Cap.4
Ele fez uma cara de pensamento.
- Gay ?- balancei a cabeça, concordando- homem que gosta de homem ?- agora ele sorriu
- É- ele não soltou minha mão. Parecia raciocinar, por alguns segundos ficamos em silêncio- você me odeia agora ?
- Claro que não seu besta. É que você me assustou, eu pensei que fosse algo mais grave- falou, soltando a minha mão e indo pegar os pratos.
- E isso não é grave ?
- Claro que não. Meu Deus, não tem nada de mal em ser gay- respirei fundo
- Ai, como é bom ouvir isso de você, eu não sei o que faria sem a sua amizade. Posso te contar mais uma coisinha ?
- Uma coisinha ?- ele riu- tá, conta.
- Eu fiquei afim do Marcelo, não conta pra ninguém- ele se engasgou com a água que bebia- calma
- Nossa, afim ? Como assim afim ?
- Sei lá. Você nunca ficou afim de alguém ?- sorriu e pareceu pensar.
- Que eu me lembre não.
- Ora, afim, do tipo que acha bonito, e pensa em, diversos pecados que eu não devia pensar, que sente nervosismo quando está perto, ah, sei lá, dá nó no cérebro- ele riu.
- Tudo bem, eu vou guardar seu segredo, prometo- sorri
- Obrigado migo- sai da cozinha feliz. Pareciam que 10 toneladas tinham sido tiradas das minhas costas- Ginaaaaaa, vem almoçar !!!!!
- Não vou, tou com raiva !!!- só ouvi seu grito e acabei sorrindo.
- Vem logo vai, não me faça ir até ai
- Não !!!
- Então tá, eu e Fábio comeremos a macarronada que o ele fez sozinho !!- mas rápido que um raio, vi ela descer
- Pronto, vamos lá Wil, vem comer logo que eu tô com fome- falava ela me puxando com força, Fábio apenas sorria olhando nós dois.
TEMPO DEPOIS
Eu, Fábio e Gina estávamos na sala, assistindo filmes. Quer dizer, eu e ele estávamos, ela já tinha dormido a um bom tempo.
- Ai deus, tira desse desenho e põe outro filme, que eu vou botar ela na cama dela- peguei ela em meus braços lentamente, ela se mexeu, mas não acordou. Subi as escadas, abri a porta do quarto e a coloquei na cama. Botei a central de ar em uma temperatura agradável, ajeitei seu cobertor e dei um beijo no rosto dela. Em seguida, desci. Ele já tinha colocado Até que a sorte nos separe- eeeee, até que enfim um filme bom !- me sentei ao seu lado e peguei a pipoca.
- Eu adoro esse
- Eu também- o clima estava tão leve e bom que eu nem imaginava que horas antes eu tinha contado aquele segredo pra ele.
- Wil, eu sei que pode parecer esquisito o que vou perguntar, mas eu fiquei com uma curiosidade enorme de saber.
- Pode perguntar
- Você já foi afim de mim ?- imediatamente vi ele fazer uma cara fofa, e suas bochechas corarem. Ri
- Sim- ele arregalou os olhos- não me leve a mal Fa, mas você é muito fofo, é um amigo incrível, companheiro, atencioso, legal, não tem como não ficar afim- ele parecia perdido.
- Você acha... tudo isso mesmo ?
- Humrum- ria porque ele parecia envergonhado- e isso é um elogio pra você. Tenho certeza que logo você vai encontrar alguém pra você- ele sorriu
- Espero que sim- ele deitou a cabeça em minhas pernas, e ficamos vendo o filme.
NO DIA SEGUINTE
Mesma rotina de sempre, com a única diferença de Fábio estar dormindo ao meu lado. Acordei lentamente, como sempre acordava, ouvindo um hino. Ao retomar de uma vez minha consciência, foi que percebi que havia um braço em cima de mim. Olhei pra trás, Fábio dormia perfeitamente. Estranhei aquele braço ali, e lentamente sai dele. Me espreguicei e olhei pro Fábio. Peguei um travesseiro, e acertei de uma vez nele.
