*Narração do Diogo.
-Diogo, cinco minutos! – Disse a Bibi, a contra regra da boate, eu estava terminando de ensaiar a coreografia com os meninos pela ultima vez, estávamos todos bem afiados. – Então não se esqueça, quando você terminar a parte do “pole dance” na coreografia, os meninos vão sair do palco e as luzes vão iluminar a poltrona, vai parecer que os “poles dance” sumiram! Então você anda até a cadeira e faz a ultima parte da coreografia! Ok?
-Ok, já esta tudo muito bem planejado! – Disse eu.
-Eu vou estar lá na primeira fila te aplaudindo de pé amor. – Disse ela sorrindo. – Sua família já esta ai?
-Já, meus pais e meu amor! – Disse eu sorrindo, todo mundo fez “Ownn”. – Para gente!
-Bora Diogo, ta na hora! – Disse a Bibi se levantando, eu me levantei, mas sentei de novo. – O que foi garoto?
-Aiin, menina, eu acho que eu vou ter um enfarte! – Disse eu passando a mão no meu peito liso por causa do óleo.
-Para de gracinha PORRA! Bora logo, se não eu vou lá chamar teu pai e tua mãe, eles vão te tirar daqui na marra! – Disse ela me pegando pelo braço e me levando pro lado do palco.
-Meninos venham cá! – Disse eu, os quatro dançarinos que vão dançar comigo chegaram perto de mim, demos um abraço coletivo e oramos, pois é, mesmo sendo uma boate desse “tipo”, nós temos a tradição de sempre orar antes de subirmos ao palco, os poles dance já estavam no lugar, a cortina estava abaixada, eu olhei por uma fresta e pude ver que a casa estava cheia, senti um friozinho na barriga, senti um nervosismo muito grande, senti meu coração disparando, senti meu corpo inteiro tremer. – Estão prontos? – Perguntei eu olhando pra eles, todo mundo tomou seu lugar segurando em uma pole dance e eu fiz o mesmo, olhei pros meninos e eles estavam sérios olhando pra frente. – Seja o que Deus quiser! – Disse eu pra mim mesmo, dei sinal pro controlador dos efeitos começar o numero, ele diminuiu as luzes no resto da boate e apontou o resto pro palco, eu tremia que nem um gato assustado, mas logo senti um calor interno, quando estou no palco preciso ser sexy, perfeito e glamouroso! Mas naquele momento senti algo completamente novo acontecendo dentro de mim, senti quase como se outra pessoa estivesse assumindo o controle das minhas ações, alguém muito mais feroz, porque esse é a minha hora, meu numero começou e eu preciso dar o meu melhor.
As cortinas começaram a subir, uma iluminação especial que projetava formatos de pele de onça no palco foi lançada em mim e nos dançarinos, deixando tudo mais sexy e misterioso. Quando faltava metade da cortina pra subir, a batida da musica “Partition” da Beyoncé ♥ começou a tocar, pude ouvir que as pessoas conheciam essa musica já que foi uma gritaria só.
Começamos a mexer suavemente nossas pernas até que a parte rápida da musica começasse, quando a batida ficou mais pesada nós começamos a rodas nos poles dance, predemos nossas pernas neles, subimos quase até o topo e descemos lentamente com nossas pernas.
“Take all of me, I just wanna be the girl you like…♫ ♪”
Mexíamos nossas cabeças pra um lado, e empinávamos nossas bundas as mexendo do outro, seguramos nos poles dance e nos esfregamos neles colocando o ferro no meio das nádegas, descendo e subindo.
“Oh there daddy, daddy now you ripped my fur, oh baby baby be sweating out my hair…♫ ♪”
Eu olhei pra cima e pude ver meu amor de pé lá no camarote, ele estava com um sorriso de orelha a orelha.
