Tinha acabado de chegar em casa do trabalho e estava exausto, eu tinha dançado a noite inteira kk’s Fui dançarino assistente de quase todos os números e não querendo me gabar, mas todos disseram que eu chamei mais a atenção do publico do que o dançarino principal, fiquei muito feliz com os elogios dos meus colegas de trabalho, do meu chefe e até de alguns clientes kk’s Eu fiquei com o meu Ego inflado, meu coração ainda apertava sempre que eu lembrava do Rafa, eu ainda estou apaixonado por ele e choro a noite de saudades do meu Rafinha, mas eu ia melhorar, meu coração ia voltar a ser livre, afinal NINGUÉM é insubstituível.
-Cheguei nessa porra! – Disse eu abrindo a porta, meus irmãos estavam na sala tomando café e meus pais estavam com dois embrulhos de presentes lindos. – De quem são esses presentes?
-São da Brenda e da Bia de dia das crianças! – Disse minha mãe.
-Ahh, e cadê o meu? – Disse eu fazendo beicinho.
-Filhote, você não é mais criança! – Disse meu pai rindo. – Mas se você quiser o papai te da um presente de dia das crianças!
-Se ele ganhar eu também vou querer! – Disse o Alan.
-Não, ele vai ganhar porque é o meu caçulinha! – Disse minha mãe me abraçando.
-Tomou no cu! – Disse eu olhando pro Alan.
-Ahh mãe, me poupe! Vai dar presente de dia das crianças pra essa piranha? Criança que faz criança não é mais criança! – Disse o Julio todo revoltadinho, dando showzinho de puta.
-Mas quem disse que meu bebê faz criança? – Disse meu pai. – Eu vou dar um presente de dia das crianças pra ele porque ele merece! Ele e o Roberto são os únicos que me ajudam aqui dentro dessa casa, o Roberto cuida de tudo e o Diogo me da metade do salário dele, coisa que vocês NUNCA fizeram.
-Eu sempre compro as coisas das minhas filhas! – Disse o Julio.
-Kk’s Não me faça rir! Raramente você compra alguma coisa pras suas filhas e quando compra joga na cara, coisa que é pra SUAS filhas! Até o leite que elas tomam eu compro, então cala a porra da boca antes que eu te reboque até o meio da rua! – Disse meu pai, todo mundo ficou calado, meu pai demora pra bater na gente, mas quando bate... É uma surra pra ficar na história. – Diogo, oque você quer de presente?
-Ahh, sei lá pai! Qualquer coisa que vocês me derem eu vou gostar... Vocês podem me dar um caixa de trufas, aquelas da Cacau Show que eu adoro! – Disse eu dando um sorrisinho bobo.
-Puta chique! Quer trufas... – Disse Julio rindo e fazendo todo mundo rir, pronto, já estava todo mundo de bem de novo.
-Como foi lá no bar? Aqueles velhos que frequentam aquela porra te deram muita gorjeta? – Perguntou minha mãe.
-Deram, hoje eu me matei lá de tanto servir cerveja pra aqueles bebuns, mas consegui muita gorjeta! – Disse eu metendo a mão no bolso e tirando o bolo de notas e dando pra ela. – Toma mãe.
-Não precisa meu filho, eu acabei de receber!
-Não perguntei nada! Kk’s Pega logo mãe, eu sempre te disse que minhas gorjetas eram tuas! Pega logo mulé antes que eu enfie na tua bolsa! – Disse eu rindo, ela pegou as notas e contou.
-Duzentos e trinta reais!! Meu Deus, arruma um emprego pra mim lá no bar, uma gorjeta dessas todos os dias até eu queria! – Disse ela com os olhos arregalados, piranha, eu tive que rebolar muito a minha bunda pra conseguir isso tudo.
-Kkk’s Hoje foi um dia bom! – Disse eu indo em direção as escadas. – Gente, eu vou descansar um pouco!
