Capítulo 10
De Presente de Aniversário, Alec Quase Ganha Um Beijo.
Cameron saltou pra fora do carro e correu pra dentro do hospital particular. Seus pais disseram que Alec tinha reagido bem aos remédios, segundo os médicos.
-Cameron Shang White. -Se indentificou no balcão da recepção do hospital, pegando um crachá de indentificação. Ele correu até o elevador e esperou, impaciente, enquanto ele subia até o 3° andar, onde saltou e correu até a sala em que o melhor amigo estava. Uma enfermeira arrumava as cobertas e checava a pulsação cardíaca do seu amigo irmão.
-Ele está bem. -Disse com aquele mesmo sorrisinho prestativo de as pessoas do hospital que. na verdade queria dizer: "Ah, pobrezinho... Esse garotinho nunca mais vai acordar. Mas já que você tá pagando pra ele estar aqui, é lógico que vai acordar! ". -Colicença.
Depois que ela saiu, Came se aproximou. Alec parecia quase o mesmo. As faixas cobriam a mão esquerda, a perna e o pé direitos, que quebraram. E Alec não estava mais na pavorosa situação em que se encontrava quando foi resgatado do poço. O irmão de coração de Came continuava com a mesma palidez que fez Alec ser considerado uma criança vampiro no 3° ano do ensino fundamental. Os mesmos cabelos castanhos e finos que tinham um estranho cheiro de açúcar. Mas estar em coma, fazia com que Alec parecesse uma concha vazia. Algo estranho, por quê mesmo sendo tão triste, Alec parecia estar sempre cheio de vida.
Então Cameron se lembrou. O que Alec mais odeia na vida, é que sintam pena dele. Imediatamente, Came enxugou as lágrimas, que surgiram ao ver o melhor amigo assim.
-Ah, é mesmo! Hoje é um dia muito especial, não é?! -Sussurrou Came, baixinho, sorrindo -Feliz Aniversário, irmãozinho...
Hoje, Alec fazia 16 anos. Cameron ainda lembrava, quando, nesse mesmo dia, no ano passado, ele comprou um bolo pra o amigo e sinicamente, mentiu, alegando que ele já estava pago, sendo que ele pagaria no dia seguinte. Ele sempre achou isso engraçado no amigo. Desde os 13 anos, odeia receber atenção.
-Sr. Cameron? - A mesma enfermeira com a voz tediosa apareceu na porta e o encarou com outro daqueles sorrisinhos venenosos - O horário de visitas acabou.
-Ah, certo. -Responde Came, Azedo. Ele se vira pra Alec e afaga com cuidado, a mão dele -Fica bom logo, irmão. Eu acredito em você.
Pra surpresa de Cameron, uma leve, quase inexistente pressão surgiu em sua mão. A pele gelada e grudenta de Alec colou na sua mão, que agora suava. Came arfou de felicidade. -Isso mesmo, Cara continua lutando. Você vai vencer...
Então foi embora, sendo guiado pela enfermeira falsa, pra fora da sala... E pra longe de Alec, que passou o dia do seu aniversário sozinho...
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Alec tremia convulsivamente de frio, encolhido em seus cobertores colado numa das paredes de pedra que compunham a lareira. Ele e Tsol brigaram feio, como gato e rato, até alcançar o casarão. Alec sabia que agora, ele não ia fazer a droga do arco e flecha e isso significa ficar desarmado e automaticamente dependente de Tsol, que, perto de alcançar o casarão, levou um chute entre as pernas de Alec e depois, aconteceu uma coisa que deixou Alec estupefato e confuso e deixou Tsol assustado. Alec deu um soco tão potente nele, que Tsol voou 2 metros, antes de aterrissar no chão, praguejando como o próprio demônio.
Ele, depois de chegar em casa, que foi receber uma explicação de Shuålãn, que apenas deu um risinho, com sua voz rouca, e disse em sua mente:
"Só te dei um pequeno impulso ".
Agora, ele estava tossindo e espirrando como um louco. Seu nariz estava pior do que a da Rena chefe do papai noel de tão vermelha.
Tsol estava no banheiro, e a todo momento, um berro de fúria surgia, assustando Alec. Tsol tinha se estrepado todo, no cascalho, quando seu braço ralou no pedregulho, fazendo várias farpas penetrarem sua carne. Alec deveria se sentir culpado pelo que fez, mas não se sentia. Tsol conseguia irritar ele em todos os aspectos possíveis. Parece até que ele fez um curso de graduação, em: "Como ser irritante! ". Mais ou menos 17 minutos depois, Tsol entra no quarto com o braço enfaixado. Ele olha com ódio pra ele, mas não fala nada. Apenas senta na cama de Alec.