Seguramos em nossos poles dance e começamos a rodar com as pernas enlaçadas nele, eu e outro dançarino começamos a dividir o mesmo poste, enlaçamos nossas pernas umas nas outras e ficamos de costas um pro outro com o poste no meio, colamos nossas bundas, subimos e descemos, ele veio pra trás e ficamos subindo e descendo como se estivéssemos nos esfregando, ele me pegou pela cintura, me virou de frente pra ele, entrou no meio das minhas pernas e ficamos nos mexendo no ritmo da batida, as luzes se apagaram e apenas um canhão de luz roxa ficou em cima de mim, os outros dançarinos deixaram o palco me deixando sozinho.
“I just wanna be the girl you like, girl you like, the kinda girl you like… Is right here with me! ♫ ♪”
Eu fui andando até o fundo do palco, o canhão de luz que estava em mim se apagou e no mesmo instante se acendeu uma luz traseira no palco, mostrando apenas a sombra da minha silhueta e a cadeira que eu iria usar no ato final do meu numero, como a maioria ali já conhecia a musica eles sabiam o que estava acontecendo, eu olhei de rabo de olho pro camarote e pude ver com dificuldade o meu amor com os olhinhos brilhantes.
Eu me apoiei na cadeira e comecei a mexer a bunda no ritmo da musica, me empinei e coloquei uma perna na cadeira, subi em cima dela e fiquei de quatro completamente empinado, apenas minha sombra era vista por quem estava assistindo, os dançarinos estavam num canto escondido do palco me dando apoio moral.
Eu fui até o outro lado da cadeira, me inclinei e fiquei de quatro em cima dela com as pernas levantadas, parei nessa posição e dei uma empinadinha, fiz um movimento que eu demorei quase um mês pra conseguir aprender e executar sem me machucar ou cair da cadeira, eu dei quatro girei meu corpo me fazendo ficar deitado na cadeira e levantei minhas pernas, quando eu fiz isso foi uma gritaria só, até os meninos que estavam escondidinhos num canto do palco gritaram, eu sorri, mas não podia sorrir, tenho que manter a pose.
Eu me sentei na cadeira, levantei meus quadris e comecei um movimento lento como se eu estivesse penetrando alguém, acelerei o movimento conforme a musica acelerava, quando faltava alguns segundos pra musica acabar um canhão de luz roxa iluminou meu corpo, eu olhei pro camarote e mandei um beijo pro meu amor que me olhava cheio de orgulho, ele sorriu e mandou um outro pra mim, as pessoas olharam pro camarote tentando descobrir quem é o dono do coração daquele dançarino...
As cortinas foram baixando e eu fui andando até a cadeira até as luzes que me iluminavam se apagarem aos poucos me deixando “invisível” aos olhos do publico, quando a musica parou eu pude ouvir os aplausos e os gritos, nossa, eu NUNCA me senti como naquele momento, meu coração estava preenchido de felicidade, eu havia realizado um dos meus maiores sonhos.
Eu desci do palco e os meninos já me esperavam, foi uma gritaria só, demos um abraço em grupo, até meu chefe que é todo “carrancudo” veio me dar um abraço.
-Esse foi sem duvidas um dos melhores números que essa boate já viu! – Disse ele na frente de todo mundo, me senti a ultima Ana Maria do pacote do Universo.
-Eu quero agradecer a todo mundo que esta trabalhando super duro desde o mês passado pra poder tornar esse meu sonho real! Quero dizer que eu estou MUITO orgulhoso dos meninos, vocês foram fantásticos, eu não conseguiria em dançarinos melhores pra me ajudarem a fazer esse numero! Quero dizer o quando eu estou orgulhoso do Juca e do Léo, do som e da iluminação! Tudo saiu melhor do que eu imaginei, me senti a própria Beyoncé kkkk’s Estou muito orgulhoso de toda essa equipe, o pessoal dos camarins, da copa, da limpeza kk’s Muito obrigado por me aturarem! Kk’s – Disse eu, eles se jogaram em cima de mim e me abraçaram, quando eu cheguei ao camarim meu amor estava lá me esperando com um lindo buquê pra mim.
