Bernadete herdou o apartamento dos pais quando se casou.
Aproveitando o ensejo, eles se mudaram para uma cidade do interior e vinham visitá-la uma vez por mês, não mais que isso. No fundo era bom para todos, porque nutriam certa antipatia pelo genro, que julgavam um mulherengo inveterado. Para os amigos, afirmavam que tinham provas, mas que a filha ignorava.
Fausto, amigo da família, morava no andar de baixo e nutria uma paixão incontida por Bernadete. Não perdia a oportunidade de elogiar a beleza singela da vizinha. Apesar de ser mais novo, sonha em namorá-la.
Amiga íntima da mãe do rapaz, com quem se aconselhava desde adolescente, não deixava de provocá-lo quando os visitava. Percebendo o quanto mexia com sua libido, permitia que pequenas partes de sua intimidade fossem vistas, acabando por excitar-se também.
Mesmo após o casamento as brincadeiras continuaram e os olhares provocativos por parte do rapaz se intensificaram.
— Pare com isso, agora sou uma mulher casada!
— Mas ainda mulher.
— Mais mulher ainda.
— É mesmo? Isso quer dizer que não é mais virgem?
— Estou falando de responsabilidades!
— Ah, tá...
— Essa tal virgindade... Nem me lembro.
— Eu ainda era criança.
— Com certeza. Você está com quantos anos?
— Dezenove.
— Então você tinha doze anos.
— Já dava para ser o primeiro.
— Ah, que pena, mas não sabia que naquela época já estava a fim de mim... Senão, quem sabe?
— Quem sabe, nada! Você sabe que sempre tive tesão por você, mas nunca deu bola.
— Te deixei na mão esse tempo todo?
— Literalmente.
— Literalmente? Que dó...
Vez ou outra voltavam ao assunto e riam de forma velada.
Quando fez três anos de casamento, Bernadete deu à luz a um menino e, no primeiro mês, teve a companhia da mãe. Momentos que estreitaram a relação entre as duas, mas que não mudou nada em relação ao pai da criança.
Seis meses se passaram. Ela continuava amamentando, cuidando da dieta e fazendo exercícios físicos para recuperar a forma.
Numa tarde se encontraram no supermercado.
Bernadete empurrava o carrinho e segurava o filho com a outra mão. Ficou feliz ao vê-lo.
— Oi, Fausto querido!
Cumprimentaram-se com um beijo no rosto.
O perfume dela contaminou o sangue dele provocando-lhe uma excitação automática.
— Que bom te ver, meu computador não quer entrar de jeito nenhum! Você pode dar uma olhada nele?
— Posso, é claro, mas e o seu marido? Ele não está em casa?
— Claro que não! Se estivesse não iria te pedir. Ele está viajando e só volta no sábado. Preciso fazer uma pesquisa urgente.
— Então eu vou. Posso ir hoje mesmo.
— Que bom, vou te esperar.
— Não está precisando de ajuda agora?
— Na verdade, vim comprar umas coisinhas. No sábado é que vamos fazer a compra do mês.
— Se quiser, posso te acompanhar. A gente volta juntos.
— Está de ônibus?
— Sim.
— Perfeito.
Em pouco tempo fizeram as compras.
Quando chegaram ao prédio, subiram direto para o apartamento dela.
Enquanto Fausto se dedicava ao computador, Bernadete preparava uns lanches.
De repente, apareceu ao lado dele, dando o peito à criança.
— E, aí? Conseguiu?
— Sim. Estou desinstalando uns programas que não tem nada a ver e acho que foram os causadores do problema.
Então, parou e ficou olhando o menino sugando o bico do seio.
— Que inveja dele.
Bernadete lhe deu uma tapa de brincadeira.
— Pare com isso. Olha o respeito. Sou uma mãe amamentando.
— Antes disso, uma mulher gostosa com os peitos de fora.
— Ai..., que grossura...
Reprovou seu pensamento, mas gostou de ver o desejo nos olhos dele.
— Pare de olhar e concentre-se no que está fazendo.
— Vou ganhar alguma coisa?
— Claro que não. Não se cobra de amigos.