-Essa cama é minha -Alec emitiu um ruído seco que preferiu chamar de voz.
-Bem, deita na outra cama, por quê daqui eu não saio -A voz de Tsol também saiu falha, mas ele tentou manter a firmeza na voz.
-O quê?! -Alec gritou, mas sua garganta doeu. Outro ruído seco saiu no lugar de sua voz -Por quê?!
-Por quê você me empurrou no rio e me deu uma alavanca que tá doendo até agora.
Alec ia perguntar o que era uma alavanca, até Tsol por a mão no rosto, pra esconder uma mancha roxa. Não queria nem saber dessa mancha idiota desse....Desse... Urgh!! Desse babaca!!!
Alec revirou os enormes olhos castanhos e voltou a encarar o fogo da lareira. Ele era muito acolhedor do que encarar a carranca azeda de Tsol 24 horas. Alec deu outro espirro, que o fez tremer dos pés a cabeça. Do nada veio sua mente.
-Feliz aniversário pra mim... ! -Falou com uma animação tão falsa, que chegava a ser ridículo... Ridículo! Assim como tudo em sua vida!! Ridículo!!! Alec se odiou de uma hora pra outra. Ele não soube explicar. Simplesmente sentiu ódio.
"Por quê eu tive que nascer?! Por quê eu tive que existir?! Toda vez que dou um passo pra frente, meu corpo dá 20 passos pra trás... " Lágrimas irromperam dos olhos de Alec. "Por quê?!! Por quê tive que existir?!! " Ele se encobre pelo cobertor e começa a soluçar. Ainda bem que Tsol está o ignorando. Pelo menos poderá se odiar em paz.
Lá fora, o loirinho irritante continuava tagarelando.
-Você sempre fica na cama perto da lareira. E eu fico congelando lá na outra...
Alec empurrou as cobertas contra o ouvido. Não queria escutar nada. Ninguém! Um cheiro insuportável de queimado atingiu suas narinas, mas não se importou. Na verdade... Seria bom se morresse... Não iria ser um estorvo pra mais ninguém...
-Nunca mais... -Alec sentiu a incosciência levá-lo pra longe, mas não se importou... De tanto sofrer na vida, já estava acostumado com isso.
Então não ouviu, ou sentiu mais nada... O frio engoliu sua alma, levando-lhe para seu inferno gelado e obscuro.
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Tsol continuava falando. Tinha milhares de motivos para alegrar o porquê de estar deitado na cama de Alec. O primeiro de todos é por causa que ele tinha batido nele sem motivo nenhum...
-Bem, eu quase te matei afogado, e isso, de certa forma, é um motivo... Mas mesmo assim! -Um cheiro de queimado insuportável atingiu suas narinas. Sem dúvida, era tecido! -Alec?! -Ele olhou para um bolo de cobertores encolhido no chão -Ah, droga! Alec!!
Ele saltou da cama e correu até os cobertores, os arrancando de perto do fogo da lareira e sapateou nas chamas, que outrora se alimentavam dos cobertores. Ele arrancou Alec de lá, sacudindo-o de leve.
-Alec! -Ele o colocou na cama dele e o sacudiu -Se é pela cama, pronto! Tá aí.
Okay! Até Tsol achou isso a coisa mais ridícula da terra, quando analisou direito o que havia dito. Ele tocou a mão de Alec e pulou de susto, com o choque térmico. Alec estava um gelo! Literalmente! Estava tão gelado, que parecia um bonequinho de neve. Então ele lembrou.
No inverno, geralmente, em seu vilarejo, algumas pessoas passavam mal pela pouca pressão do ar e principalmente a friagem.
-Hortelã, preciso de hortelã! -Tsol começou a revirar os armários. Ele sabe o que acontece com quem sofre com isso. Elas vão esfriando, até ficarem azuis e depois...
Morrem!
Ele sentiu o coração martelar contra as costelas. Se soubesse que sua vingancinha infantil ia resultar nisso, jamais teria empurrado Alec no rio semi congelado. Agora, por culpa dele, aquele garotinho estava á beira da morte. Sendo, que: Ele não via Alec como alguém pequeno, como um garotinho... Não... Pra ele, Alec é muito corajoso - mesmo que lá no fundo, na verdade, haja uma pontinha de inveja pela coragem grandiosa de Alec. Poucas o encararam de Maneira tão extrema. Pra ser sincero, Alec é maduro demais pra sua idade.
