STEFAN
Eu havia voltado para o trabalho.
Já fazia duas semanas desde daquela carta anônima e o bizarro boneco pegando fogo. Eu não tinha ideia de quem havia feito aquilo. Ninguém tinha visto nada. Poderia ser qualquer um. Poderia ser apenas um jovem delinquente querendo chamar atenção. Mas a carta vinha para cortar todas as minhas suposições.
Quem faria aquilo? Até onde sabia, eu não tinha inimigos e muito menos o Marc. Tudo bem, no mundo dos negócios a gente adquire alguns, mas não ao ponto de chegar a tanto. O Fernando ficou muito inquieto e resmungão durante nesse meio tempo. Ele jura pra mim que a Violeta tem algo com tudo isso. Só que não fazia sentindo. O que ela iria ganhar com isso? A Violeta culpou os meus pais pelo acidente, foi na minha casa e falou um monte de coisa. Mas não acho que ela faria nada. A Violeta não é assim. Não a que eu conheço. Talvez tudo o que ela disse foi no calor do momento. Mas tinha algo ali... Apenas tinha algo que não se encaixava.
O telefone tocando me tirou dos meus devaneios.
- Sr. Stone, o Dr. Reis está aqui. Posso manda-lo entrar?
- Claro, Michelle. Por favor, o mande entrar.
O Cristian entrou na sala com uma cara de poucos amigos.
- Bom dia, Cris. – disse apontando a cadeira para ele se sentar
- Bom dia. – resmungou colocando a sua pasta em cima da mesa.
- O que te mordeu para está com essa cara?
- Oliver. Ele foi quem me mordeu e depois me jogou fora. – o Cristian bufou e cruzou os braços.
O Marc havia mencionada alguma coisa sobre esse tal de Oliver. Alguém quem o Cristian tinha conhecido na balada.
- O que aconteceu? – perguntei
- Eu não quero falar sobre isso agora, Stef. – ele respirou fundo e se inclinou para pegar a pasta. – Vamos falar sobre os seus problemas. Não é para isso que você me paga?
- Idiota! – eu joguei a minha caneta nele – Não me ataque. Eu sou seu amigo! Quando você quiser falar sobre isso, me avise.
Eu sabia que o Cristian estava com raiva e eu entendia muito, mas eu havia ficado um pouco ofendido. Eu gostava desse filho de uma puta como um irmão. Mas depois eu iria chama-lo para uma conversa pessoal. Apenas nós dois.
- Tanto faz. – ele estendeu alguns papeis pra mim. – Olha, a história toda é realmente verdadeira.
Eu peguei os papeis oferecidos olhando atentamente para o seu conteúdo.
- A avó da Violeta lhe contou a verdade. Quer dizer, nem toda. Os pais da Violeta realmente eram os outros mortos no acidente que também levou os seus pais. – ele apontou para mim. – Fiz alguns contados e encontrei que a Violeta foi internada em uma clinica psiquiátrica logo após o acidente dos pais. Eu só não consegui descobrir a causa dela ter se internado lá. Mas olhando para todo o contexto, eu acredito que ela pirou. Não só pelos pais dela, mas...
O Cristian parou de falar. Eu o olhei em busca de mais explicações.
- O quê, Cristian? – perguntei tenso
Ele pareceu me estudar por alguns segundos como se tivesse procurando palavras.
- Você já tinha ouvido falar de Pablo Wines antes da Violeta jogar tudo na sua cara?
- Não. Eu nunca havia escutado esse nome. – o meu coração batia tanto que parecia que ia sair pela boca.
O Cristian assentiu e me entregou outro papel. Era uma foto de um casal se beijando. E logo abaixo dessa tinha outra desse mesmo casal olhando um para o outro como se quisessem guardar o momento. Eu podia imaginar o rumo dessas fotos.
- Essa é a Violeta e o rapaz é o Pablo. – eu olhei para o Cristian não acreditando nos fatos. – Sim, Stefan. Esse é Pablo Wines. Eu sinto muito.
Parecia que o meu mundo mais uma vez estava se ruindo. Não sabia se tinha palavras para expressar o que gostaria.
- Eles eram namorados? – sussurrei não tendo certeza se o Cristian havia me ouvido.
- Eles eram noivos. Iam se casar no mês seguinte ao acidente.
Certo. Muita informação. Agora até que faz sentindo tudo. Não era só os pais dela. Havia também o noivo. E ela culpava os meus pais por isso. Os meus pais que também morreram...
- Cristian, você realmente acha que ela quer se vingar?