— Não estou falando de dinheiro.
— Ah, sim, vai tomar um lanche na minha companhia.
— Tá.
Virou-se para continuar o trabalho, exagerando na demonstração de desânimo. Outra vez ela deu-lhe um tapa no ombro.
— Interesseiro!
— Pelo menos não feche a blusa!
— Mas que pervertido!
Uns dez minutos depois ela voltou.
— Ele dormiu. Podemos comer?
— Podemos. Já terminei aqui.
— Ai, que bom. Você é um pervertido que fica olhando os peitos das mulheres que estão amamentando, mas sabe resolver os problemas do computador!
Rindo com a brincadeira, ele ficou de pé.
— Não consigo olhar para você sem ver uma mulher gostosa com os peitos de fora.
— Ai, meu Deus..., não sei se fico lisonjeada ou brava com esse tipo de comentário!
— É tão gostoso olhar para eles. Por favor, esqueça essa conversa de “mulher amamentando”.
Bernadete caiu na risada, denotando certo nervosismo, estava ficando excitada com a situação.
— Vou tentar fazer isso..., apenas para te agradar. Mas não exagere nos comentários, por que... Bem..., você pode não entender, mas fico constrangida.
— Relaxe... E abra mais um botão...
— Não.
— Sim.
— Só mais um.
Sentaram-se à mesa para comerem, ele na cabeceira, ela à sua direita. Só então Fausto notou a falta do sutiã e não se furtou de um comentário.
— Nossa!... Você está sem sutiã... Que maravilha!
— Na verdade, estava incomodando.
— Mentira! Você queria me mostrar seus peitos porque sabe que eles estão ainda mais bonitos assim, cheinhos.
Ela levou a mãos ao rosto, cobrindo os olhos.
— Você não presta! Está me deixando sem graça.
— Você não está ficando sem graça, está ficando excitada.
— Não estou.
Destampou os olhos.
— Vamos comer.
Queria desviar o rumo da conversa, porque ele estava com a razão.
De vez em quando seus olhares se cruzavam e eles riam.
— Safado!... Está querendo desencaminhar uma mulher casada!
— Antes de ser casada, de ser mãe, de tudo isso, já era minha musa, meu objeto de desejo. E você sabe disso!
— Devia ter chegado junto quando eu estava desimpedida.
— Você teria transado comigo?
Ela riu.
— Por que, não?
Ele ficou boquiaberto, tentando imaginar o que tinha perdido.
— Na verdade, na verdade, sempre achei que era muita areia pro meu caminhão...
— Ah, é? E agora acha que a coisa mudou? Que agora estou mais fácil de ser conquistada?
— Claro que não. Estou apenas aproveitando a situação para saber até onde vai. Morrendo de medo de passar dos limites e, aí, que me mande embora.
Bernadete ficou compadecida, acreditou que estava sendo sincero e quis agradá-lo. Tinha inclinado a cabeça e o olhava de forma sedutora.
— Olhar os meus peitos está bom para você?
— Sim.
— Então, pronto, ficaremos assim.
Ele entreabriu os lábios.
— Até onde pode ir? Estou falando de limite...
— Esse é o limite.
— Mais nada?
— Não. Vai reclamar?
— Não. Quem sabe, com o tempo, não é?
Ouviu uma risada gostosa.
— Quem sabe? Não desista.
O café transcorreu naquele clima de descontração. Os seios sendo mostrados e vistos em seus detalhes.
De repente, suas pernas se tocaram sob a mesa de forma sutil.
Foi tão agradável para ambos que repetiram o gesto. Depois as mantiveram coladas.
Alguns minutos depois, ele pôs a mão na perna dela, fez uma rápida carícia e a retirou.
— Estou adorando estar aqui... Vendo você assim...
Ela riu não se manifestando quanto ao toque.
— Não estou preocupado com ela, mas com a sua intimidade, seus pelos, sua bocetinha...
Bernadete não esperou mais para deitar-se e abrir as pernas convidativas.
