Foram longos os minutos em que ficamos nos beijando, não era como aqueles primeiros beijos em que a pessoa beijava a outra e depois saia correndo, por alguns segundos, quando paramos a primeira vez, eu achei que ele iria correr do meu quarto, mas não, Breno era homem o suficiente para me beijar e continuar fazendo isso, minha boca doía um pouco devido ao machucado, mas nada que eu não pudesse aguentar para sentir aqueles lábios rosados e com gosto de cereja se roçando aos meus, sua língua invadindo minha boca.
Eu não estava mais sentado na cama, eu estava deitado com ele em cima de mim, uma de suas mãos repousada em minha cintura e a outra em meus cabelos, aquilo estava bom, muito bom, mas como o ditado diz que tudo que é bom dura pouco, não demorou para que batessem na porta do meu quarto, ele soltou meus lábios com pressa, saiu de cima de mim com uma velocidade incrível e se pôs de pé ajustando sua roupa semi amassada pelas minhas mãos nervosas.
- Breno, está tudo bem? – Julia perguntou abrindo a porta devagar
- sim, está tudo bem sim – ele disse meio nervoso
Breno era branco com um leve bronzeado, e de onde eu estava dava para ver que a sua boca havia ficado vermelha devido ao esforço que fizemos para nos beijar, a minha deveria estar também, e como eu estava com o lado da boca machucado, poderia passar despercebido, mas ele, ele estava completamente marcado, se a Julia visse aquilo, iria acabar estranhando, eu dei uma pigarreada na garganta, eles me olharam, eu passei o dedo ao redor da boca com que um sinal para ele, que não havia entendido.
- será que eu posso tomar mais algum analgésico, ainda doí muito – falei chamando a atenção
- você tomou algum tem muito tempo? – Julia perguntou
- ontem à noite, antes de dormir – falei
- acho que pode sim, eu vou descer e terminar o almoço, Breno você vai almoçar conosco? – ela perguntou sorrindo
- não, tenho uma reunião com o Cléber – ele disse serio
- havia me esquecido disso. – ela disse batendo em seu ombro, passou pela porta do quarto e a fechou. Eu suspirei.
Ele ficou me olhando e sorrindo como um adolescente, era lindo de ver um homem daqueles, cheio de marra, serio, de roupa social rindo tímido, não demorou e ele se aproximou de mim, deu a volta na cama e sentou-se perto de mim, cruzei minhas pernas, estávamos a menos de um metro de distância, seu perfume era o melhor dos cheiros naquele momento, sua mão foi deslizando pela cama, tocou minha perna e subiu até encontrar a minha, estava me dando agonia toda aquela situação de silencio, eu me inclinei para frente e toquei os seus lábios com o meu dedo deslizando ele, em seguida o beijei sentindo mais uma vez o seu gosto.
Não falamos nada, apenas nos beijamos por mais algum tempo e ele logo se foi, calado, sem dizer mais nada. Me joguei na cama colocando as mãos em baixo da cabeça e fiquei sorrindo feito bobo com aquilo, continuei ali sorrindo e suspirando até que a porta do meu quarto abriu novamente, levantei minha cabeça rápido pensando que ele havia voltado e dei de cara com o Luan entrando com uma sacola nas mãos. Ele se aproximou e deitou-se ao meu lado jogando a sacola sobre minha barriga.
- está rindo desse jeito por que? Viu passarinho azul? – perguntou
- verde – falei o olhando
- como assim? O que eu perdi enquanto fui ao mercado na esquina – falou calmo
- o Breno estava aqui – falei
- só por isso você está rindo desse jeito? Estou achando que não é paixão sim perseguição – ele disse rindo
- idiota – bati em seu ombro – ele me beijou – falei o encarando
Luan arregalou os olhos pra mim e sentou-se na cama.
- ele te beijou? – perguntou alto
- fala baixo – disse me sentando – nos beijamos – falei
- você ficou maluco? E se a mamãe vê, o que acha que vai acontecer com o Breno? E com você? – perguntou
- ela não viu, nem vai ver – falei
- você é louco e o Breno.... Eu pensei que conhecia ele, pensei que ele gostasse de mulher, - ele disse parecendo chocado
- eu acho que ele sente a mesma coisa que eu sabe, - falei me deitando novamente
- o amor é uma droga – ele disse deitando ao meu lado
- por que está dizendo isso? – perguntei abrindo a sacola, era um tablete de chocolate
- toda garota que eu gosto não gosta de mim, a Manoela mal fala comigo, você mal chegou e já beijou o cara por quem você está apaixonado, - ele disse mordendo o chocolate
- Lu, deixa eu te dizer uma coisa. Eu acho que você se importa demais com a Manoela, tipo, ela me parece ser uma garota bem solta sabe, acho que você deveria procurar alguém que realmente possa gostar de você, você é gatinho, tem um corpo legal, melhor até que o meu, é inteligente, tem esses lindos olhos azuis.... Várias garotas naquela escola gostaria de namorar você, só precisa sair mais – falei o olhando
- você tem razão, mas é que eu realmente gosto dela, gosto muito – disse
- eu entendo você, mas, pensa bem, você não quer passar a sua juventude toda correndo atrás de uma garota que não enxerga você do mesmo jeito – falei
Ele ficou calado, acho que estava pensativo. Nós ficamos conversando como estávamos acostumados a fazer, jogamos vídeo game, ele criou um facebook para mim e tiramos fotos para colocar no perfil e no mural, riamos muito de tudo, ele sempre fazia uma graça. O almoço foi estranho, a Julia e o Pedro me olhavam sérios, eu não disse nada e mal comi, logo subimos com o Lúcio e o jogamos na cama, ele ficou fazendo perguntas e era uma mais engraçada que a outra, ficamos os três deitados na cama rindo e falando asneiras, apesar de que o Lúcio não entendia quase nada do que eu e o Luan conversávamos.
