Tudo começou em um dia chuvoso, era noite e só estava eu e meu irmão mais velho em casa, Sou Roberto, nessa época eu tinha 16 anos e meu irmão Murilo tinha 18, eramos muito parecidos em algumas coisas, em outras nem tanto, eu era mais quieto, não me considerava bonito, era só normal, pele muito clara, cabelos pretos e olhos verdes, 1,72 de altura, usava o cabelo na altura dos ombros, já Murilo era forte, tinha pele queimada do sol, além de ser tudo aquilo que eu admirava em um homem, como estava dizendo, tudo havia começado com aquela maldita chuva que caia lá fora, eu sempre fui muito medroso e então estava morrendo de medo, meu quarto fica do lado do quarto de Murilo, então fui para lá, abri a porta e ele estava deitado, sabia que ele estava acordado porque quando ele dorme todos na casa conseguem ouvir o seu ronco, bati na porta e ele me mandou entrar:
-Murilo eu posso ficar aqui com você?
-Pode, só não faz barulho to tentando, dormir- ele falou, e bateu a mão na cama- pode deitar aqui.
Eu fui e me deitei, ele levantou o cobertor e me cobriu, estava quente ali em baixo e o cheiro dele na cama ela extasiante, como estava sem sono eu decidi puxar uma conversa, eu e meu pai nunca fomos muito chegados um do outro mais eu sabia que ele me amava muito, pois se não me amasse de verdade não teria me aceitado gay quando me assumi em um dia qualquer.
FlashBack...
Era um dia como qualquer outro na minha casa um dia de sábado como qualquer outro, em dias de sábado nossa família almoça junto já que meu pai e minha mãe trabalhão demais, não temos tempo de sentar e por o papo em dia como toda família normal, e como todo pai que se preocupa com o filho e quer se intrometer na vida dele o meu pai começou a fazer perguntas pra mim, todo mundo sabe que quando o menino chega em uma certa idade os pais querem saber sobre as namoradas e as menininhas da classe, ou da escola, o meu pai não era diferente:
Pai- E então Roberto como andam as namoradinhas?
-Eu...é...não tenho namoradas pai, e sinceramente eu não quero nenhuma por agora- falei sem graça.
Pai- Como assim não quer nenhuma por agora?! Eu na sua idade já tinha várias namoradinhas, sua avó quase infartava porque os pais dela iam lá em casa reclamar sobre isso.
Mãe- Matheus, eu não sou obrigada a saber sobre suas aventuras com outras mulheres né, me poupe.
Pai- meu amor é passado, já passou não precisa sentir ciúmes.
Mãe- ciúmes? Eu? E eu sou lá mulher de sentir esse tal de ciúmes me...
-Eu sou gay!
Todos me olharam, Murilo só me olhou, e voltou a comer como se nada tivesse acabado de acontecer, oque eu achei um máximo porque eu achei que ele pegaria o chinelo e acabar com a minha raça.
Pai- Uau, nossa, essa eu nem imaginava- falou ele com uma cara sapeca, olhou para a minha mãe e os dois começaram a rir, eles riam como se tivessem ouvido a melhor e mais engraçada piada do mundo- meu filho você acha mesmo que eu e sua mãe não te conhecemos tão bem para saber que você era gay?!
-E porque você me fez essa pergunta sobre namoradas?
Pai- Pra ver se você tomava vergonha nessa sua cara, e abria a boca pra falar a verdade pra gente.
Mãe- Meu filho eu já sabia disso faz tempo sou sua mãe, que tipo de mãe eu seria se não prestasse atenção nos trejeitos do filho- e voltou a rir- aiai agora vamos voltar a comer, antes que nossa comida esfrie.
Fim do FlashBack...
Eu dei até uma risadinha baixa, lembrando desse dia, e o Murilo me chamou:
-Do que você tá rindo?
-Estava lembrando do dia em que me assumi, foi hilário...
-Foi mesmo, eu já sabia por isso nem me surpreendi também.
-Eu dava tão na cara assim que era gay?
-Não mas... você sabe somos família a família sempre sabe, algumas só querem esquecer ou não admitir pra si mesmas que tem um filho ou parente gay.
-verdade, mais comigo foi tão tranquilo e eu me senti tão bem, fazendo uma comparação era como se eu tivesse o peso de uma baleia, e que depois de assumir isso, esse peso sumiu.
-deve ter sido uma sensação boa.
-e foi, Murilo? Eu sei que você já beijou muitas meninas, beijar é bom?
