O caminho das borboletas. 47

Um conto erótico de MMah
Categoria: Homossexual
Contém 1240 palavras
Data: 18/11/2014 23:16:36

Na quinta ela ligou por volta das 12h. Eu estava dormindo.

Eu: Oi.

Ela: Vem almoçar comigo.

Eu: Tá. Vou tomar banho.

Cheguei lá era quase 2h e não havia almoço.

Eu: Rs... Não tô entendendo.

Ela: Rs... Vamos almoçar na cachoeira?

Gente, a cachoeira é uma floresta que tem na cidade dela. Tem uns restaurantes ótimos lá e vc segue a trilha e chega numa queda d'água.

Eu: Essa hora?

Ela: Vamos. Qual o problema?

Eu: Nenhum. Vamos, então.

Chamamos um táxi e chegamos. Pedimos fritas, carne de sol e refri. Ficamos um tempo conversando.

Ela: Quer ir na trilha da cachoeira?

Eu: Adoraria. Mas não é perigoso?

Ela: Não. Não é. Conheço isso bem.

Eu: Amor,faz anos que vc não mora mais aqui.

Ela: Ai Mah, nada mudou.

Eu: Então vamos.

Andamos uns 10min seguindo uma trilha e eu já estava ficando assustada.

Eu: Amor, tem certeza que sabe aonde estamos indo?

Ela: Relaxa, princesa. Sei sim.

Depois de 15min eu disse: Amor, já deu. Vamos voltar. Já são quase 15:30. Se nos perdermos, vai escurecer rápido.

Ela se zangou, mas nossa segurança em primeiro lugar. Fomos voltando e conversando.

Ela: Putz, lembrei de quando fui com a Danny no parque.

Danny era uma amiga dela lá de SP.

Eu: Massa. Comigo e lembrando do passeio com a Danny.

Ela: kkkkkkkk ah Mah. Para de graça. Vai zangar por conta disso?

Eu: Vou.

Ela: Vc que sabe então.

Voltamos o resto da trilha em silêncio. Eu já tava me coçando inteira dos mosquitos e ela dava risada, me irritando mais. Chegamos nos restaurantes novamente e ela viu um casal numa mesa, tomando cerveja.

Ela: Espera. Vou perguntar sobre a trilha certa.

Eu: Ci, já tá tarde. Não inventa.

Ela: Mah, é um lugar especial. Quero te levar lá.

Ela foi andando e falou algo com o casal. Eu observava de longe. Logo ela voltou e os vi fazerem sinal pro garçom.

Eu: E aí?

Ela: A moça conhece. Vai nos levar lá.

Eu: Amor, nós nem os conhecemos.

Ela: Relaxa. Eu lembro deles, do tempo que eu morava aqui.

Os dois foram se aproximando. Ela era negra, de cabelos cacheados, e com com um corpo até bonito. Mas tinha um sorriso horroroso. O cara era alto, tinha os olhos claros e meio gordo. Tava na cara que nós estávamos atrapalhando a foda do cara, rs...

Eles chegaram e sorriram. Sorri junto e voltamos pra trilha conversando, as 3. O cara ficou em silencio. Num determinado ponto da trilha, a moça mudou a rota.

Moça: Agora vamos descer por aqui.

Eu: Mata fechada? 0.o

Moça: Relaxa. É um atalho.

Aquilo já tava me preocupando. E tava notando que a guria tava toda cheia de cuidados com Ci. Pegava na mão dela para subir nos troncos de árvores caídas no chão, abria caminho e segurava os galhos pra não bater nela. E eu atrás com o cara, só me lascando. Minha perna já nem tinha mais canto pra ser picada. Eu me coçava por todos os lados, meus pés estavam imundos, e minha camiseta branca, tava cor de barro. Ci se tocou e desacelerou os passos. Deu atenção pra mim e eu já tava zangada. Andamos um tanto mais e finalmente chegamos. Nunca tinha ido ali, e na verdade não era nada de extraordinário. A única coisa que me chamou a atenção foi uma árvore gigantesca. Me aproximei do tronco, abri a bolsa, peguei minhas chaves e risquei:

Mah e Ci

Ela me olhava com carinho. Nossos olhares, apenas nós e aquela árvore entendiam. Ali havia todos os paradoxos de Camões, mas o mais óbvio: "Dor que desatina sem doer". Em menos de 20 dias minha vida tinha virado de pernas pro ar. Meu coração sangrava por antecipação. Como eu continuaria sendo eu, sem ela? Naquele momento tudo que eu era estava interligado àquela menina. Uma lágrima escorreu dos meus olhos e eu selei meu riscos com ela. Voltamos e já era quase 17h. Chegamos nos restaurantes e Ci ia ligar para um taxista ir nos pegar. Até que o cara falou.

Ele: Eu levo vocês. Estou de moto.

Eu: Ham?