-Finalmente, eu já estava me perguntando onde meu lindo bailarino estaria! – Disse ele me entregando o buquê, me puxou pra si e me apertou em seus braços. – Você estava lindo no palco, eu não consegui tirar os olhos de você, nossa, eu nem sei o que te dizer! Você foi incrível, maravilhoso! Foi perfeito amor, perfeito! E muito, muito, muito, muito... Sexy! Eu fiquei excitado o seu numero inteiro, nossa, você estava muito sexy! – Disse ele apertando minha cintura, me deu um beijo que quase me fez ver estrelas, senti seus lábios macios nos meus, ele chupava meus lábios enquanto suas mãos rápidas acariciavam minhas costas, as senti descerem, passarem pela minha bunda e acariciarem minhas coxas.
-Calma Rafa, temos uma noite inteira pra comemorar! – Disse eu me afastando dele e dando um selinho em seus lábios. – Você me trouxe flores, muito obrigado amor, que lindas... – Disse eu pegando o buquê que ele trouxe e levando até meu nariz pra sentir o perfume das rosas brancas.
-Você que é lindo! – Disse ele se inclinando pra me dar um beijo, antes de eu fazer o biquinho meu pai me puxou e ficou no meu lugar.
-NEM PENSE NISSO! – Disse meu pai, Rafa abriu os olhos assustado, meu pai parece até um ninja, aparece do nada, como um fantasma kk’s.
-Pai, não é isso o que você esta pensando, ele só estava... – Quando eu ia concluir meu pai me interrompeu.
-Eu já sei que vocês estão juntos garoto, por isso eu não quero mais deixar vocês tão “soltinhos”, de agora em diante eu estou de olho em vocês dois! – Disse meu pai. – Vocês até podem namorar, mas quando o Rafael dormir lá em casa, EU mesmo vou dormir com vocês, no mesmo quarto!
-Ahh desnecessário pai! Eu sei me cuidar muito bem! – Disse eu.
-Não interessa, mas eu vou fazer mesmo assim! – Disse meu pai. – Mas eu não vim aqui pra discutir! Vim aqui pra dar um “upa” no meu bebê! – Disse meu pai me apertando em seus braços e me levantando no ar. – Você é incrível filho, eu sabia que você é talentoso, mas não sabia que além de tudo tinha presença de palco! Mas olha só, não gostei de todos aqueles marmanjos babando em cima do meu filhote, e gostei menos ainda de você se esfregar com um no palco! – Disse meu pai.
-Ahh! Me poupe né pai? Esse é o meu emprego meu coroa! – Disse eu, minha mãe ainda estava com os olhos vermelhos.
-Meu filho, você é incrível! A mamãe NUNCA se sentiu tão orgulhosa! – Disse ela me abraçando e enchendo meu rosto de beijos. – Eu chorei vendo seu numero kk’s As pessoas me olhavam como se eu fosse louca! Mas foi lindo.
O meu pai ficou encarando o Rafa com cara feia, e o Rafa fingia que não era com ele! Kk’s Meu pai é demais, eu fui até o banheiro do camarim, tirei a minha cueca do uniforme, enfurnei na bolsa, coloquei uma calça jeans, um moletom e saí do banheiro pronto pra ir embora.
-Vamos gente... – Disse eu.
-Ué? Ainda são 00h30min, você só sai 06h00min! – Disse meu pai olhando no relógio em seu pulso.
-Não pai, é que quando um dançarino faz seu “numero” ele dispensado assim que seu numero termina! – Disse eu pegando as flores que meu amor me deu e saindo do camarim acompanhado dele e dos meus pais. Algumas pessoas vieram me parabenizar pelo meu numero*Narração do Rafael.
Nossa, ele foi incrível, eu mal tinha palavras pra dizer o quanto ele foi perfeito no palco e o quanto o numero dele foi lindo.