- Stef, eu acredito que sim. Eu acho que ela só se aproximou de você para isso. Por vingança. Se o que você e o Fernando me contaram for realmente o que ela quer dizer... – o Cristian pegou a minha mão. – Eu digo para vocês terem cuidado. Nunca se sabe.
- Como eu nunca soube disso, Cristian? Como eu nunca soube dessa clinica psiquiátrica e dos pais dela e do noivo? – eu estava gritando.
Eu estava muito furioso. Não sei o que me deu, mas eu passei minhas mãos pela mesa jogando no chão tudo o que estava pela frente. Arranquei o telefone e o joguei contra a parede.
Olhei para a bagunça que havia feito na minha sala. O meu olhar se encontrou com o do Cristian e me senti envergonhado pela minha fúria.
- Você está melhor agora? – o Cristian perguntou apontando o dedo para a minha bagunça.
- Me desculpe por isso. – eu respirei fundo. – Eu só não sei mais o que fazer.
- Eu entendo, Stefan. Mas você não está sozinho.
- Como ela pôde mentir pra mim? Quem é essa mulher com a qual ia me casar? – eu passei a mão pelo meu cabelo tentando me recompor.
- Nós estamos descobrindo isso, Stefan. Eu nunca gostei dela. Sempre senti alguma energia negativa vindo dela. A Violeta sempre foi boa demais para a realidade. E ninguém é tão bom assim.
O Cristian e sua falta de fé nas pessoas.
- Ela costumava ser amável e tão compreensiva. Eu nunca imaginaria que ela fosse capaz de matar uma mosca. Como chegamos aqui? Como nunca vi isso vindo?
- Você é a exceção, Stefan.
- Como? Não estou entendendo.
- Você é bom demais. Nunca enxerga o pior das pessoas. Pode até ver, mas sempre irá procurar o melhor delas. E tem outra coisa. Você pensava assim em relação a Violeta porque você queria acreditar nisso. Talvez, só talvez, ela tenha dado alguns sinais contraditórios, mas você nunca se preocupou em enxergar isso. Stefan, você só ver o lado bom de todos.
Eu pisquei algumas vezes diante das palavras do Cristian. Eu nunca havia pensando dessa forma. E também não sabia se concordava com ele.
- Cristian, isso não pode ser possível. Eu não... – eu não sabia mais o que falar. A minha mente estava um turbilhão. Eu só queria respirar aliviado depois de um longo dia de trabalho.
- Stefan, eu entendo. Eu sei o que você está passando.
- Eu não sei o que fazer. – confessei.
- O problema é que não temos como provar nada. Não temos nada concreto. A polícia não irá dar importância para um caso como esse. Isso, na visão deles, pode ser qualquer um. - disse se mexendo na cadeira. – E se não tem sido a Violeta? – eu ia argumentar, mas ele me parou com a mão. – Estou só colocando numa visão geral.
- Eu não tenho inimigos. E o Marc também não. – fiquei tentando puxar na memoria alguém, mas não vinha ninguém.
- E o Fernando?
- Hein?
- O Fernando não poderia ter inimigos?
- O Fernando? Inimigos? – eu queria rir diante de tal fato. – É mais fácil eu ter inimigos do que o Fernando. Sem chances. Nada de inimigos para o Fernando.
- Você tem certeza? – ele perguntou arqueando uma sobrancelha. – Até onde sei vocês passaram um bom tempo sem se falar. O que você sabe sobre o que aconteceu com ele nesse tempo?
Certo. Era um bom ponto. Eu não havia parado para pensar nessa questão. Mas a ideia do Fernando ter alguém atrás dele era algo ridículo. O Fernando sempre foi carismático e amigo de todo mundo. Por mais que ele estivesse no mundo dos negócios, todo mundo o adorava. Só que mais uma vez o Cristian estava certo. Eu não sabia de nada do que o Fernando fez durante o tempo que nós passamos separados. Eu não havia perguntado e ele também não me disse.
- Eu não sei, Cristian. Mas eu irei perguntar a ele algo sobre isso.
- Sim, faça isso mesmo. Mas dado que ele estava muito furioso sobre o ocorrido, acho que se caso ele tenha algum inimigo as espreitas, nem ele mesmo sabe. O Fernando está muito furioso com a Violeta. E olhe que ele nem tem prova de nada.
Eu assenti e fiquei olhando para as minhas mãos. Como tudo isso tinha acontecido? Como tudo passou de ótimo a péssimo?
- Você já contou ao Marc?
- Contei o quê?
- Sobre a carta anônima.
