Capítulo 13 - último
- Não sei porque eu vou fazer isso...
- Vai dar tudo certo, Edy. Eu estou aqui contigo, irmão.
De braços dados entraram no salão da igreja, em uma das salas estava o grupo de aproximadamente 15 pessoas sentadas em cadeiras colocadas uma ao lado da outra.
- Seja bem-vindos, filhos. Se apresentem.
- Eu pensei que essa droga fosse um A.A? O que significa, Alcoólicos Anônimos... Se é anônimos, porquê a primeira coisa que fazem é pedir pra gente se apresentar?
- Entendo. Tudo bem, não quer dizer seu nome, pode ser um apelido. Só para termos um modo de te chamar, para nos comunicarmos.
- Quem é você afinal e o quê sabe sobre ser um alcoólatra?
- Se acalme, filho. Sente-se, vou contar a minha história... Meu nome é Brant, tenho 53 anos e minha família foi morta por mim quando eu estava bêbado ao volante. Faz 20 anos. Eu, minha esposa, minha filha de 6 anos, meu filho de 4 anos, e minha mãe estávamos voltando de uma festa, era madrugada, eu tinha bebido demais, mas não permiti que minha esposa dirigisse... - Se emocionou. - Bati a caminhonete de frente com um caminhão, a minha família e o motorista do caminhão morreram na hora. Eu acordei um mês depois no hospital, sem uma perna.
- Sinto muito. - Disse Edy, emocionado.
- Meu amigo, a bebida tirou tudo de mais precioso que eu tinha, mesmo assim eu não conseguia parar. Eu bebia o tempo todo... O médico me operou de emergência ou eu morreria, então eu tive um sonho e nele minha família estava muito triste por que eu estava morrendo na cama de um hospital... Quando eu acordei eu procurei esse A.A e estou aqui até hoje. Faz 15 anos que eu parei de beber. Você também pode, meu amigo.
Após a reunião do A.A Ane parou o carro em frente à uma academia de luta, Edy ficou alterado:
- Vamos pra casa. Já chega por hoje! Eu não quero ver esse menino.
- Olha pra ele Edy, parece contigo nessa idade. Meu irmão, vai falar com ele. Sete anos sem pai é muito tempo.
- Eu mataria pra não passar um dia com o meu.
- Você não é o Alerrandro e seu filho não é você. Agora sai do carro e vai lá. Agora!
Contrariado Edy saiu do carro. O menino viu o pai parado na calçada, sorriu e foi ao seu encontro... O abraçando, sorrindo.
- Eu sabia pai, que um dia o Senhor viria**************************
Eliane
Acordei e a Victoria estava falando no celular, mas era o meu. Desligou rápido, me devolveu, pedindo desculpas por ter atendido. No registro de chamadas o número de Fausto, bufei indiferente.
A enfermeira sorriu ao trazer a refeição, Victoria sentiu ciúmes quando ela me ajudou a tomar a sopa me servindo na boca.
- Eu que devia fazer isso, afinal eu sou a namorada dela.
- Só parentes podem ficar com os pacientes, já estamos sendo muito compreensivos com sua presença, então não cause problemas. Está calor, porquê não vai beber um refrigerante na lanchonete aqui na frente do hospital?
- Tá me dispensando? Lih, diz alguma coisa...
- Victoria, eu preciso descansar um pouco.
- Aff... Tá bom, eu vou, mas eu volto. - Saiu pisando duro.
- Bravinha, sua namorada, rs.
- Não é mais minha namorada. Sabe quando você ama demais e de repente descobre o quanto você estava enganada na relação?
- Sei. Faz muito tempo que eu desisti dessa instituição...relacionamento.
- Posso saber porquê?
- Quem sabe um dia... Não posso misturar trabalho com prazer, rsrs. Você entende, né?
- Claro. Ao menos seu nome, eu posso saber?
- Ah, esqueci meu crachá de novo. Haha. Solange. Ou pode chamar de Sol, mas cuidado que as vezes eu pego fogo. - Sorriu, saindo com a vasilha de comida na mão.
"Me queimar nesse fogo não seria nenhum sacrifício, kkk". (pensou Lih)
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Fausto fretou um jatinho particular e foi atrás de Eliane. Como o celular dela se manteve ligado todo o tempo foi fácil localizar seu local em qual estava, assustando-se com fato de ser em um hospital.
"Eu sabia que você precisava de mim, minha querida. Me ajude Deus, faça com que ela venha comigo numa boa."
