Eu: Tá maluco César?
César: Ué, só estou falando, o que? Está com ciúmes do filhinho?
Eu: E você? Deixe de coisa porque apesar de tudo ele é meu filho agora, ficar dizendo que ele é bonito e tudo mais...
César: O que? Vai me dizer que você também não achou?
Eu: Não, não achei, agora para de dizer essas besteiras!
César: Qualquer um poderia jurar que você está com ciúmes!
Eu: Como é que é? Tá me estranhando?
César: Não esse tipo de ciúmes idiota, ciúme de pai! E é porque falou que não tava nem aí para o garoto!
Eu: E não estou mesmo!
Campainha...
Eu: Vou ver!
O médico atendeu o garoto e pediu alguns medicamentos, pedi para o César ir comprar...
César: Eu não, fico aqui com ele!
Eu: Vai logo!
César: E o por favor? Quando a gente pede a alguém para fazer algo, pede por favor logo após!
Eu: Não estou pedindo, estou mandando!
César: Que falta de educação!
Eu: Vai logo!
Ele foi...
O garoto acordou...
Ele: Ai, minha mão tá doendo!
Eu: calma o César foi comprar alguns medicamentos ok?
Ele começou a chorar, me deu uma dó, me partia o coração ver ele alí tão indefeso na minha frente. Passei a mão em sua cabeça...
Eu: Calma meu anjo, vai ficar tudo bem, vai ver que daqui a pouquinho você não irá sentir mais nada!
Do nada ele se jogou encima de mim e me abraçou, não tive reação nenhuma, minha única reação foi deixa-lo alí pois percebi que estava assustado. Eu estava sentado no sofá e ele sentado no meu colo de lado e abraçado em mim, com a cabeça no meu peito.
César entra e ver a cena... M e olha com uma cara de: O que é isso?
Eu fiz um gesto com a mão de: Não pude fazer nada!
César pegou o remédio, água na cozinha e levou para ele beber... O deixei dormindo alí no sofá...
César: Tadinho do garoto! Dá para perceber como é carente.
Eu: Pois é, vou arrumar a bagunça na cozinha, vai me ajudar?
César: Cara, tenho um compromisso agora!
Eu: Sei, preguiçoso...
César: A gente se vê na empresa.
Eu: Ok.
Limpei a cozinha e depois voltei para a sala, o vi alí naquele sofá, o peguei nos braços e subi com ele as escadas, o coloquei na cama... Ele acordou...
Eu: Ah, oi, estava colocando você aqui para dormir mais tranquilo.
Ele: Obrigado, sabe, nunca recebi carinho de ninguém nessas condições, sempre que ia para as ruas adoecia, mas ninguém cuidava de mim.
Aquilo me comoveu bastante...
Eu: Que é isso garoto, dorme ok?
Ele: Estou com frio.
Peguei em sua testa e ví que estava com febre.
O telefone toca e eu atendo...
Daniela: Mauricio, vou passar a noite aqui, tá tudo bem ai com o Nick?
Eu: Sim, claro, maravilhosamente bem. – Menti.
Daniela: Vê lá hein? Trate ele bem.
Eu: Tá Daniela, tchal.
Olhei para ele – Vou ter que te levar para o meu quarto para cuidar de você.
O peguei em meus braços novamente, fui até o quarto, deitei-o na cama, dei remédio, deitei ao seu lado...
Fui ao banheiro tomar um banho e quando voltei ele estava delirando...
Ele: Não por favor, não faz isso... Eu sinto nojo, me larga, Maria... Estão querendo abusar de mim... Não.
Peguei em sua testa e vi que a febre estava um pouco mais alta, coloquei uma toalha molhada em sua testa...
Deitei ao seu lado e adormeci.
Nick narrando...
Acordei e estava em um quarto diferente, a ultima coisa que me lembro é dele cuidando de mim e eu agradecendo, será que ele me trouxe?
Virei e o vi dormindo, ele estava com uma calça de pijama e sem camisa, nossa como ele é lindo, tão forte... Voltei a deitar e fiquei pensando que eu não poderia, de forma alguma me apaixonar, mas acho que já era tarde demais para isso.
No dia seguinte...
Acordei, ele já não estava mais lá, desci e fui até a cozinha, chegando lá ele estava com o jornal na mão lendo, fui me aproximando aos poucos, e se ele brigasse comigo? Será que eu devo ir?
Ele: Acordou? Está melhor?
Eu: Minha mão dói.
Ele: Mas pelo menos a febre normalizou.
Eu: Sim.
Ele: Venha, sente-se.
Sentei-me ao seu lado...
Ele: Você precisa entrar em uma escola.
Eu: Sim, gosto de estudar... Mas...
Ele: Fale.
Eu: É que... Era um tormento ir a escola lá, eles não me deixavam em paz, gostava de estudar, mas preferia não ir.
Ele: Agora vai ser diferente ok?
Eu: Sim. Obrigado senhor, o senhor foi um anjo que entrou em minha vida para me salvar.
Ele me olhou estranho...
Ele: Olha, quando você tomar banho pode usar outra blusa minha ok? A Daniela ainda não teve tempo de comprar roupas para você, a mãe dela está doente a minha filha também está com ela, você vai conhece-la depois.
Eu: Ok.
Ele: Você não vai se alimentar?
Eu: Não tenho fome.
Ele: Precisa comer para ficar bom.
Eu: Tá.
Fiquei comendo na cozinha e ele saiu para a sala...
Mauricio narrando...
Fui para a sala e liguei para o César...
César: Oi?
Eu: César cara estou comovido, coitado deste garoto, pensava mal dele mas na verdade ele é tão indefeso...
César: Percebi isso desde a primeira vez que o vi.
Conversei mais um pouco com ele e desliguei...
De repente ele aparece...
Ele: Senhor, vou subir, posso usar outra blusa sua mesmo? O senhor não vai achar ruim?
Eu: Claro que não, pode ir...
Ele correu e me abraçou forte, depois subiu nas pontas dos pés e me deu um beijo no rosto...
Ele estava conseguindo mudar mesmo minha cabeça, e definitivamente estava me ganhando aos poucos.
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Espero que estejam gostando.
Beijokas a todos.