Não percebi quando aconteceu, mas havíamos dormido, quando acordei, Lúcio estava com a cabeça em meu peito e o Luan encolhido ao lado do Lúcio, eu o tirei de cima de mim e fui ao banheiro, meu rosto estava inchado de sono, passei uma agua e saí, olhei pela janela do quarto e havia começado a chover novamente, me lembrei do dia em que o vi lá em baixo, o vi saindo do carro no meio da chuva, como ele era lindo e como o gosto da sua boca não saía da minha, fiquei ali pensando mil coisas até sentir uma mão tocar o meu ombro.
- eu gostava de tomar banho de chuva – Luan disse coçando os olhos
- é bom, só que dá um resfriado nada bom – falei rindo
- eu estava pensando no que você falou.... Sobre a Manoela – disse
Eu o olhei.
- tem uma garota na minha sala, a Clara, ela me chamou para ir ao cinema com ela, mas eu sou lerdo demais para aceitar, acho que seria legal convidar ela – ele disse
- ótimo, e você não é lerdo, só é na sua, é diferente. Convida ela para ir ao cinema, nada de falar de escola, depois leva ela pra comer algo, conversem e leva ela em casa, nada de beijar ela de supetão, apenas dá um beijo no rosto, garotas gostam dessas coisas – eu disse o fazendo rir
- está bem – falou me abraçando
Aquela semana eu não fui para a escola, já o Luan foi e me disse que o Caio perguntou por mim várias vezes, ele chegou a me ligar mas eu não atendi. Breno não apareceu lá em casa em nenhum desses dias, o que me deixou triste, mas eu não ia ficar sem saber dele. Quando a Julia e o Pedro estavam na cozinha conversando, eu subi até o quarto e peguei o celular dela, anotei no meu o número do Breno e saí do quarto de fininho.
Era um sábado, Luan ia sair com a Clara para o cinema, ele estava todo nervoso, o ajudei a escolher uma roupa bacana, pude perceber que Luan era muito mais bonito que eu, e eu estava feliz por ele ter parado de correr atrás da Manoela.
Depois que ele saiu, fiquei na cama olhando o celular, olhando o número do Breno, apertei o botão e coloquei no ouvido, começou a chamar e chamar, duas, três, na quarta ele atende, perguntando quem é;
- sou eu, Edu – falei calmo, mas com o coração acelerado
- o... Oi, tudo bem? – perguntou
- sim, eu preciso ver você – falei
- Edu eu.... Eu estive pensando e isso é errado – ele disse
- não me importa, eu quero ver você, Breno, - falei
Ele ficou mudo por alguns segundos.
- tudo bem, anota o endereço do meu apartamento, pega um taxi, eu pago – falou
- tudo bem. Não se preocupe, só vamos conversar – falei sorrindo
Eu logo desliguei o telefone, fiquei pesando o que eu falaria para a Julia para ter que ir até lá sem ela desconfiar. Levantei da minha cama e saí do quarto, desci as escadas e ela estava deitado junto ao Pedro no sofá vendo televisão, Lúcio estava deitado no outro sofá todo enrolado.
- eu vou até a casa do Caio – falei chamando a atenção
- você o que? – Julia perguntou me olhando
- vou até a casa do Caio, preciso conversar com ele – falei
- você não vai à casa daquele rapaz, sabe-se lá o que ele e aquele amigo dele vai aprontar – ela disse
- o Caio não é igual ao Mauricio e não vou brigar, preciso pegar matéria com ele e conversar, fica tranquila – falei
- você não vai Eduardo – ela disse alto
- vai querer me controlar também, não posso sair de casa agora? Tenho que ficar trancado? – perguntei
- você está me pedindo para ir à casa de um rapaz que já machucou o seu irmão duas vezes e que, cujo o amigo, estava no hospital por sua culpa – ela disse
- eu não estou pedindo, eu estou informando que vou a casa dele – falei subindo para o quarto
Antes que eu pudesse fechar a porta do quarto, uma mão a segurou, era o Pedro.
- podemos conversar? – perguntou me olhandoPessoal, boa noite.
Me perdoem pela demora a postar, estou trabalhando muito, não tive tempo de escrever essa semana, a noite eu só tinha tempo de tomar banho e dormir, estou fazendo o máximo para postar um por dia.
Desculpem-me mesmo.
Obrigado a todos pelos elogios, pelos comentários e votos.
Beijão a todos e volto logo com mais.
Nick