-Vai lá meu menino trabalhador! – Disse meu pai, é tão bom ver o quanto ele se orgulha de mim, e é ruim ao mesmo tempo, será que ele vai continuar a se orgulhar se descobrir qual meu verdadeiro emprego.
Eu corri até o banheiro, tirei minha roupa e me olhei no espelho, ainda usava a cueca de vinil que usei pra dançar e meu corpo ainda reluzia do óleo corporal que usei, tirei a cueca e o anel peniano ainda estava lá, é um anel que você coloca na base do penis e prolonga a ereção deixando seu pau bem duro, eu sempre uso ele antes de subir no palco, afinal meus clientes adoram ver meu pau quase explodindo por baixo da cuequinha brilhante.
-Será que isso realmente ti faz feliz? – Disse eu olhando pro espelho e encarando meus olhos, será que eu estava feliz comigo mesmo e com a minha vida? Minhas coxas ainda doíam um pouco de tanto eu ter feito acrobacias no pole dance kk’s
Tomei um banho pensando em todas as coisas da minha vida, desde a saudade que eu sentia do Rafa até a culpa que eu sentia por esconder minha profissão das pessoas que eu realmente amo, afinal pra todo mundo eu e minha família somos a família perfeita, mas se eles pela cortina vão ver que não é bem assim, somos uma família bem doida e desequilibrada como todas as família são kk’s Meus pais tem um casamento perfeito, e sim, eu invejo muito a relação deles, mesmo com todas as tristezas eles nunca se abalaram e continuam muito apaixonados, mesmo com a morte do meu irmão no ano passado... Eu não queria tocar nesse assunto, mas já toquei.
Nós éramos cinco irmão, Roberto, Julio, Allex, Alan e eu, meu irmão do meio se chamava Allex, ele sempre foi o mais extrovertido, até mais que eu! Ele sempre foi muito carinhoso e protetor, sempre foi brincalhão, era o irmão perfeito, eu e ele sempre brigávamos, até cair na porrada já caímos por causa de um perfume meu que ele roubou pra comprar droga, infelizmente ele tinha se envolvido com más companhias e se tornado dependente químico, quando ele estava sobre efeito de drogas, ele ficava irreconhecível, esse era o momento em que eu chorava, chorava por aquele que estava na minha frente não lembrar em nada o meu irmão, tão lindo e sorridente, eu ele sempre tivemos uma ligação muito forte, sentíamos que um sempre estaria ali caso o outro precisasse, eu tentei de todas as maneiras ajuda-lo, até internação nós tentamos, mas ele sempre fugia, ele foi o melhor irmão que Deus poderia ter me dado... Ele morreu de overdose, ingeriu uma grande quantidade de álcool e drogas, tudo isso somado com o estado de desnutrição em que ele estava foi suficiente pra levar meu anjo embora.
“Lutei por você
O quanto eu pude, isso me fez ainda mais forte
Por isso, me conte os seus segredos
Só não suporto ver você partir...
Mas o céu mal podia esperar por você
Não, o céu mal podia esperar por você
O céu mal podia esperar por você
Não, o céu mal podia esperar por você
Então vá em frente, vá para casa
Rimos na escuridão
Com medo de perdemos um ao outro
Estávamos nas alturas
Você me mostrou que o amor era tudo o que precisava
Mas o céu mal podia esperar por você
Não, o céu mal podia esperar por você
O céu mal podia esperar por você
Não, o céu mal podia esperar por você
Então vá em frente, vá para casa...”
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.
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Eu e meu irmão Julio estávamos na sala vendo uma reportagem sobre o Ebola e os voluntários que estavam cuidando dos enfermos na África, eu achei aquilo a coisa mais lindas, pessoas que se arriscam a pegar o vírus, apenas pra ajudar uma pessoa, apenas pra tornar esse mundo horrível um lugar melhor, pessoas que deixaram tudo pra trás pra viver na África e ajudar pessoas menos afortunadas que nós.
