CAÇADORES DE ENIGMAS
O PAPAFIGO - Parte II
- Pode me emprestar um cigarro, nego? - Ouvi a voz bem perto de mim, fazendo com que eu interrompesse as minhas felizes lembranças.
Antes mesmo de ouvir a voz feminina, senti o cheiro nauseabundo de sujeira da mulher que me pedia um cigarro. Era um fedor tão forte que me deu ânsias de vômito. Olhei bem para ela, antes de responder. Era uma mulata ainda jovem, magérrima, maltrapilha e de cabelos desgrenhados, além das roupas muito sujas.
- Eu não fumo, criatura. Mas posso te dar uma grana para você comprar os cigarros, se me prometer tomar um banho demorado. Seu perfume há muito já passou da data de validade...
Ela riu gostosamente, ao invés de ficar zangada com o que eu disse. Depois, muito séria, rebateu:
- Tu não sabe nem um tiquinho assim da minha vida, bonitão. Queira Deus que nunca passe pelo que passei e ainda estou passando. Aceito tua grana, mas não prometo nada a ti.
Mais uma vez, encarei a jovem. Devia ter uns vinte e poucos anos, se bem que os maus tratos a faziam parecer mais velha. Meti a mão no bolso e peguei uma nota de dez reais. Ela abriu um sorriso largo, mostrando seus dentes amarelados. Pegou o dinheiro e deu-me as costas, afastando-se do carro. Depois, pareceu lembrar-se de algo e voltou, fazendo-me de novo sentir aquele fedor horrível:
- Obrigada, bonitão. Um dia, te pago. Agora, porém, só posso te dar um conselho: cuidado com o Papafigo. Fica de olho na tua criança.
- Como sabe se eu tenho ou não uma criança?
- Desde que tu chegou que não tira o olho da escola aí do outro lado da rua. Tu estás esperando uma criança largar, sim. E é tua primeira vez a vir buscá-la, já que eu nunca te vi por aqui...
Fiquei impressionado com essa observação dela. Achei que era doida demais para esse tipo de raciocínio. Afastou-se, sem mais nada dizer. Segui-a com o olhar, pelo retrovisor do carro, até vê-la parar num fiteiro. Aí, ouvi a sirene da escola. As crianças estavam largando. Fiquei atento para ver meu filho saindo do prédio. Avistei-o de mãos dadas com uma garota bem mais velha que ele. Achei que era sua professora mas, para o meu espanto, ela o beijou nos lábios quando ele apontou meu carro. Sorri, satisfeito. Meu filhote estava virando um homenzinho!
- Cadê minha mãe? - perguntou, abrindo a porta do veículo e sentando-se ao meu lado.
- Ela não pode vir. Ligou-me, pedindo que eu viesse buscá-lo. Hoje, você vai lá para a minha casa.
- Eu não quero ir pra casa do senhor. Eu quero ficar com minha mãe - insistiu ele.
- Sua mãe não te disse que hoje você ficaria comigo?
- Disse, mas eu não acreditei. Pensei que fosse brincadeira dela. Ela sabe muito bem que eu não gosto do senhor!
- Mas eu sou teu pai... Pode me dizer por que não gosta de mim? Desde pequenino que você me diz isso...
- Pois o senhor já devia saber: me abandonou e a minha mãe desde que eu nasci. Nunca me visitou, nunca me deu um presente, nunca me levou para passear. Não gosto do senhor!!!
Ele estava ficando agitado. Achei melhor não estender aquela conversa. Não iria argumentar que fui obrigado a manter distância dele e da mãe, desde que nos separamos. Quando descobri que eu era traído, fiquei louco. Ameacei espancá-la. Ela deu queixa à Polícia e fui impedido de ver meu filho e obrigado a manter uma distância segura dela. Tudo isso depois de um processo que se estendeu por quase dois anos. Por isso, estranhei quando ela me ligou, pedindo que eu apanhasse o guri na escola. Mudei de assunto:
- Quem é aquela que te beijou nos lábios? É tua namorada?
Ele abriu um largo sorriso. Quando falou, seus olhinhos estavam brilhando:
- É, sim. É a menina mais inteligente da minha classe. E está apaixonada por mim!
- Não acha que ela é um tanto velha para ti? Parece ter o dobro da tua idade - aticei-o.
- E daí? Eu não ligo para idade. E ela namora melhor do que as outras da minha turma!
- Como assim? - perguntei, já preocupado.
