Anjo Bandido – Parte 06

Um conto erótico de Alê12
Categoria: Homossexual
Contém 1791 palavras
Data: 22/10/2014 22:26:04

Fiquei feliz com a decisão dela. Logo depois liguei para o Victor, que não quis aceitar, mas de tanta insistência, acabei vencendo. No fundo, eu estava contente. Gosto de conhecer pessoas novas, e eu queria ter a amizade do Enzo.

**********

Eu contava os dias para o tal churrasco. O sábado parecia não querer chegar. Na faculdade, eu não falava em outra coisa.

- Eu disse pra essa anta, que ele está se arriscando. Poxa! Uma coisa é ter ido num baile funk e como se não bastasse... Ter passado o que nós passamos. A outra, é você achar que um cara que você mal conhece, pode virar teu amigo. – disse Vivi.

- Eu não to reconhecendo esse viado! Qual é Guilherme? Tá apaixonado pelo carinha da favela? Nossa, eu queria ver a cara do seu pai se soubesse disso.

- Vocês dois querem parar? Gente, pelo amor de Deus! Eu não estou apaixonado por ninguém. E não vejo problema algum em nos aproximarmos de pessoas mais inferiores do que nós, financeiramente falando. E se for bacana? E se as pessoas forem bem alegres, animadas?

- E se rolar outro tiroteio e nós três morrermos por lá? – ironizou o Victor.

- Porra galera! Para de Drama. O cara é legal... e só o fato de ter convidado um estranho para uma festa familiar, já é uma prova de pedido de desculpas. Eu não quero fazer esta desfeita... Não precisamos ficar muito tempo.

- Eu só espero que você saiba o que está fazendo. Bom, então amanhã eu e o Victor passamos na sua casa e daí a gente vai juntos, ok?

- Beleza! Obrigado meus amores. Por isso que amo vocês. – eu dei um abraço nos dois.

- Eu não sei ainda o propósito disso, mas... Enfim, nos vemos amanhã. – como a Vivi e o Victor moravam na mesma rua, foram juntos pra casa. – beijos!

Nos despedimos, e antes de eu ir pra casa, passei no Shopping, comprei uma bermuda linda e uma camiseta vermelha. Combinava bastante com o clima de churrasco. Fiquei bastante empolgado. Pra minha sexta-feira ficar deliciosa, depois de uma semana sem ter visto o Gustavo, depois da nossa última noite maravilhosa; acabamos nos encontrando no mesmo Shopping. Ainda tive tempo de dar uma rapidinha com ele num hotelzinho perto do local. Eu amava ficar com ele, mas tive correr pra casa, pois eu ainda tinha que elaborar um trabalho complicado da faculdade, já que o meu sábado estava agendadissímo!

Cheguei em casa, cantarolando com o meu fone de ouvido nas alturas. Meus pais tomavam um vinho, junto com o meu irmão Arthur, a mulher dele, e o meu sobrinho lindo, o Davi. Todos eles me olhavam, e claro, o olhar do meu irmão era o pior de todos. Davi, ignorando os adultos, correu para me abraçar.

- Tio Gui! – ele se jogou entre as minhas pernas.

- Oi meu amor! Como tá o meu príncipe mais lindo? – eu peguei o Davi no colo, e baguncei o cabelo dele. Ah, como eu amava criança, ainda mais ele, que era a minha paixão.

- Trouxe o quê pra mim tio?

- Nossa! Que garotinho interesseiro hein? – eu caí na risada junto com ele, mas o Arthur não gostava muito da nossa aproximação. Certamente ele achava que eu iria transformar o seu filho em bicha.

- Sua avó me ligou avisando que você estava aqui, e advinha? – eu tirei da sacola, um boneco do homem de ferro, e ele era só sorrisos. Não deu mais atenção a ninguém, e brincava com o boneco pela casa inteira.

- Só não vai quebrar os objetos da vovó hein? – minha mãe o advertiu.

- Bom, eu vou tomar um banho e estudar. Oi Michelle, oi Arthur.

