: Homossexual
Contém 2476 palavras
Data: 05/09/2014 18:13:18
Assuntos: Homossexual, Gay, Amor

Vamos até o cavalo. E ele fica por alguns segundos olhando o nascer do sol. Além das montanhas cobertas pelo gelo do inverno incessante.

- É lindo – Eu digo.

- Não tanto quanto você – fala ele ainda olhando para o horizonte.

- O Príncipe não sabe o que diz. Eu sou apenas um camponês maltrapilho- digo meio atordoado. Eu nunca gostei de receber elogios. Lembro que a primeira vez que Augusto me elogiou. Eu dei um tapa em seu rosto. Eu podia jurar que ele estava debochando de mim, mas, na verdade. Ele estava sendo sincero. Eu podia ver em seus olhos. Eu era apenas uma criança naquele tempo.

- Pelo contrário nunca tive tanta certeza do que disse- diz.

Eu queria dizer o mesmo dele, mas, a única coisa que conseguir dizer:

- Obrigado.

- Vamos – diz ele.

Ele me oferece ajuda e logo depois sobe em cima do lindo pangaré. Ele cavalga além dos vales, Para bem longe, pra lá da floresta silvestre. Eu posso até ouvi o som de alguns pássaros em sintonia. Um coelho branco pulando entre os arbustos. E até uma cobra entre alguns galhos secos. Paramos e descemos do cavalo. Eu o acompanho. Eu estou com muito frio meus lábios estão tremendo e os dentes batendo descontroladamente uns contra os outros. Sento em uma pedra. E ficamos por uns segundos em silêncio. Até ele fala.

- Acho que não foi uma boa ideia. Ter saído do palácio em pleno inverno. Eu fui um bobo - diz ele.

- Está tudo bem, só de está fora daquele lugar. Eu me sinto aliviado- digo sem medir as palavras.

Ele me olha meio perturbado.

- Desculpe pelo que disse às vezes falo coisas sem pensar nas consequências- falo tentando concerta.

- Eu gosto da sua sinceridade. A maioria das pessoas costumam ser desonestas comigo. - diz ele- Eu odeio mentiras- diz ele.

- Eu também não gosto de mentiras- Digo.

- Parece que não somos tão diferentes assim – diz ele sorrindo.

- Verdade- falo jogando uma pedra ao longe.

- Você já teve algum relacionamento antes?- diz ele me pegando de surpresa.

- Não exatamente um relacionamento, mas, eu tinha um carinho muito grande por um “amigo” da minha aldeia- falo.

- E não tem mais? – Ele pergunta.

Eu minto.

- Não, ele ficou enterrado no meu passado e o príncipe?- Digo tentando me tirar do foco da conversa.

- Eu nunca tive um relacionamento, mas, posso dizer que já deitei com muitos e muitas. Não acho que tenha nascido para ficar preso a outro alguém - diz ele evitando olhar em meus olhos.

- Como é a sensação de ser desejado por todos e por todas?- Eu pergunto.

- Isso não é de todo verdade. Você não me deseja- Silêncio - Lembra o dia em que você dançou pra mim. Eu fiquei louco. Eu queria te ter ali naquele momento. Eu percebi que você estava com medo e inseguro. E aquilo ainda me deixou mais maluco. Eu poderia te força e te estuprar ali mesmo essa não seria a primeira vez, mas, eu estava enganado. Você não era tão indefeso o quanto eu pensava. Sabe... eu não fiquei com raiva porque chutou o meu saco. Eu te odiei por ter me rejeitado. Derrubou todo o meu orgulho- ele fala.

- Ainda me odeia?- Eu pergunto.

Ele apenas sorrir.

- Eu queria poder te odiar, mas, eu não consegui. No fundo eu sei que estava errado. Você vem de uma cultura diferente da minha que acredita em sentimentos, na paz, nas emoções. Apesar de ser um príncipe a cultura em que nasci é vulgar e bárbara. Eu não estou acostumado ao carinho ou me deixar levar por atitudes passionais. No campo de batalha eu aprendi a controlar meus sentimentos. Não podemos demonstrar dor ao adversário. Isso significa fraqueza- Ele diz.