Fausto abriu a boca com a beleza do sexo exposto. Viu a cicatriz da cesariana, quase desaparecida. Depois os grandes lábios abertos mostrando a entrada da xaninha, que estava brilhando com a excitação que tomava conta da amada.
Caiu de joelhos e a abocanhou sem perder tempo.
— Que delícia!...
Bernadete sussurrou, acompanhando os movimentos do amante e tentando justificar para si mesma o fato de estar entregando-se ao jovem amigo.
— Eu não podia perder isso!
Fausto deleitou-se por longos minutos, lambuzando-se na umidade que saía dela.
Bernadete aproveitou a excitação crescente para se masturbar.
Seus dedos procuraram e bolinaram o clitóris inchado enquanto sentia os lábios de sua vulva sendo sugados e a língua que teimava em adentrar na sua vagina.
— Continue fazendo isso..., por favor...
Ele teve a perspicácia de compreender que ela estava a caminho do gozo e, sorrindo discretamente, obedeceu.
Em pouco tempo, Bernadete se contorcia e gemia num orgasmo retumbante.
Agarrou a cabeça dele para pressioná-la contra si, num gesto desesperado para prolongar o gozo.
Fausto sentiu que a quantidade de líquido aumentara, deliciando-se com o fato.
— Venha me comer!
Era quase uma ordem e ele não questionou.
Entrou de uma vez, sem pedir licença.
— Ai, querido...
— Doeu?
— Um pouco, mas pode ficar à vontade. Só não pode gozar. Na hora, traga ele aqui na minha boca, que eu saberei o que fazer...
E riu, fechando os olhos.
— Há quanto tempo não gozava assim.
Fausto intensificava o vai e vem.
Os seios, que tremiam abruptamente quando os corpos se chocavam, começaram a vazar.
Bernadete, entre um gemido e outro, passou a se preocupar em deter o leite que escorria. Sem reclamar ou pedir que parasse, esticou a mão pegar a vestido que jazia por perto e usou-o para se secar.
— Vou gozar! – Ouviu.
— Traga ele aqui. – Pediu ansiosa.
Fausto mal teve tempo de fazer isso.
O primeiro esguicho atingiu parte dos lábios e do nariz. Os demais se alojaram na boca quente, que envolvia e sugava o pênis, numa clara tentativa de não deixar escapar mais nada.
Quando nada mais restava, Bernadete usou os dedos para levar para a boca o que permanecia grudado em seu rosto.
Fausto continuava no mesmo lugar, recuperando o fôlego e observando os gestos dela, que sorriu para ele.
— Matou a vontade de comer a sua amiga?
Ele retribuiu o olhar carinhoso.
— Sabia que seria bom demais.
— Obrigada, fico lisonjeada em saber que gostou tanto. Aliás, deu para sentir com a quantidade que gozou, foi quase uma refeição.
Riram ao mesmo tempo.
Ela ainda sugou o pênis amolecido que rondava seu rosto.
— Precisa ir embora.
— Se continuar fazendo isso, logo, logo, ele acorda.
— Quem vai acordar daqui a pouco será o Alan, aí vai começar a correria para mim.
— Tenho que ir embora, então?
— Sim.
Levantou-se, inconformado e começou a se vestir, apreciando a nudez da amiga, que não se preocupou em se recompor.
— Abras as pernas.
Ela o fez, escancarando sua intimidade.
— Que coisa linda... Queria gozar nela.
— Não pode.
— Na próxima vez, vou trazer preservativo.
— Ah, vai ter próxima vez?
— Não vai?
— Por acaso, viramos amantes?
— Não, claro que não. Continuamos amigos.
— Ah, bom!
— Mas se surgir um oportunidade como essa não podemos ser amantes por algumas horas?
Levantando-se, retrucou sorrindo:
— Vou pensar...
Fausto se foi.
Ela trancou a porta e entrou no banheiro para uma chuveirada.
Antes que o espelho embaçasse sorriu para si mesma.
— Que loucura!...
Lembrou-se do orgasmo.
— Valeu a pena!...
Esfregou uma parte do vidro para poder encarar-se.
— Vai ter próxima vez?
Ainda sorrindo, entrou sob o chuveiro.