Colecionador de Decepções 13 (DE VOLTA)

Um conto erótico de D. Henrique (Patrick G)
Categoria: Homossexual
Contém 1218 palavras
Data: 04/10/2014 21:30:21

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Sim, eu devo a vocês muita explicação, não é que eu de fato deva, porém acho justo explicar-me. Aconteceram algumas coisas na minha vida pessoal, não sei se todos sabem, mas eu tenho alguém que amo muito, e nós acabamos dando um tempo, por um erro meu! E eu assumo com uma enorme dor no coração, porque quem já errou aqui e se arrependeu sabe quanto é difícil conviver se sentindo culpado mesmo depois de contar a verdade. E quem acompanhou minha história deve saber como eu amo este homem, e devem imaginar a minha dor por perder ele por um período. Isso me machucou muito e eu tentei lidar, porém não consegui e acabei abrindo mão de muitas coisas por estar sem vontade.

Atualmente não estamos totalmente juntos, porém estou trabalhando em me redimir, para voltar a ter sua confiança e fazê-lo feliz. Eu sei que errei, sei que ele merece alguém melhor que eu, alguém que não cometeria erros. Mas eu... Eu não me imagino com mais ninguém que não seja ele. Eu te amo, Carlos!

Posso dar um conselho a todos que namoram e/ou pretendem namorar? Permaneça sempre (!) com a cabeça em paz, não tire conclusões precipitadas, se a pessoa está contigo dê toda confiança que esta precisar. E a mais importante, seja feliz em todos os momentos, pois você não sabe quanto vai durar. Enjoy!

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Após a explicação e algumas palavras a mais, vamos ao conto.

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Fez-se um silêncio, mas não um silêncio comum. Não sei se vocês já presenciaram um momento como esse, é como se fosse antes do estouro de uma bomba, ou quando o seu time marca um gol, ou como quando você recebe uma revelação que não espera. Simplesmente tudo em sua volta fica parado, e aquele chiado fica por um momento que aparenta não acabar.

A minha reação foi segurar nos ombros do Guilherme, sei que ele ficaria revoltado e que alguém naquele recinto deveria manter a calma. Eu era esse alguém.

- O QUE? – o Guilherme gritava tentando fazer força para partir para cima do Bertoli.

- Não entendo como permiti isso – disse o Bertoli muito baixo e com as mãos no rosto, ele sentou-se na escada que tinha apenas três degraus que ligava a cozinha ao corredor.

- EU TE PERGUNTO: QUE MERDA DEU NA TUA CABEÇA? – nunca vi o Guilherme tão agressivo. Tive que fazer bastante força para segura-lo.

- Se acalma, Guilherme – disso o abraçando, tentando contê-lo.

- O QUE? ELE TÁ COM O MEU FILHO FORA DO PAÍS, PORRA! – disse dessa vez gritando para mim.

- Eu sei, mas você tem que se acalmar para nós resolvermos isso – eu disse calmo ainda.

- ME ACALMAR É UMA PO... – o interrompi.

- PORRA GUILHERME, SE ACALMA! – disse segurando seu rosto perto ao meu, ele me olhou e finalmente calou-se – Nós temos que ser inteligentes agora, okay? Se desesperar não vai ajudar.

- Desculpa – disse e abraçou-me – eu estou com muito medo. O Thiago não cuida nem dele. Meu Deus... O meu filho! – ele chorava no meu ombro.

Naquele momento não havia muita coisa a se fazer, ficamos naquele silêncio por volta de 10 minutos. Fomos até a sala após o Guilherme tentar se acalmar, porém ele ainda chorava. A mesma senhora que nos atendeu a porta trouxe chá e serviu a todos. Tomamos todos ainda calados.

- Acho que você deve começar falando onde o seu filho está com o meu, antes que eu decida alertar a polícia – dizia o Guilherme, abatido. Sua voz saía tremula, assim como suas mãos segurando ainda a xícara. O Bertoli respirou fundo e cansado, olhou para o Gui com tristeza.

- Eu... Não faço ideia, não consegui me comunicar com ele ainda.