Eu decidi mudar de assunto. Se não mais um pouco eu poderia fica emocionado com o que ele falou. E assim como ele. Eu também não demonstro minhas fraquezas.

- Eu sei que é uma pergunta boba, mas, Por que você é o único entre o exército que tem um cavalo Branco?

- Porque eu sou o General essa é uma maneira de eu ser identificado no meio do combate.

- Não tens medo de morrer?- Eu pergunto com grande curiosidade.

- Os deuses estão ao meu lado. Eu não preciso temer. Além do mais eu só tenho medo de uma coisa- ele diz.

- Do que?

- Qual é a graça se eu contar. Porque não tenta descobrir por si só- Ele fala.

- Eu irei - digo em meio ao tremor.

Ele tira seu casaco de pele e põe sobre mim.

- Não precisava ser incomodar- digo

- Você estava quase congelando- ele diz.

- Obrigado- Eu digo.

- Eu te trouxe aqui para nos divertimos, mas, parece que não está funcionando- Ele diz meio frustrado- Então me diz o que eu posso fazer para te fazer sorrir?

- Mas eu to me divertindo- Falo.

- Não minta pra mim - diz ele um pouco sério.

- Coisas inesperadas – digo.

Ele fica por alguns minutos tramando algo. E sem esperar sou acertado por uma bola de neve na bochecha. E eu o vejo aos risos.

- Não sei você, mas, isso foi engraçado pra mim- Ele fala.

Eu faço uma bola de neve e o acerto na testa. E eu começo a sorrir sem para pela cara que ele fez.

- Vai engolir neve- Ele diz

- Se me alcançar- Eu falo correndo dele.

Ele me persegue pela mata. Até eu escorregar na neve e caí no chão e ele tropeça sobre mim. Ficamos por alguns minutos sorrindo ofegantes. Eu posso sentir a sua respiração quente sobre o meu rosto. E ele diz:

- Eu já consegui um sorriso. O que eu faço para consegui um beijo?- Diz ele se aproximando da minha boca. Eu sinto seu lábio tocar o meu e sua barba me fazer cócegas. Nossas línguas se encontram e ele inicia um beijo calmo muito diferente do primeiro que não deu muito certo. Ele rola e me faz ficar sobre seu corpo. Era como se eu não tivesse controle sobre meus sentidos. Eu estava totalmente a mercê dele. E absolutamente indefeso. Seu corpo me aquece e o frio que estava sentindo desaparece. Quando terminamos. Eu estou absurdamente envergonhado. Eu não consigo nem encara-lo. Deitamos lado a lado e pelo quanto do olho eu posso ver um sorriso estampado em sua boca.

Um grande sentimento de culpa percorre a minha mente. Eu me lembro do Augusto o meu amor de infância da nossa despedida na Grécia. Ele me fez promete que eu nunca o esqueceria. Eu sei que eu não devo nada a ele até porque eu disse que não teríamos mais chances depois que eu fosse embora, mas, e se ele estiver me esperando? . Eu sei que ele me ama e eu já o amei, mas, agora eu nem sei mais. Até alguns dias atrás eu fiz uma aliança com Tamara em troca da minha liberdade. Mas agora eu fico pensando. Será que eu ainda amo o Augusto ou só estou confuso?. O que esse beijo representou pra mim?.

O príncipe já conseguiu o que queria. Agora ele sabe que eu não resisti ao seu charme. Ele com certeza vai me descartar assim como fez com muitos outros. Como eu fui burro. Poderia ter imaginado que foi pra isso que ele me chamou para passear. Ele não queria fazer um simples passeio. Ele queria mostrar que é o cara e que ninguém resisti aos seus encantos. Ou será que ele realmente gosta de mim? Seja como for ele tem que se apaixonar por mim. Eu tenho que cumprir o meu trato com Tamara. Sabe se lá o que ela pode fazer contra mim e minha família quando se torna a rainha. E quando isso acontecer. Eu quero está bem longe aqui. Eu tenho que descobrir o que ele sente por mim.

- Uau isso foi muito bom –diz ele- Gostou do meu beijo?

