Amanda - Parte 8
Cheguei em casa aos prantos, acho que nada no mundo poderia me consolar a não ser a Gabriela, sempre ouvi que após uma briga você deve procurar a pessoa e se
ela te ouvir você a ganhou, era exatamente isso que eu iria fazer, procurar a Gabriela amanhã e fazer ela me ouvir, Dona Lúcia me viu chorando e veio depressa
perguntar o que havia comigo, eu disse que não era nada com que ela precisasse se preocupar e que logo eu ficaria bem, ela me colocou sentada e disse que faria
um chá pra eu me acalmar, não entendo a desses chás, falam que acalmam, que fazem isso e aquilo, sempre tomei e nunca senti absolutamente nada de diferente.
Tomei o chá que solucionaria meus problemas, e subi pro quarto, não era póssivel que isso estava acontecendo, me deitei na cama e chorei como criança quando
faz birra, a única coisa que eu pensava era no sorriso dela, nos olhos, na boca, em como ficava linda quando estava com vergonha, ou como o cabelo dela ficava
quando eu o colocava atrás da orelha, como os olhos ficavam mais azuis ainda quando me olhava...
Já tinha perdido a sanidade mental, eu que nunca tinha me interessado nem por garotos estava ali agora chorando por uma garota, não posso dizer que
nunca me interessei, mas nunca senti aquela coisa a mais sabe, o frio na barriga, as mãos suadas, o coração batendo forte, sempre achei isso besteira talvez porque
nunca tinha sentido, nessas últimas semanas minha cabeça estava muito confusa, em pouco tempo muita coisa aconteceu dentro de mim, e isso as vezes, embora
eu não demonstrasse estava me assustando, eram coisas que eu nunca tinha sentido, e agora finalmente ou infelizmente depois de sentir essas coisas, isso não estava
me servindo de nada a não ser me matar aos poucos, lembrar dos olhos da Gabriela vermelhos de tanto chorar, do olhar de tristeza e decepção da forma como ela
evitava me olhar nos olhos, era como se alguém arrancasse o coração meu peito, chorei tanto chegando a soluçar.
Não dormi nada a noite, tentei ligar pra Gabi e nada dela me atender, meus olhos já não estavam vermelhos, mas em compensação a cara de sono que eu estava
qualquer um diria pra eu não dormir porque se o fizesse não acordaria nunca mais, depois de muito pensar resolvi dormir e já estava decidida a ir falar com ela
assim que acordasse.
Acordei as cinco horas da tarde morrendo de fome, mas já estava renovada não havia nem sinal de que passei a noite em claro, desci e comi alguma coisa e fui me
arrumar pra ir ver a Gabriela, olhei no celular e nada das mensagens respondidas e nenhuma ligação retornada, fui a casa dela, ela me atendeu com uma cara de que
acabou de acordar mas mesmo assim estava linda, com o cabelo castanho claro bagunçado, me encarou por um tempo e perguntou o que eu queria.
Gabriela - Amanda.. Oi.. é...tá fazendo o que aqui uma hora dessas?
Eu - Acho que tem que olhar no seu celular e ver as horas, ou será que você perdeu ele?
Gabriela - Não eu não perdi e não começa logo cedo com suas frases irônicas porque eu não tô com cabeça pros seus joguinhos.
Eu - Tá não se estressa, aliás alguém já te disse que você combina muito com camisa cinza e short branco? Sério realça a cor dos seus olhos e do seu cabelo e
também faz sua pele ficar bronzeada.
Gabriela - Se fosse em outro momento eu ficaria corada mas não agora, sério me diz o que veio fazer aqui logo, eu quero voltar a dormir.
Cheguei bem perto dela, fazendo nossas bocas ficarem a centímetros de distância.
Eu - Sério que em outro momento você ficaria corada? Não seja por isso podemos ter agora mesmo um outro momento, já aproveitamos que você quer dormir não é
mesmo, afinal foi você quem disse estar com sono..
Nessa hora eu pude ver o quanto ela ficou vermelha, as bochechas dela não enganam, sem falar na pele do pescoço toda arrepiada e não conseguia tirar os olhos da
minha boca, sério ela fica linda toda envergonhada, entrelacei nossos dedos de uma mão e puxei ela pra um abraço com a outra.
Eu - Gabi sério me desculpa por ontem, posso entrar e te explicar tudo?
Gabriela - Tá.. pode..
Expliquei tudo pra ela segurando sua mão mas não aguentava mais falar com ela, queria mesmo era beijar ela e terminar logo esse assunto, ela tentava disfarçar
mas não conseguia parar de olhar pras minhas pernas, terminei de contar tudo ela ficou meia insegura ainda e fez umas perguntas querendo saber mais, respondi
a tudo que ela me perguntava, ficamos de mãos dadas e em silêncio, eu não tomaria a iniciativa de beija-la acabei de abrir meu coração ali se ela quiser me beijar
que ela mesmo faça, ficamos mais um tempo nos comendo com os olhos, até que ela me puxa pelo braço e me beija, me deitou no sofá e veio por cima de mim, só
sentia o calor da sua pele, apertei sua cintura, sua bunda e que bunda ein, mordi seu pescoço enquanto ela grudava mais ainda o corpo no meu, aquilo sim era pegada,
e a cara de tesão dela me deixava mais molhada ainda, empurrei ela pra trás pra tomar o controle da situação, quando ia começar a parte boa o interfone toca,
cara só podia ser brincadeira, eu já poderia escrever um livro com o título " Minhas tentativas frustadas de fazer sexo e as interrupções infinitas "
Ela se levantou me olhando com uma cara de " que saco "
Gabriela - Quem é?
Eu - Sei lá eu não sou telepata, que tal atender, deve ser seu pai, sua avó, alguém da família né.
Gabriela - Não, meus pais viajaram e aqui não mora ninguém da minha família viu.
Olhei pra ela caminhando pra ver quem é e não aguentei, puxei ela pela mão e perguntei com a cara mais safada do mundo.
Eu - Seus pais viajaram é?
Gabriela - kk é mais nem pensa em dar festa aqui em casa.
Eu - Quem disse em festa? Eu tava pensando em outra coisa.
Gabriela - Tá deixa eu atender a porta primeiro e depois você me diz no que você tava pensando.
Ela atendeu e disse que podia entrar e me olhou com uma cara desconfiada.
Eu - Oque foi?
Gabriela - É a Bárbara, olha eu não quero você tratando ela mal ein, ela me consolou muito ontem.
Eu - Mas..
Gabriela - Olha sem mas, agora eu quero você comportadinha e depois eu penso em ouvir aquela proposta sua pra hoje a noite viu... - disse sorrindo, o sorriso mais lindo do mundo.