[JUNHO, 2009] – COMO TUDO COMEÇOU
- Se liga, se tu fizer cócegas em mim eu vou devolver na mesma moeda. – foi o que falou Felipe.
- Ah é?! E se eu te der uma tapa que nem essa. – disse isso dando uma tapa de leve em sua testa.
A reação de Felipe foi de imediatamente devolver uma tapa, igualmente leve, na minha cabeçaFelipe e eu somos grandes amigos. Ele mora na rua detrás da minha. Nos conhecemos a mais de 10 anos atualmente, e sempre vivemos um na casa do outro. Ele tem um ano a menos que eu, e eu o trato como um irmão. Ele sempre me ajudou a ficar com algumas meninas, afinal de contas ele tinha mais facilidade pra isso, por ser mais desenrolado nas festas. Quando eu transei com uma garota e perdi minha virgindade, a primeira pessoa que fui contar foi ele; assim como ele quando teve sua primeira vez. Ainda me lembro que ele, em uma mistura de inocência, inexperiência e total idiotice não usou camisinha, e os céus que abençoaram ele e a menina que não engravidou. Nunca na vida dei tanto sermão nele. KkkkkkMas, continuando a história. Ficamos rindo da brincadeira boba, até que o silencio predominou o quarto. Passados poucos segundos (que pareceram eternos) eu voltei a fazer cócegas nele. Felipe se debatia tentando evitar, inutilmente, meu ataque.
- Para idiota. Tá doendo já. – dizia ele em meio a risadas provocadas pelos meus dedos apertando a barriga dele.
- Se você não tá gostando então por que tá rindo tanto? – eu ria da situação e apenas continuava.
Sem muita saída, Felipe começou a apelar e mordeu meu braço. Não foi nada violento, na verdade ele apenas pressionou com os dentes e ameaçou apertar se eu não parasse de fazer cocegas nele. Como reação eu segurei seu pau ameaçando apertar e deixa-lo sem poder ter filhos no futuro. Nesse momento senti seu volume aumentando quase que instantaneamente. Não queria deixar essa oportunidade passar, então falei:
- Eita Feh, você disse que ia fazer tudo que eu fizesse pra devolver na mesma moeda. Se eu apertar aí, tu vai apertar aqui? – disse puxando a mão dele pro meu volume.
Felipe apenas ficou estatíco, ele não pronunciava nada, e eu peguei sua mão e fiz ele me alisar um pouco.
- Tá bom pra você? Tá gostando? – perguntei. Ele apenas acenava com a cabeça concordando.
Aquilo tudo estava ótimo. Talvez tenha durado apenas segundos, talvez durou minutos até. Quem se importa, pra mim aquilo poderia ter durado a eternidade. Sabe quando você sente o primeiro toque de uma pessoa que você tá afim? Não sei como descrever até hoje, simplesmente foi delicioso. Ele continuava acariciando meu pau ainda por cima do short; eu já estava a ponto de explodir, mas eu queria mais. Felipe já nem me olhava, ele parecia concentrado demais no que fazia e não tirava os olhos do meu pau. Foi quando eu disse:
- A gente podia brincar mais Feh...
Mas, mal concluí essa frase, escutei passos vindo da sala. Nos recompomos em menos de um segundo, nos separando e fechando as pernas pra disfarçar o estado de ambos, quando meu pai entra no quarto (que inferno ¬¬’):
- Filho, o Guilherme tá lá fora chamando vocês, o jogo do Brasil vai começar em cinco minutos. Vocês não iam assistir na casa dele?
- Sim pai, nós já vamos. – disse disfarçando mexendo no celular fingindo muita concentração em algum jogo.
- Eu vou agora. Seu Antônio, por favor, diga ao Guilherme que me espere que eu já estou descendo. – falou apressado Felipe.
- Espera Feh, vou só jogar água no corpo pra me refrescar e colocar a camisa do Brasil e nós vamos. É dois minutos. – falei.