-Nossa, que lindo, eu sempre tive essa vontade de ser voluntario e ajudar as pessoas, tornar o mundo um lugar melhor, trazer felicidade pra alguém, seria meu objetivo de vida, eu tenho essa vontade de ir pra África e ser voluntário em postos médicos, aldeias e essas coisas. – Disse eu pro meu irmão.
-Fica com essas gracinhas mesmo, tu pega um ebola por essas bandas ai eu quero ver! Lá no SUS tu vai entrar com gripe e vai sair com Ebola!
-Que horror! – Disse eu.
-Não sei nem porque que deixaram esse preto com Ebola vir pro Brasil! – Disse ele.
-Porque aqui tem aquele instituto que é referencia nacional no tratamento desse vírus, o... Como é que é o nome meu Deus? O... Aquele lá na Penha! Que é um Castelo lindo de mo-rrer, que a mãe fazia curso lá de técnica de enfermagem! Instituto Oswaldo Cruz! Lembrei! – Disse eu sorrindo.
-Mesmo assim, não tinha em outro lugar não? Foi o que eu disse, as autoridades deviam construir um muro bem alto em volta da África inteira, murar aquela porra toda, e isolar esses pretos com Ebola tudo lá dentro! Ai eles morriam por lá mesmo e a gente ficava á salvo.
-Julio, tu esta cagando pela boca! Você é MUITO ignorante, Deus me livre, nem parece que é filho de quem é! – Disse eu. – Além do mais, poderia muito bem ser o Brasil a ter essa epidemia de Ebola, irmão, você ia gostar de ser abandonado pra morrer sozinho? – Disse eu deixando ele com esse pensamento, comecei a mexer no meu celular, meu irmão pegou a mochila dele e saiu pro trabalho.
Eu continuei deitado no sofá jogando “Candy Crush” no celular e viajando na raiva que eu estava por só ter uma vida e estar quase perdendo o jogo, estava super concentrado quando ouço meus cachorros latindo e alguém batendo no portão e a pessoa não bateu uma vez só, a pessoa não parava de bater.
-Já tô indo pessoa educada! – Gritei eu, indo em direção ao portão e desviando dos meus dois cachorros, abri o portão e lá estavam três pessoas que era o exemplo perfeito de “adolescentes nerds e cristãos”, usando aquelas calças beges pavorosas e roupas sociais, não querendo ser racista, mas o Rafa mesmo sendo o filho do pastor, ele sempre usou roupas normais, bermudas jeans, regatas e blusas, coisas que adolescentes normais usam. A pior parte era a garota que estava com eles, ela usava uma saia jeans até ao tornozelo e uma blusa amarela escrita “Jesus é minha Luz”, eram dois meninos e uma menina, pareciam ter a minha idade.
-Bom dia... – Disse um dos meninos.
-Querido, seus coleguinhas já passaram aqui em casa hoje de manhã viu?
-Meus coleguinhas?
-É, testemunhas de Jeová! Você pode ir pra outra casa pra não perder seu tempo!
-Não kk’s Nós não somos testemunhas de Jeová, nós somos amigos do Rafa. – Disse a garota sorridente.
-Ahh sim, eu devia ter adivinhado! – Disse eu.
-Nós viemos te pedir pra ir conversar com ele, o Rafa caiu em depressão, não vai mais a igreja e nem de casa ele sai! Eu sei que vocês tiveram um relacionamento e...
-Olha, eu e ele terminamos, na verdade ele terminou comigo! Sem mais nem menos ele terminou comigo e foi embora, desde aquele dia eu não vi mais ele e nem quero, eu realmente estava gostando dele. – Disse eu a interrompendo, ouvir que ele estava naquele estado é realmente doloroso, meu coração ficou apertado.
-Não foi isso que ele nos contou! – Disse um dos garotos.