O Gui levantou chorando muito e foi para os fundos da casa, eu o segui, quase tendo que correr para alcança-lo. Ele andou até chegar ao quintal onde havia uma rede entre árvores. Sentou-se ali e continuava a chorar. Fiquei com receio de aproximar-me, achei que ele precisava de um tempo sozinho. Sentei no gramado a alguns passos atrás dele e esperei.

O sol já estava forte, eu não fazia ideia de quanto tempo estava sentado ali. Encostei-me a uma árvore e permaneci a esperar. Tempo depois o Bertoli veio até mim para conversar.

- Você não tem ideia do mal que fez a ele... – disse sem dar oportunidade para ele falar qualquer coisa antes.

- Assim como você não sabe o mal que fizeram ao meu filho. É instinto paterno, um dia saberá como é. Pais têm tendência a perderem a ração por um momento pelos seus filhos... Eu amo o Guilherme, mas você estava cuidando dele, já o Thiago não tinha ninguém, apenas eu e a mãe. Quando soube que foi você que provocou... Tudo aquilo, eu achei ignorância do Gui voltar pra você. Mas agora entendo o amor de vocês...

- Não deveria estar falando para mim... Isso não importa mais, nem para mim, nem para ele – ele suspirou profundamente, e olhou para o Guilherme ainda sentado, não dava para saber se ele ainda estava chorando.

- É, acho que já é tarde para isso... Você poderia leva-lo para dentro? Vocês estão há quase duas horas aqui. Quem sabe comer um pouco? Descansar...

Concordei e fui me aproximando aos poucos do Guilherme. Fiquei de frente para ele e me agachei a sua frente. Deslizei minhas mãos pelos seus braços até achar suas mãos e beijar uma de cada vez. Levantei-me o puxando suavemente contra mim. Ele simplesmente caiu em meus braços de fraqueza. O carreguei para dentro da casa, ele pediu para leva-lo até o quarto do filho. Bertoli foi me guiado até o mesmo. Deitei-o lá e o observei adormecer.

Acabei almoçando com a Dona Camila (a mulher que nos atendeu a porta). Após isso ficava indo ver se o Guilherme havia acordado ou queria algo. Como ele estava em um sono pesado fui conversar com o Bertoli.

- Como você pretende acha-lo? – perguntei tentando ser educado.

- Não esqueça que você está na minha casa ainda... Há três possibilidades, nós temos uma casa em Miami, outra em Vancouver e um apartamento em Sydney. O apartamento já estava sendo passado para o nome dele, já que é o lugar para qual ele mais gostava de ir... Com o Guilherme.

- Okay. Já tentou ligar para lá? – perguntei impaciente, parecia que ele queria me provocar a essa altura do campeonato.

- Sim, ele não está em nenhum desses, chequei a conta dele e ele não comprou passagem para fora do país, ele ainda está no Brasil, agora aonde que é o grande mistério.

- Vou atrás dele até o inferno – escutei a voz do Gui rouca atrás de mim.

...

Foi curto hoje, pois estou me acostumando novamente a escrever, não lembro quantas páginas escrevia. Mas esse foi só para explicar a vocês o que anda acontecendo e dizer que ainda continuarei a escrever, não sei com que frequência, porém essa história terá fim.

Espero que vocês entendam o meu lado e não queiram me bater tanto. Aos que mandaram e-mails e eu não respondi, me perdoem, deixei até isso de lado.

Bom, espero que tenham gostado deste capitulo também. Desculpem-me os erros e a terrível demora (e o texto que deve estar menor), obrigado a todos que acompanham independente de quem comenta ou não. Enfim, me desculpem! Até a próxima.

Abraços a todos!

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Comentários

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Oi Patrick, eu não comentava pq não tinha conta aqui, espero que vc se resolva com o Carlos, tô na torcida mesmo.

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Muito bom. Não se preocupa, o amor de vocês vai superar isso que aconteceu, agora é com você, lutar para ter ele completamente seu de novo. Boa sorte e mega abraços.

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