- Cara, a casa do Guilherme é ali na esquina. O tempo que tu se arruma é o tempo que eu vô no mercadinho comprar o refri. – ele argumentou já saindo do quarto (vai entender ‘-‘).
Fui ao banheiro tomar um banho, e de fato não me arrumei em dois minutos. Levei bastante tempo pensando no que tinha acabado de acontecer no meu quarto. Bati uma pensando nisso, pensando no Felipe e imaginando ele terminando o trabalho que começou. Quando terminei troquei de roupa e fui pra casa do meu vizinho de rua. Chegando lá o jogo estava nos primeiros dez minutos, e nossa turma toda reunida como havíamos marcado. A mãe do Guilherme fez pipocas pra todos nós e comemos e conversamos bastante durante o jogo. Quando a partida terminou, com vitória do Brasil, continuamos na casa de Guilherme. Alguns colegas foram embora, mas ficaram, além de mim, o Felipe, o próprio Guilherme (dono da casa) e o Juninho. Em um determinado momento o Juninho foi no banheiro, enquanto eu e o Guilherme conversávamos sobre os gols de outro jogo. De vez em quando eu desviava o olho pro Felipe, e não podia deixar de notar que ele estava muito calado, e que, aliais, ele passou o jogo inteiro muito quieto, falando pouco, quase sem comemorar os gols.
Antes do Juninho voltar do banheiro (ter dor de barriga na casa de um amigo é pedir pra ser zuado kkkkkkkk), a mãe do Guilherme o chamou pra ajudar em alguma coisa, e eu acabei ficando sozinho com o Felipe. Foram alguns segundos de gelo, até que eu decidi quebrar, falando:
- Feh, meu pai vai sair com minha mãe daqui a pouco, parece que vão pra uma festa do trabalho e só chegam de madrugada. Vamos lá pra casa? A gente dá uma desculpa aqui e vai pra lá, jogar videogame, ver algum filme ou, sei lá... fazer qualquer coisa. Aqui tá morgado já. O Juninho vai embora daqui a pouco também e o Guilherme dorme muito cedo.
- Olha Luh, fica pra outro dia. Não estou muito bem, acho que vou pra casa. – argumentou ele, falando sem me olhar.
- Sério? Tá tudo bem? Tais passando mal é? Queres aju...
- Não caralho. Eu to legal. Só que vou pra casa – disse aumentando o tom da voz, mas sem me encarar ainda. Em seguida ele se levantou e foi para o portão e completou, ainda sem me olhar – Olha, diz pro Guilherme que meu pai ligou e eu fui correndo pra casa.
Depois disso Felipe saiu e não o vi mais naquele dia. Fiquei muito confuso, sem entender muito bem toda aquela situação. Mas havia decidido que iria conversar com ele depois e descobrir qual o problema.
[...]
Olá galera do CdC, sempre acompanhei anonimamente os contos daqui. Adorei muitos deles, e depois de ler bastante, decidi escrever meu conto. Como é a primeira vez que escrevo um conto eu não sabia muito bem por onde começar. Então comecei pela história mesmo sem muitas apresentações ou detalhes.
Meu nome, ou melhor dizendo, meu apelido é Luh. Sou gay, mas não sou assumido, e por esse motivo prefiro não dizer meu nome, nem a cidade que moro. Tenho 21 anos agora. Felipe tem 20. Essa história que estou contando é verídica, e começou em 21 de junho de 2009 (dia em que o Brasil venceu a Itália pela copa das confederações por 3x0. Esse jogo me ajudou a decorar a data).
Então, é isso. Esse é prólogo, sei que tá muito curto (prometo aumentar o tamanho do texto nas próximas postagens). Mas queria a opinião de vocês, as críticas positivas e negativas, e dicas pra melhorar o conto. Dependendo da aprovação eu continuo a história. Beijos a todos.