Estávamos saindo do seu camarim, em uma mão ele segurava as flores que eu lhe dei, a outra ele usava pra apertar a mão das pessoas que vinham o parabenizar pelo numero, eu estava atrás dele, ele sempre me apresentando como seu “namorado”, eu me senti o rei do mundo quando ele me apresentou pros seus colegas de trabalho dessa forma, nunca vi tanta gente bonita num mesmo lugar, sempre que ele terminava de falar com uma pessoa logo vinha outra parabenizar ele. Eu estava distraído conversando com o pai dele, quando dei por mim um desses “Gogo boys” todo fortão e tatuado, usando só uma sunga branca e asas de anjo estava abraçando ele apertado, me subiu uma raiva, eu tive vontade de explodir aquele lugar inteiro, tive vontade de sair socando tudo.
-Juan, esse é o meu namorado Rafael! – Disse ele, eu forcei um sorriso e apertei a mão do rapaz.
-Finalmente né? Finalmente alguém conquistou esse coração de tempestade! – Disse ele fazendo MEU Diogo sorrir, eu fiquei com raiva até dele ter roubado um sorriso do meu amor, os sorrisos que ele devia dar somente pra mim.
-Rafa, o Juan foi o primeiro amigo que eu fiz aqui na boate! Ele me ajudou muito, se eu sei dançar “razoavelmente” hoje em dia é por causa dele! – Disse ele me encarando.
-Para de bobagem! Você já veio com a dança de berço, tu já nasceu dançando moleque... – Disse o tal do Juan, ele se virou pra mim e disse: - Você é um cara de muita sorte por ter o Di como namorado, ele é um garoto incrível e um dançarino maravilhoso, desejo muita felicidade pra vocês viu? – Disse ele sorrindo, deu um ultimo abraço no Rafa, apertou minha mão e saiu.
-Ele parece legal, ele é gay? – Perguntei eu no pé do ouvido do Diogo.
-Ele é muito legal, gay? Kkk’s Não, ele é casado e é apaixonado pela esposa dele! – Disse ele. – Lembra da Nicole? Então, ela é esposa dele! – Disse ele, eu quase caí pra trás, mesmo eu não sentindo atração por mulheres eu fiquei encantado com a beleza dela, a mulher é perfeita, corpo, rosto e personalidade.
-Eles se conheceram aqui?
-Uhum... – Disse ela, finalmente conseguimos sair da boate, fomos até o estacionamento e entramos no carro, eu e eles atrás, estávamos distraídos conversando até que quando o pai dele freou no sinal nossas mãos se tocaram, olhamos pra elas ao mesmo tempo e depois nos olhamos, ele sorriu e entrelaçou seus dedos nos meus, esse gesto tão simples, tão puro e doce me tocou profundamente.
-Você vai dormir lá em casa? – Perguntei eu.
-Claro... – Disse o Rafa ainda segurando minha mão.
-Que não! Diogo, vocês começaram a namorar agora, não quero que vocês durmam em um lugar onde não tenham minha supervisão e além do mais, eu não quero você dormindo lá na casa do Pastor até o Rafael contar que vocês estão namorando! – Disse o pai dele nos encarando pelo espelho retrovisor.
-Deixa os meninos em paz Clayton! Eles já são maiores de idade, não são mais crianças e o Rafael respeita demais o nosso menino, eu prefiro que ele esteja namorando o Rafa do que solteiro por ai pelo mundo! – Disse minha sogrinha dele colocando moral, meu sogro colocou as duas mãos no volante e ficou quietinho tadinho kk’s.
-Pai, liga o rádio! Eu ODEIO silencio, todo mundo sabe que eu sou movido pro musica kk’s Não consigo ficar sem musica, quando fiquei sem meu celular e não pude ouvir minhas musicas, nossa, quase caí em depressão! – Disse ele me fazendo sorrir, seu Clayton esticou o braço e ligou o rádio, assim que ele parou em uma rádio o Diogo disse pra deixar nessa, estava tocando a musica “How long Will i Love you” da Ellie Goulding. Ele me encarou com um sorrisinho fofo, apertou mais forte minha mão, eu senti um nó na minha garganta, nossa, eu ando tão emocional, acho que é o amor, eu só penso nele, só penso em nós e sinto que o que temos não é só um foguinho de palha, sinto que é bem mais que isso.