-Hãm? Como assim? – Disse eu os encarando, eles se entreolharam. – O que ele contou pra vocês então?
-Podemos entrar? – Perguntou a garota.
-Claro... – Disse eu abrindo espaço e os deixando entrar no quintal, espantei meus cachorros que queriam pular neles, fui na frente os guiando até a entrada da minha casa. – Entrem.
-Da licença! – Disseram eles entrando, eu apontei pro sofá e eles se sentaram, só estava eu e meu irmão Roberto em casa, e o Rô estava dormindo.
-Bem, o que ele contou pra vocês? – Disse eu me sentando ao lado deles.
-Vamos começar a contar desde o começo... – Disse a garota. – O Rafael sempre foi um cara tímido, na dele, com poucos amigos e muito centrado nos trabalhos da igreja, ele NUNCA se apaixonou ou teve um namorado ou namorada antes de você...
-Então, o Rafa é virgem? – Perguntei eu, por isso que ele queria tanto que a nossa primeira vez fosse especial.
-Sim, ele sempre disse que a primeira vez que fizesse amor com alguém seria uma noite “mágica”. Quando vocês começaram a namorar ele veio correndo contar pra gente, eu não aguentava mais ouvir falar de você kk’s O quanto você é incrível, engraçado, inteligente e o quanto você dança bem! A sua foto era o papel de parede do celular dele e ele sempre mostrava fotos suas pra gente!
-Que fofo...
-Eu nunca vi meu amigo daquela forma, Diogo, ele realmente esta amando você! Mas então ele descobriu sua traição! – Disse ela me encarando com olhar de nojo.
-Minha o que? – Disse eu arregalando os olhos, ela me explicou o porquê do Rafa ter terminado comigo e pelo o que eu vi tudo não passou de um tremendo mal entendido, mas pra tê-lo de volta eu vou ter que contar toda a verdade pra ele. – Não, eu nunca traí ele! Tudo isso foi um mal entendido...
-Então o que aconteceu de verdade? – Perguntou um dos garotos.
-Eu sou dançarino, dançarino em uma boate! Eu não sou garçom em um bar como o Rafa e a minha família acham que eu sou, eu trabalho a noite, aquelas cuecas que ele achou na bolsa eram minhas, eu as uso pra dançar e os folhetos eram da boate que eu trabalho!
-Você é daqueles dançarinos que fica sem roupa? – Perguntou a garota com os olhos arregalados.
-Não, eu danço só de cueca!
-Você já fez programa? – Perguntou um dos meninos.
-Não, eu já recebi propostas, mas eu nunca fiz! Eu só danço mesmo... Eu devia ter contado pro Rafa desde o inicio, se eu tivesse feito isso não teria gerado todo esse mal entendido e nós não estaríamos separados! – Disse eu.
-Pois é, eu não te crucifico pelo seu trabalho! Com tanto que você não saia com os caras por dinheiro, por mim é um trabalho honesto! Você é só um dançarino “sensual”. – Disse outro garoto.
-Obrigado por me entenderem...
-Pois é! Mas agora você precisa se explicar pro seu namorado. – Disse ele.
-Eu sei, espero que ele me entenda!
-Ele vai te entender sim, o Rafa te ama! – Disse a garota.
Eu e eles conversamos mais um pouco, descobri coisas maravilhosas sobre o Rafa, meu irmão Roberto fez lanche pra gente, eles foram super educados e até quiseram lavar a louça, claro que eu deixei kkk’s Eu nem queria lavar mesmo! Eles foram embora e eu corri pra me arrumar, ia ter meu homem de volta. Coloquei uma roupa “comportada”, afinal eu não podia ser muito ousado na casa do pastor, borrifei perfume no meu corpo inteiro e saí, mas quando eu sai pela porta estava um sol do caralho, aquele sol típico do meu Rio de Janeiro ♥, perdi até a coragem de ir andando e decidi ligar pro meu amigo Ygor vir me buscar de moto e me deixar na porta do meu amor ♥
-Alô? – Disse ele com uma voz de bêbado do caralho.
