SÓ VEJO VOCÊ – PARTE 20
Kauan: Ahhh deixa que vejam.
Eu: Não. Ta louco! - Falei já afastando o Kauan.
Kauan: Onde?
Eu: Ali. – Falei apontando para a parede lateral da casa.
O Kauan foi até lá...
Kauan: Não tem ninguém aqui. – Falou ainda sondando.
Eu: Mas eu vi. Eu juro.
Kauan: É coisa da sua cabeça. – Falou se aproximando novamente. – Aonde paramos? – Disse e abraçou minha cintura.
Eu: De jeito nenhum. Não vamos continuar. Não agora. – Falei afastando ele novamente.
Kauan: Ahh Léo...
Eu: Depois nos continuamos amor. – Falei beijando-lhe a boca.
Kauan: Então ta né. – Emburrou.
Eu: Não fica emburrado. Depois agente termina isso. – Falei dando um beijo gostoso nele apertando seu pau que ainda estava duro. – Agora vamos voltar.
Voltamos para a festa, sentei do lado da Day e tava todo mundo reunido lá, o Pietro, a Camila, a Ale e a Pri e mais alguns estranhos numa rodinha de conversa. Sentei entre a Camila e a Day e o Kauan foi no banheiro.
Day: Posso saber onde o senhor estava? – Falou insinuando alguma coisa.
Eu: Nada do que está pensando.
Day: Aham sei.
Eu: Ahhh não chegou acontecer. Mas quase. – Falei falando baixo só pra ela ouvir que deu um sorriso balançando a cabeça negativamente. – E você Camila? – Falei virando pra ela. – Deu uns pega no Mateus? – Falei rindo, e percebi que ele não estava lá.
Camila: Ihhh, eu tenho uma sorte viu, vou te contar. – Falou.
Eu: Como assim?
Camila: Nada não.
Já passava de meia noite e a festa continuava animada. Depois o Mateus apareceu e continuou sendo um cavalheiro e servindo carne pra gente, já que não íamos até a churrasqueira pegar. Num momento fui até lá e chamei atenção do Kauan sem que ninguém percebesse, ele estava bebendo demais e eu não gostava disso.
Eu: Você sabe que eu não gosto que beba muito. Não acha que já tá bom?
Kauan: Ah não enche o saco porra.
O Pietro, que estava do lado fuzilou o Kauan e disse:
Pietro: Ei cara. Olha como fala.
Eu: Deixa Pietro. Vou parar de encher o saco. – Disse e saí de perto.
Eu me conheço muito bem, por mais forte que eu me faça as vezes, qualquer palavra mais grossa mexe comigo, me chateia. E eu só quis sair de perto. Desci as escadas e fui até a rua. Em frente a casa tinha um banco, me sentei nele, apoiei minhas pernas no banco de uma forma que pude abraça-las. Eu queria ficar sozinho, em paz, o que não foi possível já que alguém veio atrás de mim e eu sabia muito bem quem era.
Eu: Eu quero ficar sozinho Pietro. – Falei sem nem olhar quem sentou ao meu lado.
Mateus: Não sou o Pietro. – Percebi que era o Mateus e me assustei. Tentei desfazer a cara de triste que estava e me virei pra ele um pouco envergonhado.
Eu: Ahh. Oi. – Disse sem graça.
Mateus: Eu vi o que aconteceu. – Disse. – Mala seu namorado.
Eu: Ahnn... É... Como sabe? – Como é que essa desgraça sabia??? Meu deus tava ficando tão na cara assim!?
Mateus: Vamos dizer que uma amiga sua me contou.
Eu: Eu mato a Camila.
Mateus: Ei. Não precisa disso. Eu já sabia disso. – Falou sentando um pouco mais perto. – Um gay conhece outro de longe, só queria ter certeza se estava solteiro. – Disse e deu um sorriso lindo.
Eu: Você...
Mateus: Sim eu sou gay. Quer dizer, bi. – Falava de um jeito confuso que até me deu graça. – Já fiquei com os dois. Mas prefiro ser gay.
Eu: Por isso chamou minha amiga pra conversar?
Mateus: Sim. Eu pensava que estava solteiro. Mas percebi como você olhava pra aquele Kauan o nome dele né?
Eu: Sim.
Mateus: Eu vi que vocês se olhavam diferente.
Eu: Espera! Foi você que nos viu agora pouco nos fundos?
Mateus: O que vocês estavam fazendo nos fundos?
Eu: Não responda minha pergunta com outra pergunta. – Disse e acabamos rindo.
Mateus: Não. E também nem quero saber o que estavam fazendo lá.
Eu: Hum. Mas enfim, o que veio fazer atrás de mim?
Mateus: Ainda não fiz nada atrás de você... Só se você deixar. – Disse e deu uma mordidinha no seu lábio.
Eu: Meu deus seu safado. – Fiquei roxo de vergonha. – Agente nem se conhece! Olha o respeito. – Esbravejei.
