Acordei no dia seguinte com o despertador da mesinha tocando. Olhei o celular e havia duas chamadas dela e 3 mensagens.
SMS 1: Amor, saindo de casa. Quando chegar no aeroporto, te ligo.
SMS 2: Te liguei, mas acho que você dormiu. No aeroporto já. Te amoooo.
SMS 3: Embarcando, amor. Obrigada por tudo. Eu vou voltar, prometo.
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Já acordei chorando. Era 7h da manhã, e agora sim, eu tinha toda a certeza que ela havia partido. Fiquei sentada na cama, com as pernas dobradas e a cabeça afundada nas mãos suspensas pelo cotovelo. Tomei banho e fui aplicar a prova do segundo dia. Dessa vez pior que no dia anterior. Não tomei café da manhã, nada descia. Tomei um banho, coloquei uma calça preta, uma blusa rosa clarinha e uma rasteirinha trançada. Lá chegando, mesmo procedimento. Guardei o celular e a última vez que olhei era 10h. Ela deveria chegar no aeroporto por essas horas mesmo, e em casa lá pelas 13h. O dia passou mais arrastado ainda. Tudo que eu fazia, me lembrava ela. Quando o sinal de encerramento soou, senti um alívio tremendo. Peguei o celular, mas não havia uma única mensagem ou chamada dela. Sentei num banco enquanto esperava a Chefe de sala dar baixa nas provas. Fiquei olhando pro nada. Eu sabia que não ligaria, meu orgulho tava alto. Estava nessa indecisão, quando sinto o celular vibrar. Olhei pra tela e era.
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Eu: Oi.
Ci: Amor...
Ela estava chorando muito. Pensei que tivesse acontecido algo.
Eu: Ci? O que houve? Você tá bem? Tá em casa?
Ela: Tá tudo bem sim, amor. Acabei de chegar.
Chorando mais.
Eu: E o que houve, Ci?
Ela: Você não tá aqui, Mah. Eu cheguei aqui e você não estava no meu sofá de couro.
(Ela era louca por ele sofá de couro. Só falava nele)
Agora as duas choravam.
Ela: Você sabe o quanto gosto desse sofá, mas quando entrei e não lhe vi aqui, me dei conta que nada disso faz sentido se você não está ao meu lado.
Choramos muito. Pedi pra ela se acalmar, mas não tive muito sucesso. Disse que quando chegasse em casa, ligaria pra ela. Vim o caminho da volta em silêncio,de novo. Chegando em casa, tomei um banho, comi algo e a liguei.
Ela: Oi amor.
Estava com voz rouca de tanto chorar.
Eu: Oi mozao. Como vc esta?
Ela: Mah, tá doendo tanto. Eu sabia que te amava, que seria difícil. Mas eu não tinha idéia da dimensão disso.
Eu: Deus sabe o quanto eu tô sofrendo também. Eu vou estar aqui lhe esperando.
Ela: Eu tenho tanto medo, Mah.
Eu: Medo do que?
Ela: Que apareça outra pessoa...
Começou a chorar, de novo.
Eu: Amor, vc sabe que a única pessoa que quero é você.
Ela: São 6 meses. Você sabe, neh?
Eu: Sim. Eu sei. Mas que outra chance eu teria de ser feliz, me diga?
Ela chorava mais.
Eu: Amor, vc anulou outras possibilidades pra mim. Eu me vejo no futuro ao teu lado relembrando nossas histórias. Preciso que vc volte. Preciso que você cumpra cada uma das promessas que me fez.
Ela: Eu irei, amor.
Eu: Agora descansa. Amanhã nos falamos melhor.
Ela insistiu ainda, mas ela tava cansada. Choramos um pouco mais e nos despedimos. Daqui pra frente, essa seria nossa rotina.
Bjoos e queijos