Chegamos à minha rua, meu coração apertou por estar chegando a hora de nós nos separarmos, mas claro que íamos nos ver no dia seguinte.
-Cuida bem do meu filho viu? – Disse o pai dele sorrindo. – Eu confio muito em você Rafael, eu só cuido de vocês por serem tão jovens, e eu tenho medo de algo ruim acontecer com o meu filho e com você, que é um filho pra mim!
-Pode deixar tio! – Disse eu.
-Meu querido, cuida do meu bebê ok? Ele te ama muito kk’s Sei que ele fica com vergonha quando eu falo isso, mas eu sei que ele te ama, e sei que você o ama também! Meu filho mudou muito depois que te conheceu, mudou pra melhor! – Disse a mãe dele me dando um beijo na bochecha.
-Tchau amor! Vou MORRER de saudade de você... – Disse ele saindo do carro junto comigo, quando ele me puxou pela gola da camisa pra me dar um beijo, o pai dele colocou a cabeça pra fora da janela.
-Nem pensem nisso, no máximo um abracinho, mas sem mão boba viu? Tô de olho! – Disse o pai dele sem tirar os olhos de nós. Ele me abraçou apertado, eu enfiei meu nariz em seu pescoço sentindo seu perfume, quando levantei meu rosto pra me despedir ele me roubou um selinho, eu corei por ter sido na frente dos pais dele, ficamos como duas crianças envergonhadas, nós nos despedimos, ele me deu um beijo na bochecha e entrou no carro. Eu entrei em casa e torci pros meus pais estarem dormindo e graças a Deus estavam, eu corri pro meu quarto e me joguei na cama, apenas tirei meus sapatos e literalmente apaguei, nossa, nunca me senti assim tão cansado*Narração do Diogo.
Eu ainda não acredito que ele me convenceu a isso, mas aqui estou eu, com minha roupa “comportada”, com meus fones de ouvido ouvindo Amy Winehouse e me perguntando porque eu aceitei ir a igreja.
Ele me chantageou vocês acreditam? Ele disse “Amor, eu fui lá te assistir! Agora eu quero que você vá comigo á igreja, eu vou ficar lá sentadinho ao seu lado, se você quiser pode até ir embora a hora que quiser...”. Ele estava ao meu lado falando e falando, falando e falando mais ainda, ele fala muito sabiam? Nossa, eu fiz até uma musiquinha é assim: “ Áda, áda, o Rafa não cala essa matraca! Conversa muito e fala de montão, se ele não se calar vai ganhar um socão! ♫ ♪”. Por isso eu desenvolvi um método, eu me desligo de tudo e só ouço meus pensamentos, sempre que ele ri eu rio junto, pra ele pensar que eu estou ouvindo kk’s. Ele me perguntou alguma coisa, afinal ele milagrosamente se calou e ficou me encarando.
-Pois é... – Respondi eu, sem nem mesmo saber a pergunta.
-Ahh, não tem problema! Sempre tem uma bíblia sobrando! – Disse ele, entramos na igreja e ficamos do lado de fora sentados, um monte de gente veio falar com ele, que sempre simpático sorria e me apresentava como sendo “seu melhor amigo”, eu me senti super importante, vinham jovens, adultos, crianças e idosos, ele parece ser bem querido por todos. Como pode né gente? Até na igreja tem piranhas! Umas meninas super oferecidas deram em cima dele na minha cara, tentaram dar em cima de mim, mas eu fingi que nem liguei. Ele logo disse que estava comprometido e feliz com o relacionamento dele. As meninas fizeram cara de desapontamento.
