Cap.7
- Eu estava mergulhado em problemas pessoais, e acabei usando uma vez pra tirar o stress. E depois de novo, e de novo, quando vi não consegui mais parar- ele limpou os olhos, e forçou um sorriso, mas não deu muito certo- é tão esquisito estar falando isso com você. Eu ainda não estou acreditando que você esteja falando comigo- ele respirou fundo, e continuou falando- meus pais eram frios comigo. E eu acabei criando raiva do mundo. Quando percebi, já estava jogado nessa vala. Amigos, família, namorada, todos se afastaram de mim. Hoje vivo num kitnet, trabalho pra tentar me sustentar e sustentar o meu vício. Tento continuar estudando, porque tenho esperanças de um dia largar esse mal, e voltar a ser alguém de bem, com perspectivas de futuro. Mas essa é a minha vida. Eu não tenho ninguém. Aquilo que você viu lá naquela rua, acontece muitas vezes. Eles me batem horrores, e me deixam ali- ele já não conseguia controlar o choro.
- Você não quer sair disso ?
- Pra quê ? Pra quem ? Ninguém gosta de mim.
- Por você mesmo. Você não quer sair dessa situação, não quer voltar pra cima ? Não quer ser uma pessoa digna ? Não quer ter um diploma ? Uma carreira ? Uma família- ele ergueu o olhar, e balançou a cabeça, concordando- então você precisa se ajudar. Se você quiser apoio, eu, eu te apoio. Você vai sair dessa ! Amanhã nos podemos procurar alguém que possa te ajudar. Eu te ajudo- ele sorriu. Como uma criança !
- Você ? Que paradoxo. Eu não acredito que você vai mesmo me ajudar- riu- você deve ter um coração feito de manteiga- ri junto com ele- eu não teria me ajudado.
- Tudo bem. Eu prometo que ajudarei você, e esquece essa história, eu já superei e não ficou sequelas- ele olhou pra cima.
- Nem vem, eu fui o pior garoto do mundo aquele dia. Eu não devia ter sido duro daquele jeito, não me lembrei que você também tem sentimentos- me levantei, e olhei pro chão, depois pra ele.
- Olha, se você se ajudar, procurar ajuda, eu prometo que irei te perdoar por tudo- seus olhos brilharam- agora dorme. O banheiro fica naquela porta ali, se você quiser ir a noite.
- Ok- já ia entrar no meu quarto, mas ele segurou o meu braço- obrigado, de novo. Por ter me ajudado, me dado confiança. Eu não sabia que você era uma pessoa tão legal.
- De nada- entrei logo em meu quarto. Me deitei lentamente na cama e fiquei pensando. Uau, que dia. A tarde, flerto com o japonesinho mais fofo do planeta. A noite, ajudo caridosamente a minha primeira paixão, que havia me magoado horrores. Hello, alguém consegue me entender ???? Porque eu não estou conseguindo !
NO DIA SEGUINTE
Acordei bem cedo, pra ir pro colégio. Praticamente rastejando, abri a porta do quarto. Olhei pro sofá, estava tudo arrumado. Tinha um bilhete em cima.
"Obrigado por ontem, de novo. Mas eu precisava ir pra casa, pegar as minhas coisas. A gente se vê na escola. Abraços, Marcos "
- Nossa, até Abraços ele manda, progrediu bastante aquele garoto preconceituoso que eu conheci- comi algumas torradas e um suco natural, e sai andando. Ainda estava morto de sono mas procurava não demonstrar. Ao sair do elevador, tive uma surpresa. Vi o japonesinho escorado na porta. Cheguei lentamente, e o cutuquei- oi- falei, rindo do susto que ele levou.
- O-oi- ele sorriu, mas estava vermelho.
- Você tem costume de usar os óculos tortos ?- disse, ajeitando os olhos dele.
- N-não, é que eles acabam se mexendo enquanto ando.
- Porque você não subiu ?
- Não sabia se você já estava acordado- ele baixou a cabeça e ficou vermelho
- Kkkkk ok. Podemos ir então ?- falei, abrindo a porta pra ele sair- Não esperava te ver aqui. Mas adorei ver você aqui- coloquei minha mão sobre os seus ombros e saímos andando. Aquele despertava todos os meus desejos. Além dele ser um fofo, ele tinha um corpo legal, era bonito, e japonês. Veio em pacote completo kkkkk Logo chegamos no colégio. Vi Marcos sozinho num canto. Fui na direção dele e o cutuquei- oi fujão.
- Oi- ele olhou pra mim e sorriu- e eu não sou fujão, apenas precisei sair cedo. E ainda deixei um bilhete lá.
- É um fujão sim- ríamos, e de repente, quando virei pra Ryu, vi sua cara fechada.
- Depois a gente se fala Lucas, eu ainda tenho que passar na biblioteca- ele saiu andando rapidamente, me deixando com uma cara de tacho enorme.
NARRADO POR RYU
Claro, você é um idiota Ryu. Nunca um garoto daquele se apaixonaria por você. Ele deve ter passado a noite com aquele garoto do cabelo cacheado. Aliás, não sei como não cruzamos no apartamento dele. Eu estava frustrado. Cono todo bom idiota romântico, foi só conhecer um garoto bonito e legal que eu já fiquei todo apaixonadinho. Que ódio de mim mesmo.
NARRADO POR LUCAS
Não entendia porque ele tinha saído daquele jeito brusco. O horário bateu, e eu entrei direto na sala, e me sentei atrás dele. Por algum motivo aquela história de biblioteca não me convenceu.
- Ei, porque você saiu andando daquele jeito ?
- C-como assim ?
- Você não quer que eu acredite naquela história né ?
Continua
Gostaram ??? Obrigado pelos comentários.