Aqueles dois meses me serviram muito pra tirar o Marcelo da minha cabeça. No nosso corredor, eu e Neto fizemos dois amigos: o Diogo e a Lara. Diogo tinha 17 anos, cursava o último ano do Ensino Médio e era super gato: olhos azuis, cabelos loiros encaracolados, rosto liso e corpo magro, porém bem cuidado. Já a Lara era um amor de pessoa, também tinha 17 anos e fazia faculdade de música. Ela era lésbica, mas era a lésbica mais feminina que eu já havia conhecido. Gostava de tudo rosa, tinha 1.62 de altura, cabelo preto cortados channel, olhos pretos e a pele branca e alva. Ambos eram primos. Nós nos conhecemos quando um dia fomos pedir pra que o Diogo abaixasse o barulho na casa ao lado.
- Porra, tá foda de estudar com esse barulho - disse Neto.
- Olha pelo lado bom, eles tão ouvindo legião.
- É, eu sei. Mas mesmo assim, não dá. Vamos lá!
Nós dois fomos até o apartamento deles e o Diogo atendeu a porta.
- É, boa noite... a gente mora aqui do lado e... - nesse momento Diogo me cortou.
- É, eu sei. Vocês são o casal de gays que moram aí ao lado, né?! - Nesse momento Neto me olhou e eu pensei que ele ia matar o Diogo.
- Não, nós não somos um casal gay e se fossemos, não é da sua conta. Nós só viemos aqui pra pedir pra vocês abaixarem o som, porque estamos incomodados. - respondi.
- De jeito nenhum que vou abaixar, segundo o prédio podemos ouvir música em sol alto até as 22, e que eu saiba agora que são 19:15 da noite.
- O regulamento do prédio diz que vocês podem ouvir música alta contanto que não incomodem ninguém, o que não é o caso, pirralho - eu falei com desdém.
Quando o chamei de pirralho, ele veio pra cima de mim e uma gritaria tomou conta do corredor. Aí Lara se meteu.
- O que merda tá acontecendo aqui? - ela perguntou.
- Esses dois viados que vieram encher o saco. - ele me largou.
- Que isso, Diogo, cadê o respeito? Posso saber o que é isso?
- Nós viemos pedir pro seu filho abaixar o volume do som e ele veio com grosseria pra cima de nós. Chegou até a nos ofender. - quando terminei de falar, os dois cairam na risada e eu e Neto não entendemos nada.
- Ele não é meu filho, é meu primo, e nós temos a mesma idade - disse Lara.
Eu e Neto nos olhamos e ficamos com a cara no chão, já que a Lara parecia ter uns 30 anos (sério). Não que ela fosse acabada, mas o jeito dela de pensar, se vestir e tal a fazem parecer bem mais velha do que ela é.
- Bom, vamos abaixar o som. Aliás, prazer, meu nome é Lara e ele é o Diogo - ela estendeu a mão para nos cumprimentar.
Nós dois entramos em casa e eles dois entraram em casa também. Um bom tempo depois, eu estava jogando com o Neto quando alguém toca nossa campainha.
- Atende lá - falei, concentrado na TV.
- Atende você - ele respondeu, também concentrado.
- Então vai ficar tocando.
- Ok.
A campaínha continuou tocando, quando ele resolveu se levantar. Eu sabia que aquilo funcionaria. Ele estava demorando a voltar quando eu resolvi ir averiguar o que estava acontecendo, quando me deparo com o Neto e o Diogo morrendo de rir na frente da minha casa.
- É cara, eu me amarro em The Big Bang Theory também.
- Sério? Eu tenho todos os boxes em DVD.
- Nossa, sério?
- Sério, entra aí pra ver.
Os dois passaram por mim sem nem me cumprimentarem e começaram a falar de jogos e séries como se fossem amigos há anos. Enquanto isso, aproveitei e fui fazer uma macarronada divina que só eu sabia fazer. Pouco tempo depois, Lara aparece na porta.
- Oi, eu vim ver o que o Diogo tá aprontando porqu... MEU DEUS, QUE CHEIRO É ESSE??