-Ygor, vem aqui em casa! Preciso que tu me leve num lugar amor... – Disse eu todo dengoso, ele é um ex namorado de uma amiga que é super fofo e eu adoro ele.
-Quem é?
-Diogo porra!
-Eaê viado, o que tu manda? – Disse ele com uma voz alegre.
-Avista, preciso que você venha aqui em casa AGORA porque eu preciso ir num lugar!
-Porra leke, eu tô chapadão e acabei de esvaziar um litrão!
-Não acredito nisso Ygor! Porra, vai tomar no cu hein caralho!
-Kkk’s Cara, você é demais, me pede um favor e ainda me xinga, olha eu vou ai, tu tem certeza que quer mesmo ir comigo assim? – Disse ele gargalhando.
-Claro né porra? – Disse eu, o Ygor é um amigo pra todas as horas, uma vez eu estava na casa da minha avó lá na Lapa, tive que vir correndo pra casa porque um bandido queria matar meu irmão Julio e esculachar o resto da família porque o Julio tinha dado volta nele kkk’s Meu irmão é muito trambiqueiro! A primeira pessoa que eu liguei foi ele, o Ygor chegou em menos de meia hora e me levou correndo pra casa, chegando em casa eu peguei as meninas e o Roberto e fomos todo mundo pra casa da nossa vizinha, Alan e Julio sabiam se virar, mas se acontecesse alguma coisa com o Roberto ou as meninas, meus pais iam fazer a 3ª guerra mundial, porque as meninas são o xodó deles e o Roberto é quem cuida de todo mundo quando meus pais não estão, o que acontece muito, já que meus coroas trabalham mais que formigas, no final o bandido nem apareceu lá, acho até que ele esqueceu do meu irmão, nunca mais ouvi falar dele.
Não demorou muito e o Ygor já parou de moto no meu portão, os olhos dele vermelhos de tanta erva! O filho da puta deve ter fumado maconha há pouco tempo, porra, e além de tudo tinha bebido nem sei quantos cascos de cerveja, tô fudido.
-Cadê o capacete garoto? – Disse eu, ele estava sem camisa e todo ensanguentado. – O que houve?
-Não uso capacete não, ahh uma briguinha lá no bar! – Disse ele rindo e eu rindo junto, dois idiotas.
-Ahh ta, briguinha? Porra...
-Sobe logo piranha! – Disse ele batendo no acento da moto e rindo.
-Vai te tomar no teu cu, vai se fuder hein!! – Disse eu subindo na moto e falando pra ele aonde eu queria ir. – Ygor, quantos baseados você fumou?
-Ahh leke, sei lá, alguns... – Disse ele dando partida na moto, gente, ele corre MUITO, mas MUITO mesmo, mas eu já estava acostumado, quantas vezes eu já quase não caí de moto com os meus irmãos.
-Vai fazer o que lá naquele bairro cheio de branquelos mauricinhos? – Perguntou ele.
-Vou ver meu namorado! – Disse eu com um sorriso no rosto por lembrar do meu amor.
-Qual deles? Kkk’s – Disse ele gargalhando alto.
-Como assim? Eu só tenho meu querido, não sou esses garotos superficiais sou de um homem só! O meu homem...
-Hmmm, vai até postar essa frase no face! É aquele branquelo que fica contigo no portão? Um mauricinho? Ele parece ser legal!
-Não fala assim do meu branquinho! Eu não amo ele pela beleza dele ou pela condição financeira dele, ele é lindo pra mim pela pessoa que ele é, por isso que ele é lindo. – Disse eu, n´[os continuamos conversando até que ele me deixou na porta da casa do Rafa.
-Pronto, esta entregue! – Disse ele, eu desci na moto.