- O melhor que já dei- respondo olhando para seus olhos azuis em contraste com seus cabelos negros.

- É mesmo então vem aqui. Diz ele me puxando pela cintura e mordendo o meu pescoço.

- E agora alteza como se sente sendo desejado por todos e por todas?- Eu falo tentando.

- O homem mais poderoso do mundo - ele fala sorrindo.

- Imagino que sim- digo cabisbaixo.

- E você como se sente sendo desejado por mim?- Diz ele.

- Sinceramente?- Pergunto

- Sinceramente – ele responde passando a mão em meus cabelos.

- Me sinto como qualquer outro que esteja naquele palácio- digo.

Ele fica surpreso com a minha resposta.

- O que queres dizer com isso?- Ele pergunta apreensivo.

- Eu sou apenas um servo. Entre os muitos que o príncipe já se envolveu. No próximo ano terá outra seleção e assim sucessivamente. E em pouco tempo eu me torno apenas outro ninfeto normal abandonado até a velhice- digo abaixando cabeça.

- Mas nem um será tão belo quanto você- Ele fala pegando em meu queixo.

- Isso é o que o príncipe diz agora-

- A diferença entre você e os outros. É que eu...Eu... Você é especial- ele fala se enrolando com as palavras.

- Para quantos e quantas já dissestes isso?- Eu falo.

- Eu nunca falei dessa forma com ninguém- ele fala.

- Verdade?- eu exclamo.

- Verdade- Ele responde.

- Eu não quero ser apenas desejado. Eu quero ser amado- Eu falo.

- Não pense nisso - ele fala.

Ele não estava errado realmente há coisas de maior urgência. Agora eu pude percebe que eu não posso me apaixonar por ele, pois, se isso acontecer. Eu estarei destinado à dor e ao sofrimento. Faltam apenas 3 semanas para a coroação. E o meu prazo está acabando. Eu preciso de um plano emergencial. E se ele gosta de mim. Eu já tenho uma arma contra ele. Mesmo que eu precise ser egoísta e jogar sujo.

- Príncipe, eu menti quando disse que não amo mais o Augusto. Pelo contrário eu acho que ninguém roubará o lugar dele, mesmo afastados. Eu sinto como se ele estivesse ao meu lado. É ele que domina os meus pensamentos, e é com ele que eu sonho todas as noites. Ele é o único que me ama de verdade. ‘Ninguém nunca irá me amar como ele’. Quando eu o beijei. Eu via o Augusto em seus olhos. – falo tentando enciumá-lo - Pra mim ser cobiçado não vale de nada. A sensação de amar e se sentir amado é muito melhor. Você já foi amado alguma vez?

Quando o pergunto ele fica sem reação

- Eu não sei- Ele diz.

- Eu sinto muito. Eu não devia ter feito essa pergunta- falo.

- Tudo bem. Mas, eu nunca tinha parado para pensar nisso?- Ele diz- Depois de nosso beijo eu pensei que você me amasse.

- Eu não sei se amo. E o que adiantaria o amar e não ser reciproco, não é mesmo? – falo e ele não responde- É o homem mais lindo que eu já vi não seria minha culpa se isso acontecesse.

- Isso é complicado pra eu entender- ele diz.

- Muito complicado- digo.

- Acho melhor voltarmos- ele diz me estendendo a mão.

- Vamos- digo.

Subimos no cavalo. Eu agarro em sua cintura e vamos cavalgando de volta até o palácio em silêncio. Ele ficou mexido com o que eu falei. Eu espero que sim. Eu sei que o que estou fazendo é errado, mas, em uma linguagem vulgar ou eu mato ou eu morro não tenho uma terceira opção. As portas enormes de madeira não abaixadas e adentamos. Ele desce e me oferece ajuda. E sai sem dizer adeus. Eu entro. E já posso ouvi várias vozes falando ao mesmo tempo já é hora do almoço. Tamara vem em minha direção sorridente.

- Você está fazendo um ótimo trabalho, parabéns- diz.

- Do que você está falando?- Eu pergunto.

- Não se faça de burro tenho certeza que você não é- diz ela- Estou tão contente que já estou adiantando uma parte do acordo. Eu botei embaixo de seu colchão.