- Não posso dizer. Ela disse que era um segredo nosso. Que eu não deveria contar nem a minha mãe - ele cruzou os braços e fez cara de amuado. Fiquei, realmente, preocupado. Achei que a garota devia estar abusando sexualmente dele. Conversaria sobre isso com sua mãe.
- Vamos almoçar em um restaurante. Qual você prefere?
Ele olhou para mim, sorrindo contente. Perguntou:
- Posso convidar a minha namorada?
Eu disse que sim. Claro, era a minha oportunidade de conhecer melhor a garota. Ingenuamente, meu filho estava me dando essa chance. Pedi que ele convidasse também os pais dela. Eu pagaria a conta.
- Ela só tem mãe. Vou chamar as duas - disse-me, retirando seu aparelho celular da bolsa escolar. Ligou para a namorada, mas ficou frustrado. Quando disse que estaria comigo, ela pareceu relutar. Ele teve dificuldades em convencê-la. Eu pedi-lhe licença para falar com ela. Peguei seu celular. Ela explicou-me que a mãe estava ausente e que ela precisava da sua permissão para sair de casa. Pedi que ligasse para ela e desse meu número. Ela anotou-o. Mas esperamos em vão o retorno da ligação. Quando liguei novamente, seu celular estava desligado.
- Ela também não gostou do senhor - disse meu filho, voltando a ficar amuado. Ele desistiu ir almoçar comigo. Pediu-me para ligar para a mãe, exigindo que ela o viesse buscar.
Fiz o que pediu. A mãe dele, no entanto, falou que estava se preparando para viajar e que ele iria ficar uns dias comigo. Não havia sido o combinado. Então, pedi que ela mesma dissesse isso a ele. Passei-lhe o telefone e estiveram conversando por longos minutos. Ele chorava, dizendo que não queria ficar comigo. Não sei o que ela lhe disse pois, no final, acabou convencendo-o.
- Ela disse que logo estaria vindo me buscar. Que eu ficasse bem comportado com o senhor e a aguardasse. Falou que eu não me arrependeria.
É, ela sempre mentia para conseguir o que queria. Sempre foi assim, comigo. Eu estava disposto a tirar o resto do dia de folga do trabalho. Perguntei se ele queria ir para a praia. Ele disse não estar com roupa adequada. Ficamos de passar em sua casa para que ele buscasse seu calção de banho preferido.
Eu não sabia onde ele morava com a mãe. Estava proibido por Lei de me aproximar dos dois. Tanto que esperei a uma certa distância da luxuosa residência. Tive que aguardar mais de uma hora antes de vê-lo despontar, novamente, no portão. Veio com uma empregada, vestida a caráter, até perto de mim. Ela se apresentou e disse que a patroa exigia que ela acompanhasse meu filho o tempo todo, para onde quer que ele fosse. Até ficaria hospedada em minha casa. Concordei. Mesmo porque meu filho parecia estar muito à vontade com ela. E a mulher já veio de mala e cuia, segura de que eu a aceitaria como acompanhante do meu filho. Decerto ele tinha exigido isso.
Almoçamos, os três, num restaurante à beira-mar. Depois, fomos para a praia. Eu sempre levava um calção de banho no porta malas. Vesti-o, depois que saíram do carro, antes de sentarmos na areia. Meu filho e a empregada correram para a água, já de roupa de banho. Fiquei observando a mulher: ela tinha um corpão. Também não era feia. E eu estava, já havia algum tempo, em jejum sexual. As lembranças com minha ex-mulher, na praia, haviam me deixado aceso. Esses pensamentos haviam me deixado de pau duro. Joguei a camisa em cima do cacete, para não chamar à atenção. É que meu filho e ela já voltavam do banho.
- O senhor é casado? - perguntou-me de supetão, assim que sentou-se ao meu lado.
- Não, não sou. Após um casamento conturbado, resolvi permanecer solteiro, depois da minha separação de Helena - era a primeira vez que eu pronunciava em voz alta o nome da mãe do meu filho, depois da separação definitiva.
- Pois eu sou casada, aviso logo ao senhor. Mas não avisarei a meu marido que estarei dormindo fora do trabalho. Ele é muito ciumento e não aceitaria isso. Disse a ele que iria viajar por uns dias com a D. Helena...
Fiquei calado. Na verdade, fiquei frustrado por saber que ela era casada. Já estava pensando sacanagens. Pegou-me de surpresa, quando completou:
- D. Helena me disse que o senhor é tarado e que eu tivesse muito cuidado. Fique sabendo que, nesta buceta aqui, só mete quem eu quero!
