Médico: Ele tem anemia, e tem que cuidar logo antes que fique mais grave.
Mauricio: Claro doutor, pode passar os remédios e dizer tudo o que posso fazer por ele.
O médico me deu todas as recomendações necessárias para cuidar dele e me despedi.
Nick narrando...
Eu: Então, o que eu tenho?
Mauricio: Anemia, e vamos ter que cuidar disso ok? Vou ligar para a Dani para avisar de você.
Ele pegou o telefone e começou a falar com ele chamando-a de amor, como aquilo me machucava, ficava triste, sei que não podia porque ela era minha mãe, mas não podia evitar, eu o amava.
Naquele dia eu dormi e acordei no outro dia, fui para a escola... As coisas na escola estavam horríveis pois o Rafa era meu amigo e estava sofrendo muito.
*
Rafa narrando...
O Nick chegou na escola graças a Deus, não gostava de ficar sozinho lá... Pelo menos tinha um amigo, estava me doendo demais a forma como o Fernando estava me tratando!
Ele passou com os novos amigos dele...
Um deles: E aí florzinha?
Nick olhou para mim triste... Não respondi nada.
Nick: Não liga para eles Rafa ok?
Eu: Não me importo, mas me machuca o Nando está ajudando-os.
Nick: Ele foi uma decepção.
Entramos na sala e assistimos a aula, muitos ficavam jogando bolinhas de papel em mim, eu já não estava aguentando aquilo, era pressão demais...
Nick narrando...
Estava preocupado com o Rafa, as “brincadeiras” estavam indo longe demais, eu estava enojado de tudo aquilo, a hora do intervalo chegou e fomos saindo quando fazem um círculo...
Eu: O que foi agora Fernando?
Outro garoto respondeu: Foi que vamos dar um corretivo no maricas aí.
Olhei para o Fernando sério: Fernando você vai mesmo deixar isso?
Rafa narrando...
Eu: Deixa Nick. – Eu estava cansado e na verdade já não esperava mais nada dele, em casa ele não falava comigo e na escola ele fazia da minha vida um inferno. – Mas quem tem que levantar a mão para bater em mim é o Fernando.
Fernando nada falou.
Outro garoto: Vamos Fernando, vai bate nele!
Eu: É Fernando, não espero mais nada de você, você me da nojo, já me decepcionou de outras formas, uma a mais ou uma a menos não é nada.
Outro garoto: Mostra que você é macho cara ou sai do nosso grupo.
Foi quando o vi levantando a mão e me dando um soco, caí no chão, todos aplaudiram e riram, meu rosto queimava, ele era forte... Nick me ajudou a levantar.
Narração de Nick...
Eu: Está sangrando Rafa, vamos para a enfermaria.
Olhei para Fernando: Eu tenho nojo de você.
Fomos para a enfermaria, seu supercilio estava cortado, a enfermeira tratou dele, ninguém havia contado ao diretor pois aquele grupo era o mais popular da escola e idolatravam eles. Depois fomos para a sala.
Rafa narrando...
Assistia a aula com meu rosto doendo mas me doía mais saber quem tinha feito aquilo comigo, tinha ódio dele e ao mesmo tempo desapontamento. O olhei e ele estava me olhando, que saco, porque ele estava me olhando? Queria adorar o hematoma que fez no meu rosto? Ver sua obra de arte?
Nick: Você está bem?
Eu: Estou com ódio dele!
Nick: Te entendo!
Eu: Queria morrer Nick, que saco!
Saí da sala sem pedir ao professor, fui ao banheiro e me olhei no espelho, meu olho estava horrível... Comecei a chorar, não gostava de chorar na frente de ninguém, mas alí desabei e chorei tudo que estava preso, não entendo porque sempre despertava o despreso das pessoas, inclusive das que amo...
De repente ele entra...
Eu: O que você quer?
Nando: Conversar... Rafa eu...
Eu: Eu te odeio Fernando, não quero conversar, não quero ouvir, não quero nem te ver na minha frente! Só queria saber o que te fiz para você fazer essas coisas comigo, isso tudo é só por eu ser gay?
Nando: Olha, eu estou arrependido, sério.
Eu: Então me fala, o que você veio falar?
Nando: A gente poderia ser amigo cara, só que aqui não.
Eu não estava ouvindo aquilo!
Eu: Fernando, me esquece, finge que eu não existo, aqui, em casa, na rua, no planeta, seja lá onde for, eu te odeio.
Saí dali e voltei para a sala...
Nick: Você me assustou!
Eu: O Fernando me pediu para ser seu amigo em casa, aqui não, tem vergonha de mim.
Nick: Nossa, que horrível...
Eu: Nick eu estou enojado.
Saímos dali e fomos para frente da escola, nem acredito que iria entrar no mesmo carro que ele e ir para a mesma casa que ele, que saco.
Ele parou do meu lado para esperar o motorista...
Nando: Rafa...
Eu: Uma pena minha mãe ter escolhido tão mal um irmão para mim, esperava um irmão de verdade e não alguém tão cruel.
Eu ia saindo mas ele pegou no meu braço...
Eu: Me larga! – Puxei meu braço.
Corri para a rua mas não vi o carro vindo de repente senti uma batida, fui jogado longe e tudo ficou escuro.
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Estão gostando?
Good bye.