-Piranhas... – Sussurrei eu.
-Oi? Falou comigo? – Perguntou uma das meninas sorrindo, ela até parecia simpática.
-Não querida, eu disse “Paz do senhor...”! – Disse eu fingindo um sorrindo HIPER MEGA falso.
Elas foram embora e eu já olhei o Rafa com a minha cara de “Em casa a gente conversa!”.
-Elas são só amigas! – Disse ele.
-Ué? Eu não disse nada. – Disse eu.
-Mas seu olhar diz tudo, não precisa ter ciúmes! Você é meu garoto, eu nunca vou precisar de dois, sabe por quê? Você é meu numero um! Todas essas garotas são superficiais, mas você não! Você é único!
-Ok. – Disse eu gritando por dentro.
-Sério? Diogo, essas garotas são só minhas colegas, e além do mais eu não sinto atração por mulheres, você sabe disso!
-Ok! Eu já disse que esta tudo ok!! – Disse eu, eu não fiquei com ciúmes só das meninas, alguns meninos vieram falar com ele, senti que eles estavam dando em cima do Rafa, eu também sei que existem muitos gays enrustidos nesse tipo de lugar, sei também que pra ele é muito melhor um relacionamento com alguém do seu “mundo”, alguém que vá entendê-lo em todos os sentidos, mas eu NUNCA vou falar isso pra ele, quero poder controlar meus ciúmes. Mas quando ele me apresentou pra esses garotos “oferecidos”, eles perceberam que eu e ele tínhamos alguma coisa, que ele é MEU e ninguém tasca nessa porra!
-Não, não esta não! – Disse ele. – Eu te conheço muito bem, mas tudo bem, vamos deixar esse assunto pra depois né?
-Oi Rafinha? – Disse uma bicha poc-poc, praticamente pulou na nossa frente, além de escrotooo! Ele tinha um cecê horrível. Quase que eu falei pra ele: “Querido, você pode até estar na igreja, mas vai num centro de umbanda pra ver se tira esse Exú que esta debaixo do teu sovaco!”.
-Eaê, tudo bem? – Disse o Rafa sorrindo sem graça.
-Melhor agora, eu senti sua falta na escola dominical hoje de manhã! – Disse ele com aquela voz de gato desafinado.
-Eu não vou mais à escola dominical não, na verdade eu não sou mais membro de cargo na igreja, eu sou só membro mesmo! Eu não tenho mais tempo, comecei a trabalhar e tenho outras coisas... – Disse ele me olhando e sorrindo, ficamos uns segundos nos olhando em silencio. – Esse aqui é o Diogo, meu melhor amigo! – Disse o Rafa ainda me olhando.
-Tudo bem? – Disse eu estendendo minha mão.
-Tudo ótimo! – Disse ele a apertando. – Você agora é membro da igreja?
-Não. – Disse eu o encarando, ele até parece ser simpático, e mesmo se não fosse, pelo amor de Deus, ele não me apresenta ameaça nenhuma kk’s Bicha feia, escrota e fedorenta kk’s Senhor me perdoa. Mas gente, eu não quero parecer convencido ou arrogante, mas o cara da em cima do MEU namorado, na minha frente e nem se digna a tomar um banho, passar um desodorante, escovar os dentes ou ter o mínimo de decência de sair limpo de casa, quando eu olhei pro pé dele! SENHOR! Faz a obra na vida dessa pessoa, que pé poooodre!
-Que pena... – Disse ele me olhando de cima á baixo e dando um sorrisinho quase safado, nossa mãe, senhor repreende. Ele deu em cima descaradamente, deu em cima de mim também e logo foi embora.
-Amor, eu... – Quando ele começou a falar eu interrompi.
-Você nem abra a sua boca ouviu? Se você falar um “ai” eu te dou um socão! – Disse eu cheio de ódio, ele deu uma gargalhada e ficou me encarando.