Minha vontade foi de dizer: Aloooow! Vc tem uma moto, e 4 pessoas.

Mas Ci se antecipou na resposta.

Ci: Ótimo. Vamos, Mah?

Eu: Ci,como raio vamos 4 pessoas numa moto? Tá louca?

Ele: Levo vcs duas e volto pra pegar ela.

Nunca fui dessas loucuras. Mas agora estava eu ali, numa moto, entre ela e o cara, com os pés imundos, a blusa igual a das crianças dos comerciais de sabão em pó e indo para o centro da cidade.

Desci morta de vergonha e de medo. Ela agradeceu e disse que estaria esperando eles para tomar uma cerveja no centro, como gratidão por ter nos levado até lá. Ele voltou, pegou a moça, eles tomaram uma cerveja, e nos despedimos. Eu fui tomar um banho e ela foi pra casa.

Mais tarde eu cheguei lá por volta das 20h. Antes passei num HotDog e pedi alguns, pra ir pegar depois. Deixei até pago. Cheguei lá e ela havia acabado de sair do banho.

Ela: Oi amor. Entra.

Entrei e sentei na sala. Logo depois ela apareceu, linda e cheirosa.

Ela: Vamos comer algo?

Eu: Que tal HotDog?

Ela: Ótimo. Vou pegar a carteira.

Eu: Rs.. Então, eu já pedi... E paguei, rs... Vai lá buscar.

Ela: Mas vc é chata, viu? Rs...

Eu sabia que ela iria querer pagar, então me adiantei.

Ela saiu pra buscar e uns 5min depois, voltou. Era perto.

Pegamos pratos e nos sentamos no sofá mesmo. Começamos a comer e a conversar.

Eu: Por que eu?

Ela: Como assim?

Eu: Vc já conheceu muita gente, tem uma vida relativamente confortável em SP... O que te leva a querer uma menina branquela, estudante, que por enquanto não pode te oferecer muita coisa?

Ela abriu a carteira e tirou um contra-cheque. Me mostrou! Era uma boa quantia, para uma pessoa solteira.

Ela: Vê isso? Nunca me trouxe felicidade. Ao longo desses anos eu vivi para trabalhar. Sem folgas, sem fins de semana, sempre fazendo hora extra... Mas eu chegava em casa e me faltava algo, faltava uma motivação para ir trabalhar no dia seguinte, faltava uma meta para ser alcançada. Então você chegou. Minha meta agora é casar com você. É passar o resto dos meus dias ao seu lado. Você fez tudo de ruim que aconteceu comigo, encontrar um propósito. Tudo me preparou pra você.

Eu tinha os olhos molhados de lágrimas. Largamos os pratos e ela me abraçou forte.

Ela: Eu te amo mais que tudo.

Eu: Eu também te amooo, meu amor.

Nos beijamos, ela deitou no meu colo e acabou adormecendo. Eu a assistia dormir, enquanto chorava em silêncio. Como eu podia amar alguém tanto assim? Eu não via meu futuro com algo que não se relaciona-se a ela. Em tudo, ela estava. Em silêncio, fiz uma oração. Pedi para que Deus a trouxesse de volta para mim.

Por volta das 22h eu a acordei. Ela me levou até em casa e nos abraçamos, pela última vez a noite. No dia seguinte ainda a veria, mas no fim da tarde, iria embora. Meu coração estava apertado. Quando a vi partir, senti meu coração ir junto. Chorei em silêncio, no portão da casa de vó. Entrei e adormeci.

Gente, super cansada. Indo dormir. Beijos e queijos.

Siga a Casa dos Contos no Instagram!

Este conto recebeu 0 estrelas.
Incentive Mmah a escrever mais dando estrelas.
Cadastre-se gratuitamente ou faça login para prestigiar e incentivar o autor dando estrelas.

Comentários

Foto de perfil genérica

Distância é brabo mesmo, quando Laura viaja só eu sei como fico. Mais no final tudo dá certo. A Ci já está morando perto de você? Bjus Júlia.

0 0
Foto de perfil genérica

q complicado neh mas enfim veio a superacao e a felicidade

0 0
Foto de perfil genérica

Só os verdadeiros mesmo, é dolorido de mais essas partidas de um alguém que deu sentido na nossa vida.

0 0
Foto de perfil genérica

A distância e difícil demais,ainda mais com muito amor e confiança pode ser vencida!

0 0
Foto de perfil genérica

Viciada na história de vocês! Vc escreve muito bem.

0 0
Foto de perfil genérica

Vcs juntas é mto lindo. Eu to aki vivendo cada emocao cm vcs. Adoro vcs, me sinto rao intima. Rs

0 0
Foto de perfil genérica

Af amor a distância.. :(.. So os verdadeiros sobrevivem. Ta mto bom,cont assim q de guria. Bjs bjs..

0 0