Capitulo seis: Heart attack (Demi Lovato)
LUCAS
No dia seguinte eu fui para a escola com um sorriso sádico no rosto. A solicitação de amizade de Caio tinha me despertado um sentimento maravilhoso. Ele gostava de mim e eu gostava dele, mas mesmo assim não podia ceder a ele. Mas tenho que admitir que quase desmoronei ao vê-lo junto de Diego e Ramon. Mas apesar dos nossos olhares se cruzarem e eu sentir como se meu mundo tivesse acabado de ficar completo, eu tive de seguir em frente. “Foco Lucas” disse a mim mesmo. Victória estava junto a umas amigas bem próximo de onde Caio estava e eu fui direto até ela sentindo os olhos do garoto que eu amo em minhas costas.
— Oi Victória, oi meninas — cumprimentei as quatro meninas que sorriram abobadas para mim — Posso falar com você Victória?
— Você não tem um monte de dever de casa para fazer? — ironizou.
— Na verdade é sobre isso que eu tenho que falar com você — disse dando um sorrisinho malicioso.
— A gente se vê na aula Victória — uma das meninas disse dando um sorrisinho tímido para mim e as outras duas a acompanharam cochichando ente si enquanto se afastavam.
— Eu queria pedir desculpa pela forma como fui embora ontem — disse girado ao seu redor até achar um lugar onde eu poderia ver Caio nem que fosse de relance — Eu não fiz aquilo por mal. Eu fiquei nervoso. Nenhuma menina linda assim como você se interessou por mim — e tirei uma mecha de seu cabelo cacheado da frente do seu olho a fazendo corar enquanto Caio me olhava com fúria nos olhos.
— Você me acha bonita? — ela disse em um suspiro.
— A menina mais bonita que eu já conheci — disse me aproximando mais dela ignorando todo o meu corpo que gritava para que eu me afastasse dela. Me inclinei e repousei meus lábios gentilmente sobre os seus. A sensação de beijar uma garota era estranhamente curiosa. Era uma mistura de saliva e pele sem nenhuma química ou prazer, mas ao mesmo tempo era interessante. Me afastei dela e vi que Caio não estava mais ali. Considerei aquilo uma vitória.
— Depois a gente se vê — disse me afastando de Victória que tinha um sorriso abobado no rosto.
CAIO
— Você só pode estar maluco! — Ramon dizia veementemente — É claro que o Superman derrotaria o Hulk! Não tem o que dizer a respeito disso!
— O Hulk é uma força incontrolável da natureza —Diego argumentava — O Superman pode ser derrotado com uma pedra — ridicularizou.
— Essa é a fraqueza dele seu idiota! — Ramon respondeu — Além disso o Hulk é idiota e não pode fazer estratégia nenhuma!
— Mas o Hulk... — Diego ia dizendo quando eu parei de ouvir o que ele dizia, pois ele entrou na escola mais lindo do que nunca.
Trajava a camisa azul do uniforme junto de uma calça jeans escura que ressaltava ainda mais sua beleza. Seu cabelo loiro brilhava como ouro liquido quando a luz do sol refletia nele. Seus olhos azuis cruzaram com os meus por um momento fazendo meu coração acelerar. Lucas passou por mim e foi diretamente para onde Victória estava com mais três meninas. Vê-lo junto dela fez uma raiva incontrolável tomar conta de mim e me fazendo cerrar os punhos. Minha raiva aumentou ais ainda quando as três meninas se afastaram deles dois o deixando sozinho. O vi se aproximar dela e lhe roubar um beijo. Nessa hora foi como se meu mundo inteiro tivesse desmoronado em apenas alguns instantes. Meu coração foi comprimido pela dor até que se despedaça-se por completo não deixando nem um resquício de felicidade. Senti lágrimas escorrendo por meus olhos quando sem pensar duas vezes comecei a correr em direção ao banheiro. Não me importei com os olhares confusos de Diego e Ramon ou nem com as risadas dos outros alunos ao me verem chorar. Tudo o que eu queria era ficar sozinho. Abri a porta do banheiro masculino em um rompante e me tranquei em uma das cabines onde me sentei no vaso sanitário. As lágrimas escapavam por meu rosto como se tivessem vontade própria. Não conseguia para-las e nem controlar os soluços de dor que dava. Meu coração que antes batia acelerado por vê-lo, espetava meu peito com seus inúmeros cacos pontiagudos. Nunca senti nada assim em toda a minha vida. Era uma dor tremenda acompanhada de um vazio existencial que não me dava esperança alguma de ser feliz novamente.