Ela me empurrou e adentrou minha casa e se juntou aos meninos e começaram a conversar sobre séries e rirem. Um poço de educação essa família - pensei alto, fazendo com que eles ouvissem e ficassem encabulados.
- Bom, a gente já tá indo nessa, desculpa a falta de educação - disse Lara, arrastando Diogo.
Eu me sentei na mesa pra comer e o Neto ficou me olhando.
- O que foi? - perguntei.
- Porra, que educação a sua, hein... eles vieram aqui tentar fazer amizade com a gente e tu expulsa eles assim?
- Uai, e a educação comigo, cadê? Educação gera educação.
- Mesmo assim, você agiu mal. - ele foi pro banheiro e eu fiquei pensando naquilo. Me levantei e fui até a casa ao lado. Dessa vez, Lara abriu a porta.
- Oi, posso ajudar?
- Vim chamar vocês pra comer uma macarronada lá em casa, sei lá.
- Opa, estamos indo e levando a Coca bem gelada. - eu ri.
Cinco minutos depois os dois estávamos nós quatro sentados, rindo e falando sobre séries.
- Cara, vamos combinar que o Tyler Hoechlin poderia me comer a hora que ele quisesse - disse a Lara.
- Eu concordo, poderia me comer também - quando disse isso, todos me olharam com cara de espantados e eu fiquei com vergonha.
- Gente, desculpa, perdi a fome. - levantei da mesa e fui até meu quarto. Eu estava com vergonha, mal conhecia eles e já tinha dito que era gay. De repente, alguém bate na porta.
- Entra - gritei.
Era a Lara que entrava no meu quarto e sentava do meu lado na cama.
- Por que você saiu da mesa?
- Sei lá, vocês me olharam feio.
- Eu te olhei estranho porque nunca imaginaria que você fosse gay, você não dá pinta nenhuma, até pra mim que sou lésbica.
Eu a encarei com seriedade.
- Você é lésbica?
- Sou, mas vivo no armário. Da minha família, só o Diogo sabe. Ele acha que é só uma fase minha, mas eu sei que não é.
- Nossa, eu nunca desconfiaria de você também.
- Cara, qual é... eu faço faculdade de música. É claro que eu sou lésbica - Nós dois rimos
- O Diogo, como ele vai reagir com isso? - perguntei.
- Olha, peço que você tenha paciência com ele. Ele tem atraso mental em um nível mental bem baixo. As vezes ele haje como uma criança de 10 anos, outras vezes ele haje como um adulto de 20... e é até hoje que só eu compreendo ele. Por isso moramos juntos. Os pais deles são muito super protetores, porque o filho mais velho deles morreu num trote universitário, e nem querem deixar ele ir pra faculdade. Ele é muito sozinho... - disse ela.
- Pode ter certeza que vou ter muita paciência com ele. - respondi.
E assim iniciou-se uma nova amizadeE ai gente, esse capítulo ficou um pouco curto, mas ele serviu mais pra iniciar os novos personagens na série, que serão muito importantes daqui pra frente. Muita coisa não teria acontecido se não fosse por eles, então espero que gostem.
A respeito dos comentários, gente, o que foi isso ontem? 19 comentários, foi um recorde!!! Sério, isso me motiva muuuito a escrever aqui pra vocês, continuem assim!
A partir de agora eu vou tentar não enrolar muito no conto, porque quero dar início a um novo conto que eu estou escrevendo, que se chamará João Pedro, 9999. Vocês em breve saberão o por que do 9999. :D
Mah Valerio, vamos ver o que acontece com ele.
Gabeee :3 ', muito obrigado, apesar de eu não achar isso. Abraços.
Vi(c)tor, nem sempre voltam! Será que é o caso desse conto? Haha, veremos. Abraços.
P3dr0r!ck, defina "em outra" ahaha
Drago*-*, continue acompanhando e saberáaaa uahue, abraços.
stahn, entendi, eu acho... hahaha, abraços. E obrigado.
Sr.Ekko, obrigado!
Kevina, o homofobismo em sim é uma coisa tão sem noção. Obrigado por comentar, abraços.
Aos outros, um muito obrigado pelos comentários, sintam-se abraçados.