Frangi o cenho. Até porque não achava que aquele tipo de conversa fosse para estar acontecendo na presença do meu filho - que pareceu nem se incomodar com o que ouvia. Ela pareceu adivinhar meus pensamentos:
- Seu filho já é um homenzinho e sabe muito bem do que eu estou falando. Não é mais nenhum inocente. Já tem até uma amante!
- Achei que ninguém soubesse do seu namoro com aquela garota - eu disse, me dirigindo ao guri.
- Minha mãe não sabe, mas Isaura é minha confidente. Eu sempre me abro com ela e ela me diz as coisas que lhe acontecem, também. Foi ela quem me ensinou a beijar.
Olhei furibundo para a mulher. Era outra que estava se aproveitando sexualmente do meu filho. Ela, no entanto, se defendeu:
- Ele insistiu que eu o ensinasse, depois de começar o namoro com a menina lá da escola. Já disse que seu filho está um homenzinho e tem a sorte de já conhecer mulher desde cedo.
- Não acha que ele é muito novo para estar metido em sacanagens?
- Ele não é mais uma criança ingênua, como a maioria da idade dele. E D. Helena logo cedo o inteirou das coisas entre homem e mulher.
- A mãe dele é uma devassa. Mas não deveria estar levando o filho a ser igual a ela - respondi irritado.
- Isso é entre vocês, não me meto em briga de casal. Vamos embora? Já está anoitecendo.
Era verdade. O tempo passara rápido. E eu quase não aproveitei o primeiro dia ao lado do meu filho. Vestimo-nos e fomos embora. Ele foi dormindo no carro, deitado no colo da empregada, que não parava de me olhar através do espelho. Estava com meu filho no banco traseiro e pareceu-me que abria as pernas, dando-me um lance de calcinha, todas as vezes que achava que eu a estava olhando através do retrovisor. Ela havia trocado o maiô pela calcinha dentro do carro, enquanto esperávamos do lado de fora. Não dei corja. Permaneci na minha, apesar do pau estar duro o tempo inteiro.
- Vou dar um banho no menino e depois botá-lo para dormir, como faço todos os dias. O senhor vai querer que eu faça alguma coisa para o jantar?
- Sinta-se livre para fazer ou não. Tenho comidas prontas em casa, é só esquentar. Os supermercados vendem muita coisa para solteiros. Me acostumei a consumir pratos feitos.
- Vai querer que eu lhe dê um banho, também?
Aquela pergunta me pegou de surpresa. Eu não sabia se ela falava sério ou não. Estávamos na porta do meu apartamento e ela carregava meu filho adormecido nos braços. Tinha feito questão de carregá-lo, mesmo quando eu pedi para fazê-lo. Perguntei:
-Está brincando comigo? Quase ainda agora me disse que eu não tirasse liberdade consigo...
- O que eu disse, continua valendo. Mas eu costumo dar banho em meu marido e até em D. Helena, quando ela me pede. Só não quero que o senhor se faça de besta comigo, quando eu o estiver banhando.
- Prometo que vou respeitá-la - eu disse imediatamente, antes que ela desistisse.
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Esperei que ela deitasse meu guri na cama, adormecido logo após o banho. Depois me chamou. Eu estava sentado na sala, de calção de banho, assistindo TV. Quando entrei no banheiro, ela estava toda nua. Mas sua expressão facial não era nada convidativa. Principalmente quando percebeu que eu estava excitado.
- Faça esse pau amolecer, antes que eu desista de te dar banho. Não permito essa falta de respeito para comigo.
- Sinto muito, mas é involuntário. Nunca uma mulher me deu banho, depois de adulto. Nem a minha própria ex-mulher.
- Ela me disse que o senhor é um tarado, que não pode ver mulher nua.
- Ué, se você sabe disso, por que se arrisca a me dar banho, estando pelada assim?
- Não tenho medo do senhor. Só não gosto que me obriguem a fazer o que eu não quero.
- Já prometi que não vou atacá-la. E cumpro meus acordos. Portanto, esteja tranquila.
- Só estarei tranquila depois que amarrar as suas mãos.
Frangi novamente o cenho. Se eu havia entendido direito, ela queria me amarrar os pulsos, me deixando imobilizado. Resolvi seguir seu jogo:
- Faça como quiser.
