Motivo do Planeta Terra ser Azul e Verde - Ato – IX
Os problemas do meu passado por anos estiveram soterrados sob camadas de gelo, eu sabia que seria impossível esquecer Matheus e o que me causou ama-lo no passado. Por isso o enterrei o mais profundo que pude dentro de mim, tranquei minha memoria em uma fortaleza que foi criada com o máximo de bloqueios para impedir que eu chegasse lá. Desta forma a memoria ainda estava dentro de mim, mas com muita dor consegui me impedir de lembrar dela.
A forma como Felipe tocava profundo a minha alma aos poucos foi minando minhas defesas e o inverno que me rodeava, cada vez que ele me abraçava e demonstrava carinho fazia muralhas de gelo ruírem dentro de mim. Eu comecei a gostar dele mais do que eu devia e com isso me deixando completamente exposto, e agora meu mundo invernal tornava-se verde e florido, assim libertando todas as memorias do Matheus dentro de mim, o que me causava dor e insegurança de imaginar tudo acontecer outra vez. Pior que isso eu não consegui esconder e acabei me expondo mais do que devia, era tarde deveria me libertar para sempre da minha fortaleza.
- Felipe, tenho que te falar uma coisa sobre o Matheus – eu disse tentando controlar minha voz ainda tremula por causa do choro. Enquanto sentávamos no meio da cama um de frente para o outro, com nossas pernas encima uma da outra.
- Que Matheus? Do colégio? – ele perguntou com voz de duvida enquanto passava a mão no meu rosto enxugando minhas lágrimas.
- Não é o Matheus do colégio não. Ele morava na mesma rua que eu quando eu tinha 10 anos. Você não conhece ele, acho que ele nem mora mais na cidade. – eu falei com calma de forma pausada, como se eu estivesse com medo de falar coisa de mais e deixar Felipe com raiva por eu ter mentido para ele no passado.
- E o que tem o Matheus que morava na sua rua? – Felipe perguntou desconfiado..
- É que eu e ele... nós... Assim ele morava na frente da minha casa, éramos amigos, mas... é que eu e ele... – eu falava com receio e soluçando ameaçando chorar. Felipe seria a primeira pessoa que eu contaria aquilo, eu tentava escolher as palavras certas, mas elas não vinham me deixando nervoso.
- Você e ele namoravam? – Felipe disse me interrompendo tentando adivinhar o que eu não conseguia falar.
- Acho que sim – eu disse tentando puxar da memoria se eu e Matheus usávamos a palavra namoro.
- Como assim Lucas? – Felipe disse calmo tentando entender o que eu falava.
- Eu e ele meio que namoramos, eu sentia por ele o mesmo que sinto por você, só que meus pais descobriram. – eu disse rápido tentando acabar logo com o assunto.
- Então você ainda gosta dele? – ele perguntou com decepção na voz.
- Não, eu já disse que gosto de você. Você não ta entendendo nada – falei com tristeza por ver que tinha deixado Felipe triste – Eu te amo, mas é que aconteceram problemas e tenho medo que aconteça tudo outra vez – continuei demostrando sinceridade, o que tranquilizou o Felipe.
Por um longo tempo expliquei tudo que tinha acontecido, foi um dialogo longo que quanto mais eu me aprofundava pior me deixava, Felipe percebia isso e o tempo inteiro me consolava e demonstrava compreensão fazendo eu me sentir na obrigação de contar tudo e de uma só vez. A parte da separação foi a pior, eu ali percebi que nunca tinha conseguido superar meu passado, eu só tinha o enterrado no esquecimento o fazendo virar uma grande ferida aberta no meu peito que agora voltava a sangrar como antes. Felipe ficou surpreso com a atitude dos meus pais, dizendo que eles não pareciam o tipo de pessoas que agem dessa forma. Ate que finalmente contei tudo, ate as piores partes sobre depressão.
- Então você jura que não gosta mais dele? – Felipe disse encabulado com os olhos baixos.
- Juro que não gosto mais. Gosto de você já não disse? Só não posso te perder como perdi ele, ainda não entendeu? – falei segurando seu rosto com as duas mãos o fazendo olhar para mim.