-Valeu meu amor, nem tem como eu te agradecer por sempre me levar em todos os lugares doidos que eu te peço pra me levar!
-Dá uma mamada no meu pau e a gente esta quite kkk’s
-Kk’s Retardado! Eu não gosto de coisa pequena e além do mais, eu já tenho o pau do meu branquinho pra eu poder fazer o que eu quiser! – Disse eu, eu me despedi dele e fui em direção à entrada da casa ouvindo o Ygor queimando pneu e saindo daquela rua super silenciosa.
Meu coração estava quase saindo pela boca, a casa era bem luxuosa sabe? Toda pintada de branco, grama bem verde e uma porta de madeira pintada de branco.
-Hmm, meus sogros tem uma boca condição kk’s Já sei quem vai pagar o casamento! – Disse eu tocando a campainha, espero que tenha alguém em casa.
Acho que ouvi passos. Ótimo! Alguém esta destrancando a porta e abrindo a maçaneta.
-Diogo, acho que você leu minha mente meu filho! – Disse o pastor me apertando em seus braços. – Eu ia mesmo te chamar pra você poder conversar com o Rafael, como vocês são melhores amigos, como ele mesmo diz! Eu te chamar pra conversar com ele, almoçar aqui em casa, levar ele no shopping... Entra, por favor! - Disse ele abrindo passagem pra eu poder passar, entrei na casa e percebi o quanto é bonita e limpa, me sentei no sofá e ele se sentou ao meu lado. – Quer beber alguma coisa?
-Não obrigado, eu só vim mesmo pra conversar com o Rafa!
-Que bom, ele esta muito pra baixo! Eu nunca vi meu filho assim, não come direito, não sai do quarto! Só fica na cama com os fones de ouvido ouvindo musica, nem pra igreja ele vai mais, por isso eu queria que você viesse ficar com ele, com certeza ele vai ficar MUITO mais animado quando te ver! – Disse ele, será que ele desconfia de alguma coisa? – Meu filho fala muito de você ele nunca teve um amigo assim sabe?
-Não, como assim?
-Eu quis dizer, ele nunca teve um melhor amigo, alguém que ele dormisse na casa, conhecesse a família e sempre estava mantendo contato! – Disse ele me encarando com um sorriso no rosto.
-Nossa, muito obrigado Pastor, minha família adora o Rafa! E eu também, posso ir falar com ele? – Perguntei eu.
-Claro que pode meu filho! – Disse ele apontando pras escadas. – É a ultima porta a esquerda! Entra sem bater, vocês são amigos, ele não vai ficar bravo...
-Ok, depois eu volto! Obrigado pelas coisas que o senhor disse Pastor. – Disse eu indo em direção as escadas, eu subi e cada degrau que eu subia era uma palpitada mais forte que meu coração dava, quando finalmente eu cheguei ao segundo andar parecia que todo o ar tinha saído da minha volta, eu tremia e suava frio, tinha tanto medo dele me rejeitar ou não me querer de volta, eu parei na frente da porta e apertei a maçaneta, foda-se, eu teria meu amor de volta, eu rodei a maçaneta e abri a porta, o quarto estava a maia luz, mas eu podia ver o Rafa perfeitamente, ele estava deitado na cama de barriga pra cima e com o braço cobrindo os olhos, usando fones de ouvido e respirando calmamente, estava usando uma cueca samba canção e sem camisa, fechei a porta e fui andando até ele lentamente, seu quarto tinha seu cheiro, isso me deu uma sensação muito boa.
Eu cheguei perto dele e passei minha mão pelo seu cabelo, sentindo sua maciez, ele tirou o braço de cima de olhos e me encarou com aqueles olhos brilhantes, pude ver que sua respiração ficou mais rápida e eu quase podia ouvir seu coração disparado, seus olhos se arregalaram.
-Diogo... – Disse ele sorrindo, mas tentando conter seu sorriso, tentado disfarçar sua felicidade em me ver. – O que você esta fazendo aqui?