Ela foi até a área de serviços e voltou com um cordame de estender roupas. Amarrou as minhas mãos às costas, com expressão bem séria. Puxou-me para debaixo do chuveiro e abriu a torneira, passando a mão no meu corpo, retirando a areia de praia. Eu continuava de pau duro, olhando para o seu corpo. Os seios pequenos e empinados, a barriga sarada, as coxas grossas. Toda boa. Mas carrancuda. Pediu-me para que eu fechasse os olhos, pois meu olhar a estava incomodando. Quando o fiz, começou a ensaboar a minha pica. Gemi baixinho.
- Se o senhor não me poupar desses gemidos, garanto que eu páro de lhe dar banho. Que coisa!
- Estou muito excitado e não estou aguentando quando me toca. Desculpe-me. Tudo isso é novo para mim.
- Está bem. Vou aliviá-lo um pouco, mas não ouse me tocar.
E, sem esperar minha resposta, começou a me masturbar. Devagar, do jeito que eu adoro. Encostei-me na parede do banheiro e fechei os olhos, adorando a carícia.
- E o senhor, goze logo. Não quero ficar a noite toda fazendo isso.
- Sinto muito, mas está muito gostoso. Vou me prender ao máximo, para não gozar logo - eu arrisquei dizer, mesmo temendo que ela parasse de masturbar-me.
- Pois vamos ver se aguenta se prender por muito tempo!
Disse isso e abocanhou minha pica, com seus lábios quentes. Eu dei um gemido arrastado, pois não esperava por aquilo. Depois, ficou bolinando meu saco, enquanto me chupava suavemente. De vez em quando, dava uma pausa na felação e me masturbava com gosto. Depois, voltava a me chupar e manipular meu escrotal. De repente, levou o dedo ao meu ânus e massageou-o, sem penetrar.
- D. Helena disse que o senhor gosta assim. Sem penetrar, não é? Só na portinha do cu...
Eu não respondi. Mas estranhei ela saber tanto sobre mim. Pelo jeito, a filha da puta da minha ex vivia falando de minhas preferências sexuais com ela.
- Se sabe disso, então deve saber que eu adoro comer um cuzinho - eu disse, ao cabo de alguns segundos.
- Sei, sim, mas eu não dou o cu. Meu marido detesta. Acha nojento e eu também não gosto.
- Já tentou ser penetrada alguma vez?
- Nunca. Deve doer muito. Principalmente por você ter um pau maior e mais grosso do que o do meu marido.
- Se você deixar, eu prometo que farei com cuidado para não te machucar - gemi em êxtase por conta das lambidas que ela dava em minha glande.
Ela parou de me chupar por um instante, mas depois continuou.
- Não. Eu não confio no senhor. Está muito excitado, para ter esse cuidado comigo.
- Então, faça-o você mesma. Encoste esse rabo lindo em meu pau e se enfie nele. Só assim eu gozarei rápido, como você tanto quer.
Mais uma vez, ela parou de me chupar. Como se estivesse indecisa. Depois, levantou-se e pegou o frasco de xampu. Lambuzou a minha pica e depois sua regada da bunda. Fiquei olhando para ela, ansioso.
- Unte bem seu buraquinho, senão é capaz de doer, mesmo sendo você a se penetrar - aconselhei.
Ela fez o que eu pedi. Estava resoluta. Depois, estendeu o bundão para o meu lado e pegou meu cacete com uma mão, apontando-o para o centro do seu buraquinho. Mas ele era muito apertado e ela não conseguiu encaixar nem a cabecinha, mesmo depois de várias tentativas. Parecendo frustrada, disse finalmente:
- É muito grosso. E enorme. Não consigo. E já estou cansada. Quero dormir, pois amanhã tenho que acordar cedo. Fiquei de levar o menino à escola. D. Helena me disse que o senhor é ocupado e não vai querer perder outro dia de serviço.
- Porra, e vai me deixar assim, sem ter gozado? Ao menos termine seu trabalho!
- Eu não amarrei muito apertado seus pulsos. Você pode muito bem se libertar e bater uma bronha. Eu vou dormir. Estou caindo de sono. E eu avisei para gozar logo - e saiu do banheiro sem nem esperar minha resposta.
Tentei me soltar. Realmente, foi fácil me desvencilhar das amarras. Fui atrás dela, mas encontrei-a deitada ao lado do meu filho, já ressonando como ele. Tive imensa vontade de montar nela, mas corria o risco de acordar o guri. E ela tinha dito que não apreciava ser violentada. Deu-me a entender que preferia tomar as rédeas do coito. Eu estava muito excitado para dormir, sem antes dar vazão à vontade de ejacular. Voltei ao banheiro, disposto a me masturbar até gozar. Aí, o celular do meu filho começou a tocar.
FIM DA SEGUNDA PARTE