“Eu gostaria que você fosse eu
Para que você pudesse sentir o que estou sentindo
Nunca quebrei uma promessa
E eu sei quando você não está sendo honesto
Agora se estou gritando é porque estou com ciúmes
Se você manter sua promessa, mantenho a minha
Oh, estou com ciúmes...
Às vezes quero estar no seu lugar
Fazer o tipo de coisas que eu nunca fiz
E eu te odeio pelas suas mentiras e pelas suas desculpas
E eu nos odeio por fazermos amor tão gostoso
E adoro fazer você sentir ciúmes, mas não me julgue
E eu sei que estou sendo detestável, mas isso não é nada
Isso não é nada
Estou apenas com ciúmes
Sou apenas um ser humano
Não me julgue!
Se você manter a sua promessa eu mantenho a minha.
Estou com ciúmes...”
Ele ficou me encarando com cara de bobo apaixonado, eu acho super fofo quando ele faz isso. Mas eu ainda estava puto por causa daquela bichinha poc-poc, pão com ovo!
-Tá olhando o que? – Disse eu bem ríspido.
- O amor da minha vida... – Disse ele mordendo o lábio inferior, ele sempre faz isso quando esta nervoso.
-Bobo! – Disse eu sorrindo e sentindo minhas bochechas corando.
Demorou muito pro culto começar, o imbecil do Rafa chegou super cedo, quando o cara anunciou que o culto começou, nossa, eu estava quase caindo no sono sentado naquele bando de madeira, quando eu me levantei minha bunda estava até dormente.
-Porra, você chegou cedo hein? – Disse eu pro Rafa. – Ficamos aqui quase uma hora esperando, merda.
-Kkk’s Eu sou o filho do pastor, tenho que dar o exemplo! – Disse ele apertando minha bochecha e fazendo biquinho.
-Foda-se! Mas eu não sou, podia ter dormido mais um pouquinho. – Disse eu com a cara emburrada. – Puta que pariu... Você sabe que eu odeio esperar, que merda! – Rafa deu uma risadinha fofa, mas bem na hora passou uma senhora usando um chapéu horrível, parecia uma alegoria de escola de samba, ela me olhou com olhar de reprovação.
-Você tem uma boca suja! – Disse ela me olhando de cima á baixo.
-E você tem um chapéu horroroso! – Disse eu pegando meu NAMORADO pela mão e saindo dali.
-Mal educado! – Balbuciou ela.
Nós nos sentamos no banco, a igreja até que estava vazia, o pai dele começou o culto, vira e mexe eu sentia seu olhar sobre nós, até que foi legal ir á igreja, mas os olhares do pai dele estavam me incomodando, ele parecia nos fuzilar com os olhos. O culto demorou a passar, quando acabou nós saímos junto com resto dos irmãos.
-Eaê? Gostou? – Perguntou ele quando chegamos à cantina.
-Foi melhor do que eu imaginei, até que é legalzinho viu? – Disse eu.
-Precisamos conversar. – Disse o pai dele atrás de nós. – A sós e em casa!
-Tudo bem, só espera eu levar o Diogo em casa! – Disse o Rafa.
-Não precisa não, eu posso pegar um ônibus! – Disse eu me despedindo dele e do seu pai que mal me olhou.
Eu olhei pra trás e o Rafa me olhava, ele deu um sorrisinho pra mim, seu pai olhou pra trás, provavelmente pra ver pra quem seu filho estava sorrindo, ele me encarou com um olhar tipo: “Se eu pudesse, te matava!”, ele pegou o Rafa pelo braço e o levou pra dentro da igreja. Fui pro ponto de ônibus e logo meu ônibus chegou, fui pro fundão e coloquei meus fones de ouvido...
Mal sabia eu que minha vida ia dar um giro de 360° a partir daquele momento.
Continua...
Hoje eu ia responder os comentários, mas estou muito cansado, to quase pegando no sono em cima do teclado kkk’s
Deixe sua nota, um comentário e muito obrigado por ter lido o meu conto! XOXO ♥