- Oi Guilherme. Nossa, quanto tempo! Parece que moramos em países diferentes.

- Pois é! É que ando muito ocupado querida. Mas prometo visitar você e o meu sobrinho lindo.

- Eu imagino no que deve se ocupar. – Arthur falou baixo, mas consegui ouvir suas ofensas.

- Também Arthur. Mas não só vivo do que você está pesando.

- Não quero ver os meus dois filhos que amo, brigando de novo. Hoje é uma reunião familiar, vamos ficar em paz.

- Vou tomar um banho mãe. Depois desço pro jantar. – eu saí da sala o mais rápido possível. Só fiquei admirado com o silêncio do meu pai, pois sempre é o primeiro a me infernizar.

Tomei meu banho delicioso. Numa água bem gelada. Senti o sabor da boca do Gustavo... Me joguei na cama, pelado, e lembrei do dia em que roubei um beijo do Enzo. – Meu Deus, como eu fui doido neste dia! – ri para mim mesmo. Botei uma roupa e fui jantar.

************

- Porra mãe! Não enche! Eu já disse que esse o cara é legal.

- Enzo, aqui é uma comunidade! Não é lugar pra gente riquinha. Eu garanto que este rapaz que você convidou, só virá aqui, pra esnobar da gente. – disse a mãe do Enzo. – Aproveita e vá ver como seu filho está.

Ele foi até o quarto, examinar o João, seu filho de apenas 4 anos. Era algo que ele não havia contado para o Guilherme. João perdeu a mãe ainda bebezinho; quando ela foi assassinada com três tiros na cabeça. Na verdade, a mãe do garoto, além de usuária de drogas, era traficante, e se envolveu com bandidos barra pesada. Desde então, o Enzo se comprometeu a cuidar do seu único filho, ao qual ele tanto venerava.

- E aí garotão? Deixa o papai ver se essa febre baixou. – ele examinou o filho. A casa onde morava com a mãe, era bem simples. Com poucos móveis, pouco conforto, ambientes apertados... Mas ele tinha orgulho de ser quem era. O churrasco iria acontecer no quintal da casa do vizinho, que era o tal brother de infância do Enzo.

- Papai, eu quero brincar na sala.

- Você tem de ficar deitado, sem fazer esforço. Volta a dormir, que amanhã você vai ficar melhor. Vou ficar aqui até você pegar no sono. – ele se deitou na cama estreita, ao lado do seu filho, e ambos apagaram no sono.

A vida era maravilhosa para alguns, mas às vezes, ingrata com outros.

*********

Eu acordei com tanto bom humor, que nada iria estragar meu fim de semana. Tomei meu café, não respondi as agressões do meu pai, e fiquei só contando as horas pra sair de casa. Tomei banho, me arrumei, peguei a carteira, e fiquei na porta do prédio, só aguardando a chegada dos meus amigos.

- Poxa, até que fim! Aposto que a demora foi do viado do Victor.

- Se enganou meu bem. Eu tive que tirar a Vivi de casa, pelos cabelos. Você acredita que ela experimentou mais de dez peças de roupas? Tava se achando gorda, feia e o resto você já sabe.

- A minha vontade é dar na cara dela quando ela faz isso. Eu já te falei mulher, que você é linda! – eu dei uma bronca nela, e entramos no táxi.

- Entrada da comunidade do Borel, por favor. – e lá fomos nós três, rumo à diversão.

Meia hora depois, e descemos do táxi. A Vivi e o Victor estavam assustados.

- Vocês dois querem parar de fazer estas caras? Desse jeito as pessoas vão se sentir uns monstros. Relaxa gente. Olha como isso aqui é divertido? Existe vida neste local.

Como combinado, o Enzo buscou a gente na entrada da favela. Ele tava tão fofo. De bermuda, camiseta e o seu famoso boné jogado para trás. Como eu disse antes, ele era magro, mas seus olhos verdes e sua cor morena, somado aos seus cabelos cacheados e seu jeito largado, o deixava tão atraente.