-Ué? Vim te ver. – Disse eu me sentando na cama ao seu lado, ele se sentou e ficou me encarando. – Precisamos nos acertar! Eu preciso te dizer a verdade.
-A verdade? Isso é o que você devia ter me dito desde o começo! Eu realmente estava gostando muito de ti, mas como tudo o que eu conheci na minha vida você foi embora, mais cedo ou mais tarde eu sabia que isso ia acontecer! E tudo isso porque você mentiu, eu te amei mais que a mim próprio e queria realmente ter algo longo e duradouro contigo, mas você me machucou muito!
-Deixa eu explicar! – Disse eu, mas ele me interrompeu.
-Não! Chega de eu ser tão idiota, eu confiei em você e queria realmente te ter pra mim pra sempre! Mas você mentiu pra mim, eu queria tanto poder acreditar em você, mas meu coração esta partido desde aquele dia que nós terminamos, eu tenho tentando esquecer isso, mas o ressentimento é mais forte! Te amar sempre foi tão fácil, eu queria fazer amor contigo da forma mais mágica e especial possível, queria te ter em meus braços, eu sei que você não queria me machucar, mas isso não adiantou muito! Eu só te dei esse tempo por não conseguir conviver com essa dor...
-Deixa eu falar garoto! – Disse eu, mas ele me cortou de novo.
-Eu dei o meu melhor pra você, eu nunca vou esquecer o modo como me senti, como se eu não fosse bom o suficiente e outro cara fosse! Eu dei o melhor de mim, mas mesmo assim não foi o suficiente... – Eu o deixei desabafar, afinal, eu menti pra ele realmente, mas não o traí, apenas não falei qual meu emprego de verdade. – Todos perguntaram “O que houve com você Rafa?”, eu só chorava, não conseguia parar de chorar! Você podia ter me dito que não estava feliz, não estava satisfeito! Eu queria poder olhar nos olhos desse “carinha” que você saiu e ver se ele é metade de mim, metade do homem que eu sou!
-Me ouve idiota, retardado e cala a boca porque você fala pra caralho! – Disse eu falando duro com ele, botei moral nessa porra. – Eu NUNCA te traí!
-Como não? Eu... – Quando ele ia começar a falar eu interrompi, essa era minha vez de interromper.
-Eu já não te mandei calar a boca? Eu nunca te traí garoto, só não fui totalmente sincero contigo! Eu não trabalho como garçom em um barzinho... Na verdade eu trabalho como dançarino em uma boate, onde faço verdadeiras “performances” no palco, com coreografia e toda pompa e circunstância. – Disse eu o encarando, nossa, me senti como um pássaro saindo de uma gaiola, a verdade realmente liberta.
-Como assim? Você é stripper?
-Não, eu danço semi nu! Só de cueca, mas nunca tirei minha roupa no palco e nem sai com clientes por dinheiro, sim, eu danço com eles, mas sou muito profissional e só danço com eles porque eles pagam! Minha família não sabe disso e espero que continue assim.
-Nossa, eu...
-Eu sei, ninguém imaginaria logo isso né? Aquelas cuecas que você achou são as que eu uso no trabalho e os folhetos eram da boate, me desculpa, eu não fui sincero contigo, mas eu fiz isso por necessidade, depois que meu irmão morreu as contas lá em casa apertaram, ele trabalhava e ajudava nas despesas e ainda tinha as contas do funeral que não saiu barato, pode não parecer, mas um funeral custa caro e meus pais mal conseguem manter a nossa casa, então eu tive que começar a trabalhar, por isso aceitei trabalhar na boate!
-Eu entendo. – Disse ele com os olhos cheios de lagrimas. – Eu me sinto um lixo por ter te feito passar por tudo isso, eu sei que você pode nunca mais querer olhar na minha cara, mas eu quero te pedir desculpas por ter sido um babaca contigo.