- Não, eu ainda não contei. Também não contei nada sobre a Violeta e as nossas descobertas. Eu não sei como fazer isso. Estou com medo de piorar as coisas para o Marc.- o meu irmão já carregava um fardo enorme nas costas por pensar que teve algo com o acidente. - Eu quero dizer, ele está feliz com o seu novo namorado. Dificilmente eu o escuto chorar durante a noite. E ele parece mais aberto. – tinha agradecido aos céus pela recuperação do Marc. – Então não quero jogar merda no ventilador e acabar somando mais dor para ele.
- E o que você pretende fazer?
- Eu pretendo tentar resolver tudo sem que ninguém se machuque no processo. E eu farei qualquer coisa para manter o Marc seguro e feliz. Ele já sofreu demais, Cristian.
- Mas Stefan, você não acha que o Marc merece saber? E se ele descobrir de outra forma?
- Não vai acontecer nada, Cristian. Tudo vai ficar bem. Talvez a Violeta tenha ido embora ou esquecido do assunto. Ela nunca mais apareceu. E também nada de ruim aconteceu. Não chegou outra carta. – eu não sabia se eu estava tentando ser otimista ou se eu estava querendo me agarrar nessas palavras por segurança. – Eu irei procurar a Violeta para conversarmos. Eu sinto que precisamos disso. Uma conversa séria e franca.
- Tudo bem, Stefan. Só tome cuidado. – o Cristian levantou e guardou todas as suas coisas na pasta. – Eu já vou indo. Se precisar de mim, sabe onde procurar. – ele estendeu a mão. – Tenha um bom dia.
- Muito obrigado, Cris. – eu peguei a sua mão. – Pode deixar, qualquer coisa eu chamo. Não é pra isso que eu lhe pago? – eu ri usando as suas mesma palavras de antes.
- Tchau, Stef.
O Cristian saiu da sala fechando a porta atrás de si. Pensei sobre todas as coisas que havia acontecido. Não tinha ideia como tudo começou e também não sabia quando acabaria. Mas eu não permitiria ninguém machucar a minha família. O Cristian poderia até achar que eu era bonzinho demais, mas eu não estava indo concordar com isso. Não quando a minha família estava envolvida. Dois poderiam jogar esse jogo. E eu era malditamente bom em quebra cabeças.
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Oi, pessoas! Tudo bem com vocês? Então, esse capítulo foi chato, e eu sei. Mas era importante que eu escrevesse ele. Bom, o capítulo 12 tá vindo aí e eu apenas estou com o coração na mão. Por favor, contando que vocês não me odeiem no final do meu conto. Obrigada por todo carinho! E muito obrigada pelas pessoas que me seguem nessa minha loucura. Muito obrigada mesmo. Um beijo no coração de cada um! Desculpe-me pelos erros.
Gu11: Oi, meu querido! Olha, menino, o seu aniversário foi badaladíssimo. Acho xique! Eu também não gosto de álcool. Na verdade, eu não bebo. As vezes tomo um pouco aqui e acolá, mas é quase nada. Os meus amigos iam me fazendo tomar tequila no meu último aniversário, mas graças a Deus não deu certo os planos deles. Só que eles não desistiram e me fizeram tomar vodka. Eu prefiro me acabar no refrigerante. kkkkkkkk Pode deixar que quando o meu aniversário chegar, eu te avisarei. Gui, meu querido, obrigada pelo carinho. Você é um fofo e uma pessoa apaixonante. Obrigada mesmo. Então, eu estou num medo danado com esse final. Enfim, um grande agraço e um beijo!
Geomathues: Obrigada por ler.
Prireis822: Oi, querida! Obrigada. Que bom que você está gostando. A Violeta é um pé no saco. Vamos ver como ficam as coisas... Beijos, querida.
Perley: Obrigada por continuar lendo. Boa percepção.
Irish: Oi, querida amiga! Então, o meu conto ainda vai demorar um pouco pra acabar aqui. É que eu estou terminando de escrever ele aqui no meu pc. Daí eu disse que estava com o coração na mão já. E como eu disse antes, os capítulos que eu já escrevi podem sofrer alterações de acordo com cada publicação e também o final. Bom, vocês não vão se livrar de mim tão cedo. Sim, eu irei escrever outro conto depois desse. Já até comecei a trabalhar nele. Pois é, a Violeta é o x da questão. Uma pessoa desse tipo é capaz de tudo. Nem sei... Eu tenho medo dela. Ainda não sei o final de ninguém aqui, mas sinto que não será bonito. Vamos ver como as coisas se encaminham. Querida, obrigada pelo carinho, amizade e apoio. Um forte abraço. Adoro você, Irish! Beijos.