— Caio, você está ai? — Ouvi a voz de Diego.
— Vai embora — minha voz saiu embargada pelo choro — Eu quero ficar sozinho!
— Pode falar comigo o que aconteceu cara — insistiu — Eu sou seu amigo!
— Já falei para me deixar em paz! — Gritei.
— Quando quiser conversar sobre o que houve, eu estarei à disposição — e saiu do banheiro.
Talvez essa seja uma das grandes diferenças entre Diego e Ramon. Ramon era divertido, brincalhão e eu gostava muito dele, mas era só isso. Ele era apenas um amigo para diversão. Com Diego era diferente. Ele poderia não ser a pessoa mais inteligente do mundo, mas ele era leal e um amigo de verdade. Eu sentia que poderia contar com ele para qualquer coisa que precisasse, mas como iria conversar sobre o que houve hoje se nem eu mesmo entendia direito o que estava acontecendo. A quem eu queria enganar? Eu sabia exatamente qual era o meu problema e ele se chamava ciúmes. Eu havia sentido ciúmes de Lucas quando ele beijou Victória e isso tudo por que eu estava apaixonado por ele. De repente o vazio em meu peito se preencheu, pois eu tinha finalmente conseguido dizer a mim mesmo qual era o problema. Eu sou gay e estava apaixonado por Lucas.
— Caio? — aquela era uma das poucas vozes que eu esperava ouvir, embora fosse óbvio que ele viria atrás de mim — Abre a porta.
Abri e encontrei Daniel esperando por mim. Seu olhar era preocupado e ao mesmo tempo compreensivo. Eu pulei nos braços de meu irmão mais velho que me acolheu com carinho e amor. Naquele momento éramos mais do que irmãos.
— Você viu? — perguntei a ele sentindo as lágrimas encharcarem seu ombro.
— Vi e para mim está tudo bem Caio — Daniel disse — Você é meu irmão e eu te amo.
— Você não me odeia? — perguntei chorando.
Ele me olhou como se eu estivesse louco.
— Eu nunca vou te odiar Caio — ele disse de forma acolhedora — Você é a pessoa que eu mais amo nesse mundo.
E nós nos abraçamos mais forte ainda.
Daniel ligou para a minha mãe que nos autorizou a ir para casa e meu irmão me levou embora. Ao chegarmos em casa, ele preparou um copo de nescau quente para mim e nós nos sentamos no sofá. Daniel ficou me olhando beber enquanto sorria para mim.
— Você acha que alguém percebeu? —indaguei.
— Todo mundo — Daniel falou — Mas como você não dá pinta, devem ter achado que você está afim da garota.
— E por que você não acha isso? — perguntei dando uma golada no nescau.
— Eu te conheço muito bem Caio. Eu já desconfiava pelo jeito que você trata a Suelen — disse — Parecia que você tinha nojo de tocar nela e sempre que eu te perguntava alguma coisa sobre sexo, você dizia que nunca tinha tentado nada com ela. Eu posso ser tudo, mas não sou idiota. E também você dançando Lady GaGa na sala foi um forte indicio — ele deu uma risada e eu joguei uma almofada nele — E por falar na Suelen, onde ela está?
— Ainda não voltou — respondi — Ela volta na semana que vem.
— E o que você vai fazer? — Daniel parecia realmente preocupado.
— Eu obviamente não consigo mais esconder que estou apaixonado por Lucas, então vou ter que terminar com ela. Não posso ficar a enganado. Além disso, ela vai acabar percebendo.
— E quanto a mamãe e ao papai — ele tocou em um assunto que eu queria evitar o máximo possível — Vai contar para eles?
— Um problema de cada vez Daniel — disse bebendo outro gole do nescau — Primeiro deixa eu resolver meu problema com a Suelen.
É gente eu estou de volta. Perdão pelo longo período em que fiquei se postar um novo capitulo dessa história, mas é que como eu disse no capitulo anterior, eu estava com uns problemas com meus pais e isso tirava qualquer possível inspiração que eu pudesse ter.
Espero que gostem de mais esse novo capitulo e até o próximo.