No dia seguinte meus pais me levaram pra conhecer a cidade e comprar algumas coisas pra casa nova. Meus pais passaram três dias comigo, então passamos os três dias visitando pontos turísticos, restaurantes e etc. Só depois que meus pais foram embora que eu consegui arrumar as coisas, guarda roupa, etc.
Na semana que eu me mudei, fiquei praticamente incomunicável. Quanto mais coisas eu arrumava, mais parecia que a casa ficava bagunçada. Só consegui terminar de arrumar tudo na sexta feira a tarde, onde finalmente pude tirar um bom cochilo até a noite. Ainda na sexta a noite, consegui falar com o João pelo Skype. Ele me contou o que tava rolando por lá, que estavam com saudades de mim e blá blá blá. Não tocamos no assunto Marcelo.
Depois disso a semana passou voando e eu comecei o novo trabalho na segunda. Conhecer as pessoas, conhecer o local, os cavalos, minha semana foi basicamente resumida a isso. Na semana seguinte eu estava cansado de não fazer nada, então peguei meu carro e fui andar pelo bairro. Não demorou muito até eu achar uma academia, então eu decidi que pra não virar um sedentário, iria fazer academia. Desci do carro e me inscrevi no horário das 19, já que o personal que me recomendaram na recepção só poderia me atender nessa hora. Fui informado que mais uma pessoa iria malhar junto comigo e o personal, mas nem me importei. Assim que chego em casa, recebo uma ligação do filho do dono da casa onde eu morava, avisando que o dono da casa havia falecido e que eu teria que procurar uma casa nova pra morar, já que a casa seria vendida e dividia em partes iguais entre os filhos. Ótimo, levo um ano pra arrumar a casa pra depois descobrir que teria que me mudar de novo - pensei.
No dia seguinte, as 19 em ponto eu estava na academia esperando o meu instrutor, que era o Paulo Victor, um cara super gente boa, co um excelente senso de humor, muito bonito e muito, mas muito bombado. O cara que ia malhar comigo era o Neto, mas até aquele momento eu não o conhecia bem porque ele chegou atrasado no treino. Como castigo, o Paulo fez ele treinar muito mais que eu, então não tive tempo de conversar com ele. Quando terminei de fazer minhas séries, fui até o banheiro e tomei um belo banho. Quando eu estava saindo, o Neto estava entrando, mas nem nos falamos. Fui até o caixa, passei o meu cartão de presença na máquina e vou em direção ao meu carro, até que ouço alguém me chamar.
- Ei - era o Neto.
- Opa
- Tu esqueceu a carteira lá no vestiário
- Caralho bixo, valeu mesmo
- Que isso, não foi nada.
- Atrapalhei teu banho, né?
- Nada po, bom, vou indo nessa que já tá tarde, vou ligar pro meu velho.
- Tu quer carona? - não sei o deu em mim nessa hora. Eu e ele nos olhamos como se nós dois nos perguntássemos: "eu devo confiar nele?"
- Olha, eu vou anotar a placa do teu carro, se tu me estuprar meus pais vão saber - ele disse rindo, porém sério.
- Ok, faço questão que você anote. - levantei os braços em forma de dizer que eu era inocente. E ele tirou mesmo a foto.
Ele morava muito perto da minha casa, umas duas ruas depois, mas como ele disse, tinha medo de ser assaltado ou coisa do tipo. Nossa conversa não demorou muito, mas eu descobri o nome dele, e que ele não fazia nada da vida a não ser dormir, malhar e dar trabalho pro pai dele, que era engenheiro.
- Bom, tá entregue. Se tu quiser eu posso te dar carona todos os dias.
- Beleza, olha que eu acostumo - ele me deu a mão em forma de cumprimento.
- To vendo isso - dei lingua e sai da frente de sua casa.
Cheguei em casa uns 40 segundos depois e tomei mais um banho, mas dessa vez foi um banho digno de banho hhaha. Depois que sai, liguei pra minha mãe pra avisar sobre a mudança e ela disse que assim que eu encontrasse uma casa ela viria me ajudar a me mudar, de novo. Depois nos despedimos e eu dormi.
No dia seguinte tudo foi a mesma monotonia de sempre: fui pro trabalho, a tarde eu dormi e a noite fui pra academia, mas dessa vez o Neto já tava lá.
- Resolveu chegar cedo, foi? - perguntei.
- Claro, o Paulo é um monstro. - quando ele disse isso, o Paulo colocou a mão em seus ombros.
- Você ainda não viu nada - Paulo riu.
Depois disso ele explicou que fazer academia também é ter disciplina e que fazia isso pra nós aprendermos e coisas do tipo. Dessa vez o treino foi super de boa e ele até nos convidou pra ir comer, e ele ia pagar. Eu e Neto fomos em meu carro e o Paulo no seu. A gente foi comer no subway. Enquanto eu e o Neto arrochávamos no sanduíche de 30cm, o Paulo comeu salada.
- Tu veio pra cá pra comer salada? - Neto perguntou enquanto devorava seu sanduíche.
- Claro - nós rimos.
Então nós pudemos nos conhecer melhor. O Neto, como eu já havia dito antes, tinha 18 anos e não fazia nada da vida. O pai dele queria que ele fosse Engenheiro Elétrico, mas ele queria mesmo era fazer Educação Física, mas seu pai disse que enquanto ele morasse sob o teto dele, ele não iria fazer Ed. Física. Pra ele, conversar com o Paulo, que também fez Ed. Física, foi meio que uma inspiração. Neto também queria muito morar sozinho, mas seu pai não confiava nele pra morar sozinho. Já o Paulo é um dos caras mais batalhadores que já vi na vida, os pais dele morreram quando ele era bem pequeno e então ele foi morar na casa de uns vizinhos que vendiam droga, mas mesmo assim o cara conseguiu terminar o Ensino Médio e se formar numa excelente faculdade, além de ser um dos personais mais procurados e bem pagos da cidade. Foi muito massa conversar com ele.
Depois de comermos, eu e o Neto fomos pra casa e ele ficou lá, pra pagar a conta. Como o Subway era um pouco afastado de nossas casas, tive tempo pra conversar melhor com o Neto.
- Bixo, não aguento mais minha casa. - Disse ele.
- Porque meu irmão pode fazer tudo que quer, levar puta, amigos pra beber, e eu não posso fazer nada... só porque ele faz Engenharia.. queria poder morar sozinho.
- E por que tu não fala com teu pai, negocia com ele. Fala que tu faz a faculdade se ele pagar um apartamento pra ti e te der um dinheiro pra tu se manter?
- Cara, tu és um gênio.
- Eu tô atás de AP também, se tu quiser a gente pode sair pra procurar juntos.
- Fechou então, vou falar com ele e te mando mensagem. Qualquer coisa a gente já pode ir amanhã de tarde se tu quiser.
- Por mim tudo bem, é meu horário livre mesmo. Boa sorte com o teu pai.
- Valeu, vou precisar.
Deixei ele em casa e segui pra minha casa. Quando cheguei, tomei um banho e fui assistir um filme, quando recebo uma mensagem no meu celular.
- Ele deixou, me pega amanhã as duas?
- Tranquilo. Até.
- AtéE aí gente, eu acho que esse capítulo ficou bem grandinho, né? Pra compensar o tempo que fiquei sem postar. Quero agradecer a todos os comentários, apesar de que eles estão diminuindo com o passar do tempo :-(.
Continuem comentando, dando suas opiniões e sugestões, é importantíssimo pra mim. Um abraço, galera.