- Acho bom! – ele falou e sorrindo e me dando um beijo lento.
- Eles não vão separar agente. Eu já disse que vou te proteger pra sempre, lembra? – Felipe falou de uma forma tão meiga e carinhosa como eu nunca tinha visto alguém falar, fazendo mais uma vez minha alma brilhar ainda mais forte que antes.
Logo começamos a nos beijar de forma mais intensa enquanto passávamos as mãos em nossos pontos vulneráveis causando ainda mais arrepios que os do dia anterior, foi quando Felipe parou se afastou de mim com cara de mal, dizendo para eu não me mover e saiu do meu quarto, me deixando completamente perdido. Após alguns minutos ele voltou.
- A moça que trabalha na sua casa ta lavando roupa, ela vem aqui no quarto? – ele perguntou rápido.
- Não? – respondi ainda sem entender o motivo da pergunta.
- Que horas seus pais chegam? – ele perguntou olhando para o relógio.
- Sete, por que? – perguntei ainda sem entender muito bem.
- Ótimo ainda ta muito cedo – ele respondeu enquanto trancava a porta do meu quarto e tirando toda a sua roupa, começando a me fazer entender o que ele tinha feito.
- Agora vai ter que ser assim Lucas. Eu não sabia como seus pais eram, agora vamos ter que prestar atenção em tudo pra eles não perceberem, ok? – Felipe disse enquanto deitava já sem roupas encima de mim e tirando as minhas.
Aquilo foi incrível, ele se preocupara com nós dois como se fossemos um só, ele de fato tinha entendido tudo que eu já tinha sofrido e demonstrava que se importava e faria essa vez ser diferente. Me senti seguro nos braços dele, seus beijos agora eram como musica que vibravam nos meus lábios melhor do que qualquer som que eu já havia ouvido. Agora me sentia leve, senti segurança o suficiente para ser livre e fazer tudo que eu quisesse. A timidez evaporava do meu corpo como gelo evaporando em uma panela muito quente, isso me fez tem impressão de fazer meu quarto inteiro ficar nublado, completamente envolto em brumas.
Agora nossos corpos eram cada centímetro da névoa espalhada dentro do quarto, era como se estivéssemos voando dentro de uma grande nuvem, nos movendo para todos os lados com leveza como se fossemos seres elementais, como se nosso corpo não existisse. Dentro da nuvem com nossos corpos completamente dentro um do outro éramos a prova de que dois corpos podem ocupar o mesmo espaço, nosso mundo nossas leis.
Completamente envoltos um dentro do outro girávamos em uma espiral de prazer, tão rápido que juntos éramos o coração de um tornado gigantesco de onde sucessivos relâmpagos de luz verde e azulada emanavam, fortes o suficiente para cortar minha casa ao meio, um depois do outro acertavam as casas vizinhas partindo o chão e logo a o mundo inteiro. Em segundos o planeta Terra se tornara montes de pedra vagando pelo espaço.
Já não conseguíamos aguentar mais todo aquele poder, já não era possível resistir, o gigantesco tornado que havia consumido o planeta foi reduzido rapidamente e se transformando em uma pequena bola de luz que tremia instável em fissão. Logo a retenção não foi mais possível, e veio a grande explosão, nascendo dela um lindo planeta azul pelos mares e verde por causa das florestas. Um novo planeta Terra tinha sido criado por nós, uma nova versão de mundo seguro, fazendo todos os problemas sofridos no planeta anterior desaparecerem. O planeta com o verde dos olhos do Felipe e o azul dos meus seria agora comandado por nós, tínhamos agora a segurança.
Ainda deitado sobre mim, Felipe sem falar nada repetiu o que havia feito no dia anterior, com mais experiência e com menor dificuldade, com isso meu pênis entrou com mais facilidade, sem que ele sentisse tanta dor. Mas dessa vez eu quis fazer igual ao filme que tínhamos visto, foi complicado me mover para não nos machucarmos mas conseguimos. Estávamos sentados no meio da cama, ele sentados sobre as minhas pernas com as pernas dele envolta da minha cintura, que nos fazia ficar na mesma altura frente a frente enquanto nos beijávamos e podíamos olhar um para o outro, nosso orgasmo aconteceu rápido e com muitos poucos movimentos, só aquilo foi o suficiente para explodir um planeta e criar um exatamente igual só que mais seguro.