Quase trombo com uma mulher "esquisita" ao entrarem no hospital, ela o empurrou, sem pronunciar qualquer pedido de desculpas entrou rápida.
Fausto pediu informação na recepção do hospital, Solange o levou até o quarto. O susto tirou a paz da enfermeira e do amigo da paciente, Natália estava sufocando Eliane, apertando seu pescoço com as duas mãos e a vítima tentava em vão empurrar sua algoz...
- Larga ela, sua doente! - Fausto voou no pescoço de Natália, dando uma chave de braço, caindo com ela no chão.
Solange foi cuidar de Eliane, apertou um botão acima da cama, logo o médico estava no quarto.
***
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Victoria viu a polícia chegar ao hospital e logo deduziu que algo de mau tinha acontecido com Eliane, correu para o quarto dela e a viu nos braços de um homem. Claro, só podia ser o amigo Fausto.
- Você veio fazer o quê aqui?
- Salvar a vida da minha amiga. E você o quê ainda faz aqui?
- Eu vim ver a minha mulher.
- Acho que sua mulher acabou de ser presa, Victoria. Vai atrás dela, me deixa em paz.
- Mas Lih, eu...
- Quer que eu a tire daqui?
- Calma, Fausto. Por favor, deixa eu falar com ela uma última vez.
- Ok. Estou no corredor, qualquer coisa grita, emite qualquer som e eu venho correndo.
- Eu não vou machucar ela seu idiota.
- Como se voc
ê já não tivesse machucado o bastante.
- Por favor, Fausto...
Ele saiu. Victoria se sentou na cama ao lado de Eliane, segurou a mão dela.
- Eu sinto muito por tudo, e eu te amo de verdade. - Começou a chorar.
- Eu não sei se isso é teatro ou não, e sinceramente, agora não me importa mais. Eu não vou negar que eu te amo, pois o amor não acaba assim de uma hora para outra, só que a dor que eu sinto no meu coração é tão grande... Parece que eu perdi um pedaço de mim!
- Vamos tentar de novo meu amor, por favor, me perdoa.
- Victoria, eu não posso perdoar uma traição dessas. Você traiu o nosso relacionamento de namoro, traiu a confiança e ainda tentou lucrar com os investimentos da minha família. Será que dinheiro é tão importante assim?
- Fácil falar quando se tem tudo. Eu quis conforto sim, isso não é problema nenhum. Acho que na verdade eu nunca acreditei mesmo que você viria, largaria tudo por namoro virtual.
- É... Eu me iludi com algo que eu fantasiei. Por isso, agora cada uma seguirá seu caminho, separadamente.
- Com certeza eu serei demitida... :(
- Não se preocupa eu vou te dar um valor em dinheiro pra você ter como começar a sua vida longe da sua mãe. Meu advogado entrará em contato com você. Te desejo tudo de bom, viu?!
- Um último beijo?
Eliane sorriu e deu um selinho rápido em Victoria. Fausto balançou a cabeça negativamente, vendo a cena da porta.
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Uma semana depois...
- Enfim, vamos voltar pra casa, minha querida. Temos muitas coisas para acertar quando chegar lá.
- Tipo?
- Coisas de trabalho e coisas pessoais.
- Fausto, pára, eu já sei onde você quer chegar e a resposta ainda é não.
- Sempre será né? Quem é agora? Aquela "Sol"?
- Mesmo que não houvesse ninguém, seríamos sempre amigos. "Eu não gosto de meninos, não é nada com você..."- Cantarolou Lih, sorrindo. - Meu amigo, você ainda será muito feliz com a mulher certa, mas não sou eu. Coitada da sua psicóloga, vai trabalhar muito por esses dias, rsrs.
- Que animador :( . Vou para o hotel arrumar minhas coisas, me liga quando for para te buscar no shopping.
- Obrigado.
Eliane e Solange marcaram de almoçar na praça de alimentação do Shopping, depois assistir uma sessão de cinema de tarde. O vôo para casa seria somente à noite.
Solange estava linda, vestindo um vestido vermelho, curto, de salto alto, mas sem exagero, maquiagem leve, uma tira na cabeça.
- Você está linda! - Disse Eliane.
- Obrigada. Você também está.
- Ora, não precisa ser educada. Olha em nossa volta, os olhares são todos para você.
- Podem olhar à vontade, estou bem acompanhada. Meus olhos e todo o resto do corpo, são só pra você. Isso se você quiser, ;) .
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& F I M & .