Mateus: Mateus Henrique de Carvalho. 19 anos, estudante de Economia, moro em Londrina, tenho 1,78 de altura, 77kg, e 19 de pika.
Eu: Garoto! Eu lá quero saber o tamanho da sua pika!!! – Não tive como não rir da situação.
Mateus: Apresente-se agora.
Eu: Leonardo, 16 anos, moro em Curitiba to cursando ensino médio ainda. Minha altura, peso e tamanho de pika não é da sua conta. – Falei e ele riu.
Mateus: Altura você não é mais alto que eu, quase a mesma altura, peso você é magrinho, deve ter uns 68, já de pika não me interessa, mas já sua bundinha!! Não tem como não reparar. – Fiquei mais que roxo de vergonha!! Maldito calção!- Pensei.
Eu: Sempre quis conhecer Londrina. – Falei tentando mudar o vergonhoso assunto.
Mateus: Terei o prazer de lhe apresentar.
Não respondi nada e ficamos num momento de silêncio que logo após foi quebrado por ele.
Mateus: Por que pensou que fosse o tal do Pietro que veio atrás de você?
Eu: Ah! Por nada. É que ele me defendeu do Kauan aquela hora, pensei que por isso viria atrás.
Mateus: Entendi. – Mais um silêncio mortal.
Eu: Você é muito gente boa. Mas já ta tarde. Acho que vou ver com o resto quem quer ir embora.
Mateus: Esta cedo ainda. – Disse. – Desculpa se fui muito safado. É meu jeito brincalhão.
Eu: Não. Relaxa – Falei.
Mateus: Eu me encantei com você. Você é muito bonito, desde quando chegou aqui fiquei te observando. Aquele dia eu na sacada e você ali em frente à casa. Depois na praia, foi onde tive certeza que você era gay. Como te via sozinho jurava que era solteiro e usei essa festa como pretexto pra chegar em você.
Eu escutava atento tudo o que ele falava.
Eu: Olha Mateus... – Suspirei. – Você é um gatinho. Você também chamou minha atenção. Mas eu tenho namorado. Todo casal briga e se desentende. - Ele se quer piscava apenas me olhava. – Se eu fosse solteiro com toda certeza você poderia ter uma chance... Mas eu não sou. Não tem como rolar. – Falei sincero com ele.
Mateus: Eu entendo cara. De boas. – Ele falou. – Amigos pelo menos? – Estendeu a mão.
Eu: Claro. – Apertei a mão dele, que não satisfeito me puxou para um abraço que não correspondi muito.
Voltamos para cima e eu perguntei se alguém queria ir embora. Com excessão do Kauan que parecia estar numa conversa muito boa com seus novos amigos e da Alexandra que se enroscou com um boy lá, todos fomos embora. Eu fiquei muito desapontado com o Kauan, aquilo de alguma forma me machucou. Eu deixei ele lá “se divertindo”, troquei de roupa rápido e resolvi ir deitar. As meninas foram todas dormir e o Pietro veio logo depois de mim e notou minha tristeza.
Pietro: Não fica assim Leo.
Eu: Ta tudo bem Pietro. – Falei.
Pietro: Quer conversar? – Disse.
Eu: Não precisa.
Pietro: Vamos lá fora? – Disse já me puxando pelo braço sem ao menos eu responder nada. Apenas o segui.
O Pietro me levou para fora, estávamos já descalços com os pés na areia e decidimos sentar a beira mar.
Pietro: Deixa eu começar a falar e você me escuta tudo bem?
Eu: Tudo bem.
Pietro: Eu vi o que rolou com o Kauan nos fundos da casa dos garoto lá.
Eu: Foi você então?
Pietro: Deixa eu continuar. – Disse bravo, e eu me calei. – Também vi que ficou de papinho com o tal de Mateus. Vi que ele deu em cima de você. Alias ele não parava de ficar olhando para você. E aquele abraço? Que ódio me deu.
Eu: Pietro euu...
Pietro: Não terminei Léo... – Me interrompeu. – Eu sinceramente não sei o que está acontecendo comigo... Mas é mais forte que eu. Eu não queria isso, eu não escolhi isso. Mas você sabe como me deixar doido, como me deixar com ciúmes... Ontem eu transei com a Day, e foi a pior transa que eu e ela já tivemos. Depois de tanto tempo sem, deveria ser bom.... Mas não foi. Por que eu queria com você. Eu imaginei você ali no lugar dela. – Pietro não parecia estar envergonhado falando essas coisas. – Eu queria estar transando com você. Sei que não é certo. Mas eu não tenho culpa. – Uma lágrima escorreu de seus olhos... – Leonardo eu quero você...
Oii minha gente, como prometi ta ai a parte 20. Pra mim essa é a parte mais especial de todas :) espero que tenham gostado. Eu volto sexta feira com a parte 21.. Obrigado a todos vcs *-* beijaoo...