Eu o apresentei aos meus amigos, e seguimos seus passos até o local do churrasco. Eu estava ansioso para conhecer as pessoas. Entramos em becos com casas coladas uma nas outras, e subimos uma ladeira, até finalmente chegar ao local. AS pessoas nos olhavam como se a gente fosse uma celebridade. Era visível que pelo fato de o Victor e a Vivi estarem usando roupa de grife, eles não se encaixavam no quadro de habitantes daquele lugar.Pois eu fiz questão de ir em a vontade, bem solto!

Enzo nos apresentou aquela galera toda, que eram cerca de 40 pessoas. Eles ouviam samba, e um grupo batucava ao fundo. Logo, dois rapazes se encantaram pela Viviane, e o Victor ainda se sentia tímido. Enzo me levou para conhecer sua mãe, e eu adorei a simplicidade dela.

- Olá! Como vai a senhora? É um prazer conhecê-la. – eu abracei ela,e senti uma alegria tão grande em conhecê-la.

- O prazer é todo meu filho. Fique a vontade. Eu sei que somos humildes, mas aqui, todo mundo se diverte e é de paz.

- Eu sei disso. E posso apostar, eu estou adorando!

Ele me deu uma cerveja, e o clima ainda era amistoso entre nós dois.

- Quero que você conheça o meu filho.

- Filho? Você é pai?

- Sim. – ele me levou até o filho dele, que estava se divertindo com outras crianças da sua idade.

- Davi! Davi, meu filho. Vem aqui. – ele se aproximou. – Diga oi para o tio Guilherme.

- Oi tio Guilherme.

- Oi Davi. Você já é um homenzinho.

- Filho, você estava ardendo em febre ontem. Pega leve nas brincadeiras.

As crianças saíram dali, e ficamos sozinhos novamente.

- Eu fiquei surpreso. Não imagina que você tivesse um filho. E a mãe dele?

- Morreu quando ele tinha cinco meses. Ela foi assassinada na porta de casa.

- Sinto muito. – aquelas palavras causavam impacto ao serem pronunciadas. A história do Enzo era mais difícil do que eu podia imaginar. Fiquei ainda mais impressionado em ver o amor que ele sentia pelo seu filho.

- Vamos os reunir com o povo?

- Claro. – eu concordei. Quando voltei ao quintal, me surpreendi ao ver o entrosamento da Vivi e do Victor com algumas pessoas. Os dois estavam rindo muito com um cara que contava umas histórias engraçadas. Ambos estavam impressionados com tanto barulho e gargalhada pra todo lado.

- Você tá gostando? Deve ser muito diferente dos lugares que você costuma ir, não é? – ele me deu mais uma bebida.

- Sim. Mas te garanto... Aqui é bem mais divertido. As pessoas aqui tem prazer em estar com você, sorrindo, brincando... É enérgico!

- Aproveitando que você aceitou o meu convite... Eu queria me desculpar com você.

- Quê isso Enzo! Sou eu quem lhe deve desculpas. Eu não devia ter feito o que fiz. Foi uma falta de respeito da minha parte.

- Amigos? – ele me olhou.

- Amigos. – eu ri, e ele me deu mais bebida.

- Desse jeito eu vou sair daqui carregado.

- Dizem por aí, não sei se é verdade, que...

- Cú de bêbado não tem dono?... Talvez seja verdade, mas o meu tem!

Novamente a minha vontade era de beijá-lo. Na verdade, eu queria invadir a sua intimidade. Eu queria degustar cada pedacinho dele...

CONTINUA...

Siga a Casa dos Contos no Instagram!

Este conto recebeu 0 estrelas.
Incentive Alê12 a escrever mais dando estrelas.
Cadastre-se gratuitamente ou faça login para prestigiar e incentivar o autor dando estrelas.

Comentários

Foto de perfil genérica

Muito bom Alê, gosto também do jeito forte do Enzo. 1 leitor

0 0
Foto de perfil genérica

U.u safadinho gostei continua

Ale meu lindo preciso muito falar com voce por favor entre em contato comigo no meu email caiolokodavida@gmail.com por favor preciso muito conversar com

0 0