- Ai meu deus- ele falou, levantando de uma vez, e em seguida me olhou- porque fez isso ?- ri
- Porque você estava dormindo. Achei que você tinha ido pra casa- falei, entrando no banheiro
- É, mas a Gina inventou de montar quebra cabeça comigo, e eu acabei dormindo aqui. Eu até pedi pra você- comecei a procurar em minha memória, não achei.
- Pois eu não lembro. De qualquer jeito, se arruma logo que nós precisamos ir pro colégio.
- Assim que a senhoria sair do banheiro- ri
TEMPO DEPOIS
A mesma rotina entediante de sempre, envolvendo colégio da Gina, halls e minha sala. O tempo passou voando e logo era hora do intervalo. Decidi não descer. Peguei um que eu estava lendo, e continuei lendo. Por alguns segundos, tudo parecia normal, até que ouvi aquela voz.
- Oi- tirei lentamente o livro da minha frente, e vi Marcelo ali, ainda mais bonito do que antes, com aquela camisa colada.
- O..oi- ele riu
- Estou começando a achar que você é gago- quase eu morro agora.
- Não, mas eu não sou, é só garganta ruim- não sei da onde eu tirei essa desculpa esfarrapada.
- Ei, você quer ir tomar sorvete comigo ?
- Sério ?- arregalei os olhos quando ouvi aquele convite, e fiquei ainda mais nervoso quando vi uma formas envergonhadas se formarem em seu rosto- quer dizer, eu adoraria ir, mas eu tenho que cuidar da minha irmã, sabe como é, só tem eu pra cuidar dela.
- Tudo bem, leva ela então
- Sério ?- ele sorriu
- Sim. Eu adorei ela. Então fica marcado, umas 15h30 eu passo na sua casa, de lá a gente vai.
- Tudo bem- ouvimos o sino tocar, e ele sair lentamente da sala. Foi como se milhões de borboletas estivessem dentro do meu estômago, era inacreditável, ele tinha me chamado mesmo pra sair.
PAULA E BEBETO-MILTON NASCIMENTO
Ê vida, vida, que amor brincadeira, à vera
Eles se amaram de qualquer maneira, à vera
Qualquer maneira de amor vale à pena
Qualquer maneira de amor vale amar
Pena, que pena, que coisa bonita, diga
Qual a palavra que nunca foi dita, diga
Qualquer maneira de amor vale aquela / amar / à pena / valerá
Eles partiram por outros assuntos, muitos
Mas no meu canto estarão sempre juntos, muito
Qualquer maneira que eu cante este canto
Qualquer maneira me vale cantar
Eles se amam de qualquer maneira, à vera
Eles se amam é prá vida inteira, à vera
Qualquer maneira de amor vale o canto Qualquer maneira me vale cantar
Qualquer maneira de amor vale aquela
Qualquer maneira de amor valerá
Pena, que pena, que coisa bonita, diga
Qual a palavra que nunca foi dita, diga
Qualquer maneira de amor vale o canto / me vale cantar.
Continuava no meu clima, quando senti uma mão bagunçar meus cabelos.
- Porque você tá com essa cara de bocó ?- ri
- Para Fábio- ajeitei meu cabelo- adivinha
- O que ?- puxei a camisa dele, e falei no seu ouvido
- Marcelo me chamou pra tomar sorvete- eu estava calmo. Minha cabeça dizia a todo tempo que aquilo era errado, mas eu não conseguia parar. Ele se afastou, e sua cara não era de felicidade- ué ? Não gostou da notícia- ele forçou um sorriso, que de longe deu pra ver que era falso.
- Não, gostei. É que eu tenho outra coisa pra ver agora, depois eu volto.
- Espera, Fábio- vi ele sair pela porta sem olhar pra trás. Porque ele tinha reagido daquele jeito.
Continua
Gente, boa noite, e obrigado pelos comentários. Estou com muita raiva, porque ALGUÉM deixou uma marca enorme no meu pescoço, e agora estou tendo que usar 3kg de base pra tentar esconder (DESCULPEM O EXAGERO :). Gostaram ????? Comentem pf. Beijos. Gente, continuo pedindo opiniões sobre o tema e sugestões de músicas. Abraços