-opa então quer dizer que você nunca beijou alguém?
-não- falei com vergonha- não me acho bom o bastante, nessa hora eu já estava virado pra ele e ele pra mim, dando em conta que estava virado de costas para ele.
-como assim você é lindo, qualquer pessoa que tiver bons olhos perceberão como você é especial e...
Eu o beijei, ele não teve reação, não foi um beijo, beijão como a Larissa Manoela canta, foi mais um selinho inho, que graças ao Murilo virou um beijo de língua, não era um beijo excitante, mais carinhoso, tinha afeto, não era só um beijo por beijar e só, foi lindo eu não sei nem como descrever a sensação daquele ato, durou uns 10 segundos mas, pra mim durou muito mais:
-Meu deus Murilo me desculpa, me perdoa, ai meu Deus
-Sai, sai do meu quarto agora!- ele gritou
-me desculpa mesmo, foi sem querer, eu não queria- falava enquanto saia pela porta do quarto a fechando, fui correndo pro meu quarto chorando, eu não estava preocupado se ele falaria alguma coisa para os nossos pais porque ele não falaria, por vergonha e medo. Eu estava com medo de mim mesmo, das minhas atitudes, do que acabou de acontecer, eu sabia que era errado, mais ver ele falando de mim como se eu fosse um ser humano maravilhoso, foi... muito bom de se ouvir quase ninguém notava as minhas qualidades, só Deus sabe quantas vezes eu ouvi minha avó e meus tios falando para meus pais que eu não teira um bom futuro só pelo fato de eu ser gay, lógico o mundo não é fácil todo mundo sabe disso, o mundo não é fácil para ninguém nem para os gays e nem para os héteros, todo mundo sofre um dia outros mais outros menos, essa é a vida, depois de muito chorar eu dormi e só acordei no outro dia.
De manha eu acordei com o sol no meu rosto, levantei e fui ao banheiro, escovei meus dentes, tomei banho e escovei meus cabelos, me arrumei com uma roupa qualquer, uma camisa branca, folgada e grande, e um shorts curto, acima do joelho, desci as escadas e encontrei com minha família no café, quando meus pai viraram o rosto pra mim fixaram o olhar no meu rosto:
Mãe- misericórdia, senhor Jesus, oque aconteceu com seu rosto meu filho, passou um caminhão nele esmagou e virou trakinas foi?- falou minha mãe, ela era uma comédia quando queria, mais quando ela tirava o dia para ser chata ela conseguia.
-não mãe é que eu, fui dormir muito tarde- foi o melhor que eu consegui inventar de última hora.
Mãe- da próxima vez dorme mais cedo, porque pra fica com essa cara você dormiu as 09:30 e acordou as 09:35.
O Murilo nem olhou na minha cara, oque eu fiquei muito triste, eu o amava, como irmão é claro. Logo depois do café da manha eu voltei para o meu quarto e fiquei no facebook com a minha melhor amiga, a Camila, ela era loira, 1,65 de altura, e muito legal, minha amiga desde o primário, e eu sabia que podia contar com ela.
-Oi, tudo bem?- perguntou camila pelo face.
-Não muito Ca, aconteceu uma coisa que não poderia ter acontecido ainda mais com quem aconteceu.
-Vixe, já vi que é coisa séria né, abri a boca bicha joga seus crimes pra fora.
Contei tudo que aconteceu pra ela, e ela me deu um conselho, ir falar com ele, parece idiota da minha parte ir falar com ele sendo que, ontem a noite ele praticamente me expulsou do quarto dele, mais eu como sou abusada, fui mesmo assim.levantei minha cabeça, arrumei a postura, e fui pro abate, sai pelo corredor e entrei no quarto dele sem aviso, sem bater, nem avisar que estava entrando.
-Murilo, nos...
-porra você não tem mão pra bater não caralho, e se eu tivesse pelado ou coisa do tipo, aqui continua sendo meu quarto e você não tem o direito de entrar aqui sem bater.
-cala boca Murilo, eu sei que o que aconteceu ontem foi errado, você sabe disso, e eu tenho consciência que isso é errado, mais foi sem querer- falei com a voz embargada, quase chorando mais como eu não sou de demonstrar fraqueza ainda mais pra ele- poxa, somos irmãos e eu gosto muito de você, não queria que você ficasse com raiva de mim por isso to aqui tentando me redimir com você.
-é eu também gosto muito de você Roberto mais o problema não foi o beijo, mais sim por que eu gostei dele, e quero repetir- e me beijou.
Continua...