Depois de chegarmos ao orgasmo ficamos ainda muito tempo na mesma posição abraçados com a parte lateral direita do meu rosto encostada na dele e conversando um no ouvido do outro. Repetimos algumas outras coisas que víamos na internet, posições absurdas que pareciam fáceis mas na realidade eram quase impossíveis, que nos faziam rir muito e desistir procurando outra. Percebi Felipe sempre olhando o relógio, em uma tentativa de controlar o tempo do nosso novo mundo, nossas horas juntos passaram como minutos nos fazendo ir tomar o ultimo banho.
Já tínhamos tomado banho juntos, mas agora foi diferente, eu não conseguia mais olhar para seu corpo, queria ficar o tempo inteiro olhando para seus olhos, queria sentir ele dentro da nuvem para sempre e ele olhava para mim feliz sem conseguir parar de sorrir, me fazendo perceber que na realidade ainda estávamos dentro da nuvem. Antes do esperado nosso tempo acabou, mas já tínhamos terminado de tomar banho e pensamos nisso também. Alguns livros e cadernos meus estavam espalhados abertos pelo quarto, eu e Felipe estávamos sentados um do lado do outro apoiados na minha mesa de estudos fingindo estudar enquanto escutávamos o carro da minha mãe entrar na garagem.
Já com a porta do quarto destrancada e completamente aberta, fingíamos interesse nos livros, minha mãe demorava a subir e me arrisquei desenhando um coração no caverno que Felipe lia, ele me retribuiu com um lindo sorriso e escrevendo no caderno que eu lia:
“Namora comigo!?” segurando minha mão encima da mesa.
Mais uma vez o tempo havia parado, em câmera lenta depois de ler fui virando meu rosto em direção ao dele, enquanto muito devagar apertava sua mão e falava sim tentando segurar meu corpo para não beija-lo, mas éramos atraídos um pelo outro como imãs. Agora me sentia confiante, vivíamos em um mundo construído por nos e para nós, eu já não precisava do gelo para me defender, minha nova armadura seria o Felipe!
- O que estão estudando agora? – minha mãe perguntou andando pelo corredor em direção ao meu quarto.
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Bem essa parte foi menor que as outras, to sempre tentando reduzir os capítulos para ficar mais fácil e menos cansativo. Ultimamente venho tendo problemas com o tempo, por isso me desculpem os erros no texto. Muito obrigado a todos que leem, saber que vcs estão ai do outro lado é muito importante p mim.
Essa parte da historia é basicamente só voltada a mim e ao Felipe, sem muita participação de outras pessoas, preferi usar esse capitulo inteiro para explicar meus sentimentos e como eles começavam a mudar por causa do Felipe, ele foi o responsável por me retirar do quarto escuro que eu vivia e merece todo meu reconhecimento por isso. O titulo: O Motivo do Planeta Terra ser Azul e Verde, é meio q fácil de entender né? Rsrsrs Nosso mundo, nossa casa, feito com nossas cores ^^.
Lembrando que meu e-mail é: luhofff@gmail.com, quem quiser me dar sugestões pode mandar la tb q eu prometo responder sempre.