- Com licença- digo saindo.

Subo alguns andares de escada me sentindo muito mal. Eu nunca pensei que seria capaz de tamanha maldade. Eu entro no quarto tranco a porta. Jogo-me sobre a cama e me derramo em lágrimas. Eu estou com remorso. Eu não poderia ter aceitado aquele acordo. E se Tamara estive tramando contra ele. Eu me culparei eternamente por trai-lo. Eu tenho que quebra esse trato. Eu não posso mais fazer isso. Eu sinto algo me incomodando sob o colchão. Ah... é claro as malditas moedas de ouro. E pego o saco e as atiro contra a parede. Me sinto sujo, falso , hipócrita. O que Saeed falou é verdade eu não sou muito diferente de Tamara.

Ouço batidas na porta e abro é vejo Cesar.

- Não vai almoçar?- Ele me pergunta.

- Eu não quero- digo pode.

- Nada disso venha se alimentar não vai ficar sem comer nada o dia inteiro – diz me puxando.

- Tá eu vou- digo.

- Como foi o passeio?- Ele pergunta curioso.

- Foi ótimo muito agradável- digo.

Chego à cozinha. E só cheiro da comida me deixa faminto. Eu vejo aquela estranha mulher a Sofia dos olhos acinzentados bater a testa em uma coluna. E eu me aproximo para ajudá-la. E vou conduzindo-a até a mesa. E sento ao seu lado.

- Obrigado pela ajuda- Ela diz sorrindo.

- Eu não sabia que era você era cega- digo

- Pois é, eu sou- diz ela tocando na minha mão.

- O que você quis dizer para mim aquele dia- Eu pergunto.

- Não fui eu, e sim o oráculo. Eu sou apenas uma mensageira- diz ela- Eu nunca lembro o que digo quando estou possuída.

- Nos quatro cantos do continente teu nome falado está. E pela rua beleza o reino perecerá. A fúria do rei ambioso que do oriente está a cavalgar. No meio do caminho um decisão terás de tomar ficar ou o amor deixar? – Eu digo.

- Eu sinto muito. Como disse sou apenas uma mensageira. Eu não sei interpretar as profecias. Alguns acham que eu sou louca, mas, pode acreditar seja o que for vai acontecer. Apenas siga o seu coração e vai dar tudo certo- ela diz.

Eu me alimento, mas, isso ainda fica martelando a minha cabeça. Eu procuro por saeed e não o vejo em lugar nenhum. Fico no salão conversando com minha conterrânea Sophia depois do almoço. Eu vejo o salão se esvazia rapidamente, até vejo helena correndo. E eu pergunto.

- Helena o que está acontecendo?- Pergunto.

E as únicas palavras que consigo entender são Saeed na Praça- grita ela.

- Você fica bem aqui sozinha. Eu preciso saber o que está acontecendo?- falo para Sophia.

- Pode ir ela –diz.

Eu corro o mais rápido que posso em direção a praça do reino. E posso ver muitas pessoas formando um circulo. Eu passo pelo meio da multidão com muita dificuldade. E quando vejo o que está no centro. Eu fico em choque.

- SAEED – Eu grito

Continua...

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Comentários

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Volte, por favorrr! Adoro contos com essa temática, e sua narrativa é muito boa. Entro todo dia aqui atrás de você, não nos abandone. Torcendo pelo rei!

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Nino faz ele e o rei ficarem juntos por favor. Mata a Tâmara hehehe. Espero que o Saeed não esteja sendo estuprado cara isso seria terrível, logo com ele que é tão legal. Faz o Valentim desistir dessa idéia maluca por favor. Eu estou entendo o oráculo o que ele quis dizer, será que sou o único. Tem como dar uma nota maior que 10?! Se desse pode ter certeza que seria a que eu daria pra você. Beijos e até o próximo

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Comecei a ler hoje e adorei. Estou super ansioso para ler a continuação.

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Espero que ele desista desse plano maluco e fique com o rei e estou curioso pra saber o que ta acontecendo com o Saeed.

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Estou curiosa pela continuaçao...

Sao tantos sentimentos.

Muito bom!

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