-Tudo bem, você não sabia de nada e além do mais eu faria muito pior no seu lugar! Você pode não querer namorar um “dançarino” que fica em cima de um palco semi nu recebendo dinheiro por isso, mas eu preciso de você! – Disse eu passando a ponta do meu dedo em sua bochecha limpando suas lagrimas.
-Eu é que preciso de você! Por favor, me perdoa, amor, volta pra mim, eu não quero ficar nem mais um dia convivendo só com as lembranças do que tivemos! – Disse ele, eu dei um selinho em seus lábios, acho que ele entendeu isso como um sim, o beijo foi evoluindo e se tornando, mas apaixonado, eu beijava seus lábios como se aquele fosse nosso ultimo beijo, eu passava minhas mãos pelo seu peito sentindo sua pele quente sob os meus dedos e ele me apertava em seus braços, desceu seus lábios até meu pescoço e ficou beijando me fazendo arrepiar, deu uma fungada nele. – Você é tão cheiroso, e esta usando o perfume que você sabe que gosto!
-É tudo pra você! – Disse eu sorrindo e encarando seus olhos, naquele momento eu tive certeza, depois de lutar contra o inevitável, depois de negar isso mil vezes pra mim mesmo e tive certeza absoluta que ele é o homem da minha vida, finalmente eu tinha encontrado meu homem, meu amor.
-Minhas malas já estavam até prontas... – Disse ele dando um risadinha.
-Pra?
-Eu ia morar com a minha avó lá na Bahia. – Disse ele me olhando nos olhos, eu dei uma gargalhada alta, eu não conseguia parar de rir. – Qual é a graça?
-Você realmente acha que eu te deixaria ir pra Bahia! Você NÃO vai pra Bahia de jeito nenhum...
-Ahh não? – Disse ele dando um sorrisinho e arqueando uma sobrancelha.
-Claro que não, nem que eu tenha que destruir todos os aviões nos aeroportos do Brasil e do mundo, garoto, será que você não percebeu que eu NUNCA vou me afastar de você! Você é meu... – Disse eu aproximando meu rosto do dele lentamente, quando faltava um palmo pros nossos lábios se tocarem ele parou e me encarou.
-E quem disse que eu quero que você se afaste de mim? Nada me deixa mais feliz do que ser seu! – Disse ele segurando minhas bochechas e me dando um beijo, mas não qualquer beijo, um beijo cheio de saudades, cheio de amor, seus lábios são como uma droga que eu não quero deixar de me viciar, tão quentes e macios, eu mordia seus lábios e chupava minha língua.
-Eu tô amarradão em você garoto! – Disse eu mordendo seus lábios.
-Eu tô muito mais... Posso te pedir uma coisa? – Disse ele me encarando com aqueles olhos inocentes.
-Claro.
-Eu quero ver você dançar! – Disse ele com um sorriso fofo no rosto.
-Ok, eu posso dançar pra você agora mesmo! – Disse eu passando as mãos pelo peitoral dele.
-Não amor, eu quero ver você no palco! Quero te ver dançando na sua boate, eu quero ver meu namorado em ação, você deve ficar lindo no palco! – Disse ele me encarando e passando as mãos pelo meu rosto.
-Eu vou adorar dançar pra você, mas agora eu posso te fazer um pedido? – Perguntei eu o encarando.
-Pode, claro que pode! – Disse ele com seu habitual sorriso tímido no rosto.
-Faz amor comigo... – Disse eu mordendo meus lábios e o encarando com meu olhar de menino sapeca.
Continua...
Todos que leem meu conto, os que comentam e até os que não comentam! Obrigado por lerem meu conto, por apreciarem minha arte, porque é isso o que eu posso oferecer a vocês, obrigado do fundo do meu coração, vocês me dão força e inspiração pra escrever! Beijos e Abraços... :*
Deixe sua nota, um comentário e muito obrigado por ter lido o meu conto! XOXO ♥