gui001 – Poxa adorei suas palavras, serio meu objetivo é tentar mostrar q é normal sentir o q eu sinto, eu li o que vc postou na sua pagina aqui na CDC te digo q to aqui p o que for preciso pode contar comigo!!! É difícil sabe vejo muitas pessoas falando q gostariam de ser “normais” como as outras e gostar do sexo oposto, mas de verdade eu não gostaria, gosto muito de ser como sou, é mais difícil e vai me causar problemas provavelmente p sempre, existe algo muito ruim no mundo q tenta nos diminuir pelo amor que sentimos, mas eu jamais vou sentir vergonha de sentir amor, ódio/ignorância/covardia é motivo de vergonha. Amar nunca, nunca será algo ruim e quanto mais pessoas acreditarem nisso melhor, e assim mais pessoas serão amadas como gostariam. Força e coragem cara, vc consegue!!!! Muito obrigado mesmo pelas palavras isso é muito importante p mim. :**
guigo1 – Serio?? poxa q bom q vc gosta das minha viajadas, eu adoro escrever assim sofro p tentar passar o que ta na minha cabeça e nem sempre consigo. Sabe juro q não comecei a fazer isso p me diferenciar dos outros contos, eu faço isso aqui pq minha vida inteira fiz, sempre escrevi pequenos contos nos cadernos do colégio onde os sentimentos eram escritos em fantasia, isso meio q me ajuda a entender a confusão q sinto dentro de mim rsrs. Obrigado sempre e sempre, por continuar, mesmo :***********
Drica (Drikita) – Poxa desculpa por ter feito vc ficar triste, mas se isso aconteceu é pq consegui fazer vc entender minha dor. Relembrar o passado hj já é menos difícil, escrever aqui é como uma terapia, tem me ajudado bastante. Tb penso nas pessoas frustradas e como isso deve ser difícil p elas, talvez oq escrevo aqui as ajude, nunca é tarde né? Mt mt mt obrigado mesmo pelo comentário e espero que continue lendo. :************
Drago*-* - kkk sei como é isso, qd fico sem internet é como perder uma parte do meu corpo, doi né? Vc tira 10 em redação? Serio? Então suas notas foram melhores q as minhas kkkk se eu posso vc pode e ate melhor q eu ^.^ poise tb tenho dormido pouco :( isso afeta minha criatividade, mas vou resolver logo isso. Onde eu aprendi a escrever? Kkkk sabe q isso me fez pensar muito!!? Eu não sei se aprendi não, p falar a verdade não acho q escrevo bem, o seu comentário e o dos outros me faz pensar q talvez eu não seja tão ruim como eu imaginava, mas nem de longe sinto que escrevo bem, no máximo um contador de historias e medíocre ainda assim. E não to tentando ser modesto, não acredito mesmo q escrevo bem, mas to tentando melhorar. Acho q gostar de ler me ajudou bastante, eu não gostava mas ate q li um livro q me fez pensar q foi feito p mim... seila me fez me sentir tão bem e feliz q não parei nunca mais. Muito obrigado pelos elogios e por continuar lendo, de verdade, mesmo. :**********
May Lee – Nossa, não fala assim ou eu q vou começar a chorar. Eu já nem sei mais o q te falar sabia? Vc é tão importante p mim q agradecer parece pouco, falar por e-mail com vc e te conhecer melhor tem sido realmente ótimo, quem diria q uma amizade sairia daqui né? Rsrsrs Escrever tem sido difícil, não escrever de fato mas sim o tempo p isso, mas vou continuar sempre, isso é tão bom :DDD Então meu objetivo aqui é mostrar que vale muito a pena amar, dando certo ou errado, sofrendo ou sendo feliz... é p isso q vivemos p ser o melhor q pudermos uns com os outros né? Mts beijos sua linda e milhões de obrigados. Te adoro :********
Irish – Então sua linda ^^, essa parte eu dedico a você, tentando demonstrar q vc é realmente especial. Muito obrigado por vc ter dedicado seu conto Antes das seis XIII para mim, fiquei realmente feliz por isso, p mim isso é mt importante mesmo. E te falar, não to dedicando esse a vc em retribuição não, é pq vc é especial mesmo, vc me mostrou q uma mulher pode escrever sobre homens muito melhor do q eu rsrsrs. Falar com vc por e-mail me faz aprender muito. E seu conto não é nem um pouco estranho, é lindo, emotivo e bem mais real e atual do q parece. E outra vc quer escrever como eu? Pra que? Vc escreve muito melhor, quer regredir? Rsrsrs mts bjos sua linda, e mts e mts obrigados sempre. Sou seu fã!!