Adiantando outro capítulo, pois não sei se terei tempo amanhã. Vamos ao conto:
Era minha primeira viagem para tão longe, minha mãe estava visivelmente emocionada. Fechei a mala, mochila nas costas, na mochila estava pendurado minha coleção de chaveiros *-* , coloquei perfume - gente, sou louca por perfumes, tenho vários e sempre que pergunto a Ci qual estou usando a pobrezinha nunca sabe, rs... E eu ainda me zango, rs.. - meu irmão colocou a mala no carro, minha mãe me abraçou e me deu 1 milhão de recomendações. Saímos e pude ver ela secar as lágrimas. Me emocionei também, mas a euforia da viagem era maior. No aeroporto encontrei meus amigos, fiz Check-in e ficamos esperando a hora do vôo. Já na poltrona eu só pensava em aproveitar cada segundo, mas também não podia me esquecer que tinha uma decisão para tomar. No início da manhã nosso avião aterrissou no Galeão, tomamos um café e ainda restava mais um vôo até o Paraná. Porém o tempo lá estava terrível e o aeroporto fechou. Ficamos esperando quase 1h a mais no Rio. Eu estava um caco já, não havia dormido nada e como sou muito fresquinha com limpeza já estava sonhando com um banho. Sentei na poltrona, ajustei.o cinto e capotei. Acordei com uma amiga que estava do meu lado me cutucando. Ela estava apavorada, estávamos no meio de nuvens carregadas, a visibilidade era péssima e pude ver a aflição nos seus olhos. Dei risada e voltei a dormir. Mas ela não deixava. Quando eu fechava os olhos ela começava:
Lu: Mah, como você consegue dormir desse jeito? Nós. Podemos morrer a qualquer momento, sabia?
Eu: Inválida - eu a tratava assim, desde que ela levou um tombo na rua e passou dias mancando, rs... - relaxa! Tá tudo bem.
Bastou dizer isso e tivemos uma turbulência, rs... Ela só faltava quebrar meu braço de tanto que apertava. Quando o avião pousou vi a hora ela beijar o chão, rs..
Pegamos um táxi e nos dirigimos para o Hostel (Pra quem nunca ouviu falar, Hostel é uma outra nomenclatura para Albergue) que havíamos feito reserva. O lugar era ótimo, principalmente para nós que éramos estudantes e não podíamos gastar rios de dinheiro com diária de hotel.
O congresso foi ótimo. No primeiro dia livre corremos para conhecer as Cataratas do Iguassu. Gente, que lugar lindo é aquele? Não contive as lágrimas quando a água molhou meu rosto. Me senti viva novamente e lembrei de tudo que havia passado até ali. Sim, eu havia sobrevivido, era hora de fazer uma nova história. Na volta para o Hostel eu ouvia The Tallest Man on Earth - Revelations Blues. Estava numa vibe incrível.
No outro dia decidimos dar um pulinho na Argentina. Acordamos cedo, estava uma neblina densa, o termômetro da rua marcava 6° graus. Desci para a cozinha, peguei uma xícara de leite quente com Nescau. No prato uma fatia de pão integral com geléia de uva e um pedaço de bolo de cenoura - meu bolo preferido *-*. Meus amigos desceram e me fizeram companhia. Logo depois chegaram alguns canadenses e ficamos conversando também. Não sou 100% no inglês, mas me viro. Subimos, fechamos as mochilas e partimos em direção a Puerto Iguazu. Lá chegando, fomos direto as lojas de souvenirs e para minha surpresa havia um chaveiro escrito:
Mah
Argentina
Meus olhos brilharam e eu o agarrei logo: My precious, rs...
Fomos desbravando a cidadezinha e logo chegamos ao rio. Meus amigos decidiram descer o rio de barco, mas eu tenho um medo absurdo de barcos. O passeio iria durar 1h e combinamos de nos encontramos ali no fim do passeio. Eles se foram e eu fiquei sozinha. Estar sozinha em outro país era excitante, rs... Fui andando até que encontrei um teatro a céu aberto na beira do rio. Sentei um pouco, fiquei babando meu chaveiro novo, rs... Logo algumas gotas de chuva começaram a cair. Procurei um abrigo e fiquei olhando o rio e a chuva. Tudo aquilo valia mais que qualquer terapia que eu pudesse ter feito. Logo a chuva passou e o sol começou a brilhar, e eu percebia que na minha vida as coisas não podiam ser diferentes. Nada era pra sempre. Nem a chuva, tampouco o sol. Sabedoria era aprender a encontar equilíbrio em ambas as situações. Nunca fui uma pessoa de pensamento positivo, também não era negativa. Mas me considero alguém esperançosa, pois eu sei que tudo muda e essa certeza me ajuda a continuar vivendo com ânimo.
Logo a chuva cessou e meus amigos retornaram. Andamos um pouco mais e decidimos voltar para o Brasil. Chegando no Hostel quase tive um xilique. Enquanto estava filosofando na beira do rio, esqueci meu chaveiro. Resultado: no outro dia voltei sozinha a Porto Iguazu, mas não voltaria para casa sem um chaveiro com meu nome, rs...
Os dias de viagem estavam chegando ao fim e enquanto fechava a mala cheia de garrafas de vinho e perfumes - fomos ao Paraguai tbm -, me lembrei que Maurício esperava uma resposta minha. Eu ainda não tinha certeza, mas decidi tentar.
Nosso vôo aterrissou no aeroporto do meu estado às 3h da tarde. Mas no caminho para casa, um acidente bloqueou a Br por quase 2h. Cheguei em casa perto das 22h super cansada. Minha mãe jantou comigo, antes claro tomei um super banho. Meu pai já dormia. Conversamos um pouco e fui deitar. Apaguei e mesmo que pretendesse ir a aula no dia seguinte, não acordei.
Gente, no próximo conto vcs irão conhecer o amor da minha vida.
Bjoos e queijos para todos.
Amor, aishiteru!