-Mas... Quantos anos Alec tem? -Tsol olhou pra Alec, que tremia de frio. Ele adicionou cobertores extras na cama e continuou cavucando os armários e prateleiras até que remexeu num pote e conseguiu achar algumas folhas de hortelã. Pronto! Agora é só fazer um chá e dar a Alec, que do nada, começou a rolar na cama. A muito tempo, ele percebeu que Alec rola na cama, enquanto dorme.
-Até dormindo é teimoso -Rosnou raivoso, enfiando as folhas de hortelã com raiva, dentro de um bule e colocando água. Depois de deixar o chá praparando, ele concertou Alec, que estava minimamente menos frio. Mas, assim que seu olhar desviou dele, Alec rolou de novo pra ponta da cama.
-Se ficar aí, vai cair e... -Tsol se interrompeu. Até inconsciente, Alec o irrita. Ele encasulou Alec nos cobertores e continuou torcendo para o hortelã cozinhar rápido na água.
Alec rolou de novo pra ponta da cama.
-DROGA, ALEC!!! -Tsol o arrastou bruscamente, de volta ao centro da cama e apertou os ombros dele com tanta força, que mesmo inconsciente, Alec emitiu um gemido dor. Ele se assustou tanto, que segurou o rosto de Alec entre as mãos e procurou vestígios de vida.
Nada. Foi só então, que pela primeira vez, Tsol pôde dar uma boa olhada em Alec, pela primeira vez.
-Ele é tão... -Os cabelos de Alec, ainda um pouco úmidos, tinham cheiro de... Açúcar -Ele é tão bonito...
Ele queria sentir esse cheiro mais de perto, por isso se aproximou bastante e respirou fundo, absorvendo aquele cheiro açucarado viciante. Era tão bom, aquele cheiro, que fechou os olhos por um momento.
-Alec -Arfou Tsol. O apito do bule soltou um assbio, fazendo-o lembrar -Ah, nossa! O chá!
Algo dentro de Tsol usou isso de incentivo. Na verdade, queria ficar ali... Ótimo! Agora, A SUA cabeça estava doendo. Daqui a pouco, ele que iria precisar tomar um chá.
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"ALEEC!!! ALEC!!!!! AAAAALEEC!!!!!!! " Os berros perfuraram a mente de Alec, como um parafuso, rododando dolorosamente na base de seu cérebro. Shulåãn, - que sumira, depois de tanta confusão que causou - gritava exasperado e, desde que conheceu o reflexo, nunca o havia visto tão assustado.
"O que foi, Cëla? Não posso nem desmaiar de pressão baixa em paz? " Alec tentou se mexer, mas estava encasulado em milhares de cobertores, que estavam lhe impedindo de se mexer e quase, QUASE, aquele peso impedia sua corrente de ar fresco.
"Não é isso! " Shulåãn choramingou, extressado.
"O que é? " Alec odeia ter um espaço limitado. Começou a tentar sair, mas afundou mais nos cobertores. Concerteza o idiota do Tsol fez isso, imaginou.
"Alec, ouça... " Começou o reflexo.
"Espera eu me soltar. " Alec continuou se esticando. Praguejou em silêncio, por ser tão baixinho.
"Aleeec!! " Shulåãn começou a se irritar,voltando a falar entre grunhidos.
"Nossa, que chatice! O que é, seu insuportável?! Se eu deixar você falar, vou ter sossego?! " Alec se sentiu culpado por falar assim com Cëla. Esse é o mal de se importar com os outros.
"Ah, quero ver se você vai ficar assim, depois de saber que... "
"Saber o quê? " Sem perceber, Alec interrompera.
"SEU MISERÁVEL! CALA A BOCA E ESCUTA?! " Shulåãn urrou, furioso "O TAL DO "LOST" AO CONTRÁRIO, POR UM DÉCIMO DE SEGUNDO, QUASE BEIJOU VOCÊ, SEU IDIOTA!!!! "
Alec ficou com uma expressão tão amarga de nojo, que quase vomitou. E a amargura era tanta, que nem o quarteirão inteiro de fábricas de açúcar abandonados que têm perto de sua casa, não dariam conta de adoçá-lo.
-Pronto, aqui tá o chá - Tsol entrou na sala falando sozinho, mas quando viu Alec acordado, correu pra perto -Alec, você tá sentindo menos frio?
Os olhos azul cobalto de Tsol se centraram nos castanhos de Alec que ainda tinha ecoando em sua mente, o que Shulåãn dissera, segundos atrás:
"O TAL "LOST" AO CONTRÁRIO, POR UM DÉCIMO DE SEGUNDO, QUASE BEIJOU VOCÊ, SEU IDIOTA!!!!
E a resposta veio no rubor de Alec, que queimou seu rosto pelo único motivo.
Quase, quase teve o seu primeiro beijo inconsciente...
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Abraços Do Came;)